As preocupações do Ministro da Saúde

Quatro dias atrás: Brasil não precisa se preocupar com gripe suína, diz Lula.
Ontem: Ministro descarta pânico, mas diz que chegada da gripe suína ao Brasil é inevitável.

Eu não questiono tanto assim os erros, os enganos de percurso, os equívocos de avaliação; isso é normal e todo mundo faz. O que me incomoda profundamente é a bazófia das autoridades que não têm o menor pudor em fazer declarações apressadas e irresponsáveis, julgando-se intocáveis e protegidas, por alguma razão misteriosa (competência de governo é que não é), de todos os males que afligem o mundo.

A Folha de São Paulo diz [agora, quando escrevo] que 60% das pessoas têm medo da gripe suína. O Brasil tem sete casos suspeitos [aliás, vi que tem um em Pernambuco sendo monitorado…]; a OMS chegou a dizer que uma pandemia é inevitável! Oras, se o ministro Temporão disse por telefone ao presidente Lula  no domingo passado que o Brasil não precisava se preocupar “por enquanto” com a gripe suína… “por enquanto” significava, então, seis dias? E será que não havia mesmo necessidade do Brasil se preocupar com a gripe suína no início da semana, ou foi só [mais] um caso de empáfia do senhor ministro do Ataúde?

“Temos um plano de contingência estruturado desde 2005”, diz o ministro à Band. Gostaria muitíssimo de acreditar que isso é provável, dado que o surto só ocorreu este ano; ademais, um ministério que não se preocupa na semana anterior com a epidemia que hoje diz ser inevitável, acaso poderia ter se preocupado há quatro anos com a epidemia então inexistente? Ou é mais fanfarronice?

É por isso que eu temo pelo Brasil: as autoridades estão sempre mais preocupadas em passar uma [falsa] sensação de segurança do que em arregaçar as mangas para trabalhar naquilo que precisa ser feito. Se o Brasil não consegue dar conta da dengue, terá acaso condições de enfrentar uma pandemia? Que a Virgem Santíssima, Salus Infirmorum, seja em favor desta Terra de Santa Cruz.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

9 comentários em “As preocupações do Ministro da Saúde”

  1. Hum… sei não Jorge. Quase nunca concordo com o Temporão, mas desta vez acho que o homem tá certo.

    Essa gripe aí parece que já tá perdendo a força e nem é tão letal como haviam espalhado, graças a Deus.

    Forte abraço.

    Luciano

  2. É Jorge, vendo como esse pessoal trata a dengue no país podemos ficar tranquilos!

    A gripe suína não ameaça ninguem por aqui mesmo!

    A competência desta turma é chocante!

  3. O perigo está justamente que vai iniciar o periodo mais

    frio, onde aumenta os casos de doenças respiratórias.

    Agora, nem dengue nem gripe “respeita” discurso marqueteiro.

    O que vale é prevenção,educação do povo e retaguarda.

    Nesse ponto, ainda somos subdesenvolvidos.

    O mais é torcer para esse virus não sofrer mais mutações

    e tornar-se ainda mais letal.

    Esse é o grande perigo.

    PS. Quem esquece da “marolinha” do Lula ?

  4. Passando pra testar o Google aqui.Já adianto que com o Opera dá pau. Então estou usando o IE.

    E tô mais preocupado com dengue hemorrágica que com gripe suína… :P

  5. Descobri como postar pelo Opera. Tem que dar o join lá pelo script do bloco à direita (onde mostram os membros)…

    Vou testar o Firefox no próximo

  6. Firefox funciona perfeitamente.

    Mas todos os comments continuam “awaiting moderation”

  7. Senhorito,

    Já ia aconselhar que usasse o Firefox, mas você foi mais rápido!

    Abraço fraternal e bem carinhoso!

    Sue

  8. Jorge,
    temos que nos assustar mesmo. Esse mesmíssimo ministro disse que a dengue estava sob controle no Brasil. Alguém já viu quantos mortos pela dengue tivemos em 2008?
    E pela tuberculose?
    No mais, é uma gripe como todas as outras. Passa em sete dias, se não houver complicações. Melhor ficar longe dela, com certeza.
    Sds.,
    de Marcelo.

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