A França legalizou o “casamento gay”

Como é sabido, na última terça-feira a França legalizou em definitivo o “casamento gay” no país. Nós acompanhamos o desenrolar dessa tragédia (aqui, aqui e aqui), e o (previsível) resultado de dois dias atrás pode passar a impressão de que nós perdemos, não valeu a pena, foi tudo em vão. Será que é isso mesmo?

Alguém insinuou ironicamente aqui no blog que isso deve ter acontecido porque os argumentos do movimento pró-família francês são tão ruins quanto os seus equivalentes brasileiros. Ledo engano. Na verdade, isso aconteceu porque o mundo moderno anda enlouquecido e absolutamente não dá mais importância a argumentos. Ora, em que lugar do planeta essa discussão é conduzida sobre bases argumentativas? Muito pelo contrário: os arautos da Revolução Moral só sabem agir na base da truculência e do apelo emocional, nada mais. Qualquer pessoa que já tenha tentado discutir esse tema com algum pró-gay sabe perfeitamente do que estou falando, e no próprio Deus lo Vult! é possível encontrar abundantes exemplos dessa curiosa patologia intelectual.

Mas, de uma forma ou de outra, o casamento gay foi legalizado na França, é fato. E agora, simplesmente perdemos? Foi tudo em vão? Penso que é possível sermos um pouco mais otimistas.

A França legalizou o “casamento gay”, mas os gritos de protesto dos que se levantaram contra essa infâmia foram ouvidos no mundo inteiro, e serviram de exemplo e estímulo àqueles que não concordam com a ideologia anti-natural que lhes está sendo imposta.

A França legalizou o “casamento gay”, mas a imprensa foi obrigada a noticiar que, em pesquisa recente, «58% dos [franceses] entrevistados se disse a favor do casamento gay» mas, por outro lado, «uma maioria (53%) se disse contra a adoção [de crianças], contra 45% a favor» – adoção esta incluída na lei aprovada anteontem, na contramão portanto da expressa vontade da maior parte dos franceses.

A França legalizou o “casamento gay”, mas sofreu dura e terrível resistência dos que são contrários à exaltação do vício e à equiparação legal entre “família” e “dupla gay”:  tanto quanto lembro, foi a primeira vez que uma lei desse tipo recebeu resistência pública tão clara e generalizada.

A França legalizou o “casamento gay”, mas não convenceu e nem silenciou os que mantêm a cabeça no lugar. Muito pelo contrário: o La Manif Pour Tous promete continuar protestando, como nos diz o Wagner Moura.

A França legalizou o “casamento gay”, mas a guerra cultural ainda não terminou, e dela ainda precisamos tomar parte – não nos é permitido desanimar. Faz diferença. Diante de um monstro tão grande e tão forte a se lançar sobre nós, qualquer mínimo dissabor que lhe consigamos impingir faz diferença.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

83 comentários em “A França legalizou o “casamento gay””

  1. o mundo moderno anda enlouquecido e absolutamente não dá mais importância a argumentos

    Para a maioria de hoje, argumento é coisa de “arrogante”, argumentar é modo de quem tem “mente fechada e desconhecimento das coisas, da ‘realidade'”. Você não sabia, Jorge?! Como eles são maioria e se consagram a fazer valer essa “realidade”, começa até a fazer sentido — um sentido diabólico! — ter a minoria como “arrogante e fora da [dessa] ‘realidade'”. Esse poder de criar a sensação de uma “realidade” é próprio do tentador, “o rei desse mundo”, um anjo que tudo que pode fazer já me parece demais: trabalhar as inteligências transmitindo a elas o que quer e por fim se apoderar delas cada vez mais.

  2. Legalizou porque simplesmente os argumentos contrários, de maneira geral, dizem respeito a crenças religiosas. Por mais travestidos que sejam, como as discussões que rolaram por aqui, eles sempre tem a seguinte ideia central: “Isso vai destruir a minha concepção de família”, “Isso vai contra as escrituras sagradas que eu acredito”, “Isso desagrada o meu deus”.

    E logo no momento que a Europa vive o ápice da separação entre Estado e Religião…

    Curiosamente, qualquer leitor incauto que veio até aqui para tentar discutir honestamente percebeu que, no fundo, os argumentos eram de cunho religioso.

    Então eu parei e me perguntei: mas será que eles não percebem que estão defendendo uma concepção religiosa e não racional? De onde vem isso?

    Foi então que descobri que isso vem de muito, muito tempo atrás.

    A pelo menos um milênio Anselmo de Cantuária (1033-1109 dC), “o primeiro filósofo escolástico e teólogo.”,[1] o qual foi seguido por Tomás de Aquino, concluiu que “a fé deve preceder o conhecimento.” [2]. Em Proslogium, ele explicou: “Eu não procuro entender que eu posso crer, mas eu creio para entender. Por isso eu também acredito que se eu não acreditasse, eu não entenderia.” [3] “Depois que a fé se estabelece firmemente, o esforço deve ser feito com o objetivo de demonstrar pela razão a verdade do que acreditamos. É errado não fazer isso.”[4]

    No compromisso de Tomás de Aquino, a filosofia e a razão foram adotados, mas eram subjugados à teologia. Sobre tais questões onde a teologia e a filosofia discordavam, foi dada prioridade à teologia. A ciência e a filosofia se tornaram servas da teologia. [5] Esta fórmula familiar da Idade Média originou-se com Agostinho de Hipona (354-430 dC), o mais influente dos Padres da Igreja.

    E isso explica tudo por aqui.

    A fé me diz que eu tenho que ser contra o casamento homossexual. Quais argumentos posso usar pra defender essa crença? Afinal, a razão deve se submeter a fé.

    E aí entra o “grande” filósofo Olavo de Carvalho, o Olavão, para servir esse pessoal.

    Ou seja, é por isso que perderam lá. E por isso que vem perdendo aqui. Por mais que doa, o Estado é laico. Ele não proíbe que seus padres digam nos púlpitos de seus templos que o casamento homoafetivo é pecado, nem obriga tais padres a celebrar matrimônio gay. Mas proíbe que certas crenças religiosas sejam impostas a coletividade sem que tenham fundamento pra tanto.

    Como dizem por aí: “Não é porque vocês estão de dieta que vocês podem proibir os outros de comer brigadeiro”.

    Ainda bem que é assim!

    Fontes:

    1. Encyclopædia Britannica, Eleventh Edition, 1910, Anselm, vol. 2. Encyclopædia Britannica Company, New York, p. 82.

    2. Ibid.

    3. St. Anselm, 1903, Proslogium; Monologium; an Appendix in Behalf of the Fool by Gaunilon; and Cur Deus Homo, translated by Sidney Norton Deane. Open Court, Chicago, p. 7.

    4. Encyclopædia Britannica, Eleventh Edition, 1910, Anselm, vol. 2. Encyclopædia Britannica Company, New York, p. 82.

    5. Grant, E., 2001, God and Reason in the Middle Ages. Cambridge University Press, Cambridge, p.36–37.

    Fonte consultada: Blog do Mensalão – Artigo Summa Theologica.

  3. A doutrina moral, ainda que seja revelada, é plenamente acessível a razão. É a razão que condena a aberração do homossexualismo, pois o fim primário do matrimônio é a reprodução da espécie e o fim secundário é o bem dos esposos. O bem da espécie é melhor do que o bem individual.

    Se a França recentemente aprovou essa lei perversa, a Colômbia nos deu, também recentemente, um exemplo de bom senso. Graças a Deus também que há sacerdotes fiéis, que nos ajudam a lutar contra os demônios que existem em toda parte, até travestidos de bispos e padres.

    Rui

  4. “. Por mais travestidos que sejam, como as discussões que rolaram por aqui, eles sempre tem a seguinte ideia central: “Isso vai destruir a minha concepção de família”,

    Que falso argumento! Isso (o “casamento gay”) não vai apenas contra a minha concepção de família, mas vai contra toda e qualquer concepção que todas as sociedades em toda a Terra já teve de família. Mostre-me uma sociedade, alguma vez na história, que tenha equiparado par gay com família!

    ““Isso vai contra as escrituras sagradas que eu acredito”, “Isso desagrada o meu deus”.””

    Outro argumento falso. Em todas as culturas, qualquer que seja a sua religião ou o seu Deus ou deuses, o par gay foi equiparado a família.

  5. Duas correções:

    Onde se lê: ” Isso (o “casamento gay”) não vai apenas contra a minha concepção de família, mas vai contra toda e qualquer concepção que todas as sociedades em toda a Terra já teve de família.”

    Leia-se:” Isso (o “casamento gay”) não vai apenas contra a minha concepção de família, mas vai contra toda e qualquer concepção que todas as sociedades em toda a Terra já TIVERAM de família.”

    E, onde se lê: ” Em todas as culturas, qualquer que seja a sua religião ou o seu Deus ou deuses, o par gay foi equiparado a família.”

    Leia-se: ” Em todas as culturas, qualquer que seja a sua religião ou o seu Deus ou deuses, NUNCA o par gay foi equiparado a família.’

  6. Rui,

    Se o casamento serve para reprodução, vocês deveriam ser contrários ao matrimônio dos pares heterossexuais estéreis. Não são. Segundo, o que acontece com quem “reproduz a espécie” fora de um casamento? Segundo a sua lógica, vocês deveriam promover a criminalização de quem o faz, já que só o casamento é que deveria possibilitar a “reprodução da espécie”.

    Portanto, não há lógica nisso. Não há razão. Há obediência estrita a normas divinas.

    Terceiro, se o casamento propicia o bem dos esposos, então é um argumento que conta também a favor dos homossexuais.

    Ainda, a legalização de casamento homossexual não vai contra o “bem da espécie”. Aliás, que raios significa “bem da espécie”???

    Obs: gente que nem você, num passado não tão distante, acreditavam que ser canhoto era uma aberração. Ia contra a razão.

    Lampedusa,

    Aqui nesse artigo do wikipedia tem exemplos de sociedades que aceitaram o casamento gay. E sem contar que hoje em dia 14 países a aceitam. O primeiro foi em 2001.

    Abraços

  7. Caro,

    A esterilidade não é uma finalidade da natureza, é um acidente, um defeito. Os acidentes não impedem que uma pessoa atue e organize sua vida segundo as normas gerais decorrentes da lei natural. O homossexualismo, por exemplo, enquanto tendência, seja ela inata ou adquirida, é um acidente, como são as anomalias cromossômicas.

    Um casal estéril se adequa, da forma que lhe é possível, à norma geral, segundo a qual o matrimônio existe primariamente para promover o bem-estar da prole, seu nascimento, sua educação e sua herança, e, em caráter secundário, promove o bem dos esposos. Não é o caso da pretensa união entre pessoas do mesmo sexo, pois o impedimento aqui não é de caráter acidental, mas essencial: dois indivíduos de mesmo sexo não podem procriar, nem promover uma educação que valorize os bens do matrimônio às futuras gerações.

    Rui

  8. Caro Rui,

    Não sei se você percebeu, e me corrija se eu estiver errado, mas me parece que você conseguiu igualar a situação de casais hétero estéreis e casais homossexuais.

    Ambos não podem procriar. Então, ambos “se adequam, da forma que lhes é possível (possivelmente via adoção), à norma geral, segundo a qual o matrimônio existe primariamente para promover o bem-estar da prole”.
    – Ambos tem condição de promover “sua educação e sua herança, e, em caráter secundário, promover o bem dos esposos.” (se você não concorda com essa premissa, gostaria de ouvir seus argumentos).

    Então, onde reside o diferencial que inviabilize um casal homo constituir família e criar e educar uma prole?

    Porque um casal homo não pode “promover uma educação que valorize os bens do matrimônio às futuras gerações?”

  9. Um casal estéril não gera um impedimento à procriação, senão acidental. Um “casal” homossexual gera um impedimento essencial: dois homens não poderiam gerar, mesmo sendo perfeitos. A natureza não os fez para isso, embora tenha feito homem e mulher para gerarem.

    Quanto à educação da criança, é evidente que, sendo o homossexualismo um ato imoral, o pretenso casal estaria transmitindo à criança valores também imorais, ao menos enquanto exemplo.

    Rui

  10. Tá vendo Rui porque o casamento gay é aprovado aqui e em outros lugares?

    Você acha que o “homossexualismo” é imoral e quer que o Estado também ache isso, sem nenhum boa razão.

    É com esse tipo de argumentação, do tipo “um é acidental, então pode”, o “outro é essencial, não pode” que o conservadorismo cristão vem perdendo espaço em sociedades esclarecidas.

    Rui, você simplesmente está dizendo algo que não tem embasamento algum! Isso é coisa da sua cabeça que você quer obrigar a todos a pensar igual.

    Boa sorte na Colômbia e em Uganda.

  11. O estado laico,protege também os religiosos,pois em uma teocracia,isso naõ ocorre.Uma só fé,única verdade absoluta,saõ idéias naõ aceitas nos países desenvolvidos.

  12. Caro,

    Boas razões existem. Só não existem no seu subjetivismo.

    E o fato de Estados por aí estarem aprovando leis imorais, contrárias à natureza, não significa nenhuma derrota para a verdade, nem nenhum convite a desistir da luta. Até porque as tiranias um dia tendem a cair.

    São só estes os seus argumentos?

  13. JBC,

    Tem dó…. além de obscuros casos numa China remotíssima, há relatos de paródias de casamento em Roma e que o próprio artigo relata que não tinham validade institucional em Roma!!!

    O seu argumento não tem pé e nem cabeça. A história universal é testemunha de que a repulsa à união gay não é motivada pela religião e, particularmente, com o cristianismo.

  14. Lampedusa,

    A questão é a seguinte: você cogitou mudar de ideia em face das informações que eu ia te apresentar? Creio que não. Então não adianta, pois Anselmo de Cantuária deixou um legado forte pra vocês. Se eu tivesse te mostrado, por exemplo, que mais 300 povos aceitavam o casamento gay, você não ia mudar de ideia. Ia procurar outra migalha de argumento pra se sustentar.

    Aliás, a escravidão também tinha forte apoio no mundo todo, e aos poucos foi acabando (não sem resistência dos “intelectuais da razão”). Poderia citar diversas outros costumes nefastos que foram abolidos e enfrentaram resistência, mas creio que você captou a ideia.

    Enfim, você não vai abrir mão de suas convicções em função dos fatos. Não vai abrir mão da “sadia intransigência” num debate. E porque? Porque, segundo a sua concepção, é isso que sua divindade espera de você. É isso que vai te fazer ascender aos céus.

    Boa sorte em seu caminho, torço pra que você chegue lá!

    Rui,

    Meus argumentos atropelaram os seus no STF. Mas juro que se você me fundamentar esse negócio de “acidental” e “essencial” – que sinceramente acho que você aprendeu com Olavo de Carvalho – eu mudo de ideia.

    Se existissem boas razões para o que você falou, você já as teria citado.

    E tirania é a de quem não tem argumento racional e quer impor à coletividade as suas convicções religiosas.

    Abs

  15. Hummm …. então o fato de o outro “aprender com o Olavo de Carvalho” agora é motivo para encerrar uma discussão? Tá certo, isso é bem típico dos “nossos tempos”.

    Abraços e fiquem com Deus,

    Léo

  16. Léo, é só porque ele não fala coisa com coisa. Ademais, meu argumento não se resumiu a isso.

    Abs

  17. Não tenho nada contra a união gay, afinal, são duas pessoas que se amam e querem viver junto, o que tem de errado nisso? Mas casamento…casamento… casamento, isso é um termo histórico usado para designar a união de pessoas de sexo diferente capazes de procriar.
    Pq eles não ficam com o termo união civil?
    Outra coisa que não aceito é a tutela especial que eles querem, pq não expor minha opinião sem ser rotulado de homofóbico e apedrejado por isso?
    Não sou obrigado a achar normal dois machos se agarrando, tolero, mas não abusem, quero ter o direito de não aceitar isso.

  18. JBC,

    Você usou trechos de santo Anselmo, citou santo Tomás e santo Agostinho para concluir, conforme suas palavras, o seguinte: “A fé me diz que eu tenho que ser contra o casamento homossexual. Quais argumentos posso usar pra defender essa crença? Afinal, a razão deve se submeter a fé.”

    Pois a sua conclusão, além de simplista e equivocada, demonstra que você sequer entendeu a argumentação que você próprio usou. Vejamos:

    “Eu não procuro entender que eu posso crer, mas eu creio para entender. Por isso eu também acredito que se eu não acreditasse, eu não entenderia.” [3]

    Ou seja, a fé não é premissa, é axioma e axiomas não são demonstráveis. E é exatamente por isso que você não entendeu a frase, porque você não crê.

    “Depois que a fé se estabelece firmemente, o esforço deve ser feito com o objetivo de demonstrar pela razão a verdade do que acreditamos. É errado não fazer isso.”[4]

    Aqui o santo diz claramente que a fé deve ser fundamentada pela razão, e não que a razão deve se submeter à fé e acrescenta que é errado não submeter a fé ao crivo da razão.

    Portanto, seu argumento é inconsistente. Saiba que a fé não me diz que devo ser contra o casamento homossexual, quem me diz isso é a razão até porque não é preciso fé para ter argumentação contra o casamento homossexual…

  19. JBC,

    Anselmo de Cantuária, Tomás de Aquino, Agostino de Hipona, um traficante, EU, VOCÊ E QUALQUER OUTRO, Gandhi e Hitler, raciocinamos com o que acreditamos, e só raciocinamos com o que acreditamos. Quando raciocinamos uma refutação, acreditamos nela.

    Para contextualizar, faça-nos o favor de nomear alguns dos “intelectuais da razão” que queriam a escravidão. É provável que você esteja misturando a farinha…

    Eu não sou lá “um fã” do Olavo. Prefiro ser honesto e adiantar a todos essa informação. Mas, sim, ELE TEM MÉRITOS! O Olavo “não fala coisa com coisa” ou não seria você que não entende coisa com coisa do que ele fala?!

    JBC, você é um homem “de fé”, seu bobo, COMO QUALQUER OUTRO, só não é de Fé católica.

  20. JBC

    Eu concordo plenamente com você, esse argumento de que não existia antes, por isso não pode existir agora é a coisa mais sem pé nem cabeça que eu já ouvi. Pior que isso só os “argumentos” de casais estereis por essência e por acidente. Tudo isso para justificar o injustificável, o preconceito com o casamento gay.
    Por favor, mostrem trabalhos científicos que apontem porque o casamento gay não pode existir. Eu desafio vocês a elevarem o debate a um nível racional e objetivo.

  21. Alguns argumentam,que a homossexualidade é anti natural,pois pares do mesmo sexo,naõ podem procriar,nesse caso se reduz o ser humano,apenas a sua genitália.Tem casais hetero,que naõ podem ter filhos,saõ anti naturais também? e os jovens celibatários,obrigados a se privarem da sexualidade,também naõ é anti natural?

  22. Não tenho preconceito nenhum contra os gays, afinal, cada um faz o que quer da vida, isso não me diz respeito, não sou fiscal do c* alheio. Também não tenho nada contra a união civil gay, porque devo interferir e negar o direito de alguém morar com outra pessoa?

    Mas, por favor, não chame isso de casamento, isso não é casamento, não acabe com a instituição mais antiga que existe, a união de pessoas do sexo oposto capazes de procriar.

    E também não me obriguem a aceitar dois machos se agarrando como algo natural e nem me impeçam de expor minhas opiniões sobre o homossexualismo.
    Gays não querem direitos iguais aos héteros, querem tutela especial do Estado, e impor o modo de vida deles como se fosse o natural, quando não é.

  23. JBC

    Você, mais uma vez, ou não compreende o que se escreve ou, o que é mais provável, tergiversa e não reconhece a fraqueza de seus argumentos.

    Eu NÃO afirmei que o fato de nunca na história a união gay ter sido equiparada ao casamento seja motivo para não fazê-lo. Mas, sim, desconstruí o seu argumento nonsense que tenta transformar a opinião contrária à sua como uma questão de adesão à fé cristã colocando que ela nunca existiu em outras civilizações.

    Minha repulsa à ideia do “casamento gay” tem tanta aderência ao pensamento de Santo Anselmo como a de um muçulmano, um hindu, um romano do século II AC ou um habitante do império Inca..

    Ficou claro agora?

  24. Ygor e Alexandre Magno,

    Vocês tem absoluta razão. É tudo uma questão de fé mesmo. E a fé não é um axioma. É um dogma.

    O problema surge quando vocês pretendem impor essa crença a quem dela não compartilha. Acharia isso justo se houvesse uma boa justificativa.

    Lampedusa,

    Minha repulsa à ideia do “casamento gay” tem tanta aderência ao pensamento de Santo Anselmo como a de um muçulmano, um hindu, um romano do século II AC ou um habitante do império Inca…

    Se você se coloca como alguém que adere ao pensamento de santo, de um muçulmano, um hindu, um romano do século II AC ou um habitante do império Inca, eis a nossa diferença. Eu me coloco como um homem moderno, esclarecido quando ao conhecimento que nós produzimos graças à nossa inteligência, e inserido numa sociedade laica e secularizada. O que é bem diferente de todos esses homens históricos que você citou aí.

    Se suas posições contra o casamento gay não são fundamentadas em preceitos religiosos, como vários aqui o são e, cedo ou tarde, deixam isso claro (vide exemplo do Rui), então exponha para nós quais são os argumentos que te levam a querer negar esse direito aos que dele revindicam.

    Tenho dois bons motivos para crer que sim, você está racionalizando sua fé: 1) Você está expondo argumentos num site católico, com os mesmos argumentos de outros católicos; 2) Você é um dos poucos aqui que parece perceber que argumentos religiosos não colam num Estado laico, e por isso tenta esconder o lado religioso para não perder a razão.

    Aguardo sua manifestação.

    Julio,

    Outra coisa que não aceito é a tutela especial que eles querem, pq não expor minha opinião sem ser rotulado de homofóbico e apedrejado por isso?

    Essa “tutela especial que eles querem ter” é a mesma tutela que os religiosos já dispõem. O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006 propõe a criminalização dos preconceitos motivados pela orientação sexual e pela identidade de gênero, equiparando-os aos demais preconceitos que já são objetos da Lei 7716/89, quais sejam: raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero e sexo.

    Chama isso de privilégio. Mas onde está o privilégio se todas aquelas OUTRAS categorias já estão protegidas pela lei?

    E mais, liberdade de expressão não é um direito absoluto. Essa própria lei 7.716/89 dispõe que é crime promover símbolos nazistas.

    Com isso, nenhum padre ou pastor perde o direito de dizer que homossexualidade é pecado, é feio e é abominação segundo a Bíblia. Impede que esses caras digam coisas do tipo: “A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam (sic) ao ódio, ao crime, à rejeição.”

    Daí pra isso aqui não demora muito.

    Abs a todos.

  25. “Meus argumentos atropelaram os seus no STF. Mas juro que se você me fundamentar esse negócio de “acidental” e “essencial” – que sinceramente acho que você aprendeu com Olavo de Carvalho – eu mudo de ideia.”

    Que falácia “ad hominem” é essa, sô?

    Essencial é aquilo que se fundamenta na natureza. Dois homens não podem procriar por um impedimento da natureza, pois a natureza dispôs a geração humana para ser causada pelo ato sexual entre pessoas de sexos diferentes. Se um casal infértil não consegue procriar, não é por disposição da natureza (finalidade natural), mas por uma causa acidental. Isso tudo não aprendi com Olavo de Carvalho, mas com Aristóteles. É filosofia, coisa que, aliás, você ou os ministros do STF parecem desconhecer (ou talvez ajam de má fé), mas cujo conhecimento fundamental para tratar de questões morais.

    Lendo Aristóteles ou um bom manual de filosofia, você irá entender a diferença entre uma causa eficiente e outra acidental, e irá aprender algumas outras noções básicas.

    Rui

  26. Complementando:

    A causalidade acidental, aliás, se dá quando uma outra causa intervém retirando parcialmente o efeito da causa eficiente. Portanto, a natureza dispôs homem e mulher, mesmo inférteis, como causas eficientes da procriação, e se, são inférteis, isso se deve à concorrência de uma causa acidental. Agora, no caso dos gays ou das lésbicas, a natureza não os dispôs dessa forma. Portanto, a união homossexual é contra a razão.

    Rui

  27. JBC, você já leu o Estatuto da diversidade sexual? Pergunto isso pq boa parte do refúgio gayzista sequer sabem desse estatuto, e depois que leem, mudam um pouco de opinião.

  28. Se relação homossexual fosse tão normal quanto a heterossexual, homens dariam luz a crianças tal como as mulheres e mulheres dariam a luz a crianças também pelo reto, não precisa de muito estudo e fundamentos filosóficos e religiosos para saber que tais relações são totalmente anti-naturais, muitos povos antigo ou atuais, usando da própria sabedoria popular, antevê que tudo isto não passa de engodo, dizer que uniões homossexuais podem se equiparar a de heterossexuais, nem aqui e nem na China. Os cristãos estão perdendo a batalha?!. Não, quem esta perdendo é a humanidade, esta perdendo: a vergonha na cara, a decência, a moral, o sentido do que é natural o que não é, de trocar órgãos sexuais e reprodutores por órgãos que pertencem ao aparelho digestivo, o fim disto tudo já sabemos, DEUS perdoa sempre, o ser humano quase sempre mas a natureza não perdoa nunca, o que fizer contra a natureza ela se cobrará mais cedo ou mais tarde. Cantam glórias por tais vitórias?!, podem catar a vontade, porém, mais cedo ou mais tarde a natureza vai cobrar o preço dela, e depois, não reclamem com as conseqüências.

  29. Julio,

    Não tinha lido antes de você comentar o tal estatuto. Qual é o grande problema dele?

    Rui,

    Ahhh… então foi Aristóteles quem te deu racionalidade para negar direitos a homossexuais…

    Bem, veja só: segundo Aristóteles, é inútil o homem tentar estabelecer uma relação com o divino, pois o “Motor Imóvel” (o deus dele) é apenas um princípio metafísico, que tem apenas como digno de pensamento o que é divino, eterno e imutável. Ou seja, ele não está nem ligando para os humanos, mortais. Fonte.

    Por isso, ter religião é contra a razão.

    Ele também sustentou que a escravidão estava de acordo com a lei natural, bem como a natural inferioridade da mulher.

    Você concorda também que devemos adotar essas proposições do pensamento Aristotélico ou você é apenas mais um que usa argumentos aristotélicos quando for conveniente às suas convicções?

    Abraço

  30. De fato, Deus é o primeiro Motor imóvel, no entanto, suas fontes sobre isso e sobre Aristóteles estão muito resumidas. Esse raciocínio não implica numa objeção à Revelação ou à religião.

    Os outros argumentos seus são “ad hominem”. O “ad hominem” não costuma ser válido, quando desvia o foco da argumentação do ponto de vista defendido para a pessoa que o defende, dado que o ponto de vista seria válido independente da pessoa.

    Rui

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