Eleições presidenciais, comunismo, excomunhões e os dias piores que hão de vir

Eu publiquei há pouco uma ligeira nota sobre o programa de governo da presidenciável Marina Silva. Disse que, posteriormente, faria algumas considerações melhor detalhadas. É chegada a hora de cumprir a promessa.

Muitas pessoas me perguntam em quem vou votar ou sondam, de alguma maneira, critérios para a escolha moralmente comprometida do próximo presidente do Brasil. Pois bem, tenho três coisas a dizer com relação a isso: primeiro, o compromisso civilizacional de todos é com o expurgo do socialismo, como é evidente. Segundo, não existe nenhuma excomunhão automática para quem vota em comunista e, nas condições atuais de temperatura e pressão, ninguém “perde a alma” por conta dos números que aperta ou deixa de apertar na urna eletrônica. Terceiro, essa discussão toda é irrelevante porque as eleições, a menos que aconteça algum fato novo da magnitude da queda de um avião, já estão decididas e nada podemos fazer para mudá-las.

Esmiucemos um pouco cada um desses pontos.

O compromisso civilizacional é com a derrocada do socialismo

Dizê-lo é chover no molhado e, portanto, não vou me demorar nesta seara. Já se vão quase oitenta anos desde que o Papa vituperou o comunismo com aquele terrível e tão exato apodo de «intrinsecamente perverso» (Divinis Redemptoris, 58); de lá para cá, a história só fez mostrar que a Igreja, como de costume, estava coberta de razão. Todas as experiências socialistas falharam e falharam fragorosamente, reduzindo povos inteiros à miséria e aviltando o ser humano de maneira que nenhum outro regime opressor da história, das teocracias árabes ao absolutismo voluntarista, foi capaz de aviltar. O homem enfrentou percalços políticos ao longo dos últimos milênios, sem dúvidas; mas, perto do terror comunista dos séc. XX-XXI, todos os outros regimes poderiam passar pelo mais perfeito Paraíso Terrestre.

Mudou o comunismo? Concedo que tenha mudado. Que tenha se tornado aceitável, no entanto, nego-o, e nego com veemência. A última pérola socialista teve lugar na nossa vizinha Venezuela, cujas Forças Armadas foram recentemente encarregadas da importantíssima missão – imprescindível à Segurança Nacional! – de prender os cidadãos que fossem flagrados “contrabandeando” produtos básicos (digamos, rolos de papel higiênico), adquirindo-os acima da cota estabelecida pelo Governo. Ora, isso é simplesmente ridículo e degradante. É completamente injustificável. No entanto, é a esse abismo de miséria que o socialismo sempre e inevitavelmente conduz. Os fatos estão aí à sobeja para o demonstrar.

É portanto, dever de todo homem de bem lutar com todas as suas forças para que o Brasil não amargue um tão deprimente futuro. Isso significa mudar os rumos pelos quais a nossa Pátria Amada vem sendo conduzida. E é aqui, nas questões concretas referentes ao pleito que se avizinha, que as coisas começam a ficar mais nebulosas. Tentemos esclarecer algo delas.

Não há excomunhão automática simplesmente “para quem vota em comunista”

E nunca houve. Atenção ao que digo: não há a excomunhão, repito-me, para quem vota em comunista simpliciter. Com isso quero dizer que nenhuma, nenhuma excomunhão automática atualmente vigente (ou que tenha vigido em alguma época da história) tem como fato gerador o mero voto em partidos comunistas.

Hoje há sete excomunhões automáticas no Codex, mais uma estabelecida posteriormente. Cito-as na ordem em que lembro: 1. absolvição de cúmplice em pecado contra o Sexto mandamento; 2. quebra do sigilo de confissão; 3. profanação eucarística; 4. agressão física ao Romano Pontífice; 5. sagração episcopal sem mandato pontifício; 6. aborto provocado; 7. heresia, apostasia e cisma. A oitava, instituída em momento posterior: tentativa de ordenação feminina.

As seis primeiras (e a oitava) têm um fato gerador concreto, externo, determinado e de fácil verificação. Pela primeira, fica excomungado o sacerdote que proferir o ego te absolvo sacramental sobre um fiel com quem ele – o sacerdote – cometeu pecado contra a castidade; fica excomungado tão-logo conclua o sacramento, ipso facto – i.e., pelo mesmo fato de ministrar a absolvição. Pela segunda, fica excomungado o sacerdote que revelar o conteúdo de uma confissão sacramental que tenha ouvido, e o fica pelo fato mesmo de o ter revelado. Idem quanto às seguintes: pela terceira, a excomunhão fulmina o profanador tão-logo a Eucaristia é profanada; pela quarta, queda excomungado o agressor do Papa pelo ato mesmo da agressão física. Pela quinta, no instante mesmo em que a sagração episcopal é conferida, o bispo sagrante (e os recém-sagrados), em decorrência do sacramento ministrado ilicitamente, são excomungados; pela sexta, ao aborto provocado, seguindo-se o efeito, e em decorrência deste, excomunga-se quem o procurou. O mesmo quanto à oitava: no ato de tentar conferir invalidamente o sacramento da Ordem, «seja aquele que tenha tentado conferir a ordem sagrada a uma mulher, seja a própria mulher que tenha tentado receber a ordem sagrada, incorrem na excomunhão latae sententiae reservada à Sé Apostólica».

A sétima excomunhão, contudo é diferente. Por este cânon – o 1364 – fica excomungado o apóstata da Fé, o herege e o cismático; mas a heresia, a apostasia e o cisma, ao contrário de todas as outras excomunhões automáticas, antes de serem atos externos bem-determinados, são disposições interiores da alma. Alguém pode externar a sua heresia por meio de atos e palavras, sem dúvidas; mas esses atos e palavras não são a heresia em si. E é exatamente isso o que mais interessa para resolver a questão do apoio ao comunismo. Acompanhem-me.

O comunismo é heresia já incontáveis vezes condenada pela Igreja. Portanto, quem adere à doutrina comunista torna-se, assim, herege (ou apóstata… a distinção é pouco relevante para fins práticos, uma vez que ambos os delitos são punidos pelo mesmo cânon e com a mesma pena) e, por ser herege (ou apóstata), queda excomungado pelo Cân. 1364. Se, portanto, o comunista vota em um candidato comunista, ele fica excomungado não por conta do seu voto (como se o voto fizesse as vezes da profanação eucarística da terceira excomunhão acima mencionada), mas por ser comunista. E, uma vez que ninguém se torna comunista “de repente” quando está diante de uma urna no ato de votar, este indivíduo está excomungando, pelo Cân. 1364, antes mesmo de votar e mesmo que não vote.

Essa distinção é muitíssimo relevante porque pode existir (e aliás sempre existiu) a figura do indivíduo que vota em um candidato/partido comunista não por ser ele próprio (o indivíduo votante) comunista, mas porque não vislumbra, em consciência, outra opção melhor. E esse é exatamente o caso das atuais eleições presidenciais: entre a comunista Dilma Rousseff e a comunista Marina Silva, quem opta por uma delas não necessariamente está fazendo tal opção por ser comunista. Ao contrário até: se alguém avalia que um dos dois comunismos é, enquanto comunismo, menos eficiente do que o outro – e portanto demorará mais para implementar medidas socialistas, ou enfrentará maiores dificuldades para o fazer etc. -, pode estar lhe dando o voto não com animus de apoiador do comunismo, mas exatamente o contrário: como uma tentativa de desacelerar, um pouco que seja, o processo revolucionário em curso. Ora, se alguém vota em uma determinada comunista porque não se vê com outra opção para limitar os danos do próprio comunismo, tal pessoa evidentemente não é comunista e, não sendo comunista, não é herege (e nem apóstata) e, portanto, não cai sob o Cân. 1364 do CIC. C’est fini.

E o Decretum contra Communismum?, alguém pode perguntar. Bom, esse decreto ou estabeleceu lei penal específica ou não estabeleceu lei penal específica, et tertium non datur. Se ele estabeleceu lei penal específica, então foi ab-rogado com a entrada em vigor do novo Código de 1983, que o diz taxativamente:

Cân. 6 — § 1. Com a entrada em vigor deste Código, são ab-rogados:

(…)

3.° quaisquer leis penais, quer universais quer particulares, dimanadas da Sé Apostólica, a não ser que sejam recebidas neste Código;

Se ele não estabeleceu lei penal específica – como aliás parece ser o caso -, então se trata de uma exemplificação da excomunhão automática na qual incorriam (e ainda incorrem) «o apóstata da Fé, o herege e o cismático»; e, neste caso, valem todas as considerações que acima foram feitas.

Parece-me que há um excesso de escrúpulos dos católicos com relação ao processo de voto; e, permitam-me dizê-lo, isso só favorece os inimigos da civilização. Ninguém precisa ficar com terríveis dores de consciência, julgando-se corresponsável por tudo o que pode fazer um candidato em quem, por conjunturas adversas, acabou-se por votar. O Catolicismo é a religião do Logos, e não a do arbítrio nonsense; e não tem lógica absolutamente nenhuma a pessoa, anti-comunista a vida inteira, ser excomungada por votar (v.g.) na Marina Silva unicamente por vislumbrar nela a melhor opção para quebrar a hegemonia petista. Erros quanto a juízos de fato (por exemplo, sobre qual candidatura apresenta na verdade maior perigo à pátria), é claro que sempre pode haver; mas essa espécie de equívoco, involuntário e de boa fé, à qual todos nós, seres limitados e finitos que somos, estamos sujeitos, não tem e não pode ter jamais o condão de excomungar ninguém.

Há muitos pecados pelos quais se pode perder a própria alma. Na esmagadora maioria dos casos, no entanto, as eleições brasileiras – mormente as presidenciais – não constituem matéria para eles.

As eleições já estão decididas

Exagero. Talvez eu deva dizer “90% decididas”. É Tolstoi, se bem me recordo, no final do seu “Guerra e Paz”, que lança uma teoria dessas: de que os homens são meros coadjuvantes que obedecem a necessidades históricas imperiosas e tal. Obviamente não a abraço sem reservas. No que concerne a eleições presidenciais, contudo, os brasileiros obedecem, sim, e com bastante regularidade, ao império das pesquisas de intenção de voto.

Isso por uma dupla razão. A primeira é óbvia: a pesquisa, quando bem feita, é representativa do universo total. A segunda é mais esdrúxula, mas não menos verdadeira: o brasileiro vota em manada. A mentalidade do eleitor brasileiro médio é a de que o voto é uma espécie de jogo de azar cujo objetivo é “acertar” o candidato (que há-de ser) vencedor: a turma vota, sério, como se estivesse apostando no jogo do bicho. E isso não pode ser mudado à força dos nossos esforços simplesmente porque o contingente dos que votam assim é gigantescamente enorme. É necessária uma conscientização em massa que eu não sei nem se é possível mas que, em sendo, é um processo de gerações que não vai se realizar daqui para outubro. Maktub.

Estas eleições foram definidas em junho do ano passado, e o PT perdeu. Há, desde então, um sentimento generalizado entre os brasileiros: a de que o PT não é mais suportável. Pelas razões o mais díspares possível, ninguém está satisfeito com o governo da companheira Dilma. Em um embate direto, virtualmente qualquer pessoa seria capaz de derrotar a sra. Rousseff, à única exceção do sr. Aécio Neves porque, por razões que a própria Razão desconhece, o PSDB é, entre os patrícios, o único partido mais odiado do que o PT. (O negócio anda tão escancarado que eu não duvidaria de que, num segundo turno entre o Fidelix e a Dilma, o PRTB ganhasse um mandato presidencial pela primeira vez em terrae brasilis.) Aqui a vitória eleitoral não é alcançada pela visão positiva que os brasileiros têm de um candidato, mas pela negativa que têm do seu adversário. E ninguém, ninguém é atualmente mais odiado do que o PT (à exceção, talvez, do PSDB – por isso um segundo turno entre a Dilma e o Aécio é o único cenário em que há alguma margem para incertezas).

Considerando, portanto, que o segundo turno será decidido entre a Marina e a Dilma (isso se a recém-PSBista não levar o caneco no primeiro turno…) e considerando que os brasileiros desgostam da sra. Rousseff muitas ordens de grandeza mais do que temem a dona Silva, é mister se render aos fatos: 2015 vai nascer sob a égide da segunda mulher presidente da história do Brasil. As pesquisas mostram uma diferença de 9-10 pontos percentuais (v.g. aqui e aqui); isso é entre 12 e 14 milhões de eleitores. Nenhum grupo social brasileiro possui semelhante contingente capaz de mobilizar. Essa diferença, simplesmente, não pode ser tirada.

A menos, é claro, que aconteça alguma reviravolta análoga à queda do avião que vitimou o Eduardo Campos; mas mesmo isso está além do nosso controle. Relaxemos, portanto, o nosso coração. Não podemos, por nosso próprio esforço, impedir a Marina Silva de ser a próxima presidente. Não adianta gastar energia e noites de sono com isso. Não tem lógica martirizarmo-nos por essas eleições: nenhum homem pode ser responsável por aquilo que está muito além do seu alcance fazer.

À guisa de arremate

Enfim, após a longa exposição, sistematizemos algumas coisas.

– Este blogueiro não se sente capacitado para indicar qualquer estratégia de voto aos seus leitores.

– Sobre ações políticas em geral, o que posso dizer é o que diz a Igreja: o socialismo é perverso e deve ser combatido. Isso, obviamente, tem um alcance que ultrapassa a mera atividade eleitoreira. A guerra contra o socialismo é uma guerra cultural que deve ser travada ininterruptamente, todos os dias e em todas as esferas da vida.

– Sobre ações políticas em específico, no que concerne às eleições presidenciais, não me parece que seja possível o juízo definitivo a respeito de ser o PSB ou o PT pior para o Brasil. No que concerne à licitude moral de fazer uma ou outra opção, são as disposições interiores de apoio ou rechaço ao socialismo revolucionário que determinarão a moralidade do voto. No quadro atual – e friso o no quadro atual -, não existe nexo causal necessário entre “votar em partido de esquerda” e “sofrer excomunhão automática”.

– Não nos matemos, portanto. Ninguém está obrigado a votar na Dilma. Ninguém está obrigado a votar no Aécio. Ninguém está obrigado a votar na Marina. Ninguém está obrigado a votar no Pastor Everaldo. Ninguém está obrigado a votar nulo. Ninguém está obrigado a rigorosamente nada. A situação em que vivemos é kafkiana, absurda. Não desperdicemos importantes energias com guerras fratricidas sem sentido.

– Sobre as análises políticas, conquanto elas não tenham, a esta altura do campeonato, o menor poder de mudar o resultado das eleições, elas devem ainda assim ser feitas com o propósito de melhor nos prepararmos para o que virá. O nosso problema não termina em outubro. O trabalho se propaga para além e com os resultados do pleito. Teremos muito a fazer no ano que vem, como vimos tendo. Paciência, persistência e coragem. Dias piores virão.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

61 comentários em “Eleições presidenciais, comunismo, excomunhões e os dias piores que hão de vir”

  1. É meu caro Jorge, parece que você dessa vez não foi feliz nos seus comentários. O entendimento geral é de que ficou no ar uma certa relativização sobre a questão Marina. Ela nunca seria uma alternativa para o Brasil

  2. Giulia,

    Não, Aécio não é o mal menor porque Aécio não está concorrendo. O pleito é entre a sra. Rousseff e a sra. Silva, entre o PT e o PSB. Estou, naturalmente, indagando pelo mal menor nas eleições que existem, e não nas que gostaríamos que houvesse. Se for pra colocar na brincadeira – para fins meramente recreativos – os candidatos que não estão concorrendo, não vejo uma única razão sequer pela qual o Aécio seria um mal menor do que o Levy Fidelix. Pode me dizer?

    Você disse, de novo, que não existe mal menor entre a Dilma e a Marina [= i.e., nestas eleições de outubro]. Repito que isso me parece uma temeridade.

    Não faz diferença nenhuma se o Ibope é comprado. Todos os institutos de pesquisa estão colocando o sr. Neves com metade ou menos dos votos da segunda colocada. Não é crível que todos sejam comprados. Contudo, ainda que por absurdo fossem, como no Brasil as pessoas votam com animus de apostadores de jogo-do-bicho (falei sobre isso no texto também), as pesquisas fariam as vezes de projeções auto-realizáveis e, no final, o resultado efetivo das eleições convergiria para o das pesquisas de intenção de voto.

    É evidente que você está vivendo n’algum conto-de-fadas, e não no mundo real. No mundo real, repito, as eleições são entre a Dilma e a Marina. É sobre este mundo real que eu estou falando.

    É completamente impossível, portanto, «impedir que Dilma e Marina se elejam», e o que é uma impossibilidade fática não pode ser ao mesmo tempo um dever. O católico só pode (no máximo e bem abstratamente, haja vista o que apresentei no terceiro tópico deste post) impedir que uma das duas se elejam. Qual das duas ele deve procurar impedir de vestir a faixa presidencial? Eu não sei.

    Você diz que o católico não pode pender para nenhum dos dois lados. Ok, é uma posição perfeitamente válida. Não confunda, no entanto, a sua opinião particular com a única atitude lícita ao católico. No que diz respeito a estes juízos de fato, em princípio e até evidência em contrário, há certa margem para divergências legítimas.

    Não acho que você esteja qualificada para dizer, contra mim mesmo, o que eu quero ou deixo de querer fazer.

    Sim, você está discutindo comigo (engalfinhar[-se] = [e]nvolver-se numa discussão ou disputa), defendendo a posição de que o católico está obrigado a anular o voto nas próximas eleições presidenciais (se você fizer tanta questão de viver no mundo das meras possibilidades metafísicas – onde o Aécio, o Eymael e o Pe. Everaldo podem se eleger -, então eu faço a concessão somente para argumentar: no segundo turno das próximas eleições presidenciais). É exatamente isto o que eu acho um desperdício de energias fazer, uma vez que a nossa situação já está bastante péssima sem tais embates intestinos.

    Abraços,
    Jorge

  3. Carlos,

    Eu não sei bem o que é que seria «uma certa relativização sobre a questão Marina», mas permita-me, porque prezo pela clareza, dizer logo com todas as letras: sim, eu estou dizendo que, entre a Dilma e a Marina, o católico, após diligente e honesta investigação, pode votar em uma ou em outra, ou em nenhuma das duas, ao que lhe parecer a opção menos pior para o Brasil, sem que com isso seja excomungado ou (à exceção do voto leviano, ou do voto em qualquer das duas motivado por afinidade à doutrina socialista etc.) mesmo cometa pecado.

    Abraços,
    Jorge

  4. Jorge, para encerrar a polêmica, tendo em vista que não consigo me fazer entender, lhe aconselho, se me permite, consultar seu diretor espiritual, mais pelo mal que pode fazer às almas dizendo que votar em comunista não é motivo de excomunhão do que por outra coisa. Quem contribui para o pecado mortal, peca também, e mortalmente. Quem contribui para a heresia responde como herege. Quem contribui com o comunismo, seja a que título for, responde como comunista tb. Não somente no sistema jurídico brasileiro (que é basicamente romano), como pelo Catecismo da Igreja. É coisa que Aristóteles explica! Faço votos que caia em si e se retrate. A menos que tenha certeza absoluta, sob pena de condenar-se eternamente, de que o que diz é o que a Igreja ensina.

    Seu blog é um blog de referência, não é por outro motivo que faço questão de receber toda segunda feira diretamente em meu email os posts que publica, pois, geralmente, costuma ter bom senso. Mas desta vez foi mal.

    E pelos comentários dos que ousaram dizer o que pensam… não estou tão enganada assim.

    Por fim, em matérias religiosas, não costuma dar “minha” opinião, mas repito o que a Igreja ensina a 2000 anos.

    Um abraço

    Giulia

    PS: Indiquei o link errado, estava de saída e apressadamente copie o que estava na tela. O link certo é este:http://farfalline.blogspot.com.br/2014/09/aecio-neves-o-mal-menor.html. Escrevi com o aval e por solicitude de meu diretor espiritual, um padre de Romana Igreja.

  5. Meu conceito pelo que tenho visto e analisado, já que existe um socialista, Aécio, e 2 comunistas barra pesada, assumidas, abortistas e muito mais, votar nessa duas equivale escolher entre o Aécio, o diabo e satanás!
    Eu votarei com Aécio, 2 vezes governador de MG, todos lá falam bem dele, tipo flexível, não arrogante nem petulante!

  6. Giulia,

    “Menor” é um adjetivo relacional. Só se pode falar que uma coisa é menor do que outra. Não existe “O MAL MENOR” assim, solto no tempo e no espaço, como se fosse uma hipóstase auto-subsistente.

    Claro que Aécio é um mal menor do que Dilma ou Marina. Ninguém em sã consciência tem dúvidas disso. Acontece que o dr. Enéas Carneiro é um mal menor do que o Aécio. De que nos servem estas constatações, contudo, se nem o falecido Enéas nem o sr. Aécio Neves estão concorrendo à presidência?

    Não está em discussão aqui se o Pastor Everaldo é um mal menor do que o Eymael, ou se o Levy Fidelix é um mal menor do que o Zé Maria. No atual cenário, o que interessa saber é

    i) se a Dilma é uma mal menor do que a Marina;
    ii) se a Marina é um mal menor do que a Dilma;
    iii) se as duas são males indistinguíveis.

    É a essa pergunta e não a outra que a presente discussão intenta responder. Sinceramente, não entendo como isso possa ainda não estar claro.

    Abraços,
    Jorge

  7. Jorge para quem não acredita no Ibope, vc lhe dá crédito demais. Em outras pesquisas eleitorais, tão “críveis” como o Ibope ou Datafolha que seja, a disputa está entre Marina e Aécio (que sempre esteve em primeiro lugar, diga-se de passagem). Pq devemos crer no Ibope?

    Hoje pela manhã, os jornais já anunciavam a “preocupação” de Marina com os novos números – que a mostram DESPENCANDO – e já preparam uma estratégia para conter a hemorragia, depois que o nome de Campos apareceu no escândalo da Petrobras…

    Não devemos por limites à Divina Providência, Jorge! Aécio é um nome viável, e mentir dizendo que a questão está entre Marina e Dilma… que bem faz às almas?

    Outubro pode estar perto de mais ou ainda muito distante, depende da maneira como se olha a coisa.

    Isso levando em conta que… haverá eleições! Quem pode garantir?

    Ao escrever publicamente algo, devemos estar conscientes de nossas responsabilidades.

    Me tire uma curiosidade… o que o teu diretor espiritual acha de tuas ideias extravagantes? Tens um diretor espiritual, não? Pq andar solto pelo mundo… pensando e escrevendo o que lhe dá na telha… que prudência há nisso?

    E pq a “tua” verdade é melhor que a minha? Onde há razoabilidade? A levar em conta os comentários…

  8. Giulia,

    Por favor, me mostre quais são as pesquisas que estão colocando a disputa entre a Marina e o Aécio (e com este na frente…!).

    Cruzar os braços e esperar que a realidade seja diferente do que se observa não tem nada a ver com confiar na Divina Providência. É desespero. Nada justifica esperar racionalmente que, contra todas as evidências, o sujeito que está com 10% das intenções de voto miraculosamente passe em segundo ou primeiro lugar (!). Pior ainda é de aferrar a essa hipótese de maneira tão “avestrúzica” a ponto de simplesmente se recusar a analisar os outros cenários. Isso não é cristão, isso não é visão sobrenatural.

    Qual é a “minha” verdade? Que o Aécio está fora do pleito? Essa é a visão empírica, para cuja rejeição não existem elementos sólidos (se existem, não foram apresentados). Ou a “minha” verdade é a que é possível votar em um comunista se o objetivo do voto for impedir um comunista pior de assumir o poder? Isso foi demonstrado à exaustão no texto, e você só fez dizer que havia “falácias” no raciocínio (!) sem que, no entanto, fosse capaz de apontar uma única delas. Mas como isso pode ser diferente, se nem mesmo você tem coragem de sentenciar, com todas as letras, que, entre a Dilma e a Marina, o católico está obrigado a anular o voto sob pena de excomunhão?

    Abraços,
    Jorge

  9. Jorge, vc se fia do Ibope. Eu levo em conta TUDO que se publica.

    Já deixei claro que, em um segundo turno “provável” entre Dilma e Marina, é mais razoável SE ABSTER de votar, pq o voto nulo FAVORECE quem está tecnicamente em primeiro lugar. Achei que vc tivesse entendido isso…

    Votar em Aécio não é cruzar os braços, visto que, para algumas pesquisas, ele estaria até em primeiro lugar. Mesmo não estando, SE os católicos votarem nele – sendo que a maioria dos brasileiros ainda é católica, de alguma forma – me parece claro que as coisas possam mudar.

    Agora, com blogs que SE DIZEM católicos prestando um desserviço à Cristandade, com mentiras… fica difícil um bom católico tomar uma decisão sensata.

    A única coisa segura hoje é que, pelo andar da carruagem, haverá um segundo turno, pq nenhum dos candidatos tem condições de ganhar no primeiro turno.E isso – ganhar no primeiro turno – só acontece em países ditatoriais, uma vez que esse tipo de votação (com dois turnos) não é democrático nem tem lógica.

    Eu tive a coragem de dizer a verdade, Jorge. Por isso, JAMAIS diria para votar nulo. Não em uma eleição como esta!!! Para isso não precisa ter coragem, mas… má fé. Ou uma insanável ignorância.

    E qto ao seu diretor espiritual? Pelo seu insistente silêncio a respeito, presumo que não tenha um. O que explicaria esse artigo.

  10. Giulia,

    Eu levo em conta TUDO que se publica.

    E onde está publicada a tal pesquisa que mostra o Aécio não somente indo para o segundo turno, como ainda o fazendo na frente da sra. Rousseff? Eu não perguntei se você levava em conta “tudo”, “nada” ou qualquer outro pronome indefinido do tipo. Ao contrário, eu pedi para você mostrar qual pesquisa específica e determinada traz as informações que você está alegando.

    Já deixei claro que, em um segundo turno “provável” entre Dilma e Marina, é mais razoável SE ABSTER de votar, pq o voto nulo FAVORECE quem está tecnicamente em primeiro lugar.

    Não, não está nada claro.

    Primeiro, de onde você tirou que existe uma diferença entre o voto nulo [= digitar (v.g.) 99 na urna] e a abstenção [= não comparecer à seção eleitoral]?
    Segundo, de onde você tirou que qualquer uma das duas hipóteses anteriores “favorece” quem está na frente?
    Terceiro, o católico que no segundo turno votar na Marina por achar que entre ela e a Dilma aquela é o mal menor (ou vice-versa) está excomungado automaticamente, sim ou não? Comete pecado, sim ou não?

    E isso – ganhar no primeiro turno – só acontece em países ditatoriais, uma vez que esse tipo de votação (com dois turnos) não é democrático nem tem lógica.

    Por que a votação “com dois turnos” não é democrática e nem tem lógica? E o que seria lógico e democrático? Se a vitória no primeiro turno “só acontece em países ditatoriais” e a com dois turnos “não é democrátic[a]”, que tipo de eleição nos sobra? Com três turnos?! O que cargas d’água essa extravagância eleitoral inaudita que você propõe (?) tem minimamente a ver com o tema em pauta?

    Eu tive a coragem de dizer a verdade, Jorge. Por isso, JAMAIS diria para votar nulo. Não em uma eleição como esta!!!

    Você “jamais” diria para votar nulo, mas diria (e diz) para que as pessoas se abstenham de votar. É isso mesmo? Qual é a lógica dessa posição?

    E, de novo: quem não quiser se abster de votar e preferir escolher o mal menor entre Dilma e Marina, está excomungado ou comete pecado?

    E qto ao seu diretor espiritual?

    Certamente os textos do Deus lo Vult! não passam por análise prévia do clero antes de serem publicados, se é isso que você está perguntando. Os feedbacks sacerdotais que recebo, levo-os sempre em consideração. O que é significativo aqui, btw, é a sua recusa sistemática a entrar no mérito da argumentação e passar o tempo inteiro ou se repetindo, ou aludindo a pesquisas que não têm fonte, ou inventando distinções bizarras (= votar nulo e se abster de votar), ou se esquivando das perguntas diretas, et cetera

    Abraços,
    Jorge

  11. Sobre a distinção prática e legal entre o voto nulo e a abstenção, consultei o site da Justiça Eleitoral. A distinção moral se baseia no que aprendi da Doutrina da Igreja e é de sentido comum.

    As pesquisas estão pela net toda. Conhece o Google? SE eu tivesse tempo, sairia atrás dos sites que JÁ pesquisei e JÁ consultei para tirar uma conclusão lógica, jurídica e moral. Minhas atividades e obrigações de estado não me permitem satisfazer sua curiosidade.

    Com base nas informações (da Igreja) que vc mesmo publicou (antes de torcer os fatos tentando favorecer a Marina), claro está que é motivo de excomunhão votar na Marina ou na Dilma. Como vc deveria saber, não é somente quem pratica o ato pecaminoso que peca, mas quem AUXILIA o pecador. Faltou a essa aula de Catecismo sobre o Sacramento da Penitência? E quem vota em comunista – seja a que título for – está ajudando o COMUNISMO. É pecado. Há excomunhão.

    Seja como for, é moralmente mais correto votar no Aécio no primeiro turno, e deixar a abstenção (moralmente mais aceitável do que o voto nulo) para um segundo turno sem ele. Simplesmente pq o Ibope pode estar errado e o Aécio já ganhar no primeiro turno ou garantir estar no segundo turno.

    Votando nulo ou abstendo-se já no primeiro turno, vc comete dois erros:

    1) se nega a optar pelo mal menor possível.
    2) aumenta a chance das duas irem ambas para o segundo turno.

    Eu digo para se abster APENAS no segundo turno, NO CASO de Alécio não conseguir ir para o segundo turno. É tão difícil de entender? É bem diferente daquilo que vc quer fazer.

    O direto espiritual não é “análise do clero”. Se vc ainda pensa assim… só lamento!

    Cuidado com o juízo temerário. Antes de apontar um dedo para o graveto em meu olho… tire sua trave primeiro e… releia o que escrevi, pausadamente, medite e depois responda. Pq responder sem respirar o faz dizer inverdades.

    Enfim, por hoje vou ter que ficar por aqui. Eu tenho uma vida real e pessoas sob meus cuidados. Boa noite.

  12. Giulia,

    Até evidência em contrário,

    i) não existe nenhuma pesquisa de intenção de voto minimamente representativa que mostre o Aécio Neves em primeiro lugar na corrida presidencial ou mesmo passando para o segundo turno; e

    ii) no segundo turno, não existe a menor diferença técnica entre o voto branco, o voto nulo e a abstenção do voto.

    As deduções que você tira a partir destes dois erros de fato são, por conta do equívoco nos pontos de partida, totalmente inconsistentes e não resistem à mais mínima comparação com a realidade.

    Sobre a outra questão (mais importante): como eu expliquei à exaustão, não é motivo de excomunhão o simples voto em comunista, e esta mistificação precisa ser urgentemente desfeita porque leva as pessoas a, ficando desnecessariamente escrupulosas, adotarem posições de “lavo minhas mãos” em situações mais complicadas (como a presente, onde temos duas comunistas concorrendo à faixa presidencial). Por isso, repito-me: não, não está excomungado automaticamente o católico que vote na Marina por a julgar um mal menor do que a Dilma ou na Dilma por a considerar um mal menor do que a Marina. Não tem como estar, pelas razões sobejamente explicadas aqui.

    Embora a minha explicação esteja extremamente detalhada e coerente, você não é obrigada a acreditar em mim. Acredite, ao menos, nos teólogos morais:

    A simples inscrição no Partido Comunista (especialmente pelo fato de melhor reivindicar os direitos dos operários) não constitui, por si, nenhuma apostasia, nem acarreta a excomunhão reservada “speciali modo”. Com isto não se afirma, não seja a inscrição ao comunismo proibida pela Igreja; ao contrário, os católicos estão obrigados não só a não colaborarem em nenhum campo com o comunismo, mas a combatê-lo; além disso, não é lícito publicar, difundir e ler os jornais e folhas volantes que propugnam a doutrina e a prática do comunismo, nem assinar tais publicações (cfr. Decr. do Santo Ofício, 1º de julho de 1949; ASS., XLI, 1949, pág. 334).

    (DEL GRECO, P. Teodoro da Tôrre. Teologia Moral – Compêndio de Moral Católica para o clero em geral e leigos. São Paulo: Paulinas, 1959. §115 (pp. 130-131))

    Se quem se inscreve no Partido Comunista (!) meramente com o fito de “reivindicar os direitos dos operários” não está excomungado, então com muito mais razão não estão excomungados os católicos que tão-somente votem, pontualmente e por falta de opções, numa comunista com o objetivo de impedir outra comunista pior de assumir o poder.

    Teologia Moral é isso, Giulia, não as loucuras que você parece querer fazer prevalecer à força de repetições.

    Abraços,
    Jorge

  13. Não estou entendendo mais nada. A inscrição ao comunismo é proibida pela Igreja e os católicos são obrigados a combater o comunismo; mas a “simples” inscrição no Partido Comunista não constitui apostasia e nem gera excomunhão… Coisa esquisita…
    Afinal, o que vem a ser “simples inscrição”?
    Um católico então poderia se inscrever num partido comunista mas, ao mesmo tempo, continuaria obrigado a combater o comunismo!
    Ou, por outras palavras, o sujeito pode ser comunista desde que combata o comunismo!!!

  14. Carlos,

    A «simples inscrição» é o ato material de colocar o seu nome n’alguma lista (ou, aggiornando, diríamos, de apertar dois dígitos comunistas numa urna eletrônica).

    A adesão (que constitui matéria para a excomunhão) é o ato formal e interior por meio do qual se dá crédito a uma doutrina incompatível com a da Igreja.

    É possível e provável que a inscrição em partidos comunistas (e, p.ext., o voto em candidatos comunistas) se dê por conta da adesão do espírito à doutrina comunista, caso em que incide a excomunhão latae sententiae (por conta desta adesão e não daquela inscrição).

    No entanto, é também possível que, em situações extraordinárias e por falta de opções, alguém cometa um ato material de apoio ao comunismo (digamos, uma inscrição num partido ou um voto num candidato) sem que isso implique em uma adesão formal à ideologia marxista. Neste caso, que é formalmente diferente do anterior, não cabe falar em excomunhão.

    Del Greco, na passagem citada, poucas linhas depois acrescenta quanto segue:

    A distinção entre quem abraça e apóia o comunismo “ciente e livremente” e quem pelo contrário, o faz unicamente obrigado pela necessidade, é fundamental e se deve ter presente ao admitir aos Sacramentos ou deles excluir os fiéis.

    Em outras palavras, o sujeito não pode “ser comunista” de nenhuma maneira; é só que, às vezes, votar num candidato comunista não é “ser comunista” (o que é exatamente o que venho dizendo aqui).

    Abraços,
    Jorge

  15. Carlos, reporte-se ao Catecismo da Igreja Católica. Quem pratica um ato que ofende a Deus, peca. Quem o auxilia tb. E peca em igual grau e recebe a mesma pena.

    Quem é comunista peca, quem se inscreve no Partido Comunista peca, quem ajuda o Partido Comunista peca. Essa ajuda só isenta de pena se a pessoa é FORÇADA a isso. De livre e espontânea vontade… não. (E não venha Jorge a querer interpretar o “forçada”).

    De qqr forma, sugiro que pergunte a quem sabe, a um padre. Eu tb tenho um blog que fala aos católicos, mas não tenho a pretensão de me substituir à Igreja. A nenhum leigo cabe esse papel.

  16. «Essa ajuda [ao comunismo] só isenta de pena se a pessoa é FORÇADA a isso. De livre e espontânea vontade… não.»

    Bom, entre a sra. Giulia e Del Greco, cada um escolha quem prefere seguir :)

  17. Não diga inverdades Jorge. Não é entre Giulia e Del Grego, pq não é “a minha opinião”, mas o que a Igreja ensina, no Catecismo. Achei que bastasse afirmar que eu não me substituo à Igreja… Eu não sou pretensiosa.

    De qqr forma, como sempre digo, não se deve ser refém das informações alheias, INCLUSIVE as minhas: vá sempre à fonte. Pegue o Catecismo e estude. Não seria mal ideia refrescar a memória sobre esses assuntos. O Catecismo vale mais que Del Grego, Jorge, Giulia…

  18. Giulia, o título deste (aliás excelente) trabalho do pe. Paulo diz exatamente que SER COMUNISTA é motivo de excomunhão, e não o reles “votar em comunista”.

    (Começo a ficar preocupado com a sua capacidade de interpretação de texto, aliás. Como alguém pode defender a Igreja se insistentemente não é capaz de entender a distinção entre as excomunhões que incidem após um fato concreto externo e a que fulmina uma disposição interior da alma? Alguém que vê “ser comunista” e lê “votar em comunista”, mesmo com a gente explicando bem mastigadinho as diferenças e mesmo com as referências explícitas dos teólogos morais?)

    Aliás, recomendo o vídeo, onde o padre fala precisamente o que eu disse sobre esta excomunhão automática ser “[a]o apóstata da Fé”, independente de em quem se vote ou deixe de votar.

    Abraços,
    Jorge

  19. A grande massa, não tem ideologia alguma.
    Em minha paróquia boa parte dos frequentadores, não faz a menor ideia do que é a religião católica, eles sabem pouca coisa a mais que meus antepassados que frequentavam missas antes do CVII. O povo sabe “de ter feijão e não ter feijão” e povo ainda sabe pouco “de ter Deus e não ter Deus”. Eleição é um problema religioso.

    O governo atual é mal, mas não será outro governo comunista que vai melhorar e sim um povo que aceite o sacrifício de buscar por si a solução de seus problemas e não fique a espera de um governo que se diz paternalista.

    Fé não é decidida por enquetes ou pesquisas de opinião, mas dá para ter uma boa noção de como anda.

    O meu voto em “Não comunista”, pode não alterar o rumo das eleições, mas me diferenciará da manada dos sem fé e é assim como a salvação, uma coisa pessoal. Pode ser que pouco a pouco as pessoas busquem a fé e então fiquem livres de seus medos para votar. Boa parte das pessoas não está votando para presidente mas escolhendo seu deus para os próximos quatro anos.

    Quem se diz católico e vota em comunista, vota porque perdeu a fé, substituiu Deus por um governo “providenciário”.
    O diabo fede e mesmo os menos letrados, são atraídos pelo odor que lhes dá prazer, não são inocentes quando optam pelo mal, estas pessoas mesmo depois instruídas, manteriam seus desejos imutados. Não podemos condenar os católicos por votar em comunistas, eles apenas não são católicos.

    Compreendo a ideia de “mau menor”, mas dos três candidatos que estão na frente, nenhum qualifico como mau menor, justamente porque estão sendo preferidos por pessoas de muito pouca fé. É infeliz, mas para mim os eleitores desqualificam os candidatos.

  20. “Aécio não é o mal menor porque Aécio não está concorrendo. O pleito é entre a sra. Rousseff e a sra. Silva, entre o PT e o PSB” (Jorge Ferraz, 08/09/2014).

    E aí, Jorge! Para quem não estava nem concorrendo, até que o Aécio foi bem, né?

  21. Carlos,

    Não, apenas o pleito que era entra a sra. Rousseff e a sra. Silva acabou com a vitória da primeira mais cedo do que a gente esperava :)

    P.S.: Já escrevo sobre isso.

  22. Já entendi… Vai dizer agora que a Dilma já ganhou e ponto final… Espero que você e os Ibope’s da vida continuem acertando os seus palpites e previsões…

  23. Para alguns é pecado mortal não votar no Aécio, e infelizmente muitos chegam a pressionar psicologicamente aos católicos de que se votar no PT já estaria automaticamente excomungado.
    Parecem esquecer que o PSDB é socialista. Assim a escolha neste segundo turno ficaria entre o católico escolher ou uma comunista ou um socialista. Particularmente eu prefiro votar nulo, no entanto, alguns chegam a dizer o absurdo, salvo melhor juízo, de que votar nulo é pecado. pois despreza um direito sagrado de participar da vida pública. Ora, na minha concepção o meu volo nulo está ligado a uma participação na vida pública, e para mim, o nulo representa uma forma de protesto contra a forma de governo.

    Acredito que muitos católicos sofrem verdadeiros escrúpulos ao misturar a lei natural com a lei positivada do homem. A questão do voto está ligada a isto também, pois se afirmarmos que o voto advém de lei do próprio homem, não caberia afirmar que votar nulo seria pecado, basta imaginar nos países que o voto não é obrigatório, em que então quem não for votar cometeria pecado?, enfim tal conclusão seria ridícula no meu posicionamento, no entanto, em época de eleição a temporada de escrúpulo do voto perturba a consciência de muitos.

    Gostaria que fizesse um artigo ligado a diferença da lei natural e da lei humana, e se o católico está obrigado a respeitar toda e qualquer lei humana que não contrarie a lei natural (ex: atravessar o sinal vermelho num domingo a tarde quando não tem ninguém na rua) também gostaria que fizesse uma ligação com as leis puramente penais previstas no antigos livros de teologia moral. (ter em casa algum pássaro na gaiola que a legislação não permite).

  24. Nunca vi tanta bobagem escrita. A título de ensinar o autor: É a “contumácia” que leva a excomunhão. Não existe essa história de “não haver alternativa e eu não ser comunista e estar votando em comunista ou na base aliada que os apoia”. O cânon excomunga quem vota em comunista ou em seus aliados simplesmente por isto: Você leu o Cânon, antes não o conhecia, agora o conhece e continua votando em comunistas ou seus aliados. Isto caracteriza CONTUMÁCIA e portanto está excomungado. Ou seja: Quem leu o Cânon e vai votar, POR QUALQUER MOTIVO, em candidato comunista ou seus aliados, está excomungado automaticamente. Sempre há alternativa pois há candidatos não comunistas e até anticomunistas, evidentemente. Pode também votar nulo. É direito seu. Nesse caso nenhum candidato te representa.

  25. Katia,

    Não existe nenhum “cânon” que excomunga “quem vota em comunista ou em seus aliados simplesmente por isto” (!). Nem nunca existiu.

    O cânon que existe diz o seguinte:

    Cân. 1364 — § 1. Sem prejuízo do cân. 194, § 1, n.° 2, o apóstata da fé, o herege
    e o cismático incorrem em excomunhão latae sententiae; o clérigo pode ainda
    ser punido com as penas referidas no cân. 1336, § 1, ns. l, 2 e 3.
    § 2. Se o exigir a contumácia prolongada ou a gravidade do escândalo, podem
    acrescentar-se outras penas, sem exceptuar a demissão do estado clerical.

    Gentileza ler com mais atenção.

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