Muito feliz o artigo do João Pereira Coutinho publicado hoje na FOLHA DE SÃO PAULO. Nas Olimpíadas, a China segue no topo do Quadro de Medalhas, com a considerável diferença [hoje] de 17 medalhas de ouro para os Estados Unidos, que ocupam a segunda colocação. Eu não tenho acompanhado os jogos olímpicos, mas o Coutinho sim, e diz que chama a atenção a expressão dos atletas chineses – “o rosto exibe uma tensão e uma infelicidade que não se encontram nos outros”. Acredito nele, porque não se conseguem quase quatro dezenas de medalhas douradas sem esforços. E compartilho a mesma visão do articulista sobre as explicações do fenômeno. Basicamente, duas.
A primeira, é o fato de que o esporte é usado como “arma política”, para mostrar a superioridade de verniz do regime fracassado perante todos os países do orbe terrestre. O fato não é inusitado, porque a mesma política foi usada na antiga União Soviética e é usada hoje em Cuba [inclusive, esta reportagem atual, deste ano, diz a mesma coisa sobre os esportes na ilha de Fidel: “Usando o sucesso esportivo como arma de marketing da revolução, os cubanos deixaram de ser uma nação insignificante no cenário olímpico para se tornar uma das maiores potências esportivas do planeta”]. Se o regime produz vencedores, ergo ele não é fracassado, é a lógica utilizada pelos comunistas. O problema é que nem mesmo o ponto mais alto do pódio é capaz de satisfazer os dissidentes do regime ditatorial. Direto do túnel do tempo: De volta ao exílio, VEJA, dez anos atrás. Em comparação com as notícias atuais, nada de novo debaixo do sol.
A segunda [interessantíssima] explicação, ainda segundo o articulista, é a política de filho único da China adotada há 30 anos. Nas palavras de João Coutinho,
essa política tem um preço: quando os casais têm um único filho, a pressão e as expectativas de sucesso aumentam, esmagando os desgraçados.
O filho único! Realidade inexistente há alguns anos (ou, pelo menos, circunscrita à casualidade biológica), cujas implicações ainda não foram totalmente identificadas [“42 por cento de alterações de caráter” segundo uns, ou até “maior tempo para amadurecimento da identidade heterossexual” segundo outros]; hoje, os filhos são caros e escassos [vale a leitura]. Filhos, muitos filhos [também vale a leitura] são raros, mesmo fora da China; esta conseguiu criar “uma juventude admirável: pequenos monstros que jogam a existência, sua e dos progenitores, em cada prova desportiva ou académica” – que nos sirva de exemplo a não seguir. Que o Brasil se livre dessa cultura; não importemos o que não presta!
Diz, por fim, o articulista:
Moral da história? Para começar, o suicídio é a primeira causa de morte entre os chineses mais jovens (entre os 20-35 anos); e só entre os universitários, 25% têm recorrentes pensamentos suicidas (nos EUA, por exemplo, só 6%).
É este o paraíso que nos acena? É este o futuro que nós queremos para os nossos filhos? Livre-nos Deus. Da já citada aqui Casti Conubii:
Se uma mãe verdadeiramente cristã meditar nestas coisas, compreenderá certamente que se lhe aplicam, no sentido mais alto e cheio de consolação, estas palavras do Nosso Redentor: “A mulher… quando deu à luz uma criança, já não recorda os seus sofrimentos, pela alegria que sente porque um homem veio ao mundo” (Jo 16, 21); tornando-se superior a todas as dores, a todos os cuidados, a todos os encargos da maternidade, muito mais justa e santamente do que aquela matrona romana, mãe dos Gracos, gloriar-se-á no Senhor de uma florescentíssima coroa de filhos. Ambos os cônjuges olharão estes filhos, recebidos das mãos de Deus, com alvoroço e reconhecimento, como a um talento que lhes foi confiado por Deus, não já para o empregar somente no seu próprio interesse ou no da pátria terrestre, mas para Lho restituir depois, com o seu fruto, no dia do Juízo Final. [CC 15]
Nossa Senhora, Rainha da Família,
rogai por nós!