Padre Paulo Ricardo sobre a RCC

[Publico um trecho de uma palestra do pe. Paulo Ricardo do ano passado, que um amigo teve a gentileza de transcrever. O áudio original se encontra aqui; de acordo com outro amigo que escutou a palestra – eu ainda não tive tempo -, é só a partir dos 44min. que o assunto entra na parte que nos interessa.

Devo dizer que concordo integralmente com a posição do padre, referente à perseguição; o martírio é sem dúvidas uma virtude heróica, não exigida de ninguém para se salvar; no entanto, quando se quer fazer grandes obras, e se tem diante de si ou o martírio ou o conluio promíscuo, a última opção não é digna de um cristão.]

Vou dizer aqui: a renovação carismática, se ela é de Deus, e eu creio que ela é de Deus…chegará o momento em que a renovação carismática será colocada a prova. 40 dias de Jesus no deserto, 40 anos de renovação carismática. Satanás veio visitar Jesus, e virá também visitar a renovação carismática. Satanás virá visitar a renovação carismática e irá dizer…quem sabe Satanás irá se disfarçar…vai se disfarçar em POLÍTICO…quem sabe Satanás vai se disfarçar de bispo…quem sabe Satanás vai se disfarçar de sei-lá-o-que…e irá dizer: “Seu Marcos Volcan, o senhor pare de pregar essas coisas, o senhor entre nas nossas linhas, porque senão nós vamos perseguí-lo, o senhor vai perder número, a renovação vai diminuir, nós vamos fazer o inferno pra acabar com vocês!”

E a renovação deverá escolher: ou ela salva a própria pele e trai o seu Senhor, ou ele vai para a cruz e abraça o seu Senhor. Meus irmãos, saibamos que o verdadeiro carismático é aquele que põe o carisma de Deus, o dom de Deus, a missão de Deus, a vontade de Deus acima de usa própria pessoa, acima de seu próprio eu. E se a renovação carismática é carismática, Deus está acima da renovação carismática: a fidelidade a Deus, é mais importante que a instituição, o número, que as pessoas, que congregar milhares e milhares, porque a renovação carismática pode se resumir a duas ou três pessoas: desde que ela seja fiel até o fim, ela ser carismática, ela será aquilo que foi criado por Deus, ela será aquilo que começou a 40 anos atrás. Mas se a renovação carismática quiser prostituir, se a renovação carismática quiser vender sua alma ao diabo para salvar a instituição, ela terá o lugar q ela mercê no inferno.

É importante nós compreendermos isso, e isso vale pra todos nós. Isso vale não só pra renovação, isso vale pro meu seminário, isso vale pra Canção Nova, isso vale pra quem quiser. Seremos colocados a prova. Porque não vai faltar, por exemplo, raça de COMUNISTA nesse nosso Brasil, não vai faltar esse povo da heresia da libertação, que vai querer forçar a renovação carismática a se adaptar à sua agenda socialista. Não vai faltar bispos e padres, e isso eu digo com clareza, eu sei que isso está sendo gravado, eu isso está sendo transmitido, e não tenho medo não! Se quiserem me destituir agora, façam!

Não vai faltar bispo e padre traidor, servo de Satanás, que vai querer fazer com que a renovação deixe de servir ao seu Senhor. Porque satanás é esperto, ele sabe que não pode acabar com a Igreja por fora, ele já tentou isso uma vez. Ele já tentou lá no Império Romano, quando colocou todo o poder político contra a Igreja e a Igreja não cedeu. Agora ele é esperto, está tentando de outro jeito. Ele tenta acabar por dentro. Tenta acabar por dentro. Já existem teólogos da heresia da libertação, conclamando, conclamando gente da sua heresia a entrar nos grupos de oração para acabar com a renovação por dentro. Já existe gente mandando, já existe gente querendo, que agentes da heresia entrem dentro da renovação! Fica esperto, mané! Fica esperto! Não caia nessa não.

Se a renovação carismática tiver que ser perseguida, que seja! Que seja! Este é o termômetro de nossa fidelidade. (…) Não se assuste se depois de 40 anos da renovação satanás vier visitar a Renovação como visitou Jesus depois de 40 anos nos deserto.

403 comentários em “Padre Paulo Ricardo sobre a RCC”

  1. Sabe o que devemos fazer?

    Pegar um terço e rezar pela conversão dos pecadores… Rezar até esfolar o joelho. Ler a Bíblia, ouvir músicas católicas e dar sempre testemunho de vida cristã.

    Só através disso vamos conseguir mudar a opinião de quem não professa a mesma fé que a nossa.

    Paz.

  2. Seja Bem Vindo Márcio.

    Para quem não sabe, creio que nosso Marcio aí é muito perseverante na tribulação e fala muito da Canção Nova e a RC”C”, estuda o Vaticano II “procurando erros” e aqui ele nos compara com o Dinho, diz que somos iguais.

    Creio que não.

    Dinho.

    Vem o hora, e digo que já chegou, que não adorareis o Pai nem aqui e nem em Jerusalém, porque os adoradores que o Senhor espera o adoram em Espírito e Verdade.

    Se o proprio Deus não se importa com o Lugar físico e como seja enfim esta adoração, porque não são os sinais externos do corpo que realmente comprovam que o ser humano realmente esteja em adoração e sim a posição do “CORAÇÃO” e creio eu que você e nenhum pastor de sua Igreja conheça o meu coração para me julgar um idolatra somente pelo fato de ter uma Imagem de Maria em minha residência, ainda bem que o nosso Juiz é Jesus e não um homem metido a sabe tudo.

    Se vos falo das coisas terrenas não me credes, como crereis se vos falar das Celestiais ?

    Por outro lado, só para o seu conhecimento, eu Creio que já estou Salvo, uma vez que creio que Jesus morreu por meus pecados e me libertou do pêso da morte que pesava sobre mim, uma vez também que já aceitei Jesus como meu salvador pessoal e já fui Batizado recebendo o Espírito Santo da Promessa da Nova Aliança.

    Satisfeito, O Marcio também irá adorar “melhor, gostar muito” destas palavras, porque poderá dizer que falo igualzinho aos crentes.

    Sabe Marcio aquela parte que você concordou com o Dinho é justamente a parte que eu não concordo, porque ele escreveu a parte da história que aconteceu 1967 anos depois que iniciou a renovação Carismática neste mundo e muitos anos e muita história foram suprimidas de propósito para não evidenciarem os Carismas presentes na vida da Igreja durante todos estes anos.

    Jesus já morreu para nos Salvar, efetivamente já nos Salvou, agora só falta a aceitação de cada um daqueles que não aceitaram ainda …

    […] Perdoem-me colegas, recebi uma ótima notícia agora, ganhei na mega-sena, preciso guardar bem o meu bilhete, porque só poço receber o meu prémio amanhã depois das 11:00 Hs […]

    Mas Jesus ainda está falando ao nosso coração…

    Em verdade, em verdade vos digo, necessário vos é nascer de novo.

    Como SENHOR, Já sou um homem velho, Formado, Mestre, Sábio, devo desprezar todo meu conhecimento, toda minha experiência, toda minha tradição e começar tudo de novo como uma criancinha ?

    Em verdade em verdade vos digo, se não tornares a ser uma criança não entrarás no reino dos céus.

    Jesus não acusou Nicodemos de Pecador ou de estar errado em suas posições, nem mesmo disse que seu conhecimento estava incorreto.

    Apenas lhe disse, que deveria se entregar a Deus completamente “sem reservas” como um bêbê recém nascido confiando inteiramente em sua vontade.

    Mesma coisa que dizer, sou uma caneta cheia de tinta, mas quem escreve é Jesus.

    Estas palavras também valem para todos nós que a lemos em São João Cap. 3, quantas vezes precisamos abandonar nosso homem velho e aceitar o homem novo segundo a imagem de Jesus, quem disser que não, também estará se esquivando das palavras de Jesus como Nicodemos se esquivou preferindo a escuridão noturna.

    Jesus lhe propõe uma vida nova também…

    D. M. S. E. S. J. S. R. V. A. P. D. E. etc…

    Sete vezes Deus repete as mesmas palavras.

    http://www.bibliacatolica.com.br/busca
    /01/1/Quem+tiver+ouvidos%2C+ou%E7a

    Quem tiver ouvidos, ouça!

    Obrigado a todos.

  3. Olá Everth

    A paz de Jesus e o amor de Maria para você irmão.

    Quer saber se eu sou contra o não dogmático, não infalível e meramente pastoral Concílio Vaticano II?

    Sou sim e sem nenhuma culpa.

    Agora eu te pergunto: será você contra a Igreja préconciliar, de tradição de mais de 1900 anos e contra o Infalível Concílio de Trento?

    E deixo mais uma pergunta: Fora da Igreja Católica há Salvação?

    E antes que você possa me taxar de sedevacantista, seguidora do Professor Orlando, cismática pseudotradicionalista e coisas afins; deixe-me dizer-lhe:

    Sigo Nosso Senhor Jesus Cristo na Santa e Una Igreja Católica Romana, “Fora da Qual não Há Salvação”. Sou Católica Apóstolica Romana com muito orgulho graças a Deus.

    Amo a Deus sobre todas as coisas, venero de todo o meu coração a Virgem Maria e aos santos, amo aos meus irmãos, inclusive os carismáticos, só não amo os seus erros, não sei quase nada de Deus e da Igreja, busco aprender e tenho muito que aprender ainda; estou começando em minha cidade um grupo de pessoas visando lutarmos para termos em nossa diocese a Santa Missa no Rito Gregoriano, a Missa de São Pio V, aquela que é celebrada para Deus e não para os homens.

    Como todo católico que faz juz ao nome, rezo o terço todos os dias, estou tentando o rosário mas não é sempre que dá, assisto as missas, mesmo sofrendo com os abusos que acontecem em todas elas sem exceção, adoro Jesus no Santíssimo Sacramento, leio e medito o Evangelho do dia todos os dias. Perdoe-me a redundância.

    E se eu o julguei peço que me perdoe.

    Abraços em Cristo

  4. Eu não sou contra a Igreja preconciliar, apenas acho que a Igreja depois do Concílio é a mesma Igreja e que o Concílio Vaticano II é como um passo a mais na direção do Reino de Deus e não um passo atrás, portanto o proximo passo não será em direção ao passado e sim em direção ao futuro.

    Trento é um degrau da igreja que já subimos e que tudo que vem depois está sustentado no que veio antes, por isso o CV II não tratou de assuntos que já haviam sido tratados antes e que não eram nescessários tratar novamente, sendo assim, como você mesmo disse, ele é pastoral podendo mudar a maneira de agir conforme o crescimento e aprendizado que adquirimos executando esta nova pastoral.

    Este caminho seguirá até o proximo Concílio, que somente Deus sabe quando será!

    Por enquanto o que está em vigor é o CV II, e pronto.
    sem desmerecer nenhum dos concílios anteriores e nenhum dos documentos do Magistério no passado.

    Eu aceito assim e você aceita ?

    Quem provoca choques entre os Concílio é você mesmo, eu nunca disse nada contra Trento.

    Everth, fique a vontade para responder ao Márcio.
    Já que ele não se dirigiiu a mim.
    Sizenando

    Paz.

  5. Presentepravoce

    Demorou um pouquinho pra cair a sua ficha não?
    Não me dirigi ao Senhor, seja você quem for. Não gosto de pessoas que se escondem atrás de um pseudônimo qualquer.

    Tenho acompanhado os comentarios (todos eles) e o senhor deixa muito a desejar em termos de conexão de idéias. Me parece… Melhor não dizer; não seria cordial nem cristão de minha parte.

    Fique com Deus

  6. Sabe o que o Santo Padre Bento XVI disse certa vez?

    “É impossível para um Católico tomar posição pró ou contra Trento ou o Vaticano I. Quem aceita o Vaticano II, como ele claramente se expressou e se entendeu a si mesmo, ao mesmo tempo aceita a inteira tradição da Igreja Católica, particularmente, os dois concílios anteriores […] Da mesma forma é impossível decidir a favor de Trento e do Vaticano I mas contra o Vaticano II. Quem quer que negue o Vaticano II nega a autoridade que sustenta os outros concílios e os separa dos seus fundamentos. Isto se aplica ao assim chamado ‘tradicionalismo’ […] Uma escolha partidária destrói o todo, a própria história da Igreja, que só pode existir como uma unidade indivisível”

    (The Ratzinger Report: An Exclusive Interview on the State of the Church by Joseph Cardinal Ratzinger; Ignatius Press, San Francisco, 1985, pgs.28-9).

  7. Everth,

    Criticável a atitude “copiar e colar” do Dinho, mas você acaba de repeti-la, em matéria muito mais nobre. E, copiando o texto cirurgicamente mutilado e alterado, atribuiu indiscriminadamente o citado tradicionalismo a qualquer caso e pessoa. O livro em questão foi traduzido para o português e publicado sob o título “A Fé em Crise? O cardeal Ratzinger se interroga”. Da página 16, transcrevo abaixo o completo e correto excerto:

    “…
    E continuava: ‘Com relação a ambas as posições contrapostas, deve-se esclarecer, antes de tudo, que o Vaticano II é apoiado pela mesma autoridade do Vaticano I e do Concílio de Trento, isto é, o Papa e o colégio dos bispos em comunhão com ele. Além disso, do ponto de vista do conteúdo, deve-se recordar que o Vaticano II se encontra em íntima continuidade com os dois Concílios precedentes, retomando literalmente alguns dos seus pontos decisivos”. Daí Ratzinger deduz duas conseqüências: ‘Em primeiro lugar, é impossível para um católico tomar posição a favor do Vaticano II contra Treno ou o Vaticano I. Quem aceita o Vaticano II, assim como ele se expressou claramente na letra, e entendeu-lhe o espírito, afirma ao mesmo tempo a initerrupta tradição da Igreja, em particular os dois concílios precedentes. E isto deve valer para o chamado ‘progressismo’, pelo menos em suas formas extremas. Segundo: do mesmo modo, é impossível decidir-se a favor de Trento e do Vaticano I contra o Vaticano II. Quem nega o Vaticano II, nega a autoridade que sustenta os outros dois Concílios e, dessa forma, os separa de seu fundamento. E isso deve valer para o chamado ‘tradicionalismo’, também ele em suas formas extremas. Perante o Vaticano II, qualquer opção parcial destrói o todo, a própria história da Igreja, que só pode subsistir como uma unidade indivisível.
    …”

    Primeiramente, deve-se considerar as duas premissas de Ratzinger no limite do que ele pode dizer com elas: 1) que o Vaticano II é apoiado na mesma autoridade dos dois concílios precedentes; 2) que o Vaticano II retomou literalmente alguns dos pontos decisivos desses concílios, e que, portanto, encontra-se em íntima continuidade.

    Com relação a (1), que o Vaticano II é válido e se apóia na mesma autoridade dos concílios precedentes — o papa e o colégio dos bispos em comunhão com ele — isso ninguém deveria negar. Entretanto, a intenção, conteúdo e forma predominantemente pastorais desse concílio — como João XXIII e Paulo VI reconheceram, respectivamente, em sua abertura e encerramento — não lhe concede, irrestritamente, do começo ao fim, a infabilidade nem o mesmo nível de subordinação, nem de assentimento moral ou de fé, dos textos dos dois concílios precedentes. Em (2), Ratzinger dá a pista: diz que o Vaticano II retomou literalmente pontos decisivos desses concílios. Isso é óbvio. E nas partes que repetiu o que sempre a Igreja infalivelmente ensinou, o Vaticano II não errou, como não poderia errar. A crítica possível a boa parte dos textos do Vaticano II não está, portanto, no que ele repetiu, mas muito naquilo que pastoralmente inovou e na ambigüidade e autocontradição com aqueles mesmos ensinamentos que repetiu. Esta mazela (da ambigüidade e da autocontradição), já não era nova, tendo sido censurada 50 anos antes na Pascendi de S. Pio X, e tendo sido reconhecida e lamentada aos prantos pelo próprio papa Paulo VI, em sede da discussão de pelo menos um dos temas conciliares: a colegialidade. Deixo a você a tarefa de buscar esclarecimento na história do concílio, que no livro “O Reno se lança no Tibre” (de Ralph Wiltgen, S.V.D.) é contada por um padre que foi incumbido de documentar o concílio, cuja distância ao que se chama de “tradicionalismo”, e a época em que publicou tais fatos (1965), torna seu relato insuspeito.

    Logo mais adiante no livro-entrevista, precisamente na página 26 de sua edição na língua portuguesa, Ratzinger reconhece:

    “…
    Naqueles inícios dos anos 60, estava para aparecer em cena a geração do pós-guerra, que não participou diretamente da reconstrução, encontrando um mundo já reconstruído e que, portanto, procurava alhures motivos de empenho, de renovação. Havia uma atmosfera geral de otimismo, de confiança no progresso. Todos na Igreja partilhavam, portanto, da expectativa de uma evolução tranqüila da sua doutrina. Não se deve esquecer que também o meu antecessor no Santo Ofício, o cardeal Ottaviani, apoiava o projeto de um concílio ecumênico. Após o anúncio da sua convocação, feito pelo papa João XXIII, a cúria romana trabalhou juntamente com os representantes mais estimados do episcopado mundial, preparando aqueles esquemas que, depois, foram postos de lado pelos padres conciliares como ‘téoricos demais, manualísticos e muito pouco pastorais’. O papa João XXIII não tinha considerado a possibilidade de uma recusa [desses esquemas]: ele esperava uma votação rápida e sem dificuldades desses projetos, que ele tinha lido e acolhido com agrado. É claro que nenhum daqueles textos queria modificar a doutrina: tratava-se, antes, de reapresentá-la, quando muito para chegar à explicitação de algum ponto ainda não precisamente definido, e, desse modo, desenvolvê-lo ulteriormente. Também a recusa dos textos, por parte dos padres conciliares, não dizia respeito à doutrina como tal, mas antes ao modo insuficiente da sua apresentação e, certamente, também a algumas definições que nunca tinham sido feitas até aquele momento e que, ainda hoje, não são julgadas necessárias. É preciso reconhecer, portanto, que o Vaticano II, desde o início, não tomou o rumo que João XXIII previa (recorde-se que países como a Holanda, a Suíça e os Estados Unidos eram verdadeiras fortalezas do tradicionalismo e da fidelidade a Roma!). E deve-se reconhecer também que, pelo menos até agora, não foi atendida a prece do papa João XXIII para que o concílio significasse para a Igreja um novo salto à frete, uma vida e uma unidade renovadas.
    …”

    Ratzinger começa por desenhar o espírito daquele tempo, de um povo que majoritariamente (e, depois, no mesmo livro, ingenuamente, ele irá dizer) entendia por “renovação” uma evolução doutrinal. Sobre a recusa dos esquemas pré-conciliares, o livro de Ralph Wiltgen documenta fatos que explicam como a substituição desses esquemas se deu, e a serviço de qual sorrateira intenção. O espírito que impeliu a substituição desses esquemas é o mesmo que depois veio interpretar o interpretável e ambíguo concílio. Em outras palavras, o concílio, de certa maneira, foi seqüestrado por uma ala progressista que viu na ambigüidade da nova letra proposta e aceita sua maior chance de ter textos aprovados que lhes permitiriam posterior aplicação das suas verdadeiras intenções. No pior das hipóteses, as reformas queridas iriam ser incompletas, mas aconteceriam de algum modo e intensidade. O exemplo clássico, além daquele da colegialidade, é o da reforma litúrgica. A constituição Sacrossanctum Concilium deixou tantas lacunas, ambigüidades e possibilidades — tachadas por Michael Davies de “bombas-relógio litúrgicas do Vaticano II” — que permitiu poucos anos depois a edição de Ritual, Missal e rubricas tão distintos dos anteriores quanto condenáveis. Quem quiser se aprofundar nesse assunto, além de ler o que os liturgistas Ratzinger, Davies e Gamber escreveram, podem recorrer ao livro póstumo de mons. Bugnini intitulado “A Reforma Litúrgica”. Nada como modernistas aposentados/exilados ou em fim de vida (como Bugnini, Guitton, Boff, Martini, entre tantos outros), e quem acham que venceram definitivamente, para confessar pública e despudoradamente suas intenções.

    O “progressismo” de que fala Ratzinger não foi, portanto, uma mera extrapolação praticada no pós-concílio, mas uma maquinação modernista previamente bem pensada e articulada, que pegou carona no espírito libertino daquele tempo (que ainda vinga nos dias de hoje), na expectativa inovadora de parte dos fiéis reforçada pela imprensa da época, e no otimismo ingênuo de boa parte dos padres conciliares, que resolveram arriscar-se aprovar muitos desses textos, mesmo alertados do perigo por alguns de seus pares.

    Por fim, as formas extremas de “tradicionalismo”, citadas nesse livro-entrevista, a que Ratzinger só podia ter-se referido são, na verdade, as matizes sedevacantistas que, mantendo muitas das práticas tradicionais das pessoas que aderem e mantém as coisas da Tradição, acabam por ser niveladas umas às outras. São os sedevacantistas que negam o concílio Vaticano II (o rejeitam preventiva e inteiramente), porque entendem que, se João XXIII não era um papa validamente eleito, então o ato em si de convocação do concílio não poderia ser válido.

    Esse trabalho de conserto de um concílio não é fácil, nem sem oposições dentro da própria Igreja. Se num concílio que chamou todas as atenções para si ocorreram disputas as mais espúrias, imagine o que não pode ocorrer nas dispersas relações de bastidores entre essas modernistas conferências episcopais (muito mais organizadas hoje do que há 50 anos) e alguns da hierarquia romana que lutam pela restauração do catolicismo? E os movimentos novos de leigos, que não se cansam de cotejar seus números e que, por isso mesmo, devem ensejar hesitação em quem, mesmo por caridade e justiça, queira lhes censurar e corrigir? Isso já está acontecendo, em passos bem vagarosos, quando não, por vezes, incompletos ou mesmo titubeadamente para trás. Querer, por outro lado, achar que a promessa da indefecbilidade da Igreja abrange todo e qualquer ato que se faz contra Ela é, isso sim, ignorar Sua história, encharcada de tantos desafios e ataques de sucesso, que só foram vencidos por medidas duras e/ou por um certo decurso de tempo. Enquanto isso, quem tiver elementos para suspender seu assentimento religioso a uma parte pastoralmente ambígüa de um magistério falível e, por vezes, falho, seja porque aquilo não lhe aplica, seja ainda porque compreende naquilo um erro ainda não universalmente reconhecido nem reparado, que o faça para o bem de sua própria consciência e para maior chance de sua salvação.

    Meus comentários nesse tópico não de hoje já fogem um tanto do assunto original. Mas resolvi escrever essa mais longa resposta para colocar limites a sua insidiosa citação, Everth. De um livro que, à época, tentou salvar as pessoas do possível escândalo de se reconhecer no concílio sua ambigüidade intríncesa, mas não sem insinuar ou reconhecer certos fatos históricos aqui e acolá que, no mínimo, limitam bastante esse salvamento. Por isso, recomendo também, além dos livros já citados, sua leitura.

    Cordialmente, em Jesus e Maria,

    Antonio

  8. Sizenando,

    Tentando nivelar suas dificuldades àquelas minhas que sucintamente narrei, você elenca genericamente uma série de fatos que demonstraria uma obediência virtuosa de sua parte. No entanto, em alguns desses fatos você dá pistas de que, talvez, a censura teria sido mesmo correta. Pregar um assunto que não era permitido, mudar uma maneira de rezar a Missa, deixar de fazer na Missa um ato não litúrgico que gostariam que fosse feito, etc. Para essa possibilidade, sua obediência foi santa, a despeito de sabe-se lá a troco de quantos outros abusos já não seriam permitidos até que essas censuras finalmente chegassem. E se uma (ou alguma) dessas censuras não for lícita e versar sobre matéria grave, caberia a você desobedecê-la, sim — em última instância e vencidas todas as outras possibilidades de esclarecimento. Um fenômeno que por vezes observo entre todos os católicos (leigos ou sacerdotes), mesmo entre os ditos “tradicionalistas” que têm pouco ou nada a perder num possível e humano toma-lá-dá-cá, é que cedem, sem intervenção superior, mesmo a enormes abusos de seus bispos com receio de perderem o pouco ou muito que lhes são concedido, e/ou por simples fraqueza de bajulação. Muitos bispos/sacerdotes sabem e se aproveitam disso. Sem fazer maiores e perigosas inferências a sua realidade, que desconheço, convido você a refletir sobre isso.

    Sobre o objeto ao qual somos proibidos, afirmo-lhe que não é nada mais do que os sacramentos ministrados segundo o que está prescrito e publicado no seguinte site, sem nenhuma invencionice nem abuso:

    http://www.sanctamissa.org/en/

    Sobre a Missa Gregoriana, ela não é perfeita, como nenhum culto humano a Deus pode ser. Mas é menos imperfeita, sim, do que o Novus Ordo de Bugnini/Paulo VI. Muito sucintamente, até porque na Internet encontra-se farto material a respeito, ela reafirma muito mais claramente a doutrina católica, sobretudo em práticas e gestos exteriores, nas orações e na separação de papéis entre leigos assistentes e sacerdote celebrante.

    Quanto a você rejeitar a Missa Gregoriana só porque evita os tradicionalistas que nela vão, isso não é empecilho intransponível. Primeiro porque quem celebra a Missa é o padre, e não a assistência que nela vai – o que, portanto, não macularia a intenção da Santa Missa, por pior que você considere a assistência de tradicionalistas. Também porque Bento XVI reabilitou o Rito Romano Tradicional para toda Igreja, e, sem as barreiras que ainda se vê freqüentemente no Brasil, bastaria você e mais um ou dois fiéis interessados nela pedi-la para que um padre a reze. Não precisa nem ser pública, o que, portanto, evitaria ainda mais a presença tão indesejada dos tradicionalistas. Talvez, você, sendo um carismático insuspeito e muito muito obediente ao ordinário (até em coisas que, talvez, até precisasse não ser), conseguisse esse “favor” até com grande facilidade.

    Ainda, pergunto-lhe: se, hipoteticamente, tivesse você duas Missas lado-a-lado, uma Gregoriana e outra Nova, com as mesmas condições de assistência que não fizessem ser uma preterida a outra por você, qual delas você escolheria? Eu escolheria a mais bela, mais completa e menos imperfeita, porque agrada mais a Deus. A resposta é óbvia; a intenção da pergunta é, mais uma vez, fazer-lhe refletir.

    Quanto aos “melhores tradicionalistas” serem ex-carismáticos, isso fica por sua conta. Esses, entre os que conheço, não ficam combatendo os membros da RCC. Pelo contrário, costumam falar sobre seus ex-colegas de movimento com delicadeza. Quando é para citar um ou outro erro com veemência, invariavelmente ponderam que estavam cegos em geral ao modernismo e, especificamente, às práticas protestantizantes do movimento, ao qual a esmagadora maioria de seus ex-colegas não estaria perdurando senão como vítimas, segundo eles.

    Abraço,

    Antonio

  9. Presentepravoce

    É presentepravoce, não queria escrever-lhe absolutamente, mas como não fazê-lo?
    Perdoe-me pelo que vou dizer, mas você é um tolo presunçoso. Presunçoso porque se acha sabedor de todas as coisas e a julgar pelo que escreveu acredita possuir carismas especiais.

    Desses carismas o principal deve ser o dom de adivinhação, ou dedução precipitada.
    Veja o que você escreveu:

    Seja Bem Vindo Márcio.

    Para quem não sabe, creio que nosso Marcio aí é muito perseverante na tribulação e fala muito da Canção Nova e a RC”C”, estuda o Vaticano II “procurando erros” e aqui ele nos compara com o Dinho, diz que somos iguais.

    As vezes sou também meio lento para entender algumas coisas. Demorei a compreender o que você queria dizer, com a associção do Márcio + tribulação; até que… Eureka!!!

    Você me comparou ao Márcio do Blog “Pacientes na Tribulação”, aliás ótimo blog esse do meu xará.

    Confesso que fiquei lisonjeado e tentado a não desfazer a confusão, posto que sou grande admirador do Márcio, do seu blog e de tudo que ele escreve. Seria justo? Seria correto?

    Lamento decepcioná-lo. Quem me dera saber o que o “Márcio o outro” sabe, escrever como ele escreve. Talvez se eu estudar muito…

    Viu? Mais uma prova de que os carismas da RCC são falsos sejam eles quais forem.

    Quanto a Cn, impossível não falar contra, contra Rcc então… Quanto a encontrar erros no CVII não é preciso depreender grande esforço para isso. Mas como não quero parecer sedevacantista, ou cometer julgamentos temerários, vou ler por recomendação do Márcio, e agora também do Antonio o livro “O Reno se Lança no Tibre”

    Que tal lê-lo também? Fica a sugestão.

    Sizenando, (acabei descobrindo que você tem um nome.) Que bom melhor assim. Tem algo me intrigando: como estava bastante atarefado tentando terminar um projeto (sou engenheiro civil) pedi a minha esposa Laura que lesse para mim os últimos comentários.
    Depois, pedi a ela que digitasse uma resposta para o Everth, e fui ditando a ela, não conferi, acabei descobrindo hoje que ela escreveu algumas coisas no feminino como se fosse ela.

    Fiquei boquiaberto.
    Não acredito, vocês leram e não perceberam nada?
    Que tipo de leituras fazem daquilo que escrevemos?

    Peço desculpas,pela gafe da minha esposa, mas estou decepcionado,

  10. Caro Antonio,

    Acabei de ler sua resposta a mim dirigida.

    Bom, é o seguinte: o que escrevi está escrito. Leia quem quiser. Entenda como quiser; só não se sinta à vontade para dizer o que eu não disse ou desdizer o que disse.

    Sob risco de fornecer combustível a qualquer mente falaciosa ou sofismática que passe por aqui, não desenvolverei nenhuma argumentação sobre o que você disse sem antes saber: afinal, em sua opinião, Antonio, pelo fato de eu vivenciar a espiritualidade de um movimento eclesial chamado Renovação Carismática Católica, mesmo sem me conhecer pessoalmente, você diria que eu SOU, verdadeiramente, “”católico”” ou Católico?

    E antes que me esqueça: 2009 feliz para você…

  11. Demerval Jr.

    E tão bom e saudável ver nossa fé ser reduzida a heresia, né?

    Agora você virou telhado!

    bem vindo ao clube!

  12. Então, Márcio, só complementando…

    Do progressismo e do tradicionalismo, livrai-nos, Senhor!

    Graça e paz.

  13. Demerval,

    Não entendo porque lhe seria tão importante minha opinião pública a respeito especificamente de sua catolicidade. Uma coisa é constatar e criticar os erros que majoritária e objetivamente a RCC pratica e promove. Outra é fazer juízo temerário, à distância, dos graus de envolvimento e de ignorância que uma pessoa, desconhecida, teria com esses erros. Não serei eu, portanto, quem o julgará. Para isso, você mesmo deve (re)ler a Pascendi de S. Pio X inteiramente, em especial o tópico que versa sobre o “modernista crente”:

    http://www.vatican.edu/holy_father/pius_x/encyclicals/documents/hf_p-x_enc_19070908_pascendi-dominici-gregis_po.html

    E responder para si: 1) se pratica e/ou promove um ou mais daqueles erros e, 2) caso pertinente, que grau de conhecimento tinha dele(s) até então. Não me interessa as respostas que tirará pois, até o ponto a que essa discussão chegou, já fiz minha parte.

    Feliz ano novo para você também, meu caro.

    Cordialmente,

    Antonio

  14. Everth,

    Do progressismo, modernismo, carismatismo, llivrai-nos Senhor.

    Se para ser verdadeiramente católico, apostólico romano tiver que ser tradicionalista, não me livre não, meu Senhor do tradicionalismo.

    É o que quero, e com a juda de Deus é o que serei. CATÓLICO!

    Em Jesus e Maria,

  15. Senhores,

    Dentro da Única Igreja Verdadeira, somos irmãos, que estamos obrigados em consciência e com o imperativo da Caridade de ajudarmo-nos mutuamente no nosso crescimento espiritual e no caminho da santidade, empenhando-nos cada vez mais para nos aproximarmos e aproximarmos os nossos próximos do Deus Altíssimo, fonte de toda a santidade.

    É, portanto, esta a importância capital de que discutamos sobre a Verdade; uma vez que Deus é a Verdade, o erro, por óbvio, afasta de Deus, de modo que devemos zelar com muita sinceridade de consciência e total desapego de amor próprio para arrancarmos, de nossas almas em primeiro lugar e, na medida em que nos é possível, das almas dos nossos próximos, qualquer sombra de erro que possa obscurecer a Verdade que é o próprio Deus.

    Que o Altíssimo não nos livre da intolerância jamais, ao contrário; que Ele, Deus ciumento que não tem parte alguma com o mal, faça-nos sempre e a cada dia cada vez mais santamente intolerantes, em primeiríssimo lugar conosco mesmos, no sincero empenho em não nos afastarmos um milímetro que seja d’Aquele que é. Vale a pena reler o sermão sobre a intolerância católica que, salvo engano, cá já citei alguma(s) vez(es).

    E tenhamos, também, o cuidado para não confundirmos as legítimas diversidades com as divergências espúrias. Reconheço a dificuldade de semelhante empreitada no meio da atual crise que sacode a Barca de Pedro; peçamos, pois, sempre as Luzes do Alto, a fim de que as nossas atitudes na terra redundem, sempre, para a maior glória de Deus, e que não nos afastemos, nem mesmo involuntariamente, deste santo e necessário propósito, sem o qual a vida não vale nada.

    Abraços, em Cristo,
    Jorge Ferraz

  16. “Que o Altíssimo não nos livre da intolerância jamais, ao contrário”

    Como intolerante, assumido, me explique, por favor, onde está o “verdadeiro” Católico no:

    progressismo, modernismo, carismatismo e tradicionalismo?

    Não vale ficar em cima do muro!

  17. Jorge Ferraz,

    “Que o Altíssimo não nos livre da intolerância jamais, ao contrário”

    Como intolerante, assumido, me explique, por favor, onde está o “verdadeiro” Católico no:

    progressismo, modernismo, carismatismo e tradicionalismo?

    Não vale ficar em cima do muro!

  18. Jorge Ferraz

    “que Ele, Deus ciumento que não tem parte alguma com o mal, faça-nos sempre e a cada dia cada vez mais santamente intolerantes”

    Você acha que DEUS é INTOLERANTE E CIUMENTO?

    Acredita, MESMO, que Ele tem sentimentos tão mesquinhos?

    Você deve estar “adorando”, a guerra que a intolerância religiosa está patrocinando no oriente médio!

  19. Sandra,

    3) E quem é verdadeiro cristão?
    Verdadeiro cristão é aquele que é batizado, crê e professa a doutrina cristã e obedece aos legítimos Pastores da Igreja.
    [São Pio X, Terceiro Catecismo da Doutrina Cristã]

    Dos semeadores da cizânia,
    libera nos, Domine!

    – Jorge

  20. Sandra,

    Você acha que DEUS é INTOLERANTE E CIUMENTO?

    Não, não acho, eu SEI. Quem gosta de “achar” coisas aqui é a senhora.

    Sobre a intolerância, LEIA o sermão já citado e pare de ficar exigindo mil vezes as respostas que não te preocupas em ler!

    Sobre o ciúmes:

    O nosso Deus é «ciumento» de nós e isso é sinal da verdade do seu amor.
    [Catecismo da Igreja Católica, 2737]

    A “mesquinharia” está na visão deturpada que tens de intolerância, de ciúmes, de zelo.

    Abraços,
    Jorge

  21. Jorge Ferraz

    Então para justificar SUA intolerância, você SABE que DEUS é intolerante e egoísta.

    Seria cômico se não fosse trágico.

    É muita arrogância e muita soberba.

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