Qui non congregat cum Ecclesia, spargit.
Coloquemos a frase acima como corolário da profecia de Nosso Senhor: quem não ajunta com a Igreja, espalha. É a primeira coisa que me veio à cabeça quando terminei de ler a entrevista que Mons. Fellay deu no escopo de uma carta redigida pelo Mons. Williamson, que por sua vez comentava a decisão do Santo Padre de perdoar as excomunhões de ambos e dos outros dois bispos da Fraternidade.
O mons. Williamson — que a imprensa brasileira, canalha como sempre, deu-lhe logo o título de “bispo que nega o holocausto” — descreveu o decreto papal como um grande passo à frente para a Igreja sem que fosse uma traição da FSSPX. Reparem bem como o decreto papal, à williamsoniana, é um grande passo para a Igreja. Ele explica: o problema da Igreja, depois do Concílio Vaticano II, é a separação entre a Verdade Católica e a Autoridade Católica. A Igreja — autoridade católica — com esse decreto, estaria mais próxima da reunião com a verdade católica. Mons. Williamson também faz questão de confrontar a tripla relação entre modernistas, tradicionalistas e papa em dois momentos. Um, anterior ao decreto de “re-comunicação” e outro posterior:
1. Papa e conciliaristas x tradicionalistas.
2. Conciliaristas x tradicionalistas, com o papa ou fora da equação ou do lado dos tradicionalistas.
O problema desse raciocínio está na oposição que o papa anteriormente ao decreto faria aos tradicionalistas. Isso não é verdade. O diagnóstico mais preciso se impera: in medio, Papa. Seja antes ou depois de qualquer decreto, o papa é o sinal visível da unidade da Igreja e não se alinha, ipso facto, com quem quer que seja, conciliarista ou tradicionalista. O dever do papa é com a Igreja de Nosso Senhor e com a salvação das almas.
Para o monsenhor, Roma precisaria ser reconstruída em muitos dias. E acusa, de fato, os — como ele chama — neo-modernistas (sem dizer quem são, é claro. Legio, quia multis sunt!) de errarem na fé. Mas, numa lógica de quem aceita caçar com gato, na falta de cachorros, o monsenhor agradece a Deus, à Virgem e ao Papa a guinada da Igreja Conciliar!
E o monsenhor responde aqueles zelosos pela super-tradição que se perguntavam, aflitos, se seria esse o momento da Fraternidade se render ao conciliarismo: “De jeito nenhum!”, garantindo apenas a participação da FSSPX em discussões, coisa que a Fraternidade já havia feito em 2000, quando levantou algumas condições. Certamente, conclui o monsenhor, as discussões não estão livres de perigo. Mas regozija-se da oportunidade de dar razão à esperança. A esperança de resgatar a Igreja do erro!
Felizmente, tal postura — embora não condenada — não é endossada pelo superior da Fraternidade, Mons. Fellay, que numa entrevista dada ao jornal suíço Le Temps, diz não ser a visão da fraternidade a impressão daquilo que falou Mons. Williamson. É verdade que, em essência, ambos guardam a mesma visão do “problema” da Igreja: sobre o “Ecumenismo” (o que eles dizem que o Vaticano II diz), a liberdade religiosa, o Novus Ordo Missae.
No entanto, o último trecho da entrevista do Mons. Fellay é que nos dá a razão da nossa esperança. Quando a repórter pergunta o que acontecerá se a negociação terminar:
“- [Fellay:] Estou confiante. Se a Igreja diz algo hoje que contradiz o que ensinava ontem, e somos forçados a aceitar esta mudança, então [a Igreja] tem de explicar a razão. Eu acredito na infalibilidade da Igreja, e acho que vamos alcançar uma solução verdadeira”.
A diferença, embora acidental, nos discursos é flagrante. Primeiro, Mons. Fellay fala da contradição da Igreja em termos condicionais. Se a Igreja diz algo hoje que contradiz o que ensinava ontem. E se não diz? O espírito do debate também é o mais excelso e altaneiro: alcançar uma solução verdadeira, porque a Verdade é o que deve prevalecer no debate. Não vir a Roma corrigi-la, mas para alcançar a Verdade. Se Mons. Fellay condiciona a Verdade da solução — como bom católico que é — à infabilidade da Igreja e diz que a “autoridade católica”, para usar a expressão de Williamson contradiz o que a Igreja dizia, então houve uma ruptura no Magistério. Pela ruptura, é que se dá o descompasso entre “verdade” e “autoridade”. Se não há — como sabemos — ruptura alguma, se o Magistério autêntico é, subsiste e continuará a ser o Magistério da Igreja, ininterrupto ao longo de 265 pontificados, então a Fraternidade poderá unir-se às fileiras do Exército do Senhor Jesus sem reservas, sob o manto da Santíssima Virgem e o cajado do Santo Padre Bento XVI — Deus o quer! Deus lo vult!
Até antes do Concílio coisas desta natureza não ocorriam. cogita-se entre o clero como algo salutar as novas conclusões tiradas dos documentos conciliares. Não são de forma alguma todos os documentos do Concílio geradores de crise. O problema é o poder que o Concílio deu aos leigos, ou seja, o ministério leigo que ultrapassa dos limites, daquilo que é de fato de dever do laicado. Outro problema é em relação às atitudes dos Bispos que formam a cúpula da CNBB (NOSSO CASO)que constituíram as chamadas comunidades eclesiais de base, donde brotam inúmeras heresias e sacrilégios. Porque o leigo toma frente, “celebra” na ausência do padre, utilizando várias fórmulas do Missal de Paulo VI para estas celebrações comunitárias, as chamadas celebrações da palavra. Lá, o ministro leigo faz o que somente um sacerdote poderia realizar. Sabemos que as fórmulas do Missal que dizem respeito ao sacerdote, são clericais e de forma alguma um leigo deveria utilizá-las. Ouve-se entre o povo: ” Uma celebração feita pelo ministro é praticamente uma Missa, omite-se apenas as palavras consecratórias”. O Concílio permite que estes Bispos decidam sobre estas coisas. Eu fico imaginando o Papa presenciando o que se passa numa comunidade eclesial de base… Certamente, ficaria estarrecido e indignado com o Pároco, com o Bispo Diocesano e com a CNBB. Os Bispos da CNBB, por sua vez, afirmam que tudo ísto é senão resultado da sábia decisão da Igreja que abriu este Concílio, que veio dar luz onde haviam trevas. E não estaria especulando porque tudo isto ocorre com o aval da CNBB que vive o espírito do Concílio Vaticano II, que é o que está em vigor. Um Concílio Pastoral, mas de fato uma arma poderosíssima para que o clero possa inovar onde caberia apenas senão a necessidade de zelar pela ortodoxia e Eclesiologia Romana. Se não é culpa ou responsabilidade da eclesiologia do Concílio, de quem seria a culpa, já que a Igreja toda vive o espírito do Concílio Vaticano II?
De alguma forma ele deveria ser revisto, porque o panorama do Catolicismo é visivelmente diferente. Outro ponto negativo do Concílio foi a questão do uso do Vernáculo. “Aquele que disser que a Missa deve ser celebrada somente em língua vernácula – seja anátema”. Concílio de Trento, Sess. XXII, c.9. – D 956″.
“A língua latina é a língua própria da Igreja Romana”. (São Pio X – INTER PASTORALIS OFICII).
“Que o antigo uso da língua latina seja mantido” João XXIII, BEM RECENTE ESTE. Como seria o Concílio Vaticano II semelhante ao Concílio dogmático de Trento?
(Cardeal) Joseph Ratzinger: “Estou convencido de que a crise eclesial, na qual nos encontramos HOJE, depende (em grande parte) da derrocada da liturgia”.
E esta derrocada ocorreu naturalmente após o Concílio. A reforma litúrgica foi orientada pelo Concílio Vaticano II. ELE FALA BEM CLARO EM CRISE NA iGREJA, NA IGREJA PÓS CONCILIAR. Tanto que Ele deu um grande passo na liberação da Missa Tridentina, a qualquer sacerdote de boa vontade.
É preciso boa vontade para reconhecermos que o Concílio Vaticano II,
CONTINUA… que está em vigor representa em muitos aspectos um grande risco para o bem das almas e fim da derrocada, da qual cita o Papa, ainda somente Cardeal.
Escrevo aqui porque reconheço que o Deus lo vult é um lugar excelente para evangelização. Entendo também que o senhor Jorge ao elaborar este espaço não tinha a intenção de defender a fé atacando a Igreja, como muitos fazem indscriminadamente por aí. Todos temos diverg~encias, o que é natural. No que diz respeito ao Concílio Vaticano é para lastimar que ele transformou o panorama da Igreja, dando uma espécie de modernização. Em assuntos dogmáticos, a respeito da Santíssima Trindade, da Essência do Catolicismo, e tantos aspectos importantes em sua slinhas gerais, obviamente é equivalente a antiga ordem estabelecida, apesar de utilizar uma linguagem mais moderna. Contudo, é perceptível que Ele reduz o caráter sagrado das coisas ligadas ao culto. Dá ao leigo poderes que ele por sua vez não deveria ter e quer um novo panorama eclesial. É o que o Concílio faz ATRAVÉS DE SUAS DIRETRIZES.
Vejam que até as instruções do novo missal inovam por completo até a arquitetura. As Igrejas novas (construídas após o concílio) já não podem mais ter altares laterais, altar mór, etc..E é muito crítico em relação ao uso das imagens. Nas Igrejas antigas, há um grande número de imagens, ora, somos católicos, cremos na comunhão dos Santos, dogma de Fé! Melhor povoar a Igreja com santos que ficarmos parecendo protestantes. Vejam as Igrejas novas, que horror, arquitetura modernista, muita das vezes influenciadas por arquitetos como Oscar Niemeyer. Quão bela é a antiga Sé do Rio de Janeiro. Vejam a nova catedral em forma de cone e imagens distorcidas de bronze parecendo imitação de “monstros biológicos”. QUEM DITA COISAS ASSIM É O cONCÍLIO E SEU MISSAL, sem contar com os bispos das conferências episcopaise seus documentos orientados pelo Concílio evidentemente.
Ver Igrejas belíssimas, como as que se encontram no Centro do Rio de Janeiro, por exemplo, sendo condenadas a serem palco da missa nova e no coro, em lugar do toque suave do harmonium, baterias que eu não entendo como ainda não abalaram as estruturas das Igrejas barrocas e clássicas. Quem não vê que Igrejas como estas não foram projetadas para que no futuro coisas assim acontecessem. Do ponto de vista estético, visual, pra começar, a nova liturgia, cantos e instrumentos não combinam com a arquitetura destas bel´ssimas Igrejas. Que pena a falta de sensibilidade do alto clero. Do ponto de vista doutrinal o antídoto é a Missa DITA DE São Pio V.
é par lastimar o novo panorama do clero. As novas construções. De certo, seria quase impossível construir igrejas barrocas ou góticas, mas estilo clássico sem dúvida caberia no orçamento. Até mesmo imagens barrocas ainda são produzidas em Minas e por vários artesãos. Não seria coisa impossível. Muito mais caros são os novos projetos e mq ue as Igrejas parecem mais naves espaciais, até o altar tem forma estranha. Sem contar que agora é moda usar um Cristo sem cruz, sem chagas, mas somente de braços abertos como se estivesse crucificado. Ah, dizem, é apenas uma imagem estilizada! Que tristeza. Nossa Senhora desfigurada. Vejam quão belas são os santos barrocos e as magens vestidas e com perucas, fac-símile do ser humano. Toda arte foi por água abaixo. Tanto que o docuemnto do Concílio em questão de arte sacra deixa a desejar. Não é apenas restaurar igrejas como que tratando tal arte como museu de velharias, como dizem, é trazendo o velho missal de volta aos altares, claro, seria necessário muito trabalho. Os padres teriam que reaprender a celebrar, talvez fosse necessário utilizar primeiramente o missal de transição (como o que foi usado bem depois do concílio) para uma adaptação insensível dos fiéis não à uma nova realidade, mas, a verdade do Concílio de Trento.
Caro André Araújo,
Não podemos nos iludir: com a nova teologia imposta pelo CVII só o maçom, comunista e ateu Niemeyer pode projetar igrejas no Brasil. E ele continuará projetanto seus caixotões grotescos e a mídia canalha continuará repetindo: “que gênio!”
Eu moro em Brasília e sei do que estou falando.
Carlos.
Complementando a mensagem, a mídia canalha e a… cnbb.
Sr. Carlos, O senhor tem toda razão, chega a ser ´ridícula a arquitetura das Igrejas no pós-conclio. Eu particularmente não me sinto bem diante do panorama atual da Igreja. As pessoas iludem-se acreditando que o Concílio não afetou os alicerces da Igreja. De fato, esta nova teologia na qual cita está intimamente ligada ao modernismo e a tudo que Pio XII um dia condenou. As pessoas são ingenuas, achando que a tradição da Igreja da qual defendemos está ligada à Inquisição, por exemplo. Nada mais equívoco. Estamos nos referindo à Liturgia, doutrina, a arte sacra e as coisas relativas ao culto. Eu sei que seria quase imposível mudar a mentalidade das pessoas, fazendo com que elas acordassem para tudo que de errado ocorre na Igreja. Todos estão como que anestesiados. O interessante hoje é a Canção nova, a teologia da libertação, a renovação carismática e as missas e músicas no molde artístico, de show, os famosos altares palco, Onde não há sacerdote, há um artista em primeiro lugar, e em lugar de fiéis, platéia. As heresias são disseminadas livremente, mas, quando um sacerdote acerta, fica na mira dos Bispos. Não quero generalizar, mas a realidade é terrível e dolorosa para os que lutam pela pureza da Fé. Claro, as divergências são normais, erros, até nos ambientes da tradição pode haver. Mas, pensemos bem, os escãndalos e graves heresias tem ocorrido nos meios modernistas. Pedofilia, abusos em matéria de liturgia, seminários que na verdade são mais espeluncas que casas de formação. De lá saem padres modernistas, adeptos do jeans e de tudo quanto “non clericat”. Só não ve quem não quer. Agora, eles vivem ou não vivem de acordo com o espírito do Conc´lio Vaticano II? Eles vivem e afirmam, seguimos as diretrizes do Concílio. A CNBB, NOSSO CASO, ESCREVE AQUELE MONTE DE DOCUMENTOS dentro das diretrizes de qual Concílio? O de Trento? Claro que não. Dizer que o Concilio Vaticano II E O NOVO CATECISMO SÃO FAC-SÍMILE da antiga ordem estabelecida é elogio falso, porque o panorama da Igreja é outro e este novo panorama é diatado senão pelo Concílio. E o que dizer da reforma litúrgica libertadora do Concílio? Eles afirmam que o antigo missal é exaustivo, e as repetições desnecessárias forma removidas. Claro, o múnus sacerdotal do vaticano II DEIXA SACERDOTES E FIÉIS quase que no mesmo patamar. O sacerdote na missa nova não faz sua confissão separada da confissão dos fiéis, o orate fratres deixa bem claro que o sacrifício do sacerdote é igual ao sacrifício dos fiéis. “Orai, irmãos e (irmãs) para que o (nosso) sacrifício) seja aceito por Deus Pai todo poderoso”. ao invés de “ORAI, IRMÃOS, PARA QUE O MEU E O VOSSO SACRIFÍCIO…”
Poderiam dizer: “Mas, em latim, o missal mantém a fórmula antiga…” Todavia, digo, o pensamento é o que está nas entrelinhas, ou seja, na tradução, no vernáculo. Não é mera deficiência que as traduções possam trazer. É sim, FRUTO DO PENSAMENTO DO CONCÍLIO. A tradução está diferenciada do texto original propositalmente. Neste caso, poderia a tradução utilizar o “Meu e Vosso”, se não fez, é para disseminar a FALSA idéia que a assembléia concelebra o celebra com o sacerdote. O sacerdote torna-se mero presidente da aeembléia. Hoje é comum ouvir: Fiquemos de pé, para entrada do presidente desta celebração eucarística, o PADRE N.N. Apesar de não frequentar estas missas conheço esta triste realidade. Um dia, por falta de conehcimento vivenciei isto. Deus por uma graça especial me fez conhecer a verdade e deu-me a oportunidade para que eu pudesse nutrir-me da antiga liturgia, ao acesso aos livros tradicionais, etc..
O concílio vem falseando a verdade contida e revelada dogmaticamente pelo Concílio de Trento em mutios aspectos. Só em falar da derocada da liturgia e da covardia que fazem celebrando missa escandalosa em Igrejas BARROCAS tritura o coração.
As normas litúrgicas, arquitetônicas, formativas do clero, etc, tudo ditado pelo concílio. Se se origina um escandalo, algo indireto, é de responsabilidade da abertura excessiva que o concílio dá. Dentro deste panorama, salve-se quem puder, porque a situação é gravíssima.