Si non è vero, è bene trovato: trata-se de um parecer da Xª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, sobre um militante laicista maluco que dizia que, pelo fato do Brasil ser um Estado Laico, vagas de capelães para o Corpo de Bombeiros não poderiam ser abertas, “porque isso discrimina outras religiões e também os ateus”.
Recebi de uma amiga; a data é 1º de abril de 2008, coisa que só percebi depois e me fez questionar se não seria uma brincadeira. No entanto, dada a situação de insensatez atual dos nossos dias, é verossímil – forçoso reconhecer! Se alguém puder confirmar, eu ficaria bastante grato.
Clique aqui para baixar a íntegra do parecer. Excerto:
Falando em nome dos ateus – menos de 1% da população brasileira, segundo o órgão público IBGE, este, laico a mais não poder –, o autor popular clama que eles “são cidadãos em direitos e deveres como qualquer cristão”, o que nunca foi infirmado por ninguém. Ecce homo: o ponto derradeiro da peça inicial, quando se fala em “crença dos ateus”. A crença dos ateus – a certeza de que Deus não existe – levaria à hipótese de abertura de vaga em concurso para capelão ateu, o que é impossível, porque isso simplesmente não existe. Seria como concurso para professor analfabeto ou tradutor simultâneo surdo. Só Santo Anselmo entende o autor popular: fides quaerens intellectum; credo ut intelligam. O milenarismo laico está com os dias contados. Quantos se salvarão?
Certamente o autor popular não gosta da idéia de pagar salário de profissionais cristãos. Ele deve achar que ninguém é obrigado a ser cristão, e nisso está coberto de razão. Mas ser cristão é um direito, e não ser obrigado à conversão ao ateísmo também — e essas obviedades ele já não percebe.
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