Ainda sobre o aborto e a excomunhão

Alguns ligeiros esclarecimentos e comentários sobre o triste desfecho do caso das duas crianças que foram brutalmente assassinadas em Recife sob o beneplácito e – não raro – até mesmo apoio da opinião pública se fazem necessários, graças à enxurrada de “opiniões” desinformativas que estão circulando por aí, às quais é necessário contrapôr a verdade dos fatos.

Excomunhão é uma pena canônica da Igreja Católica que a Ela interessa e a mais ninguém; tem efeitos jurídicos dentro da Igreja, e dizer que, para a sociedade, “não faz diferença” estar ou não excomungado é dizer uma obviedade, dado que, no nosso país, o Direito Canônico é completamente estranho ao Direito Civil.

– Igualmente, querer impôr à Igreja como Ela deve agir e como deve deixar de agir, dizendo quais pessoas deveriam ser excomungadas e quais não deveriam, é uma impropriedade e uma clara intromissão de estranhos em assuntos que não conhecem e que extrapolam a sua competência. A Igreja não é a casa da Mãe Joana onde todo mundo mete o bedelho e qualquer um pode dar opinião; rege-se Ela pelo Direito Canônico, e não pela [má] vontade de fulanos e sicranos que só se lembram da Igreja quando é para descer o sarrafo n’Ela. Citando um só exemplo de vários que poderiam ser trazidos, o senhor presidente da República: “Como cristão e como católico, lamento profundamente que um bispo da Igreja Católica tenha um comportamento conservador como este”. Sem comentários.

Excomunhão não significa “passaporte para o inferno”; de acordo com o Código de Direito Canônico, cân. 1331, “§1. Ao excomungado proíbe-se 1°- ter qualquer participação ministerial na celebração do sacrifício da Eucaristia ou em quaisquer outras cerimônias de culto; 2°- celebrar sacramentos ou sacramentais e receber os sacramentos; 3°- exercer quaisquer ofícios, ministérios ou encargos eclesiásticos ou praticar atos de regime; […] §2. Se a excomunhão tiver sido imposta ou declarada, o réu: 1° – se pretende agir contra a prescrição do § 1, n. 1, deve ser afastado, ou então deve ser suspensa a ação litúrgica, a não ser que grave causa o impeça; 2° – pratica invalidamente os atos de regime que de acordo com o § 1, n. 3, são ilícitos; 3° – fica proibido de gozar dos privilégios anteriormente concedidos; 4° – não pode conseguir validamente dignidade, ofício ou qualquer outro encargo na Igreja; 5° – não percebe os frutos de dignidade, ofício, encargo ou pensão que tenha na Igreja”. Ou seja, como foi já dito, trata-se de uma pena canônica cujos efeitos são muito bem especificados, e o “passaporte para o inferno” não consta entre eles.

– Tampouco a excomunhão é uma pena irreversível; havendo arrependimento, é possível ao penitente, por meio do Sacramento da Confissão, receber o perdão de Deus e o levantamento das penas canônicas (inclusive a excomunhão) nas quais porventura ele tenha incorrido.

– O Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, não excomungou ninguém; a excomunhão automática para quem pratica aborto está tipificada no Código de Direito Canônico, e aplica-se indistintamente a qualquer católico, quer haja pronunciamento da autoridade competente (no caso, o Bispo), quer não. Segundo o Código, cân. 1398, “[q]uem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae”. Portanto, os que provocaram o aborto da menor, em Recife, incorreram na excomunhão automática que está prevista pelo Código de Direito Canônico (e que vale para toda a Igreja), e não numa suposta excomunhão que tenha sido aplicada pelo Arcebispo. Dom José apenas comunicou que os assassinos de crianças e seus cúmplices já haviam incorrido – desde a morte dos fetos – na excomunhão prevista pelo Direito Canônico.

– A criança de nove anos, obviamente, não está excomungada, por diversos motivos, bastando citar aqui o mais evidente: segundo o Código, cân. 1323, “[n]ão é passível de nenhuma pena, ao violar lei ou o preceito (…) quem ainda não completou dezesseis anos de idade”.

– A mera constatação de um fato (no caso, da excomunhão), feita pelo Arcebispo de Olinda e Recife, não significa, de modo algum, que a Igreja não se preocupe com a saúde da menina, nem que não dê a devida importância ao crime bárbaro do estupro, nem que deseje impôr um sofrimento à família, nem nada parecido. A existência de um crime bárbaro, por ninguém negado – o estupro – não faz com que seja moralmente lícito praticar um outro crime horrendo – o assassinato das duas crianças. Igualmente, dizer que é errado assassinar crianças não implica, sob nenhuma ótica minimamente racional, que se esteja relativizando a gravidade dos outros aspectos envolvidos (o estupro, a possibilidade de risco para a criança, etc).

– Para saber mais, aqui, no Deus lo Vult!, “Estão excomungados” (comentários), onde a discussão já desde ontem está correndo; igualmente, “O bufão da Globo” (comentários), sobre os infelizes comentários do Jabor sobre o assunto.

94 comentários em “Ainda sobre o aborto e a excomunhão”

  1. PEÇO MINHA EXCOMUNHÃO……

    NÃO POSSO MAIS ACEITAR IDÉIAS RETRÓGRADAS, IMBECIS E AUTORITÁRIAS DE UMA IGREJA NOJENTA COM SUA RIQUEZA QUE FOI COLHIDA ATRAVÉS DE TRABALHO ESCRAVO USANDO O MEDO E O CASTIGO COMO PALIATIVO PARA SER SERVIDA…..

    ESTA MENINA DE 9, EU DISSE NOVE ANOS, PODERIA SER MÃE, VCS TEM IDÉIA DISTO? PARARM PRA PENSAR? UM ANJO DE 9 ANOS IA ABDICAR DO DIREITO DE SER ANJO, CRIANÇA E IRIA CARREGAR PRO RESTO DE SUA VIDA(NÃO TENHO DUVIDAS AO DIZER ISSO), UMA PERTURBAÇÃO E UMA CONFUSÃO PSICOLÓGICA, QUE NENHUMA, MAS NENHUMA MISSA CATÓLOICA, NENHUMA ORAÇÃO A TRARIA DE VOLTA……

    SE É ESTA IGREJA A QUE TODOS REPEITAM, OU TEMEM, SE É ESTE DEUS SÁDICO QUE A IGREJA RESPEITA …..FAVOR, POR SUPLICA PEÇO MINHA EXCOMUNHÃO!!!

  2. Falou e disse!

    Cheguei do almoço agora. Durante o almoço de hoje (sem carne, claro), minha empregada comentou o caso do bispo que tinha amaldiçoado (sic) a menina que abortou.

    Fica claro que ela e a maioria das pessoas confunde o significado popular da palavra “excomungar”, que é realmente o de “amaldiçoar”, “mandar para a breca”, etc., com o significado teológico-canônico.

    Evidentemente, Dom José Cardoso utilizou a palavra “excomunhão” no contexto teológico-canônico.

    E, claro, Dom José não condenou ninguém ao inferno, coisa nem sequer Deus faz, já que são os próprios pecadores que condenam-se a si próprios.

  3. Que bom, menos um falso católico no redil de da Igreja do SENHOR, se o fulano ali em cima se considera excomungado, que se considere então, a sua precença na Igreja não fará falta nenhuma.

  4. Só complementando: não é todo sacerdote que pode desligar do vínculo de excomunhão e esta deve ser levantada antes da absolvição sacramental. Em geral, todos os párocos recebem tal poder do bispo, mas é bom perguntar antes.

  5. Todos estão errados, apenas vocês, pobres alienados, que vivem temendo um poder invisível, estão certos….

    Talvez a notícia q vem a seguir, também seja “coerente” e “a favor da vida”…bando de Nojentos, digo todos, inclusive protestantes também!!!

    ===>Arcebispo diz que suspeito de violentar menina não pode ser excomungado
    Religioso condenou mãe e médicos envolvidos em aborto.
    Imprensa italiana diz que Vaticano apóia decisão.

    Do G1, com informações do Jornal Hoje
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    Foto: Reprodução Destaque de site italiano (Foto: Reprodução) O caso da menina de 9 anos que interrompeu a gravidez de gêmeos causou comoção e revolta. A repercussão foi ainda maior pela reação da Igreja Católica ao aborto provocado pelos médicos. O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, excomungou a mãe e a equipe médica envolvida no procedimento.

  6. O Inferno é aqui….sempre foi!

    Agora vocês não tem esta visão devido a cegueira religiosa que tomou conta de suas mentes, mas um dia, não em vida, vocês com certeza descobrirão e se afogarão em profundo remorso e peso de consciência!

  7. http://padreedson.blogspot.com/

    GRÁVIDA DE GÊMEOS EM ALAGOINHA
    O lado que a imprensa deixou de contar

    Há cerca de oito dias, nossa cidade foi tomada de surpresa por uma trágica notícia de um acontecimento que chocou o país: uma menina de 9 anos de idade, tendo sofrido violência sexual por parte de seu padrasto, engravidou de dois gêmeos. Além dela, também sua irmã, de 13 anos, com necessidade de cuidados especiais, foi vitima do mesmo crime. Aos olhos de muitos, o caso pareceu absurdo, como de fato assim também o entendemos, dada a gravidade e a forma como há três anos isso vinha acontecendo dentro da própria casa, onde moravam a mãe, as duas garotas e o acusado.

    O Conselho Tutelar de Alagoinha, ciente do fato, tomou as devidas providências no sentido de apossar-se do caso para os devidos fins e encaminhamentos. Na sexta-feira, dia 27 de fevereiro, sob ordem judicial, levou as crianças ao IML de Caruaru-PE e depois ao IMIP (Instituto Médico Infantil de Pernambuco), de Recife a fim de serem submetidas a exames sexológicos e psicológicos. Chegando ao IMIP, em contato com a Assistente Social Karolina Rodrigues, a Conselheira Tutelar Maria José Gomes, foi convidada a assinar um termo em nome do Conselho Tutelar que autorizava o aborto. Frente à sua consciência cristã, a Conselheira negou-se diante da assistente a cometer tal ato. Foi então quando recebeu das mãos da assistente Karolina Rodrigues um pedido escrito de próprio punho da mesma que solicitava um “encaminhamento ao Conselho Tutelar de Alagoinha no sentido de mostrar-se favorável à interrupção gestatória da menina, com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e na gravidade do fato”. A Conselheira guardou o papel para ser apreciado pelos demais Conselheiros colegas em Alagoinha e darem um parecer sobre o mesmo com prazo até a segunda-feira dia 2 de março. Os cinco Conselheiros enviaram ao IMIP um parecer contrário ao aborto, assinado pelos mesmos. Uma cópia deste parecer foi entregue à assistente social Karolina Rodrigues que o recebeu na presença de mais duas psicólogas do IMIP, bem como do pai da criança e do Pe. Edson Rodrigues, Pároco da cidade de Alagoinha.

    No sábado, dia 28, fui convidado a acompanhar o Conselho Tutelar até o IMIP em Recife, onde, junto à conselheira Maria José Gomes e mais dois membros de nossa Paróquia, fomos visitar a menina e sua mãe, sob pena de que se o Conselho não entregasse o parecer desfavorável até o dia 2 de março, prazo determinado pela assistente social, o caso se complicaria. Chegamos ao IMIP por volta das 15 horas. Subimos ao quarto andar onde estavam a menina e sua mãe em apartamento isolado. O acesso ao apartamento era restrito, necessitando de autorização especial. Ao apartamento apenas tinham acesso membros do Conselho Tutelar, e nem tidos. Além desses, pessoas ligadas ao hospital. Assim sendo, à área reservada tiveram acesso naquela tarde as conselheiras Jeanne Oliveira, de Recife, e Maria José Gomes, de nossa cidade.

    Com a proibição de acesso ao apartamento onde menina estava, me encontrei com a mãe da criança ali mesmo no corredor. Profunda e visivelmente abalada com o fato, expôs para mim que tinha assinado “alguns papéis por lá”. A mãe é analfabeta e não assina sequer o nome, tendo sido chamada a pôr as suas impressões digitais nos citados documentos.

    Perguntei a ela sobre o seu pensamento a respeito do aborto. Valendo-se se um sentimento materno marcado por preocupação extrema com a filha, ela me disse da sua posição desfavorável à realização do aborto. Essa palavra também foi ouvida por Robson José de Carvalho, membro de nosso Conselho Paroquial que nos acompanhou naquele dia até o hospital. Perguntei pelo estado da menina. A mãe me informou que ela estava bem e que brincava no apartamento com algumas bonecas que ganhara de pessoas lá no hospital. Mostrava-se também muito preocupada com a outra filha que estava em Alagoinha sob os cuidados de uma família. Enquanto isso, as duas conselheiras acompanhavam a menina no apartamento. Saímos, portanto do IMIP com a firme convicção de que a mãe da menina se mostrava totalmente desfavorável ao aborto dos seus netos, alegando inclusive que “ninguém tinha o direito de matar ninguém, só Deus”.

    Na segunda-feira, retornamos ao hospital e a história ganhou novo rumo. Ao chegarmos, eu e mais dois conselheiros tutelares, fomos autorizados a subirmos ao quarto andar onde estava a menina. Tomamos o elevador e quando chegamos ao primeiro andar, um funcionário do IMIP interrompeu nossa subida e pediu que deixássemos o elevador e fôssemos à sala da Assistente Social em outro prédio. Chegando lá fomos recebidos por uma jovem assistente social chamada Karolina Rodrigues. Entramos em sua sala eu, Maria José Gomes e Hélio, Conselheiros de Alagoinha, Jeanne Oliveira, Conselheira de Recife e o pai da menina, o Sr. Erivaldo, que foi conosco para visitar a sua filha, com uma posição totalmente contrária à realização do aborto dos seus netos. Apresentamo-nos à Assistente e, ao saber que ali estava um padre, ela de imediato fez questão de alegar que não se tratava de uma questão religiosa e sim clínica, ainda que este padre acredite que se trata de uma questão moral.

    Perguntamos sobre a situação da menina como estava. Ela nos afirmou que tudo já estava resolvido e que, com base no consentimento assinado pela mãe da criança em prol do aborto, os procedimentos médicos deveriam ser tomados pelo IMI dentro de poucos dias. Sem compreender bem do que se tratava, questionei a assistente no sentido de encontrar bases legais e fundamentos para isto. Ela, embora não sendo médica, nos apresentou um quadro clínico da criança bastante difícil, segundo ela, com base em pareceres médicos, ainda que nada tivesse sido nos apresentado por escrito.

    Justificou-se com base em leis e disse que se tratava de salvar apenas uma criança, quando rebatemos a idéia alegando que se tratava de três vidas. Ela, desconsiderando totalmente a vida dos fetos, chegou a chamá-los em “embriões” e que aquilo teria que ser retirado para salvar a vida da criança. Até então ela não sabia que o pai da criança estava ali sentado ao seu lado. Quando o apresentamos, ela perguntou ao pai, o Sr. Erivaldo, se ele queria falar com ela. Ele assim aceitou. Então a assistente nos pediu que saíssemos todos de sua sala os deixassem a sós para a essa conversa. Depois de cerca de vinte e cinco minutos, saíram dois da sala para que o pai pudesse visitar a sua filha. No caminho entre a sala da assistente e o prédio onde estava o apartamento da menina, conversei com o pai e ele me afirmou que sua idéia desfavorável ao aborto agora seria diferente, porque “a moça me disse que minha filha vai morrer e, se é de ela morrer, é melhor tirar as crianças”, afirmou o pai quase que em surdina para mim, uma vez que, a partir da saída da sala, a assistente fez de tudo para que não nos aproximássemos do pai e conversássemos com ele. Ela subiu ao quarto andar sozinha com ele e pediu que eu e os Conselheiros esperássemos no térreo. Passou-se um bom tempo. Eles desceram e retornamos à sala da assistente social. O silêncio de que havia algo estranho no ar me incomodava bastante. Desta vez não tive acesso à sala. Porém, em conversa com os conselheiros e o pai, a assistente social Karolina Rodrigues, em dado momento da conversa, reclamou da Conselheira porque tinha me permitido ver a folha de papel na qual ela solicitara o parecer do Conselho Tutelar de Alagoinha favorável ao aborto e rasgou a folha na frente dos conselheiros e do pai da menina. A conversa se estendeu até o final da tarde quando, ao sair da sala, a assistente nos perguntava se tinha ainda alguma dúvida. Durante todo o tempo de permanência no IMIP não tivemos contato com nenhum médico. Tudo o que sabíamos a respeito do quadro da menina era apenas fruto de informações fornecidas pela assistente social. Despedimo-nos e voltamos para nossas casas. Aos nossos olhos, tudo estava consumado e nada mais havia a fazer.

    Dada a repercussão do fato, surge um novo capítulo na história. O Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, Dom José Cardoso, e o bispo de nossa Diocese de Pesqueira, Dom Francisco Biasin, sentiram-se impelidos a rever o fato, dada a forma como ele se fez. Dom José Cardoso convocou, portanto, uma equipe de médicos, advogados, psicólogos, juristas e profissionais ligados ao caso para estudar a legalidade ou não de tudo o que havia acontecido. Nessa reunião que se deu na terça-feira, pela manhã, no Palácio dos Manguinhos, residência do Arcebispo, estava presente o Sr. Antonio Figueiras, diretor do IMIP que, constatando o abuso das atitudes da assistente social frente a nós e especialmente com o pai, ligou ao hospital e mandou que fosse suspensa toda e qualquer iniciativa que favorecesse o aborto das crianças. E assim se fez.

    Um outro encontro de grande importância aconteceu. Desta vez foi no Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, na tarde da terça-feira. Para este, eu e mais dois Conselheiros, bem como o pai da menina formos convidados naquela tarde. Lá no Tribunal, o desembargador Jones Figueiredo, junto a demais magistrados presentes, se mostrou disposto a tomar as devidas providências para que as vidas das três crianças pudessem ser salvas. Neste encontro também estava presente o pai da criança. Depois de um bom tempo de encontro, deixamos o Tribunal esperançosos de que as vidas das crianças ainda poderiam ser salvas.

    Já a caminho do Palácio dos Manguinhos, residência do Arcebispo, por volta das cinco e meia da tarde, Dom José Cardoso recebeu um telefonema do Diretor do IMIP no qual ele lhe comunicava que um grupo de uma entidade chamada Curumins, de mentalidade feminista pró-aborto, acompanhada de dois técnicos da Secretaria de Saúde de Pernambuco, teriam ido ao IMIP e convencido a mãe a assinar um pedido de transferência da criança para outro hospital, o que a mãe teria aceito. Sem saber do fato, cheguei ao IMIP por volta das 18 horas, acompanhado dos Conselheiros Tutelares de Alagoinha para visitar a criança. A Conselheira Maria José Gomes subiu ao quarto andar para ver a criança. Identificou-se e a atendente, sabendo que a criança não estava mais na unidade, pediu que a Conselheira sentasse e aguardasse um pouco, porque naquele momento “estava havendo troca de plantão de enfermagem”. A Conselheira sentiu um clima meio estranho, visto que todos faziam questão de manter um silêncio sigiloso no ambiente. Ninguém ousava tecer um comentário sequer sobre a menina.

    No andar térreo, fui informado do que a criança e sua mãe não estavam mais lá, pois teriam sido levadas a um outro hospital há pouco tempo acompanhadas de uma senhora chamada Vilma Guimarães. Nenhum funcionário sabia dizer para qual hospital a criança teria sido levada. Tentamos entrar em contato com a Sra. Vilma Guimarães, visto que nos lembramos que em uma de nossas primeiras visitas ao hospital, quando do assédio de jornalistas querendo subir ao apartamento onde estava a menina, uma balconista chamada Sandra afirmou em alta voz que só seria permitida a entrada de jornalistas com a devida autorização do Sr. Antonio Figueiras ou da Sra. Vilma Guimarães, o que nos leva a crer que trata-se de alguém influente na casa. Ficamos a nos perguntar o seguinte: lá no IMIP nos foi afirmado que a criança estava correndo risco de morte e que, por isso, deveria ser submetida ao procedimentos abortivos. Como alguém correndo risco de morte pode ter alta de um hospital. A credibilidade do IMIP não estaria em jogo se liberasse um paciente que corre risco de morte? Como explicar isso? Como um quadro pode mudar tão repentinamente? O que teriam dito as militantes do Curumim à mãe para que ela mudasse de opinião? Seria semelhante ao que foi feito com o pai?

    Voltamos ao Palácio dos Manguinhos sem saber muito que fazer, uma vez que nenhuma pista nós tínhamos. Convocamos órgãos de imprensa para fazer uma denúncia, frente ao apelo do pai que queria saber onde estava a sua filha.

    Na manhã da quarta-feira, dia 4 de março, ficamos sabendo que a criança estava internada na CISAM, acompanhada de sua mãe. O Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (FUSAM) é um hospital especializado em gravidez de risco, localizado no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife. Lá, por volta das 9 horas da manhã, nosso sonho de ver duas crianças vivas se foi, a partir de ato de manipulação da consciência, extrema negligência e desrespeito à vida humana.

    Isto foi relatado para que se tenha clareza quanto aos fatos como verdadeiramente eles aconteceram. Nada mais que isso houve. Porém, lamentamos profundamente que as pessoas se deixem mover por uma mentalidade formada pela mídia que está a favor de uma cultura de morte. Espero que casos como este não se repitam mais.

    Ao IMIP, temos que agradecer pela acolhida da criança lá dentro e até onde pode cuidar dela. Mas por outro lado não podemos deixar de lamentar a sua negligência e indiferença ao caso quando, sabendo do verdadeiro quadro clínico das crianças, permitiu a saída da menina de lá, mesmo com o consentimento da mãe, parecendo ato visível de quem quer se ver livre de um problema.

    Aos que se solidarizaram conosco, nossa gratidão eterna em nome dos bebês que a esta hora, diante de Deus, rezam por nós. “Vinde a mim as crianças”, disse Jesus. E é com a palavra desde mesmo Jesus que continuaremos a soltar nossa voz em defesa da vida onde quer que ela esteja ameaçada. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham plenamente” (Jo, 10,10). Nisso cremos, nisso apostamos, por isso haveremos de nos gastar sempre. Acima de tudo, a Vida!

    Pe. Edson Rodrigues
    Pároco de Alagoinha-PE

  8. Caro Sandro:

    O estuprador não pode ser excomungado porque já foi “excomungado” ao cometer o pecado. Tal como os médicos abortistas, o estuprador também não poderá receber os sacramentos e participar da Igreja enquanto não confessar e arrepender-se de seu crime.

    Um anúncio de excomunhão tem finalidade didática e pedagógica.

    Por isso, não faz sentido excomungar alguém por um pecado que todos repudiam. No entanto, para deixar bem clara a doutrina da Igreja, faz sentido excomungar alguém por um pecado que mesmo muitos católicos acham que não foi exatamente um pecado.

    Note que os médicos abortistas claramente orgulham-se de seu crime, que aliás é reincidente. É por isso que devem ser excomungados.

  9. Sr. Sandro Ariza Sanchez, deu, já vomitou porcaria que chega aqui neste blog, pelo visto você é ateu e acha que devemos se encurvar diante de você e de seu insignificante pensamento, espero que o Jorge, proprietário deste site não permita que venha vomitar novamente as fezes que saem de sua boca.

  10. Volto a repetir….

    ESTA MENINA DE 9, EU DISSE NOVE ANOS, PODERIA SER MÃE, VCS TEM IDÉIA DISTO? PARARM PRA PENSAR? UM ANJO DE 9 ANOS IA ABDICAR DO DIREITO DE SER ANJO, CRIANÇA E IRIA CARREGAR PRO RESTO DE SUA VIDA(NÃO TENHO DUVIDAS AO DIZER ISSO), UMA PERTURBAÇÃO E UMA CONFUSÃO PSICOLÓGICA, QUE NENHUMA, MAS NENHUMA MISSA CATÓLOICA, NENHUMA ORAÇÃO A TRARIA DE VOLTA……

    Afinal, o que é ser “a favor da vida”? mesmo que, sendo ela uma vida sem qualidade?

    Desculpem, mas nada, nada, vai me fazer mudar de idéia, por que esta mesma familia não foi amparada pela Igreja antes?

    DIREITOS HUMANOS, PARA HUMANOS DIREITOS!

  11. Caro Sandro:

    “DIREITOS HUMANOS, PARA HUMANOS DIREITOS!”

    Eu concordo inteiramente. Sou totalmente a favor de pena de morte para estrupadores.

    Mas pela sua frase podemos deduzir que:

    Ou

    1) Os bebezinhos abortados não são seres humanos direitos, merecendo por isso a morte.

    Ou

    2) Os bebezinhos abortados tiveram seu direito humano mais básico – o da vida – tolhido pelos médicos abortistas.

    Qual é a sua opção?

  12. Caro Sandro:

    É fácil ver que mesmo uma vida sem “qualidade”, é melhor que vida alguma.

    Por favor, diga-me mais precisamente o que você chama de “qualidade de vida”.

    Estou certo que essa menina, mesmo sendo pobre e vivendo no interior do nordeste, ainda assim vive melhor que nossos antepassados viviam a cem anos atrás.

  13. Caro Sandro:

    Com ou sem aborto, infelizmente, essa menina já vai carregar por toda a sua vida um gravíssimo trauma psicológico.

    Além do trauma do estupro, essa menina carregará agora o trauma do duplo aborto.

    Há mulheres que se orgulham dos filhos mesmo sabendo que resultaram de um estupro. Não há uma única mulher que se orgulhe de ter abortado.

    Há pesquisas que mostram que vítimas de estupro que engravidam recuperam-se melhor quando não abortam, já que o aborto acaba trazendo outros problemas psicológicos, enquanto os filhos, mesmo vindos de um estupro, sempre dão algum consolo e satisfação às mães.

  14. Olha sinceramente……

    Quem é favor de um Anjo de 9 anos ostente uma gravidez, provavelmente são as mesmas pessoas que apóiam o alimento com agrotóxico ou transgênico….

    O que é certo então?

    O que é natural?

    Então porque DEUS deu a mulher período menstrual? a ovulação?

    Uma vida já existente pode pagar por outra?

    Qualidade de vida, na minha opinião, é sim, uma vida com seu curso natural respeitado, com suas etapas sendo naturalmente ultrapassadas….com escola, alimento, respeito, dignidade.

    Agora apelar pra 100 (cem) anos atrás…desculpe, faltou-lhe argumento….

  15. Sr. Sandro Rosa Madaleno:

    Você acredita em anjo?

    Anjo tem sexo?

    Anjo pode engravidar?

  16. Não vou responder a vc…..está discussão estava saudável!

    Enquanto estava no campo das idéias, ótimo, mas tem sempre um imbecil, independente da Religião!

  17. Caro Sandro:

    Se a menina engravidou, era porque ela já estava biológicamente pronta para isso. Nesse sentido, foi uma gravidez “natural”. Ninguém aqui está achando isso bonito. Ninguém aqui acha que essa gravidez deva servir de exemplo.

    Estamos apenas comentando sobre a justeza do aborto.

    Para você, qualidade de vida é alimento, escola, dignidade e respeito. Ótimo! Para mim também.

    Agora, o aborto traz isso? Como? É só abortar que a geladeira se enche sozinha?

    Ao autorizar sua filha a abortar, a mãe dela garantiu alimento, escola, dignidade e respeito? Com certeza que não.

    Provavelmente, seria mais fácil conseguir tudo isso se ela levasse a gravidez até o fim, particularmente depois que o bispo interessou-se pelo caso.

    A pobre coitada da mãe analfabeta nem percebeu que sua filha estava sendo usada pela turma pró-aborto. Agora que ela já foi usada, ela voltará mais só do que nunca para sua cidadezinha e só lhe restará pensar nos gêmeozinhos que ia ter e não terá mais.

  18. Sandro Rosa Madaleno:

    Como pode a discussão estar no campo das idéias se você não tem nenhuma?

    E aí, você acredita em anjo?

  19. Caro Sandro:

    Os “cem anos atrás” são apenas para você refletir que aquilo que você considera “qualidade de vida” essencial era raridade cem anos atrás.

    Nossos antepassados não tinham escola nem alimentação farta, mas nem por isso abortavam os filhos que tinham.

    Talvez nós, modernos, sem perceber, tenhamos trocado a verdadeira dignidade e o verdadeiro respeito por escola e alimentação… com agrotóxico aliás.

  20. Sr. João de Barros:

    Não perca tempo argumentando com o Sandro Rosa Madaleno. Não jogue pérolas aos porcos, nem coisas santas aos cães. Ele veio aqui fazer palhaçadas e como tal merece ser tratado.

  21. Sr. Sandro Ariza Sanchez não adianta vir aqui colocar seus dizeres em letras maiusculas como se quizesse berrar conosco, pois vai berrar em outra freguesia, se aqui ninguém vai te fazer mudar de idéia então o que você está fazendo ainda aqui ou pensas que tu vais mudar alguém aqui de idéia, e kadê o Jorge Ferraz para dar um basta neste cara.

  22. È muito facil criticar quando se esta de fora. Mas se fosse nossa filha de 9 anos que tivesse correndo risco de vida devido a gravidez precosse, aposto que muitos ficariam em duvida do que fazer.
    a) Levar a gravidez adiante e morrer a criança e os bebes.
    b) Contar com a sorte pra que não morra ninguém.
    c) Abortar e salvar a criança.
    São escolhas muito difíceis mesmo.

  23. |Não quis berrar com ninguém, nem desrespeitar, apenas dei minha opinião…

    Agora está claro como a Igreja e seu rebanho se revolta quando é questionada, são lobos em pele de cordeiro, e mostram as garras assim q podem….

    A partir do momento que aigreja interfere em nossas vidas, sinto-me no direito de interferir nas questões da igreja também…

  24. Caro Lucas:

    Você levantou um ponto muito interessante.

    Acho perfeitamente natural que a mãe da criança tenha desejado que a filha abortasse. Ela deixou-se levar pela emoção e não pensou direito no que estava fazendo. Infelizmente, essa é uma atitude comum a todos seres humanos.

    Mas é justamente por isso que é necessário haver leis e procedimentos judiciais sérios para que uma decisão racional e verdadeiramente humana prevaleça.

    É justamente por isso que nessas horas é necessário haver pessoas que, por não estarem diretamente envolvidas, possam tomar serenamente as melhores decisões para todas as crianças envolvidas, sem deixarem-se levar cegamente pela emoção.

    Infelizmente, não foi isso que aconteceu. Esse aborto foi feito totalmente ao arrepio da lei.

    É justamente por isso que os grandes criminosos dessa história toda são os médicos e a assistente social que induziram a mãe da menina a concordar com o aborto, não esquecendo, é claro, do bandido do padrasto.

  25. Não quis berrar com ninguém, nem desrespeitar, apenas dei minha opinião…

    Agora está claro como a Igreja e seu rebanho se revolta quando é questionada, são lobos em pele de cordeiro, e mostram as garras assim q podem….

    A partir do momento que aigreja interfere em nossas vidas, sinto-me no direito de interferir nas questões da igreja também…

    A ponto de querer que duas vidas inocentes sejam abortadas, lindo para tua cara

  26. Bem, partindo do ponto de que a excomunhão não tem valor para as pessoas que estão criticando a mesma, por que tanta euforia? desviando o foco central, a degradação da vida humana em nosso pais, e a luta pela legalização de mais um crime entre tantos. Por favor, não aproveitem cituações serias como esta para propagarem seus valores individuais e desumanos. Estudem mais sobre a excomunhão e o seu sentido.

  27. Meu pai e meu irmão levaram alguns segundos para concordar com Arnaldo Jabor e dizer o quanto tinham raiva de algumas atitudes da Igreja.

    Quanto tristeza isto me causou. Alguns segundos, sem pensar, sem refletir, sem buscar mais informações duas pessoas que se dizem católicos atacar a Igreja, condenar um bispo e concordar com um “jornalista” metido a poeta.

    Um pai e um irmão. Deu tende piedade de nós

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