Vale a pena ler o artigo do Percival Puggina sobre a Campanha da Fraternidade; é muitíssimo oportuno porque – e isto precisa ficar claro – esta Campanha da Fraternidade deste ano não é somente inútil, é errônea mesmo, transmitindo valores [no mínimo] questionáveis e propagando idéias [no mínimo] estranhas. O articulista demonstra isso muito bem [vale a pena, repito, ler o artigo inteiro]:
O mesmo matiz ideológico concede uma espécie de indulgência plenária à criminalidade que mais asusta o país, toda ela vista como conseqüência do tipo de sociedade onde vivemos. Denuncia as penas de prisão como “vingança” social e convoca os fiéis a “assumir sua responsabilidade pessoal no problema da violência”. Trata-se, em resumo, da velha luta de classes, segundo a qual as vítimas da criminalidade são socialmente culpadas, ao passo que os criminosos são inocentados por inexistência de outra conduta exigível. É a tese do Marcola, sendo acolhida pela CNBB.
E é lamentável que os católicos sejam [na prática] obrigados a engolirem este lixo durante a Quaresma. É frustrante que os nossos bispos, que deveriam ser sentinelas fiéis zelosos pela integridade da Sã Doutrina, pouco ou nada façam para proteger os fiéis destes perigos. A coisa é particularmente grave em cidades de interior, sobre as quais posso falar um pouco porque, já há alguns anos, participo das atividades da Juventude Missionária na Semana Santa. Todo ano vamos a uma cidade diferente; em todas elas, a situação é muito diferente daquela que encontramos na capital. O único ponto de contato daquelas pessoas com a Igreja é o seu pároco – cercado pelos leigos que o ajudam no desempenho das atividades paroquiais. Se elas recebem, destes, lixo “CFista” no lugar de Doutrina Católica, vão acreditar piamente que a Doutrina Católica é o conjunto das besteiras contidas nas Campanhas da Fraternidade.
Conto um caso. Não me lembro da cidade, mas me lembro do fato: 2007, sexta-feira santa, quatro horas da manhã, via-sacra. Todo o povo da cidadezinha reunido. Nós, recém-acordados, não percebemos a tragédia: ia ser rezada a via-sacra da Campanha da Fraternidade. Amazônia. Infelizmente não a consegui encontrar na internet, mas recordo-me que era repleta de coisas como “rios e pororocas”, e “mártires índios”, e “irmã Dorothy Stang” e coisas do gênero. Nós não rezamos. E ficamos contemplando aquele povo simples, inocente, piedoso, em procissão de madrugada, rezando qualquer coisa tosca e estranha ao catolicismo como se fosse a Via Sacra de Nosso Senhor.
Não estou exagerando: estas orações não são católicas. Encontrei neste documento da Diocese de Cachoeiro [v. Anexo 01] a Via Sacra 2009. Só à guisa de exemplo:
- Primeira Estação: “O nosso país é marcado por grandes escândalos. Corrupção, tráfico de influências, desvios de verbas, entre outros, estão sempre presentes no nosso noticiário. São crimes que trazem trágicas conseqüências para a nossa sociedade (…). O pobre é quase sempre preso, mas as pessoas que pertencem às altas rodas do crime estão apenas respondendo processos e recorrendo às instâncias diversas do sistema judiciário, e muitas vezes até conseguindo da opinião pública a aprovação de seus atos, com a expressão: ‘esse rouba, mas faz!'”.
- Canto: “Ó Senhor, Caminho e Vida / o Brasil pede perdão / Pelas mortes e agressões” – tiraram os tradicionais versos à Virgem Santíssima!!
- Sexta Estação: “Assim como essa mulher [Verônica] que se aproxima de Jesus, existem entidades e organizações que trabalham com a formação da consciência das pessoas e com a organização da sociedade para que aconteça a luta por direitos e por uma nova sociedade fundamentada em uma nova hierarquia de valores que tem no seu topo a pessoa humana e a sua dignidade”.
- Décima Estação (Oração): “Livrai-nos da concentração dos bens nas mãos de poucos. Ajudai-nos a colocar, fraternalmente, nossos bens a serviço do povo desta terra”.
- Décima Quarta Estação: “Enquanto os poderosos chefes dessa rede de produção e distribuição [narcotráfico] dispõem de muitos meios para escapar da repressão policial, inclusive fazendo a “lavagem de dinheiro”, os pequenos traficantes e os usuários de droga acabam atrás das grades ou mortos pelos becos das favelas. São culpados também, mas é injusta a diferença de punição dos pequenos e a impunidade dos grandes”.
É já difícil imaginar um excremento desta magnitude sendo impresso e distribuído com a assinatura da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil; contudo, ainda mais doloroso é ver o povo humilde rezando isso, de madrugada, com a melhor das boas intenções, acreditando que está praticando o catolicismo tradicional que receberam de seus pais. Isso é escandaloso, ignominioso, vergonhoso, ultrajante, revoltante, é um pecado que brada aos Céus. Para piorar, já existe o regulamento para o concurso do Hino da Campanha da Fraternidade 2010, cujo tema é… Economia e Vida! Isso não pode ficar assim. Já basta de ofender a Nosso Senhor. Queremos uma Quaresma de verdade.
“Isso não pode ficar assim. Já basta de ofender o Nosso Senhor. Queremos uma Quaresma de verdade”.
Caro Jorge,
a começar pelo nome dessa campanha.
Melhor que Fraternidade penso que seria “Campanha da Caridade e da Conversão”, que o senso pragmático e burocrata da CNBB rapidamente resumiria em CCC.
Que seja, pois: Cristo, Cristo, Cristo.
Abraço,
Renato
Gostei da idéia Sr. Renato.
Assino em baixo.
“Isso não pode ficar assim. Já basta de ofender o Nosso Senhor. Queremos uma Quaresma de verdade”.
QUEREMOS UMA QUARESMA DE VERDADE, ou seja, CATÓLICA!!!
André Víctor
CNBB, deixe a Quaresma em paz!
Eu sou da seguinte opinião:
”Um católico inteligente hoje vai passar longe desta CNBB.”
Pior é que se vc discorda da famigerada CF e das atitudes da CNBB, vc é tido como pessoa não fraterna e, aos poucos, vai sendo isolada, como está acontecendo no prédio em que resido, onde eu, por não ter ido a uma “reunião” referente à CF deste ano, passei a ser tido como persona non grata… Prefiro discordar e agradar a Deus que aos homens!
Se eu não me engano os legionários usam um material próprio para a via-sacra.
Um dia desses estive debatendo num grupo sobre a Campanha, mas quase fui linchado. É quase uma heresia falar contra a CF.
Vamos adotar o slogan sugerido pelo Emerson:
CNBB, deixe a Quaresma em paz!
Podíamos mandar e-mails para eles com essa frase apenas, que tal? Fazer cartazes, sei lá. Desculpem. É a revolta.
Realmente é triste a situação! Estive hoje na via sacra em uma igreja aqui no centro de Curitiba, onde foi usado o texto oficial da CF-2009. Trata-se de uma série de chavões “comunistóides”, cansativos, repetitivos…enfim “chatos”!!!! Não sei quem escreveu texto tão pobre. Já nem falo de fé católica (esta é renegada por esta gente!) , mas de pobreza intelectual mesmo. Qualquer pessoa com o mínimo de inteligência se sente ofendido em ter que ouvir tanta baboseira em plena quaresma! Acho que é hora do povo católico boicotar o uso de tais textos e começar a usar coisas mais profundas ( reli uma via-sacra escrita pelo Santo Padre quando ainda era cardeal – e que diferença!!!). Deus é fiel em suas promessas. Confiemos no triunfo do Imaculado Coração da Mãe de Deus!
“Isso é escandaloso, ignominioso, vergonhoso, ultrajante, revoltante, é um pecado que brada aos Céus.”
Assino embaixo! Que Deus tenha misericórdia de nós! Tempos difíceis ….
Abraços e fiquem com Deus,
Léo
Graças à Deus ontem foi o último dia da campanha da fraternidade. Rezemos pela conversão daqueles que a organizam, para no futuro, tenhamos uma campanha Católica!
Ao meu ver, as pessoas que fazem estes tipos de comentários como foram feitos neste blog, sao um bando de ignorantes, isto é, sem inteligência e muito menos espírito de caridade. Deviam estudar um pouco mais sobre a CF e sua importância. Devia de ir até a Cúria Diocesana mais proxima e pedir contas das doações que foram feitas. Afinal, desculpem, nem deveriam fazer, pois se criticam é sinal de que nem ajudam e nem sequer querem o bem da Igreja. Que Deus tenha pena destes.
tenho uma imensa vergonha de saber que existe católicos como os que fizeram esses comentarios acima, exceto o ultimo. nao sabem que verdadeira religiao é socorrer os orfaos e viuvas? ainda bem que a igreja tem acordado para colocar na prática concreta e nas dificuldades do mundo atual aquilo que ensina o evangelho de Jesus.Amigos estudem, pensem no mundo como estao, pensem nos ataques que a igreja vem sofrendo, tudo isso é muito importante para compreender o quanto a igreja é sábia e o quanto a CNBB SABE O QUE DIZ…
Adilson,
É precisamente pelo fato de que a Igreja vem sofrendo terríveis ataques que nos dói profundamente ver a Quaresma ser vilipendiada e os católicos serem forçados a perder tempo precioso com futilidades materialistas, empurradas como se fossem Doutrina Católica.
Abraços,
Jorge
Me perdoem, mas não creio que dizer ao povo algo que ninguém mais tem coragem de dizer, além da Igreja, seja perda de tempo. Pra mim é audácia “Tempera dos mártires”.
É a minha humilde visão de católico
No amor do Pai,
jocy Lopes
Jocy,
“[D]izer ao povo algo que ninguém mais tem coragem de dizer, além da Igreja”, sem dúvidas não é perda de tempo – é algo muitíssimo importante. O problema é justamente que as Campanhas da Fraternidade, ao invés de terem coragem de dizer o que ninguém mais diz, preferem repetir as abobrinhas que todo mundo diz, que os inimigos da Igreja aplaudem, e que não têm nada a ver com a Fé Católica e Apostólica.
Abraços,
Jorge
“as Campanhas da Fraternidade, ao invés de terem coragem de dizer o que ninguém mais diz, preferem repetir as abobrinhas que todo mundo diz”.
Me perdoe irmão, mas se assim fosse a Igreja não seria tão atacada a cada ano. Ainda estamos sofrendo as consequencias da campanha do ano Passado. E eu não me recordo de ter visto qualquer jornal de TV, expondo as verdades que a Igreja convida não apenas o seu povo fiel, mas toda a sociedade a refletir.
No amor do Pai,
Jocy Lopes
Jocy,
A Igreja é atacada precisamente por tudo aquilo que NÃO ESTÁ nas Campanhas da Fraternidade. Já viu alguma campanha da Fraternidade falando sobre a importância da castidade? Sobre a necessidade de se ser católico? Falando contra a camisinha? Contra o casamento gay? Praticamente não existe Doutrina Católica nas CFs.
A Campanha do ano passado – honrosa, ma non troppo, exceção – falou contra o aborto mas, até mesmo nela, falou muito mal, porque o DVD oficial da Campanha continha um vídeo de ABORTISTAS DEFENDENDO O ABORTO. Isso é um escândalo que ainda hoje clama aos céus vingança.
Abraços,
Jorge
Amado,
Podemos continuar trocando idéias via e-mail, se assim for do seu interesse.
Que o Senhor os abençe hoje e sempre.
No amor do Pai
Jocy Lopes
Que a Igreja pelo exemplo e pela palavra defenda os pobres e denuncie o egoísmo dos ricos e lute contra a miséria creio que ninguem aqui seja contra isso. Pois o proprio Jesus alertou para o perigos do apego as riquezas e a Igreja primitiva vivia em comunhão de bens. Por isso não necessitado entre eles. O problema é que não precisamos de Marx pra isso. Temo Jesus e a nossa fé nele. A campanha politiza as coisas, deixa Cristo de lado, coloca o problema social desvinculado da fé em Cristo, quando deveria colocar da mesma forma como fez São João em sua carta ” Se voce ver seu irmão passando fome e diz vai comer e beber e não faz nada como pode está em voce o amor de Deus?” 1 Jo 3,17ss E tambem: amemos não com palavras mas com obras. Alem disso para a situação de miséria em que muitos de nossos irmãos vivem esmola só não resolve. Alivia a consciência de quem dá mas não resolve. É preciso que quem se afirma cristão de verdade não explorar e usar os irmãos da fé como meros objetos; como escravos por amor ao dinheiro. Precisamos de uma Economia de comunhão por causa de Cristo e não de Marx ou da teologia da libertação mas pela fé que temos nele, que deve também ser um testemunho do nosso amor recíproco. A Campanha é falha porque sem centralizar em Jesus e na conversão e Ele que responder a estes problemas com as mesmas teorias do mundo sem fé.
Caros,
É incrível como essa CNBB, que hoje não passa de um braço político/”religioso” do partido dominante, consegue ainda iludir pessoas de boa-fé, como me parecem ser Thiago, Adilson e Jocy.
Quem lê o que eles escrevem pode até pensar que a CNBB socorre os pobres, os órfãos e as viúvas. Até parece… A CNBB e as suas nefastas pastorais só protegem bandidos, invasores de terra e índios (mas não para convertê-los, e sim para torná-los agentes ou massa de manobra para a revolução comunista que já está em curso).
Quem não vê isso está mais cego que Bartimeu antes de encontrar o Salvador.
Queria saber quando foi que a Comissão de Direitos Humanos da CNBB socorreu os órfãos ou a viúva de um pai de família assassinado pelos bandidos desumanos…
Gostei muito da idéia do César Guerra. Sim, vamos entupir a caixa de mensagens da CNBB com o slogan: “CNBB, DEIXE A QUARESMA EM PAZ!”.
Afinal, muito ajuda quem não atrapalha. Estou aderindo. Já que eles gostam tanto de slogans, vejamos se gostarão deste.
Um abraço a todos,
Carlos.
Puxa vida! Será que não tem como enviar todos esses questionamentos para a CNBB?
Evidentemente, como bons cristãos, devemos praticar o que a Igreja manda. Que adianta reclamar em off? A CNBB precisa abrir os olhos para isso. No entanto, quem será o oculista dela?
Por mim assino embaixo o CCC do Renato.
Abraços,
Edilma.
Carta aberta para Caio Fábio
A Palavra de Deus ensina que uma das maiores referências de um homem que deseja ser pastor é o testemunho de seus filhos. Afinal, se um homem não sabe pastorear e abençoar sua própria família, para que tentar cuidar de uma igreja, que é a família de Deus? Se ele não é fiel à sua própria esposa, como será um bom exemplo para os filhos e um pastor fiel nas responsabilidades com o rebanho de Deus?
“Esta afirmação é digna de confiança: Se alguém deseja ser bispo [grego: epíscopo, palavra que descreve o homem que ocupa a função pastoral], deseja uma nobre função. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, moderado, sensato, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar; não deve ser apegado ao vinho, nem violento, mas sim amável, pacífico e não apegado ao dinheiro. Ele deve governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade. Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus? Não pode ser recém-convertido, para que não se ensoberbeça e caia na mesma condenação em que caiu o Diabo. Também deve ter boa reputação perante os de fora, para que não caia em descrédito nem na cilada do Diabo”. (1 Timóteo 3:1-7 NVI)
“É preciso que o presbítero seja irrepreensível, marido de uma só mulher e tenha filhos crentes que não sejam acusados de libertinagem ou de insubmissão. Por ser encarregado da obra de Deus, é necessário que o bispo seja irrepreensível: não orgulhoso, não briguento, não apegado ao vinho, não violento, nem ávido por lucro desonesto. Ao contrário, é preciso que ele seja hospitaleiro, amigo do bem, sensato, justo, consagrado, tenha domínio próprio e apegue-se firmemente à mensagem fiel, da maneira como foi ensinada, para que seja capaz de encorajar outros pela sã doutrina e de refutar os que se opõem a ela”. (Tito 1:6-9 NVI)
Caio, você sabe melhor do que eu que a Palavra de Deus ensina assim. Então, se há realmente algum amor genuíno para com Deus dentro de sua alma, deixe o pastorado.
Não vou debater com você pessoalmente. Vendo que você perde o controle com facilidade e pratica jiu-jitsu, eu não teria chance. Você poderia realmente realizar sua vontade de me arrancar os ossos. Aliás, veja que um dos requisitos para o homem interessado no posto de pastor é ter domínio próprio.
Se você acha que ser um excelente filósofo isenta você de preencher todas as qualificações que Deus exige para o homem que quer pastorear, então se esqueça da Bíblia.
Se Deus qualificasse para pastor somente na base da superfilosofia, os homens simples não teriam chance alguma.
Mas, graças a Deus, os requisitos de Deus são simples e justos, envolvendo família, fidelidade à esposa, obediência dos filhos, caráter, domínio próprio, honestidade, etc. Basta preenchê-los. Sem essas qualidades morais, um homem não pode nem ser diácono, por mais filósofo que seja.
Caio, você pode seguir qualquer profissão que desejar: filósofo, eletricista, engenheiro, deputado ou até mesmo professor de jiu-jitsu, se você já tem bastante experiência nesse tipo de arte marcial. Mas a infalível Palavra de Deus deixa bem claro qual não é o chamado do homem que está no estado em que você está.
Seja humilde, por amor a Deus e por amor às pobres almas que o seguem. Deixe o pastorado para quem tem qualificação moral e bíblica.
Se você de fato conhece pastores, bispos e outros líderes evangélicos envolvidos em pecados graves em suas famílias, não use o exemplo errado deles para justificar sua própria permanência no púlpito, achando que se eles podem, você também pode. Dê o seu exemplo a eles: Aposente-se definitivamente da função pastoral e, no propósito de ser um bom ouvinte e praticante da Palavra de Deus, valorize o banco de uma igreja do jeito que você sempre valorizou o púlpito.
Não se desanime se você não conseguiu ser bom exemplo para as muitas ovelhas inocentes que o idolatravam no passado. Pelo menos, você pode agora ser exemplo para os pastores que estão em pecado.
Quem sabe Deus não queira usar você para ensinar humildade para eles. Quem sabe esse não seja o seu maior e mais importante chamado.
De um simples servo de Cristo, que não sabe filosofar, nem fazer leituras psicológicas da alma das pessoas,
Julio Severo
COMO VIVER DO MODO DIGNO DE DEUS
Referência: 1 TESSALONICENSES 4:1-12
INTRODUÇÃO
• A vida cristã pode ser comparada a uma caminhada. De fato essa é uma das figuras prediletas do apóstolo Paulo: “Andai do modo digno da vossa vocação” (Ef 4:1). “Andai não como os gentios andam” (Ef 4:17). “Andai em amor” (Ef 5:2). “Andai como filhos da luz” (Ef 5:8).
• “Porque nós andamos por fé e não pelo que vemos” (2 Co 5:7). Andar sugere progresso e nós devemos fazer progresso na vida cristã (Fp 3:13-16). Ao fim da caminhada estaremos com Deus. “Enoque andou com Deus e já não era porque Deus o tomou para si” (Gn 5:24).
• Paulo descreveu três tipos de caminhos para o cristão seguir:
I. ANDAR EM SANTIDADE – V. 1-8
• O clima moral do Império Romano era absolutamente degradante. A imoralidade era algo comum em todas as camadas da sociedade. Dos 15 imperadores, 14 eram homossexuais. A luxúria estava presente nos palácios e nas choupanas. Sêneca dizia que as mulheres casavam-se para divorciar e se divorciavam para casar.
• A sociedade grega estava acostumada com a sexualidade imiscuida com práticas religiosas. Tessalônica era uma cidade grega encharcada de sensualidade. A velha moralidade travestiu-se de nova moralidade. Vivemos numa sociedade decadente moralemente, onde não há valores abslutos. A promulgação do casamento gay, a idéia de que o casamento é união informal que não precisa de papel. O casamento é heterosexual, monogâmico, monossomático e indissolúvel.
• Paulo vai dizer que as intruções que vai passar não são novas e que são dadas através de Jesus (v. 1).
• Paulo deu quatro razões porque devemos viver uma vida santa e abster-nos da impureza:
1. Para agradar a Deus – v. 1
• Todo mundo vive para agradar alguém: 1) Muitas pessoas vivem para agradar a si mesmas – O cristão não pode viver apenas para agradar a si mesmo (Rm 15:1). 2) Nós devemos estar atentos sobre a questão de agradar aos outros – O apóstolo disse: “Se eu fosse agradar a homens eu não seria servo de Cristo” (Gl 1:10; 1 Ts 2:4). 3) Agradar a Deus deve ser o nosso principal objetivo de vida – Jesus viveu para agradar o Pai. 4) Agradar o homem é muito mais do que simplesmente obedecê-lo – É possível obedecer a Deus e não agradá-lo. Jonas obedeceu a Deus e fez o que ele mandou, mas o seu coração não estava naquele projeto. Deus abençoou sua Palavra, mas não pôde abençoar o seu servo.
2. Para obedecer a Deus – v. 2-3
• Quando Paulo esteve com a igreja em Tessalônica, ele deu os mandamentos de Deus concernentes à pureza moral. A palavra “instrução” é um termo militar. Ela se refere à ordens dadas de um superior para um inferior. Nós somos soldados do exército de Deus. Nós devemos aprender a obedecer ordens.
• Em 1 Ts 4:3 Paulo relembrou a esses novos crentes que imoralidade sexual não agrada a Deus. Deus criou o sexo e ele tem autoridade para governar seu uso. Desde o começo Deus estabeleceu o casamento como uma união sagrada entre um homem e uma mulher. Deus criou o sexo tanto para a procriação como para o deleite do casal. Os mandamentos de Deus acerca do sexo não são com o propósito de roubar as pessoas da alegria, mas protegê-las, para que elas não percam a alegria. O mandamento bíblico “Não adulterarás” levanta uma muralha ao redor do casamento, fazendo do casamento não uma prisão, mas um lindo jardim.
• A ordem bíblica é “abstende-vos da prostituição (porneia)”. Nem a teologia liberal, nem a filosofia ou psicologia podem alterar essa ordem. Através de toda a Bíblia Deus traz advertências sobre os pecados sexuais e essas advertências devem ser observadas.
• PORNEIA = abuso geral do sexo. Uso ilícito dos impulsos sexuais. Acabe com a moralidade de um povo e você o exterminará. O Império Romano só caiu nas mãos dos Bárbaros porque já estava minado pela imoralidade. A pornografia é hoje um câncer na sociedade. Estatística de 2001: 75% homens e 63% mulheres são infiéis. A revolução da década de 60 com os Beatles e os Hippies levaram a juventude mundial a uma reviravolta dos valores: rock, drogas e sexo. A virgindade passou a ser um tabu. O homossexualismo uma opção legítima. O adultério uma escapada estratégica.
3. Para glorificar a Deus – v. 4-5
• Este é o lado positivo do mandamento. Os cristãos devem ser diferentes dos não convertidos. Os gentios (não salvos) não conhecem a Deus. Portanto, eles vivem impiamente. Mas nós conhecemos a Deus, e nós somos desafiados a glorificar a Deus nesse mundo.
• “saiba possuir o próprio corpo” – Tem dois significados básicos: 1) controlar o seu corpo – Isso porque os nossos corpos são vasos de Deus (2 Co 4:7; 2 Tm 2:20-21). O nosso corpo é o “naos”, o santo dos santos, a catedral existencial do Espírito Santo. O crente precisa se vestir para a glória de Deus. Ele precisa namorar para a glória de Deus. 2) como obter a esposa – O namoro e o noivado devem ser puros. A esposa é chamada de vaso mais frágil (1 Pe 3:7). Quando um homem age com impureza com uma jovem ou mulher casada, ele defrauda seu pai ou seu marido. Mesmo que a vítima não venha descobrir, Deus é o vingador.
• Eu prefiro a primeira interpretação, visto que Paulo está falando a todos os crentes e não apenas aos casados. O crente que peca que comete pecado sexual está cometendo pecado contra o seu próprio corpo (1 Co 6:19-20).
• “Não com o desejo de lascívia como os gentios que não conhecem a Deus” = Os gentios usam seus corpos com lascívia porque não conhecem a Deus. Eles agem com impureza porque não conhecem a Deus. A imoralidade é o modus operandi dos gentios porque eles não conhecem a Deus. Ou será que também dos cristãos. Tito 1:16: “No tocante a Deus professam conhecê-lo, mas o negam por suas obras”.
• “e com esta matéria ninguém ofenda nem defraude a seu irmão” = Defraudar é despertar um sentimento ou desejo no outro que não pode ser licitamente satisfeito. O perigo de ficar no limite. Muitas pessoas se vestem para se tornar atraentes: roupas provocantes, gestos, etc.
4. Para escapar do julgamento de Deus – v. 6-8
• Um membro de igreja criticou o pastor porque ele estava pregando sobre o pecado na vida dos crentes. O membro dizia que o pecado na vida do crente é diferente do que na vida do ímpio. O pastor, então, respondeu: “Sim é diferente, o pecado na vida do crente é pior”.
• Enquanto é verdade que o cristão não está sob condenação (Jo 5:24; Rm 8:1), é também verdade que há uma farta colheita de sofrimento quando se semeia na carne (Gl 6:6-7). Quando o rei Davi cometeu adultério, ele tentou esconder o seu pecado (Sl 32). Quando Davi confessou o seu pecado, Deus o perdoou, mas Deus não pôde mudar as consequências. Davi colheu o que ele semeou, e isso foi uma dolorosa experiência para ele.
• Eleição não é uma escusa para pecar, mas um encorajamento para a santidade. “Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santificação” (4:7). “Assim como é santo aqueles que vos chamou, sede vós também santos” (1 Pe 1:15).
• Um andar santo envolve um correto relacionamento com Deus Pai que nos chamou, com Deus Filho que morreu por nós e com o Deus Espírito Santo que habita em nós. É a presença do Espírito Santo que faz os nossos corpos o templo de Deus (1 Co 6:10-20). Além do mais é por andarmos no Espírito que triunfamos sobre os desejos da carne (Gl 5:16ss).
• Razões para buscarmos a santidade do sexo: 1) Porque o Senhor contra todas essas coisa é o vingador: Muita gente tem brincado com Deus na área do sexo como Sansão e acabado cego e preso. A Bíblia diz que de Deus não se zomba. Veja 1 Co 6:9; Ef. 5:5-6; Ap 21:8. 2) Porque Deus não nos chamou para a impureza em sim para a santificação: Não podemos inverter o propósito de Deus em nossa vida. Ele nos elegeu antes da fundação do mundo para sermos santos. 3) Quem despreza a santificação, despreza a Deus: Quem se entrega à impureza rechaça a Deus. A situação não é: como eu vou ficar agora diante dos meus irmãos, da minha igreja, da minha família. Mas, como vou ficar diante de Deus. 4) Quem pratica a impureza monospreza o recurso que Deus oferece para uma vida santa: O Espírito Santo nos foi dado como santificador. “Andai no Espírito e jamais satisfareis as obras do carne”. Andar em impureza é entristecer o Espírito Santo, é apagar o Espírito Santo, é ultrajar o Espírito Santo. Deus não apenas nos chama para a santidade, mas nos dá poder para vivermos uma vida santa.
II. ANDAR EM HARMONIA – V. 9-10
1. A transição da santidade para o amor é natural. Assim como o amor de Deus é santo, o nosso amor por Deus e de uns pelos outros deve também ser motivado por um viver santo. Quanto mais nós vivemos com Deus, mais nós vamos amar uns aos outros. Se um cristão realmente ama a seu irmão, ele não vai pecar contra ele (4:6).
2. Deus Pai nos ensinou a amar quando ele nos deu Cristo para morrer por nós. O Filho nos ensinou a amar quando nos deu um novo mandamento (Jo 13:34,35) e o Espírito nos ensinou a amar quando ele derramou o amor de Deus em nossos corações.
3. O amor é o sistema circulatório do corpo de Cristo.
4. O amor fraternal é ordenança de Deus para a igreja (4:9).
5. O amor fraternal é para ser exercido sem fronteiras, a todos, aos de perto e aos de longe (4:10).
6. O amor fraternal pode crescer sempre (4:10).
III. ANDAR EM HONESTIDADE – V. 11-12
1. Agora a ênfase não é o amor entre os irmãos, mas o testemunho para com os de fora. O cristão não apenas tem o compromisso de amar os irmãos, mas também dar um bom testemunho aos de fora da igreja.
2. Os cristãos precisam ter uma vida financeira controlada para não dar mal testemunho aos de fora (4:11-12).
3. Infelizmente algumas pessoas não entenderam a doutrina da segunda vinda de Cristo e abandonaram seus empregos com o propósito de ficar esperando a volta de Cristo. Isso significou que eles precisaram ser assistidos financeiramente por outros crentes. Isso significou que eles não pagaram suas próprias contas e isso gerou um mal testemunho entre os incrédulos (4:11-12).
4. O perigo do consumismo. O perigo do cartão de crédito. O perigo de comprar coisas que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para impressionar as pessoas que não conhecemos. Há muitos crentes que defendem a ortodoxia, mas não pagam suas contas. As pessoas procuram a igreja não por causa da sua doutrina, mas por ter ela melhores homens.
5. Crentes que não cuidam de seus próprios negócios acabam se envolvendo na vida dos outros e causando problemas. Quando um crente fica sem trabalho, ele dá trabalho. Quando estamos envolvidos no nosso próprio trabalho, não temos tempo para nos envolvermos nos negócios alheios.
6. Devemos agir com prudência com os que são de fora (Cl 4:5). O cristão deve trabalhar por vários motivos:
1) O trabalho é bênção é não maldição;
2) O trabalho engrandece o caráter e cria divisas;
3) O trabalho provê para nós e nossa família;
4) O trabalho nos capacita a ajudar os outros.
Irmãos por favor leiam!
http://www.igrejaemjuizdefora.com.br/download/divorcio_nunca_mais.doc
Sei que sou um Satanas pregando, mas leiam pois quem sabe se voces não poderão evitar de cair nas garras do diabo como eu.
Não existe felicidade, VERDADEIRA, longe dos caminhos de DEUS!
Além de uma revisão nos temas das Campanha da Fraternidade, vejo que é urgente e necessária uma mudança total no jeito de compor as músicas. Os cantos SÃO TODOS FEIOS, NÃO MOTIVAM NINGUEM. UMA POBREZA MELÓDICA SEM PRECEDENTES, uns ritmos que não existem em lugar nenhum do mundo. É por isso que grande parte de Dioceses e Paróquias nem tocam. A CNBB precisa repensar com urgência a questão da música litúrgica. Coloquem compositores como Walmir Alencar, por Exemplo e outros nessa linha, que saibam criar melodias bonitas, que nos elevem pra Deus e que atraia o povo. Esses cantos…principalmente os da CF… dá vontade de sair correndo. Toco na missa há 30 anos. Sei o que estou falando. Abços!
Caro Odeniel!
Discordo de sua idéia. Nasci numa família cristã e de musicistas, e, também há mais de 30 anos canto nas missas. Muitos cantos das CFs são da autoria de padres, como por exemplo, Pe Zezinho, (e este ninguém pode botar defeito, né?) além de que existe concurso para a escolha dos mesmos, no ano anterior quando se define o tema e o lema. Para você que é músico sabe muito bem que a música é infinita, não precisando de precedência. Relembro para você 3 cantos de ofertórios: “Sabes, Senhor, o que temos é tão pouco pra dar. / Mas, este pouco nós queremos com os irmãos compartilhar”. (esse é da década de 60 ou 70, não recordo bem a data exata, mas tão cantado nas igrejas até hoje.) Outro: ” Na mesa santa que preparamos / mãos que se elevam pra Ti, ó Senhor”. (Da CF: A família como vai?) E ainda: “De braços erguidos a Deus ofertamos / aquilo que somos e tudo que amamos. / Os dons que nós temos compartilharemos, / aqueles que sofrem sorrir os faremos”. (Da CF de 92, Juventude e Fraternidade) Para essas CFs mais atuais, os cantos também tomaram um um novo estilo. Entretanto, já ouvi um mesmo canto ser cantado em diferentes ritmos. Uns mais rápidos, outros bem mais lentos diferente do CD original. Aqui na minha paróquia costumamos colocar-los em forró. Mas, o que importa é a mensagem que cada música trás. Sem falar que é um tempo quaresmal, de escuta e penitência. As igrejas são livres para cantar o que quiserem, respeitando cada tempo litúrgico. Se não cantam os da CF não há problema. Se não gostam também não há problema. A Igreja no Brasil costuma seguir o folheto: O Domingo e sugestiona os cantos. Mas, dificilmente uma paróquia canta os cantos do folheto. Eu mesma sempre escolho um que a comunidade conhece ou um que eu acho bonito e mais adequado para ser cantado. Somos livres. Somos católicos. E isso quer dizer que somos universal.
Abraços fraterno,
Edilma
Prezada Edilma e Odenil
O problema, não apenas com os cantos propostos pela CNBB, mas com os cantados nas igrejas em geral, não é só que são “feios” e a “pobreza melódica sem precedentes”. Mesmo quando são belos e ricos em melodia, isso não é o bastante. Pois mais que isso o problema é que são apenas música profana com temas sacros (isso quando o tema é sacro, o que na Campanha da Fraternidade deixa muito a desejar). Tem muito carismático por aí que se orgulha de não ouvir nem tocar música “do mundo”, mas acontece que as músicas que eles tocam são tão “do mundo” como aquelas que eles se recusam ouvir, com a única diferença de que são “músicas do mundo com assunto de Igreja”. Tem coisa pior que o forró da CNBB. O problema do forró é que se trata de um ritmo sensual, que apela às paixões e que ficaria melhor num bordel do que na Igreja, mas há quem cante na missa ritmos formalmente anticristãos e antiespirituais, como o rock-and-roll e o reggae. Já o pe. Zezinho — perdoe-me quem gosta — é o Amado Batista da música dita “católica”.
E não adianta culpar o Vaticano II que a destruição da música sacra vem de longe. Começou com as cançõezinhas românticas e melosas de nossas avós, tipo “no céu, no céu, com minha mãe”, que a gente ainda é obrigado a ouvir mesmo quando se dispõe a assistir a Missa de São Pio V. Músicas assim poderiam até ter seu lugar na catequese, ou numa procissão, mas na Missa não dá, porque litúrgicas não são.
Tudo isso é música profana. Simplesmente porque o ritmo é profano. Erra quem pensa que a música litúrgica deve simplesmente “motivar” (emocionalmente) ou “atrair o povo”. Não, a verdadeira música litúrgica deve passar para quem entra na Igreja uma experiência do sagrado. Isso não vale apenas para a música litúrgica, como também para a pintura, a escultura, a arquitetura e as artes sacras em geral. Quem entra na Igreja deve ouvir algo diferente do que possa escutar lá fora. Quem quer ouvir forró, rock, reggae ou Amado Batista, tem os respectivos estabelecimentos comerciais que os oferecem. Quem procura sinceramente a Igreja, quer nela encontrar algo que não pode achar em nenhum outro local.
Aristóteles dizia que as coisas são compostas de matéria e forma. A matéria é o conteúdo, a forma é a estrutura da coisa, aquilo que lhe transmite determinado ser. Arte é essencialmente forma. Assim, a música sagrada não deve distinguir-se da música profana apenas pela matéria, ou seja, pelo assunto. Um ritmo revolucionário, como o do rock, não se torna mais cristão só por ter letras cristãs ou por tratar de assuntos espirituais. Antes, isso seria um monstrengo, uma contradição em termos, porque a própria música, com seu ritmo, nega aquilo que a letra fala.
Música litúrgica, verdadeiramente, é aquela cuja própria forma, cuja própria estrutura, proporciona a quem a ouve uma profunda experiência do sagrado, aquela que mostra pro ouvinte que ele não está fazendo uma coisa qualquer nem está num lugar qualquer. «Tira as sandálias de teus pés, porque o lugar em que estás é uma terra santa» (Ex 3,5). É uma música que enche os seus ouvintes de veneração e, por que não?, de um temor sagrado. E a música sagrada por excelência é o canto gregoriano, verdade reafirmada até pelo mesmo Concílio Vaticano II, na constituição Sacrosanctum Concilium:
«116. A Igreja reconhece como canto próprio da liturgia romana o canto gregoriano; terá este, por isso, na ação litúrgica, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar.
Não se excluem todos os outros géneros de música sacra, mormente a polifonia, na celebração dos Ofícios divinos, desde que estejam em harmonia com o espírito da acção litúrgica, segundo o estatuído no art. 30.»
http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19631204_sacrosanctum-concilium_po.html
O ideal — seria um sonho — é que os padres popularizassem o canto gregoriano, formassem coros nas paróquias, de modo que os fiéis todos possam cantar os hinos, conforme recomendado mais uma vez pelo Concílio Vaticano II:
«54. A língua vernácula pode dar-se, nas missas celebradas com o povo, um lugar conveniente, sobretudo nas leituras e na “oração dos fiéis” e, segundo as diversas circunstâncias dos lugares, nas partes que pertencem ao povo, conforme o estabelecido no art. 36 desta Constituição.
Tomem-se providências para que os fiéis possam rezar ou cantar, mesmo em latim, as partes do Ordinário da missa que lhes competem.»
Vejam só que o Vaticano II recomenda que sejam rezados em língua vernácula (aqui no Brasil, o português) apenas as leituras da Missa e a oração dos fiéis…
Imaginem o que seria entrar numa igreja em dia de quarta-feira de cinzas e ouvir na celebração litúrgica, em vez dos forrós da CNBB e do pop-“católico” da RCC, o poderoso Attende, Domine:
http://www.youtube.com/watch?v=TvPsrfkVrCI
Attende, Domine,
Et miserere,
Quia peccavimus tibi!
“Ouvi, Senhor,
E tende misericórdia,
Porque pecamos contra ti!”
Um arquiteto me disse uma vez que era católico porque as igrejas católicas não precisam de placa na porta dizendo pra que servem. Isso pelo menos era verdade no tempo em que as igrejas eram construídas segundo uma arquitetura sagrada, que por sua própria forma e estrutura, identificava um templo católico (diferente de um templo protestante, que pode ter sido antes até mesmo um cinema pornô, e por isso precisa de placa na porta).
Hoje em dia, certas músicas que se tocam em missas não saberemos distingui-las das músicas profanas se não prestarmos atenção na letra… Isto é um indício grave da decadência da (autêntica) música católica.
Para mim o que vale é a intenção e a sintonia com o eu criatura com o Ele Criador. Quando citei o forró foi para mostrar um outro ritmo musical que, é claro, não pode ser introduzido em qualquer celebração ou tempo litúrgico. Além do mais, a missa é um rito “chato” que se cantarmos somente em gregoriano, como só cantamos aqui os salmos, os fiéis vão embora dela. O mundo se afunda cada vez mais e muita gente conseguiu se erguer através desse tipo que se ouve no âmbito das igrejas. Estamos em outro tempo e se a Igreja não o acompanha ninguém permanece nela. A missa é a celebração da Eucaristia. Deve ser celebrada com festa. Cada povo tem seu modo, sua cultura de celebrar. Aqui no Brasil é assim. O importante é que muitas pessoas, pelo profano ou pelo santo, conseguem chegar até Deus. Essa é a idéia: Levar as almas até Deus e fazer desse mundo Reino. Nosso catecismo mudou. Muita coisa mudou. A igreja mudou. Nem adianta querer corrigir erros de uma história que é mais que milenar. Nossa Igreja tem problemas maiores para serem resolvidos; problemas sérios, onde a música é uma fichinha bem pequena. As normas devem ser seguidas, mas também quebradas pela necessidade do povo.