Um amigo teve a gentileza de enviar, para uma lista de emails da qual participo, esta preciosa oração que, agora, disponibilizo para os leitores do Deus lo Vult!:
Oração Abrasada – São Luís Maria Grignion de Montfort
A despeito de ser longa, vale muito a pena rezá-la, com fé e confiança na Providência de Deus que não abandona jamais os Seus filhos. Vale particularmente rezá-la nestes tempos de crise, de incêndio na casa de Deus, onde quase não vemos saída e somos tentados ao desespero. Deus cuida de Sua Igreja e, se parece dormir, não tardará a que Se levante.
[…]
E Vós, grande Deus, embora haja tanta glória, doçura e proveito em servir-Vos, quase ninguém tomará o Vosso partido? Quase nenhum soldado se alistará sob Vossos estandartes? Quase nenhum São Miguel clamará no meio de seus irmãos, cheio de zelo pela Vossa glória: Quis ut Deus?
Ah!, permiti-me bradar por toda parte: fogo, fogo, fogo! Socorro, socorro, socorro! Fogo na casa de Deus, fogo nas almas, fogo até no santuário! Socorro, que assassinam nosso irmão; socorro, que degolam nossos filhos; socorro que apunhalam nosso bom Pai!
Qui Domini est jungatur mihi: que venham todos os bons sacerdotes espalhados pelo mundo cristão, quer os que estejam atualmente no combate, quer os que se tenham retirado da confusão da batalha para os desertos e ermos; que venham esses bons sacerdotes e se unam a nós, vis unita fit fortior, a fim de formarmos, sob o estandarte da Cruz, um exército em boa ordem de batalha e bem disciplina, para de concerto atacar os inimigos de Deus que já tocaram a rebate: sonuerunt, frenduerunt, fremuerunt, multiplicati sunt.
Dirumpamus vincula eorum et projiciamus a nobis jugum ipsorum. Qui habitat in caelis irridebit eos. Exsurgat Deus et dissipentur inimici eius! Exsurge, Domine, quare obdormis? Exsurge.
Erguei-Vos, Senhor! Por que pareceis dormir? Erguei-Vos em Vossa onipotência, em Vossa misericórdia e em Vossa justiça, para formar-Vos uma companhia seleta de guardas que velem a Vossa casa, defendam Vossa glória e salvem Vossas almas, a fim de que haja um só rebanho e um só pastor, e de que todos Vos rendam glória em Vosso templo: et in templo eius omnes dicent gloriam. Amém.
Quem já leu “O Nome da Rosa”? Tem um trecho nele que lembra perfeitamente voces, sabiam?
Um doce (sem ser o livro que João comeu, uma erva alucinógena) a quem adivinhar qual é!
O meu homônimo bibliotecário é simplesmente isso: um homônimo…
– Jorge
Está confundindo as coisas, Jorge. O Jorge de “O Nome da Rosa” não é um bibliotecário; ele é um louco, simplesmente.
Vá reler o livro, por favor.
E um fanático assassino, para completar.
Aliás, não uma, mas voces me fizeram recordar duas passagens do livro. Uma, sobre o dom do riso. Ao que me parece, tal dom é desconhecido por aqui…
Outra, é a discussão sobre os menoritas, eh, eh
Leiam-na:
[
“- Bonagrazia, cabrão és tu! E que comia Nosso Senhor em Jerusalém?
– E tu dirias que o cavalo que recebe aveia do dono para sobreviver tem a propriedade da aveia?
– Olha que comparas Cristo a um cavalo…
– Não, és tu que comparas Cristo a um prelado simoníaco da tua corte, reservatório de esterco!
– Sim? E quantas vezes a Santa Sé teve de se meter em processos para defender os vossos bens?
– Os bens da Igreja, não os nossos! Nós tínhamos o seu uso!
– O seu uso para comer, para fazer belas igrejas com estátuas de ouro, hipócritas, baixéis de iniqüidade, sepulcros caiados, sentinas de vício! Sabeis bem que é a caridade, e não a pobreza, o princípio da vida perfeita!
– Isso disse-o aquele glutão do [CENSURADO]?
– Tem cuidado ímpio! Aquele a quem chamas glutão é um santo da Santa Igreja romana!
– Santo das minhas sandálias, canonizado por João para fazer arreliar os franciscanos! O vosso papa não pode fazer santos, porque é um herege! Melhor, é um heresiarca.
– Essa bela proposição já a conhecemos! É a declaração do fantoche da Baviera em Sachsenhausen, preparada pelo vosso Ubertino!
– Vê lá como falas, porco, filho da prostituta de Babilônia e de outras galdérias ainda! Tu sabes que nesse ano Ubertino não estava com o imperador mas estava precisamente em Avinhão, ao serviço do cardeal Orsini, e o papa ia enviá-lo como mensageiro a Aragão!
– Eu sei, eu sei que fazia voto de pobreza à mesa do cardeal, como o faz agora na abadia mais rica da península! Ubertino, se não estavas lá tu, quem sugeriu a Luís o uso dos teus escritos?
– Que culpa tenho eu se Luís lê os meus escritos? Decerto não pode ler os teus, que és um iletrado!
– Eu um iletrado? Era letrado o [CENSURADO]?
– Blasfemaste! – És tu que blasfemas, fraticello de barrica!
– Eu nunca fiz de barrica, e tu bem sabes!!!
– Fazias sim, com os teus fraticelli, quando [CENSURADO]!
– Que Deus te fulmine! Eu era inquisidor nesse tempo, e [CENSURADO]!
– [CENSURADO].
– Continua, continua, a ira de Deus atingir-te-á, como atingirá o teu senhor, que deu abrigo a dois hereges como aquele ostrogodo do Eckhart e aquele necromante inglês que chamais Branucerton!
– Veneráveis irmãos, veneráveis irmãos! – gritavam o cardeal Bertrando e o Abade.”
]
Veneráveis???!!!
Eu somente assisti o filme: ele faz jus ao livro?
Argo,
Perdão; Jorge de Burgos não “é” um bibliotecário, mas havia sido bibliotecário até ficar cego:
Obrigado pela correção.
Quanto ao riso, não sei por qual motivo tal dom seria “desconhecido” por aqui; eu pelo menos sou a ele muito afeito. Veja só, p.ex., uma certa mensagem que recebi por email [e que vou manter em inglês que é mais engraçada, já que o trocadilho é intradutível], que se non è vera, è ben trovata:
Abraços,
Jorge
Ele não chegou a receber o posto, estava só designado. Intrigas, intrigas, intrigas, nisso a igreja é perfeita!
Não, estou errado. Ele chegou a receber a designação, mas ficou nisso por pouco tempo por causa da cegueira.
Quanto a achar voce parecido com o Jorge, essa quantidade de “censurado” já diz tudo.
Vade retro, anticristo! (é assim que o Guilherme considera seu – seu, de vossa pessoa; não, dele – homônimo, correto? Já no finalzinho do livro, quando, preso de loucura, Jorge dana-se a comer as páginas envenenadas do livro e pôe fogo à biblioteca.)
E era um monge…
Jorge,
Pois não é que o Dia dos Tolos é mesmo o feriado dos ateus?!
Estou rindo demais aqui! Grande texto!
O Rio de Janeiro anda precisado de juízes assim…
Abraço fraternal
Sue
Argo,
Tu achavas realmente que eu ia deixar serem publicadas blasfêmias daquele naipe num blog católico?
Quanto ao Jorge de Burgos, é um personagem fictício, então o fato de ser “um monge” é completamente irrelevante [podia ser um sheik árabe, um rabino judeu, um budista, qualquer coisa].
Abraços,
Jorge
“Tu achavas realmente que eu ia deixar serem publicadas blasfêmias daquele naipe num blog católico?”
E os católicos quando o lerem, fazem o quê? “Tapam” os ouvidos? Ou eles não o devem ler?
Francamente!…
Jorge,
Esse caso do “feriado ateu” é real ou fictício?
E é uma injustiça tremenda afirmar que esse blog não é “amigo do riso”. Eu me divirto a valer com a participação de alguns, mormente o Sr. Argos!
Lampedusa,
Não sei. Eu recebi por email, sem nenhuma informação sobre a veracidade do fato, ou se é anedota. Confesso que não procurei na internet. Como eu disse, se non è vero, è ben trovato… :-)
Abraços,
Jorge