[ATENÇÃO! POSSUI IMAGENS FORTES!]
Genial!
Um grupo pró-vida da Espanha, sabendo de uma manifestação pró-aborto, teve a feliz idéia de ajudar os abortistas na divulgação daquilo que eles defendiam. Nas palavras dos próprios pró-vida:
Isto foi o que fizemos em Albacete, no dia 22 de abril de 2009. Os pró-aborto haviam convocado uma concentração às 20:00, e era de se esperar que, após a mesma, colassem cartazes e adesivos reivindicando o aborto. Assim, pensamos que, esta noite, deveríamos ajudá-los, como bons cristãos. Desenhamos quatro [cartazes] autocolantes com mensagens pró-aborto, assinados por duas organizações inexistentes, e 15 duplas de voluntários colamos, nesta mesma noite, 1400 unidades em menos de uma hora. Foi isto que milhares de transeuntes albacetenses viram na manhã seguinte:
A história completa pode ser baixada aqui: Una buena mala publicidad del aborto.
“Como uma religião cujo Deus assassinou os primogênitos de todo um povo pode manifestar-se publicamente contra o abortamento? Como pode o abortamento ser moralmente errado e o infantícidio, não?”
Falem mais sobre essa questão de infanticídio, por favor. Quem assassinou quem?
Reforçando o que disse o Manzoni, voltemos à discusão deste post…
Mallmal, algumas ferramentas para uma discussão honesta:
1. O ser humano existe enquanto ser humano desde a concepção até sua morte; dizer que ele não é humano em determinado momento de seu desenvolvimento, antes do nascimento ou após trauma neurológico grave, por exemplo, é tergiversar (viva o português do Manzoni! :) ) e tergiversar feio;
2. O argumento utilitarista de que a morte do bebê resolve problemas é mentira; há soluções verdadeiras que evitariam que uma gravidez indesejada sequer chegasse a acontecer, e algumas você mesmo já mencionou em relação a seus pais: senso de responsabilidade, boa educação, prática do respeito à prórpia sexualidade, autodomínio, castidade, coerência nas tomadas de decisão (se eu vou me deitar e praticar sexo com um homem, segue logicamente que tenho de aceitar as consequências deste ato, que podem ser um bebê ou uma DST); fazer uso do assassinato para resolver problemas que são anteriores à concepção é confissão de incompetência social, para dizer o mínimo;
3. Um tumor e um feto abortado não são a mesma coisa sob nenhum aspecto além da maneira como são descartados; tentar fazer disto uma semelhança maior ou mais importante é desonesto; pode-se dizer então que um aviào e um liquidificador são a mesma coisa porque ambos usam eletricidade para funcionar (aliás, o ser humano também usa para pensar… digamos então que o ser humano é um liquidificador!);
4. A discussão aqui é justamente o valor da vida humana, e a luta pela manutenção deste valor, portanto eu pediria que você voltasse ao seu comentário onde fala que também é favorável à eutanásia, já que seu proprio comentário é uma afirmação que iguala a eutanásia e o aborto, QUE SÃO AMBOS A ELIMINAÇÃO VOLUNTÁRIA DA VIDA HUMANA POR TERCEIROS;
5. Se você for ler o Gênesis, mantendo uma mentalidade um pouco mais aberta que o seu habitual, perceberá que o FARAÓ foi responsável por este infanticídio, já que ele endureceu seu coração de tal forma que apenas um gesto que o atigisse de forma contundente o faria libertar o povo de Israel; mesmo assim, no meio do caminho ele mudou de idéia e foi atrás dos judeus para tornar a escravizá-los, o que causou a morte de quase todo seu exército; dizer que Deus é responsável por infanticídio é argumento tão ruim quanto você diz ser manipular texto e imagem para “pinçar” a mensagem que se deseja.
Abraço e melhoras na argumentação :)
Genivaldo:
“Quem assassinou quem?”
R. O assassino assassinou o assassinado.
Mallmal,
Organizemos isto aqui.
1. Do seguinte trecho teu:
Posso inferir que você aceita que o feto é morto durante o procedimento abortivo, “[t]anto quanto” o injusto agressor é morto na Legítima Defesa, o soldado inimigo é morto na defesa da Pátria e o doente terminal é morto na Eutanásia?
2. Sobre a seguinte frase tua:
Ela está em contradição com o Código Civil da “sociedade civil e laica” brasileira:
“[A] lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. (Código Civil, art. 2º).
E aí?
3. Sobre o seguinte:
Quais foram as definições da Igreja mudadas “de acordo com o status quo” da sociedade?
4. Responda ao Manzoni:
Abraços,
Jorge
A) “Posso inferir que você aceita que o feto é morto durante o procedimento abortivo, “[t]anto quanto” o injusto agressor é morto na Legítima Defesa, o soldado inimigo é morto na defesa da Pátria e o doente terminal é morto na Eutanásia?”
Não exatamente, por dois motivos:
1) Um feto não é um ser humano funcional e pensante.
2) Continuo achando mais adequado comparar o feto à qualquer outro punhado de células a ser extirpado que seja prejudicial à saúde física ou psíquica do corpo que ocupa.
Entenda que eu não acredito que um anjo alado assopre uma alma dentro do zigoto no momento em que um espermatozóide rompe a sua membrana.
B) ““[A] lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. (Código Civil, art. 2º).
E aí?”
E aí que você citou apenas parcialmente – e com a clara intenção de um ad populum ;) –
Art. 2º: A personalidade civil da pessoa começa do ***nascimento com vida***; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Quanto à segunda parte da Lei, ela só existe por sermos um país latino-americano com forte influência da sua religião. Em países civilizados do outro hemisfério as organizações pró-escolha já garantiram o direito das mulheres sobre seus próprios corpos.
C) “Quais foram as definições da Igreja mudadas “de acordo com o status quo” da sociedade?”
Índios e escravos já não possuíram alma, por exemplo, o que tornava utilíssimo para os gentis cavalheiros católicos da época escravizarem-nos sem incorrer em pecado.
D) “Bom, se é um “punhado de células” funcional, distinto biológicamente dos pais e vivo e não pode ser caracterizado como ser humano é o quê então? A que espécie pertence esse ser?
Um feto não é funcional. É geneticamente, mas não biologicamente (???) distinto da mãe, sem a qual morre quase que instantaneamente.
Oras… A minha argumentação está no fato de que o feto é um ser humano em potencial, mas não um ser humano.
Uma folha de papel é um desenho em potencial, mas não um desenho de facto.
Além disso, o feto é um ser humano em potencial da mesma maneira que um óvulo ou um espermatozóide são seres humanos em potencial.
E) A Ontologia está sendo manipulada livremente para fins retóricos. A cada vez que leio a palavra “ser”, ela tem uma definição distinta.
Assim é difícil discutir. Sempre me acusam de desonestidade intelectual. O que seria isso?
Exemplo de petição de princípio da pior espécie:
“Um feto abortado não é uma pessoa. Não concordo com a sua premissa – e nem a sociedade.”
“Nem a sociedade”? Quer dizer que sociedade é a malta abortista e seus asseclas fanáticos? E OS OUTROS são o quê????
Quanta pretensão do bando abortista!
Não satisfeitos de excluirem seres humanos não nascidos, agora já estão excluindo também os já nascidos que não partilham da alegre defesa da matança covarde de seres humanos indefesos.
Que mania, essa dos abortistas, de excluir seres humanos…
Outra petição de princípio estúpida e imbecil:
“Para a Medicina e para a sociedade em que você vive, tais entidades são equivalentes no que se refere a seu tratamento e destino. A lata de lixo.”
Que “medicina”??? Já sei: a praticada pelas clínicas assassinas abortistas da lucrativa e famigerada indústria do aborto, como as da rede Planned Parenthood, que recebem financiamento das fundações Rockefeller e Ford, entidades com um belo histórico de financiamento de programas eugenistas (o dos nazistas, inclusive).
E novamente a pretensão estúpida de excluir da definição de sociedade quem não concorda com a sanha abortista. Não admira, vindo de quem diz que fotos REAIS de FETOS HUMANOS REAIS (e não de macacos, cachorros ou outros mamíferos) são apelativas e maquiadas.
Ah, o grande “argumento”: mostrar essas fotos não vale, porque poderiam ser de outras espécies.
Sabem como é: a gente poderia ser enganada, portanto é melhor não mostrar a verdade. Entenderam o ´’argumento”?
Certamente, se as fotos não fossem de humanos não seria fácil aos abortistas imbecis e incomodadíssimos desmascararem-nas?
Parece, no entanto, que incomoda-os justamente o fato de que para a MEDICINA e para a SOCIEDADE – seja esta civil, laica, neolítica, paleolítica, tecnológica, atéia, religiosa,etc., as fotos mostram de fato FETOS HUMANOS ABORTADOS, e isso é VIDA HUMANA COVARDEMENTE ASSASSINADA, por isso emociona até os abortistas.
E digo, mais: tenho convicção que se fossem, mesmo, embriões de macacos, cachorros ou de outras espécies animais, imediatamente apareceriam defensores do aborto revoltadíssimos com os maus tratos dos humanos malvados com os pobres animais. Duvidam? Eu, não.
Vai ver, são os motivos óbvios da tessitura do universo …
Nossa, poucas vezes vi tanta abobrinha junta (aliás, “falácia” não parece nome de planta? Aqui parece dar que nem erva daninha…)
Além dos pontos levantados pela Sue e pelo Jorge, tem mais:
>>”em teoria (e eu sei que na prática isso não se aplica 100%) a Lei é o reflexo da moral da sociedade.”
A lei não é o reflexo moral da sociedade, mas a moral (como a lei) é tão somente uma das fontes do Direito. Podem haver leis totalmente imorais (como há).
>>”Se não é a Lei a definir o ser humano, quem vai fazer isso? A religião? Isso não seria uma boa idéia, pois teríamos muçulmanos definindo judeus como seres inumanos e vice-versa, católicos definindo escravos, bruxas e muçulmanos como não-humanos e por aí vai…”
Prefiro relevar as insinuações levianas sobre várias religiões milenares (muito mais estáveis em termos de normas e conceitos do que a sociedade secular de hoje, vale lembrar), já que não me consta que reinos cristãos ou muçulmanos (mesmo entre fatímidas, abácidas e otomanos) definissem minorias judaicas ou o que fosse com “não-humanos”, ainda com toda a injustiça que pudesse ocorrer (como hoje, na sociedade moderna). Tampouco incentivavam eles o aborto e o infanticídio.
Enfim, não basta a natureza definir o que é humano, como comentou a Sue? Não basta que a ciência identifique o ser humano e o defina (ainda que com suas limitações, que podem ser complementadas pela moral)? Repito, a lei pode tergiversar (para usar a palavra da moda) sobre o que já existe na natureza quando o utilitarismo relativista é levado ao extremo, e aí todo mundo se lasca, inclusive você.
Caraca, mais erro:
“C) “Quais foram as definições da Igreja mudadas “de acordo com o status quo” da sociedade?”
Índios e escravos já não possuíram alma, por exemplo, o que tornava utilíssimo para os gentis cavalheiros católicos da época escravizarem-nos sem incorrer em pecado.”
Errado. Se não tivessem alma, nem seriam batizados. Isso é doutrina básica. Me mostre um único padre da época, um papa, que tenha dito o contrário (seu livro de história do colégio não vale).
>>B) ““[A] lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. (Código Civil, art. 2º).
E aí?”
>>E aí que você citou apenas parcialmente – e com a clara intenção de um ad populum ;) –
Art. 2º: A personalidade civil da pessoa começa do ***nascimento com vida***; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
>>Quanto à segunda parte da Lei, ela só existe por sermos um país latino-americano com forte influência da sua religião. Em países civilizados do outro hemisfério as organizações pró-escolha já garantiram o direito das mulheres sobre seus próprios corpos.
Errado de novo: personalidade civil NUNCA significou “status de humanidade”. Personalidade civil é um caráter jurídico; ser humano é ser humano desde que é concebido, segundo o mesmo artigo.
Quanto a “direito das mulheres sobre seus próprios corpos”, prefiro comentar juntando com o seguinte:
>>”2) Continuo achando mais adequado comparar o feto à qualquer outro punhado de células a ser extirpado que seja prejudicial à saúde física ou psíquica do corpo que ocupa.”
Claramente, você não consegue distinguir uma bebê de um pâncreas. Também não consegue dizer a diferença entre que era você, minutos antes de nascer, e um furúnculo. Este não se torna uma pessoa, consciente e pensante (até que se prove o contrário); você, do contrário, tornou-se (mesmo que tenha dificuldades de prová-lo aqui). A gente extirpa um furúnculo; o bebê nasce. É muito diferente.
Se o bebê, que se alimenta por si, tem atividade cerebral por si, tem o DNA diferente da mãe e do pai e até cresce unha dentro do útero, então ele NÃO FAZ parte do corpo da mãe, mas está lá dentro temporariamente. Ah, e isso não tem nada a ver com religião, é lógica simples.
Ou então você está certo e poderia ter sido extirpado como um furúnculo sem qualquer problema.
Mallmal, rapidamente:
1. Quanto ao Código Civil, quer dizer que as leis da “sociedade civil e laica” só valem quando estão de acordo contigo; quando não estão, é devido à “forte influência da (…) religião”, né?
Decida. São as leis positivas que valem para definir quem tem direito e quem não tem, ou é alguma outra coisa? Caso seja “alguma outra coisa”, que coisa é essa?
2. Traga, por gentileza, as bulas papais que diziam que índios e escravos não possuíam alma. Entenda, Mallmal, que a disseminação irresponsável de mentiras e preconceitos não ajuda ninguém.
3. Mostre também a “livre manipulação ontológica retórica” que está sendo utilizada aqui.
Abraços,
Jorge
eita, isso me escapou:
>>”Um feto não é funcional. É geneticamente, mas não biologicamente (???) distinto da mãe, sem a qual morre quase que instantaneamente.
Oras… A minha argumentação está no fato de que o feto é um ser humano em potencial, mas não um ser humano.
Uma folha de papel é um desenho em potencial, mas não um desenho de facto.
Além disso, o feto é um ser humano em potencial da mesma maneira que um óvulo ou um espermatozóide são seres humanos em potencial.”
Você sequer distingue ato de potência. Uma folha de papel não é um desenho em potência porque ela pode ser muitas coisas em potência, inclusive combustível. Espermatozóides e óvulos, da mesma forma.
Um feto é um ser humano em ATO, mesmo que não desenvolvido completamente — é um ser humano *desenvolvido* (bebê, depois criança etc.) em potência, e a única coisa que separa sua situação S1 (feto) da S2 (bebê nascido) é o tempo — 9 meses. Uma folha de papel não se torna um desenho em 9 meses. O feto, já ser humano, se torna um bebê “ceteris paribus” (tudo o mais constante).
Nossa, mas tem de explicar tudo…
“Certamente, se as fotos não fossem de humanos não seria fácil aos [abortistas imbecis] e incomodadíssimos desmascararem-nas?”
É permitido denegrir-se a parte contrária dessa maneira? Se quem seja contrário ao aborto seja tratado dessa forma, ser-se-á tolerado? Ou aqui se tem dois pesos e duas medidas? Se eu disser que os “hipóccritas contrários ao aborto são idiotas” serei chamado à atenção?
Dois “seja”, desculpem; estou saindo do computador, apressei-me.
Mallmal
“A minha argumentação está no fato de que o feto é um ser humano em potencial, mas não um ser humano.
Uma folha de papel é um desenho em potencial, mas não um desenho de facto.
Além disso, o feto é um ser humano em potencial da mesma maneira que um óvulo ou um espermatozóide são seres humanos em potencial.”
Você está completamente equivocado em relação ao conceito de “ser em potência” e “ser em ato”. Ser humano em potência já é ser humano, apenas ainda não o é adulto ou criança em ato. Você confunde ser em potência com possibilidade de ser que é o uso comum na língua portuguesa coloquial e não o conceito filosófico clássico.
É muita coisa pra responder, mais tarde vejo o resto.
Fica só essa por enquanto:
Pedro,
“a única coisa que separa sua situação S1 (feto) da S2 (bebê nascido) é o tempo — 9 meses.”
Corrigindo: O tempo, a vida da mãe, a sua alimentação, a sua hidratação, etc. Ou seja, o seu S1 pode tornar-se S3 (células no balde). Exigir “ceteris paribus” nesse caso é prática livre de desonestidade intelectual.
Abraços a todos!
Esse tal de Mallmal é um boçal (Ué! rimou!)
Estava demorando a repetir uma das maiores babaquices que os preconceituosos anti-clericais inventaram contra a Igreja: a de que a mesma dizia que índios e negros não possuíam alma.
Esse coitado acha que é um cara com senso crítico, mas não passa de um papagaio do anti-clericalismo que tomou conta das universidades. É só mais um idiota-útil.
Esse pessoal arrota essas estrovengas por aí sem o menor pudor de não mostrarem nenhuma prova, nenhum documento. Esta é a vantagem de ser idiota: encontrar alguns mais idiotas ainda que lhes dêem crédito.
Só falta dizer também que a Igreja Católica instituiu o celibato para herdar a “riqueza” dos padres que fizeram voto de pobreza.
Genivaldo,
Não, porque ser considerado idiota por uma pessoa como você é um elogio.
Mas, já que você falou, aproveito para lhe chamar a atenção por uma outra coisa: isso aqui não é um chat. Procure fazer comentários que tenham sentido, no qual constem uma argumentação minimamente razoável, que tenham substância [um comentário de uma ou duas linhas de vez em quando vá lá, agora trinta comentários de duas linhas cada um caracteriza flood] e que tenham a ver com o assunto do post.
– Jorge
Mallmal,
1. esclareça, por favor, por que você é contra o abortamento a partir da 20ª semana.
2. Você diz que o feto é um ser humano em potencial assim como o espermatozóide e o óvulo também são.
Isso mostra que você não tem a mínima noção de ato e potência, e por isso cai em contradição.
Pois o que é preciso para que o espermatozóide (potência) se torne ser humano? Unir-se ao óvulo. Logo, você mesmo acaba de reconhecer que com a união do óvulo e do espermatozóide já existe um novo ser humano. Então, seja coerente e combata o aborto em qualquer fase da gestação.
Um abraço.
Carlos.
Messias,
Você usou as palavras “boçal” e “idiota”.
Não sei como é na sua casa ou na sua congregação, mas estou acostumado com educação.
Mantenha o nível, por favor.
Pode até mesmo ser que não exista uma bula papal afirmando que x, y, z etnias ou grupamentos humanos não possuíam almas.
Ainda assim, essa foi uma das justificativa para a escravidão durante muito tempo (muito provavelmente endossada pelos clérigos locais – representantes e responsabilidade da Santa Sé) e em momento algum (pelo menos desconheço) houve manifestações contrárias ao processo escravagista vindas da Igreja. Se houve, gostaria de ter acesso.
Passar bem.
Carlos, eu sou familiarizado com o conceito de Potência.
Ele diz claramente:
“Potência é a potencialidade existente numa coisa de passar a outro estado.”
Concordo. Um embrião tem a potencialidade de passar a outro estado, o de um ser humano. Não possui, contudo, necessidade, o que invalida o seu argumento.
Óvulos, espermatozóides e embriões, todos possuem a potência de transformarem-se em seres humanos. A necessidade, contudo, sobrevém na 20ª semana, por motivos biológicos. Na 20ª semana, aquele punhado de células informes torna-se capaz de (quase) sobreviver fora do útero.
A viabilidade na verdade, ocorre lá pela 23-24ª semana. To be on the safe side, adotou-se a 20ª para a definição de leis e condutas médicas.
Respondido?
Mallmal,
Para não desviar o assunto:
https://www.deuslovult.org//2009/06/06/veritas-ipsa-paulo-iii/
Abraços,
Jorge
“1. Quanto ao Código Civil, quer dizer que as leis da “sociedade civil e laica” só valem quando estão de acordo contigo; quando não estão, é devido à “forte influência da (…) religião”, né?”
Onde eu disse isso, Jorge? O que fiz foi mostrar a sua desonestidade intelectual, citando apenas a segunda parte da lei, numa manobra de claro apelo ao público. :)
Infelizmente as pessoas que votam as leis não utilizam fatos, mas sim seu código moral pessoal para tanto. Como moramos em um país fortemente influenciado pelo Cristianismo, é natural que haja um cheiro divino na legislação. Esse é o motivo pelo qual, por exemplo, há tanta dificuldade em aprovar o casamento homossexual. Ele não atrapalha ninguém, nenhum homossexual quer casar na Igreja de véu e grinalda. Os caras só querem seus direitos civis reconhecidos e a ICAR faz questão de emperrar esse processo. Você há de reconhecer que, mesmo pecadores em sua opinião, eles devem ter seus direitos civis resguardados, não? Entenderia perfeitamente que você se opusesse a uma legislação que obrigasse as paróquias a celebrarem casamentos homossexuais. Quanto ao casamento civil, não entendo. É uma questão bem parecida com a do aborto. Entenderia se você ficasse revoltado com uma lei que proibísse o batismo dos punhados de células. Não entendo a oposição formal a uma lei que garante esse direito individual de cada mulher. Esse comportamento da ICAR é muito jihadista. Só porque vocês pensam de uma maneira o mundo todo deve jogar conforme as suas regras… :(
“Decida. São as leis positivas que valem para definir quem tem direito e quem não tem, ou é alguma outra coisa? Caso seja “alguma outra coisa”, que coisa é essa?”
Não entendi bem o que você quer dizer com “Lei positiva”… Na Filosofia, as leis divinas também recebem esse nome.
Se você se refere às leis positivas humanas, você tem toda a razão. São elas que definem quem tem ou não tem direito.
Ainda bem que elas são definidas pela sociedade e podem ser mudadas de acordo com a percepção ética do Zeitgeist!
Se você notar, progrediram muito depois que deixaram de ser influenciadas ou subjugadas pelas leis divinas.
Não quero citar a bíblia sagrada pra você, mas se você leu, deve saber que deveria estar apedrejando homossexuais e pessoas que comem carne e leite na mesma refeição…
Cuidado com a resposta, pois estou cansado de ser chamado de relativista por aqui! :)
“2. Traga, por gentileza, as bulas papais que diziam que índios e escravos não possuíam alma.”
Não posso. Não existem. Assim como não existem as bulas papais sincrônicas condenando a escravidão. Se existem, eu desconheço.
“3. Mostre também a “livre manipulação ontológica retórica” que está sendo utilizada aqui.”
Simples, a cada momento a palavra “ser” é usada sob sua conotação ontológica ou coloquial, dependendo do melhor ad populum a ser utilizado no momento.
Abraço!
Como disse no outro post, acabei achando a bula papal.
Dou o braço a torcer! Ponto para a Igreja! :)
Ainda assim, pergunto: Os clérigos que apoiaram a escravatura receberam algum tipo de punição?
Mallmal [e demais],
Gentileza manter a discussão sobre as almas dos índios e negros e a escravidão no outro comment. Deixa esse aqui para o aborto.
– Jorge
Convido a todos visitarem um blog protestante. Esse daqui só tem papistas [CENSURADO]. que todos queimem nos infernos.
OFF: O Troll estilou… :)
– Jorge
Caros,
Tangenciando o tema, tentando não tergiversar (a moda pegou, né, Pedrinho?), gostaria de comentar um pouco sobre leis…
Não sou advogada e não tenho grandes culturas jurídicas, portanto gostaria de ser corrigida se estiver equivocada… Me parece que o Direito está para a sociedade como a Gramática está para a linguagem: os homens interagem, e desta interação surge um problema, um padrão de comportamento, um entravo; é preciso solucionar e padronizar isto para que a sociedade não se paralize.
Quando falamos de interação linguística, estes padrões de comportamento viram regras gramaticais, QUE MUDAM QUANDO MUDA O USO DOS FALANTES DO IDIOMA, ou mesmo quando há alguma vontade política, vide a nova reforma ortográfica. Portanto há o fato antes da regulamentação.
Me parece que no direito a coisa funciona de forma parecida: as leis são criadas para solucionar problemas já existentes. Gays já existem e hoje querem se casar – e Mallmal, não duvide que queiram se casar na Igreja, de véu e grinalda, e exijam bênçãos para tal união -, pessoas estão há anos fazendo fecundação in vitro, que gera um excesso de embriões humanos – que existem e cujo destino está, literalmente, congelado. O mesmo acontece com o aborto. As pessoas, hoje, abortam, legal ou ilegalmente. O aborto existe. E existe hoje um movimento dentro da sociedade para a legalização ampla, geral e irrestrita do aborto.
O direito precisa dar resposta a isso. Mas as respostas do direito tendem a mudar, da mesma forma que a gramática, de acordo com os movimentos da sociedade. Então, hoje, com o forte movimento anti-clerical lançado pelo Iluminismo, há uma simpatia grande por tudo que pareça ir de encontro ao “jihadismo” (sic) de uma fé obsoleta.
No entanto, há uma parte da sociedade – uma GRANDE parte, de acordo com estatísticas já levantadas aqui pelo Jorge – que lembra do fato que o Espírito é perene, e que a sazonalidade da matéria, suas indas e vindas, marés e estações, têm uma moldura fixa de Leis Naturais que as regem.
Me parece que a grande impossibilidade dos abortistas em entender o que falamos é justamente o fato de se preocuparem com o que é transitório, enquanto falamos do que é permanente. Enquanto eles argumentam que uma mãe X teria um suposto desconforto em estar grávida, falamos no VALOR de TODA vida humana. eles falam que determinada menina é nova demais para ser mãe, e dizemos a eles que todas as meninas deveriam se abster de praticar sexo antes de estarem dentro de um casamento e prontas, física, econômica, psicológica e espiritualmente para iniciar uma família.
Falamos que aborto é assassinato. Aí eles fogem do assunto, tentando provar que um ser humano não é um ser humano. Quando mostramos uma FOTO e dizemos: olhe o que você está dizendo que não é humano… olhe bem e tente não reconhecer esta humanidade. Aí eles vêm e dizem que a foto é manipulação emocional de mau-gosto.
Ai ai… O jeito é continuar falando até que um pouco de luz se infiltre na escuridão.
Mallmal,
Não. Você não respondeu minha pergunta. Perguntei por que você considera que a partir da 20ª semana o feto já é gente. Você desconversou…
Reitero a pergunta. Seja sincero e responda.
Pergunto também: se um espermatozóide é um ser humano em potência, como você diz, o que é preciso para que ele seja um ser humano em ato?
Seja homem e responda.
Carlos.
Mallmal, oi! Citando você…
“É muita coisa pra responder, mais tarde vejo o resto.
Fica só essa por enquanto:
Pedro,
‘a única coisa que separa sua situação S1 (feto) da S2 (bebê nascido) é o tempo — 9 meses.’
Corrigindo: O tempo, a vida da mãe, a sua alimentação, a sua hidratação, etc. Ou seja, o seu S1 pode tornar-se S3 (células no balde). Exigir “ceteris paribus” nesse caso é prática livre de desonestidade intelectual.
Abraços a todos!”
Não, não é desonestidade intelectual. Eu, você, o Pedro e o Jorge podemos, da mesma forma e a qualquer momento passar à etapa S3 = células no balde. Nós, eu e você, que moramos no Rio de Janeiro, sabemos desta possibilidade sempre iminente. Também nós necessitamos de uma quantidade grande de situações propícias para darmos continuidade a nossas vidas. Em nada diferimos do feto neste sentido.
Se não dependemos diretamente de outro ser humano – e algumas pessoas tetraplégicas dependem, sim, porque são dependentes de pulmão artificial que deve ser monitorado 24/7 por um enfermeiro, pois se falha o paciente morre em poucos minutos, sufocado – dependemos do funcionamento correto do nosso corpo, do acesso a líquidos e a alimento nutritivo, a oxigênio, ao bom metabolismo das substâncias ingeridas. Tanta coisa pode dar errado ao longo do caminho na existência humana, DESDE A SUA CONCEPÇÃO ATÉ A SUA MORTE…
Um feto é um ser humano, em determinado estágio de desenvolvimento. Um bebê é um ser humano, em determinado estágio de desenvolvimento. Uma criança é um ser humano, em determinado estágio de desenvolvimento. Um adolescente é um ser humano, em determinado estágio de desenvolvimento…
Posso parar por aqui, você consegue inferir o resto sozinho? Porque, pelo seu raciocínio, além dos fetos, estas classes de pessoas não são humanas:
– Pessoas presas a pulmões artificiais;
– Pessoas que precisam fazer hemodiálise;
– Pessoas com síndromes metabólicas ou problemas de absorção de nutrientes;
– Pessoas em coma;
– Pessoas com Mal de Alzheimer em estágio avançado;
– Pessoas com síndromes degenerativas diversas;
– etc.
Resumindo, se não funciona bem sozinho e sem ajuda, não é humano, é isso?
Menino, menino… tome juízo. :)
Abraço
Malcriado Carlos (você ofende demais as pessoas),
A resposta está lá em cima. Releia até entender.
Quanto à segunda pergunta, precisa encontrar um óvulo.
Concordo em tudo, Sue. E da mesma maneira que sou a favor do DIREITO materno ao abortamento, sou favorável ao DIREITO de todas as pessoas à eutanásia.
Em momento algum quero que todos os fetos sejam abortados ou que todos os doentes sejam exterminados. Quero só que esses direitos sejam respeitados.
Sue, eu não moro mais no Rio faz tempo. Morei lá só até terminar o CSB. Depois fui fazer faculdade em São Paulo. Ha dois anos mudei pro interior do Paraná por não aguentar mais essa vida de cidade grande…
Abraços!