Alguém sabe explicar qual a relação entre tragédias naturais e controle populacional? Perguntem aos médicos e enfermeiros do Exército que estavam distribuindo camisinhas às famílias vítimas das enchentes no Maranhão. É isso mesmo: a ajuda da Defesa Civil às vítimas dos alagamentos compreende, “além de medicamentos e cestas básicas, anticoncepcionais e preservativos”.
Caberia perguntar sob qual misteriosa lógica os anticoncepcionais seriam a principal necessidade de pessoas que vivem em localidades alagadas, onde “[n]ão há eletricidade, ninguém no local sabe ler, e algumas das crianças não têm registro nem nome”. Eletricidade? Saneamento básico? Alfabetização? Nada disso. O Governo prefere distribuir camisinhas!
A nova religião do látex desenvolve-se a cada dia: ela não é mais somente infalível contra a AIDS e as demais DSTs, como também resolve os problemas de alagamentos, de falta de energia elétrica, de analfabetismo. Afinal, se esta gente tivesse usado camisinha, não teríamos registros de crianças mas também não teríamos bebês a serem registrados e, então, estaria tudo certo. Não teríamos escolas mas também não teríamos crianças a serem alfabetizadas e, aí então, estaria tudo bem. E, não havendo crianças, não seriam tão críticos os efeitos das enchentes porque, afinal, todos nós sabemos que as crianças são mais frágeis e, portanto, são mais prejudicadas com os alagamentos. Sem crianças, também, haveria menor necessidade de cestas básicas a serem distribuídas. Viram só como todos os problemas do Maranhão podem ser resolvidos por meio dos anticoncepcionais? Viram só como as autoridades públicas estão preocupadas com o bem dos cidadãos?
Qual o nome da comunidade? A reportagem diz chamar-se “comunidade de Santa Rosa”, localizada “às margens do Rio Mearim”. Alguém sabe o que as autoridades públicas fizeram até hoje pela comunidade? Talvez não tenham feito nada; mas, agora, estão compensando oferecendo-lhe o que a modernidade tem de melhor: o maravilhoso látex que, numa pequena embalagem, contém a solução definitiva para todos os problemas enfrentados pelos moradores do interior do Maranhão.
Afinal, o Brasil é o país de todos, não? E o povo de Santa Rosa também tem o direito de usufruir das grandes conquistas modernas, não? Que orgulho do meu país!
O trabalho do Exército Brasileiro nessas localidades é exemplar, realmente além de cestas básicas e medicamentos eles também prestam importantes serviços médicos e odontológicos, mesmo sendo nessa localidade que tem apenas cinco famílias, o Exército Brasileiro não os deixou esquecidos.
A solução dos problemas desse país também passa pela paternidade/maternidade responsável ao invés de irresponsabilidade e achar que o governo tem que se desdobrar para cuidar de tudo sozinho, e igualmente nesse aspecto o trabalho das Forças Armadas foi exemplar.
Aqueles que criticam o trabalho do Exército Brasileiro com toda a certeza nada fazem de concreto por essas comunidades, quando muito se limitam a mandar esmolas talvez sob forma de comida, nunca foram até lá, nunca partilharam dos problemas dessas pessoas, nunca estiveram lá para estender a mão de verdade ou oferecer qualquerespécie de tratamento.
Reclamar é sempre muito fácil, pois para reclamar basta arremessar palavras ao vento, não se precisa oferecer nenhuma solução concreta.
Ha ha ha…
Excelente Ironia…
Andre, a reclamação não é com relação ao Trabalho do Exercito, que todos nós conhecemos e admiramoas. Estão cumprindo seu dever também.
A ironia é com relação ao que o Governo tem a oferecer, certamente, o estoque de camisinhas e anticoncepcionais vieram do Todo Poderoso Senhor Estado e não de ongs, ao contrário dos alimentos e vestuários.
Mas, pensando bem… Urra… Ai está a solução de todos os problemas do País! Não teremos mais necessidades de escolas, adeus repetências! Não teremos mais tanta necessidade de pediatria… Uma verba a mais para as propagandas…!
Pax Domini!
É que o Estado e outros seres das trevas acham que tem gente demais no mundo.
Seria então necessário impedir que pessoas indesejáveis nasçam, ou seja, os pobres.
Na minha humilde opinião, o ensinamento se dá pelo exemplo.
Querem ensinar que tem seres humanos sobrando no planeta? Matem-se. Aí sim estarão fazendo a sua parte, e ainda ensinando os outros a fazerem o mesmo.
“É isso mesmo: a ajuda da Defesa Civil às vítimas dos alagamentos compreende, ‘além de medicamentos e cestas básicas, anticoncepcionais e preservativos’.”
Uma ótima idéia, essa do exército. Em todas as catástrofes, assim como nas guerras, homens e mulheres se procuram mais, é normalíssimo. Tem a ver com o instinto de preservação da espécie, parece-me. Cabe a quem não está afeto diretamente às circunstâncias, raciocinar e procurar minimizar os riscos inerentes a esse estado de coisas.
Palmas para o exército brasileiro, por seu discernimento de que, além de comida, o ser humano precisa de outras coisas.
Eu acho que é uma obrigação do governo distribuir camisinhas e anticoncepcionais. Assim pelo menos a mulher pode ter um intervalo entre um filho e outro.
Foi perguntado as mulheres que metodos anticoncepcionais elas usavam e todas responderam nenhum.
Uma pergunta: as fitas vendidas num site que publica anúncios aqui está de acordo com o catolicismo ou é do lado “macumbeiro”, lá da Bahia?
Eis o site:
http://www.caminhodaspedrasbrasil.com.br/produtos.asp?produto=998
Genivaldo,
O Senhor do Bonfim é Nosso Senhor Jesus Cristo. A Basílica de Nosso Senhor do Bonfim é uma das mais famosas igrejas de Salvador. As “fitinhas” são da legítima piedade popular, embora hoje tenham, muitas vezes, conotação supersticiosa.
Em todo caso, vou remover a propaganda, porque não é interessante. Obrigado.
– Jorge
Por falar em camisinha, prevenção, nascimentos em demasia ou não, alguém já leu alguns dos livros do Richard Dawkins? Comecei a ler salteado nesse instante “O Rio que Saía do Éden” e deparei-me com uma passagem interessante para todos que afirmam que o Darwin acreditava em deus. Vamos a ela:
“Não posso convencer-me”, escreveu Darwin, “de
que um Deus benéfico e onipotente tenha criado propositalmente as Ichneumonidae com a intenção
expressa de que estas buscassem o seu alimento no interior do corpo vivo das lagartas”.