Deus e o vôo 447

“A esperança se foi”, disse dom Antônio de Orleans e Bragança em entrevista à ÉPOCA. Dom Antônio é o pai do Príncipe Pedro Luiz de Orleans e Bragança, que estava no fatídico vôo 447 da Air France.

Sua Alteza deixa transparecer serenidade em meio à dor; a entrevista, embora curta, possui muito conteúdo exatamente por causa disso. Perguntado sobre como está a família com esta perda, Sua Alteza responde: “Conformados. Somos católicos de muita fé e respeitamos a vontade de Deus”.

O Mallmal perguntou no seu blog onde estavam agora os católicos, para atribuírem à vontade de Deus o acidente aéreo da mesma forma como atribuem à Sua mão os acidentes que são evitados. Pois bem: eis aqui um membro da Família Imperial, católico, em meio à dor da perda de um filho, afirmando respeitar a vontade de Deus no acidente!

E isso conforta. São ainda palavras de Sua Alteza, imediatamente após curvar-se ante a vontade divina: “Muitas pessoas, em horas de sofrimento como esta, questionam erradamente a bondade de Deus. Penso que meu filho era bom demais, e talvez por isso Deus tenha o chamado para perto mais cedo”. Tristeza, sem dúvidas; luto, inegavelmente. Mas um luto sereno, e não desesperado. Isso faz toda a diferença.

Porque a dor é inevitável para quem vive. Nós, católicos, sabemo-lo muito bem; dizemos à Virgem Santíssima todos os dias que a Ela recorremos e suspiramos, “gemendo e chorando neste Vale de Lágrimas”. A dor, repito, não deveria surpreender ninguém cuja religião brotou de uma Cruz no alto do Gólgota. Ao contrário do que parecem acreditar os detratores da Religião, Ela não promete (e nem nunca prometeu) um mundo isento de dores, e sim conforto e fortaleza em meio à dor, um sentido para a dor.

Outrossim, não somos marionetes nas mãos do Altíssimo, como também parecem acreditar os irreligiosos. O Mallmal disse que “quando o Airbus da US Airways caiu no Rio Hudson em Janeiro de 2009, multidões de religiosos (…) [d]esmereceram a incrível habilidade e experiência do piloto, que realizou um pouso dificílimo e arriscado” ao dizerem que foi “a mão de Deus [que] guiou o piloto”. Negativo. A Providência não “age sozinha”, e Deus de ordinário não evita acidentes por meio de milagres no sentido estrito (de uma derrogação das leis da natureza). À Providência de Deus, no caso do avião que pousou no Rio Hudson, coube fazer com que, no avião acidentado, estivesse exatamente um piloto com incrível habilidade e experiência, que conseguisse fazer o pouso arriscado, e não outro piloto inexperiente que não o conseguiria. Não tem ninguém “desmerecendo” a habilidade do piloto quando agradece a Deus, muitíssimo ao contrário. Agradecemos a Deus a habilidade do piloto e a sua presença no momento em que ela foi necessária.

Do mesmo modo, Deus não “derrubou” o avião da Air France no sentido de  que  uma Mão Gigante tivesse caído dos céus e batido no avião como a gente bate num mosquito. Não é isso que significa a vontade de Deus. O fato é que o avião caiu e ponto; e, se caiu, é porque aprouve ao Onipotente que caísse, porque nem mesmo um passarinho cai por terra sem o consentimento do Deus que está nos Céus (cf. Mt 10, 29). Ao religioso, cumpre reconhecer esta verdade e buscar as forças para vencer a dor em Nosso Senhor Jesus Cristo, cujo Sagrado Coração é fons totius consolationis. Repetimos: a Igreja não prometeu jamais uma terra sem males, e ninguém pode dizer-se enganado quanto a isso.

O que se pode esperar do Onipotente é consolo e fortaleza, e disso a Família Imperial está dando um belíssimo testemunho. Fé, em meio à dor. A pseudo-religiosidade atacada pelos anti-clericais, de um deus que fosse muleta para os fracos e os fizesse acreditar que não sofreriam, não existe na Igreja Católica, porque uma tal religiosidade desmanchar-se-ia qual castelo de areia quando confrontada com a dura realidade que é sempre dolorosa. Mas a Fé Católica resplandece, mesmo durante as tragédias, e as vence e supera porque é maior do que elas. Nossos pêsames a todos os vitimados por esta tragédia; que a Virgem Santíssima possa conceder a Misericórdia do Altíssimo aos que partiram e a Fortaleza do Espírito Santo aos que ficaram.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

121 comentários em “Deus e o vôo 447”

  1. Genivaldo,

    Se é o mitraísmo, a lógica nos diz que foi neste que surgiu, primeiro, o culto ao dia 25 de dezembro, não o contrário.

    Não, só se ficar provado que o mitraísmo comemorava o culto no dia 25 de dezembro antes do Cristianismo. Você leu o texto que indiquei?

    Não é este um argumento de “autoridade”?

    Não, o argumento da autoridade é apelar para a afirmação de uma outra pessoa só porque esta pessoa tem autoridade em alguma coisa.

    Já que este é todo-poderoso ele pode fazer o que bem lhe der na telha etc

    Bom, mais ou menos. Mas, sim, radica-se na liberdade de Deus o fato d’Ele agir… ehr… livremente.

    Abraços,
    Jorge

  2. Amigos,
    Só uma pequena informação. Entrei no blog da UNA (União Nacional dos Ateus), do qual esse Marcelo Druyan parece ser um dos manda-chuvas (acertei, marcelo?) e os desafiei para o debate. O pobre do Marcelo só sabia corrigir hífens errados. Logo eu comecei a humilhá-lo e também aos outros. Sabem o que ele fez? Começou a implorar ao ombudsman que apagasse minhas mensagens e assim foi feito (a sorte é que eu fui rápido e quando vi que eles iriam apagar as mensagens copiei tudo e salvei numa pastinha particular. Só não deu tempo de salvar a minha troca de mensagens com o próprio Marcelo. Ele foi mais rápido e apagou estas). Portanto, posso provar: os ateus da UNA, além de burros, são covardes.
    Mas seja bem-vindo (e agora?) Marcelo.
    Aqui nós aceitamos debater e temos muito prazer em humilhar ateus, hereges e cismáticos. Então, se quiser continuar, prepare o lombo.
    Carlos.

  3. Marcelo Druyan,

    Eu não disse que você, como todo ateu, é burro?
    Pois já vou provar:

    1. “Em nenhum momento eu condenei a religião. Apenas apontei uma incoerência em seu discurso, ou seja, por que à Providência Divina cabe salvar uns e não outros?”

    Além de burro e covarde, você também é falso. Pois basta ver o que você escreve lá no seu bloguizinho de medrosos
    para saber que você condena a religião, sim senhor.

    Por que a Providência Divina salva uns e não outros? Porque se ela fosse salvar todo mundo, sempre, ninguém mais morreria e este mundo ia ficar insuportável com tanta gente chata, como você.

    2.”Se, como você disse “Deus existe – repito – para dar sentido ao sofrimento, não para eliminá-lo”, por que elimina o sofrimento de uns – como no caso em que intercedeu no acidente no rio Hudson – e não elimina de outros – como no vôo 447?”

    E quem disse a você que Deus não eliminou o sofrimento dos que morreram no vôo 447? Ora, aqueles que estavam sofrendo aqui e foram para o Céu tiveram o seu sofrimento eliminado. Os outros foram para o inferno (para onde vão os ateus) e terão seu sofrimento multiplicado ad infinitum. Quanto aos que estavam no aviaõ que caiu no Rio Hudson, um dia vão morrer também. É só esperar.

    3. “Que Deus é esse que não existe para eliminar o sofrimento mas, quando quer, contraria a si mesmo?”

    O problema dos ateus é que querem limitar Deus todo-poderoso aos seus critérios subjetivos de justiça e moralidade. Raciocinam assim: “Ou Deus pensa exatamente igual a mim, ou Ele não existe”. Argumento de menino mimado, como são todos os ateus.

    4. “Não encare isso como um ataque á religião ou uma afronta a Deus.”

    Além de burro, covarde e falso, você é hipócrita.

    5. “É apenas uma crítica à sua péssima teologia.”

    Bem, a sua teologia é que deve ser ótima, né Marcelo?

    Temos um novo teólogo no pedaço: Marcelo Druyan. É mole?

    Um abraço.

    Carlos.

  4. “Não, só se ficar provado que o mitraísmo comemorava o culto no dia 25 de dezembro antes do Cristianismo. Você leu o texto que indiquei?”

    Aquele texto de nada prova, haja visto ser a festividade comemorativa a Mitra muito anterior àquela data contida no artigo. O mitraísmo, mesmo existindo há vários séculos na Pérsia, começou a se espalhar mais largamente a partir de 68 a.c (antes de cristo, portanto) com a absorção da Pérsia por Roma.

    http://www.simpozio.ufsc.br/Port/1-enc/y-mega/mega-filosgeral/filosofia-religiao/7270y110.html#BM7270y133

  5. “Só uma pequena informação. Entrei no blog da UNA”

    Seria demais pedir o link?

  6. Carlos:

    Você teria condições de disponibilizar esses comentários para a gente?

  7. Me tirem uma dúvida: há algum tempo li em algum lugar que, na verdade, não há como saber ao certo a data exata do nascimento e morte de Jesus, e que as datas que se comemora hoje foram escolhidas pela Igreja Católica tempos depois baseadas em certas simbologias… isso tem fundamento?

  8. Jorge escreveu:

    “Você sabe o que é “non sequitur” do que me acusou? Eu desenho: do fato de Deus não existir para eliminar o sofrimento, não segue que Ele fique proibido de eliminar o sofrimento quando a Ele aprouver.”

    Ad hoc, descarada!

    Quantas piruetas você fará para remendar sua teologia estapafúrdia? Na próxima vez, pense bem antes de escrever bobagens! Ou estude mais …

    (Vou para o botequim estudar brahmologia)

  9. Essa foi boa, não resisti.

    “Você sabe o que é “non sequitur” do que me acusou? Eu desenho: do fato de Deus não existir para eliminar o sofrimento, não segue que Ele fique proibido de eliminar o sofrimento quando a Ele aprouver.”

    Um ser que não existe para evitar sofrimentos, mas que o faz quando lhe aprouver é uma contradição tão primária, que você deveria entrar para uma aula de desenho e evitar traçar garatujas!

    Você confunde o ser em si com o ser para si. Mistura alhos com bugalhos. Deus nunca poderia estar na situação de um ser para si, portanto, não lhe cabe agir assim ou assado quando lhe “aprouver”.

    Deue está na condição de ser em si e, portanto, ELE É! Deus não é e nem pode ser auto-reflexivo, pois esta é uma característica dualista, típica da mente humana. Deus é espírito absoluto, não “pensa”, não “decide”. Ele não é imanente, mas transcendente. ELE É.

    Desculpe-me. Apesar de ter um irmão ateu e cabeça dura, faço parte da Província Franciscana dos Capuchinhos de Minas Gerais.

    E gostaria muito que você me desse o endereço da escola onde estudou filosofia e teologia … para eu nunca passar na porta!

    Deus lhe ilumine!

  10. Um “non sequitur” mal utilizado, um “post hoc ergo prompter hoc” (“depois disso, logo por causa disso”) ingênuo usado pelo Genivaldo (sobre o dia do Natal), e esses ateus ainda acham que conhecem mais lógica do que os “religiosos que acreditam em contos da carochinha”… faça-me o favor…

  11. Carlos

    Você foi BANIDO do blog, em decisão do Conselho Editorial, por não saber dialogar como uma pessoa civilizada, como deixou bem claro em seu post dirigido a mim, cheio de agressões gratuitas.

    Se você está enfurecido por ser um TROLL não correspondido, descarregue sua raiva em outro, não em mim.

    O seu prazer em “humilhar ateus, hereges e cismáticos” só atesta seu grau de seu desequilíbrio mental. Foi o que você tentou fazer no Blog da UNA, mas não teve espaço.

    Meu debate com o Jorge é duro, mas é honesto. Nós nos espetamos um ao outro, mas não deixamos a peteca cair.
    Ele provou ser um excelente interlocutor, apesar de possuirmos visões diferentes acerca do mundo.

    Ao contrário dele, você só faz macaquear sua insandice e suas palavras de baixo calão! E como de pessoas assim, eu quero distãncia, fui. Pensei que este blog fosse melhor frequentado.

    Jorge, um abraço e obrigado pela oportunidade de debatermos.

  12. Druyan,

    Por gentileza, elabore os teus argumentos na forma silogística para que se possa debater. Sair gritando nomes de falácias cujo significado evidentemente te escapa [porque não existe a mais remota relação entre os meus trechos recortados e a “classificação” que tu dás para eles abaixo] não ajuda em nada.

    Agradeço.

    * * *

    Genivaldo,

    O mitraísmo, mesmo existindo há vários séculos na Pérsia, começou a se espalhar mais largamente a partir de 68 a.c (antes de cristo, portanto) com a absorção da Pérsia por Roma.

    Você tem alguma referência que diga que o 25 de dezembro era comemorado pelos persas em 68 a.C.? O texto por ti citado não prova isso, e é exatamente esse o ponto em litígio.

    * * *

    Fatella,

    Um ser que não existe para evitar sofrimentos, mas que o faz quando lhe aprouver é uma contradição tão primária.

    Mesmo? Sob qual misteriosa filosofia a não-necessidade implica na impossibilidade?

    Deus não é e nem pode ser auto-reflexivo, pois esta é uma característica dualista, típica da mente humana.

    Bom, não sei de onde essa bobagem foi tirada. Deus, exatamente por ser o Ser por excelência, tem em Si todas as perfeições de todas as coisas (Summa, Ia, q.4, a.2) e, em particular, tem potência intelectiva e potência volitiva. Por isso, Deus conhece – inclusive a Si mesmo (Summa, Ia, q.14, a.2) – e Deus quer – em particular, tem livre-arbítrio (Summa, Ia, q.19, a.10). Isso está logo no comecinho da Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino.

    faço parte da Província Franciscana dos Capuchinhos de Minas Gerais.

    Então me explique o seguinte na filosofia franciscana mineira: se não cabe a Deus “agir assim ou assado quando lhe ‘aprouver'”, isso implica em dizer que Deus não age nunca ou que age sempre por necessidade?

    Deus te ilumine!

    Abraços,
    Jorge

  13. A bem da verdade, e o Jorge sabe muito bem disso, é que a presença do sofrimento no mundo é uma constante. O sofrimento está ligado à condição humana depois do Pecado Original, e assim será. O proprio Jesus passou por um sofrimento terrível, para depois vencê-lo. Por que o ser humano deve ficar sem sofrer, se o próprio Deus sofreu ‘horrores’?

    A verdade é que tenho a impressão de que muitos incrédulos possuem uma visão infantil da fé católica, do tipo ‘Deus não quer o sofrimento’, ‘o sofrimento é um mal absoluto e Deus não pode permiti-lo’ e outras bobagens congêneres.

    Recomendo a todos a leitura da carta “Salvifici Doloris” do Papa João Paulo II. Além de ser uma bela e honesta reflexão, evitaria que muitas estupidezes e grosserias ditas nesses comentários existissem. É um momento de dor, e o mínimo que se espera de pessoas de caráter é o respeito por essa mesma dor. Um compadecimento.

    E não usar esa momento para vir com infantilidades do tipo ‘vou provar que seu Deus não existe’. Faça-me um favor!

  14. “Se como você disse – repito – “Deus existe para dar sentido ao sofrimento, não para eliminá-lo” porque elimina o sofrimento de uns (…) e não elimina o de outros?”

    Bom, essa questão só faria sentido se a pergunta fosse: se Deus existe para eliminar o sofrimento, porque elimina de uns e não elimina de outros?

    “Que Deus é esse que não existe para eliminar o sofrimento mas, quando quer contraria a si mesmo?”

    Eu não existo para responder emails, mas quando quero o faço…

    As duas frases fazem inferências indevidas. Só isso.

  15. “Bom, não sei de onde essa bobagem foi tirada. Deus, exatamente por ser o Ser por excelência, tem em Si todas as perfeições de todas as coisas (Summa, Ia, q.4, a.2) e, em particular, tem potência intelectiva e potência volitiva. Por isso, Deus conhece – inclusive a Si mesmo (Summa, Ia, q.14, a.2) – e Deus quer – em particular, tem livre-arbítrio (Summa, Ia, q.19, a.10). Isso está logo no comecinho da Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino.”
    Bem, aqui voce começou a raciocinar em círculos, usando de textos de sua própria doutrina para provar algo intrinseco a ela.
    Quanto à comemoração do 25 de dezembro, tem-se inscrições cuneiformes atestando já se comemorar algo semelhante – no dia correspondente ao 25 de dezembro no calendário Gregoriano (coisa fácil de se comprovar, bastando consultar tábuas astronomicas) – ao natal na Mesopotâmia do ano 2000 A.C.

    Confirme aí, por favor:

    http://www.restaurarnt.org/natal.html

  16. Genivaldo,

    Do texto que tu linkaste:

    Estamos na Mesopotâmia, onde vamos encontrar, no calendário vigente, no dia correspondente ao nosso 25 de dezembro, uma festividade exatamente igual à descrita acima – 2.000 anos antes do nascimento de Jesus Cristo!

    Não achei as inscrições cuneiformes; apenas a afirmação gratuita.

    Aliás, a Wikipedia, quando fala do Zagmuk, não menciona o 25 de dezembro.

    Este outro site pretensamente sobre a história do Natal também não fala. Aliás, diz que a Saturnalia Romana “began the middle of December and ended January 1st”. De novo, sem menção alguma ao 25 de dezembro.

    O verbete Mithraism na Enciclopédia Católica registra, aliás, que a idéia segundo a qual o Cristianismo é uma adaptação do Mitraísmo, ou no máximo é oriundo das mesmas idéias e aspirações, “is not endorsed by the greatest living authority on Mithraism”.

    Outrossim, provar que o dia do nascimento de Cristo foi copiado somente porque outros povos comemoram o fim do ano (!) é um non sequitur extremamente forçado. O seguinte silogismo claramente não procede:

    Pagãos tinham festas de fim de ano
    Ora, o Natal cristão é comemorado no fim do ano
    Logo, o Natal cristão é uma [adaptação de uma] festa pagã

    Abraços,
    Jorge

  17. Eu nunca tinha ouvido falar da tese defendida pelo artigo que o Jorge linkou de que o 25 de dezembro como dia natalício de Jesus Cristo era oriundo de tentativas de católicos dos primeiros séculos de determinar essa data. Achei interessante e, aparentemente, bem fundamentado essa proposição (mas, sinceramente, não sei se suficientemnete).

    Conhecia, sim, a tese de que a Igreja havia encampado essa data pelo seu valor simbólico e importancia para os pagãos como forma de cristianizar os hábitos e a cultura do Império Romano.

    O que não consigo entender é a correlação que se tenta fazer entre essa possibilidade e a doutrina cristã como herdeira ou baseada no mitraísmo! O que tem a ver uma coisa com a outra? Seria o mesmo que dizer que o cristianismo baseou suas crenças nos mitos greco-romanos porque usou templos pagãos como igrejas ou que a doutrina cristão é apenas uma continuação da divinização do imperador pelos romanos porque tornou o Panteão de Agripa em igreja católica…

    Ou, ainda, dizer que os ideais iluminista anti-clericais da Revolução Francesa baseiam-se na doutrina cristã porque os revolucionários usaram igrejas católicas para uso laico ou para adorar a Deusa Razão em Notre Dame. Ou, então, porque esses mesmos revolucionários tentaram “laicizar ou republicanizar” datas e festas católicas convertendo-as em festas naturais ou atéias…

    Esse argumento realmente é insignificante.

  18. Ah, sim, Genivaldo,

    Bem, aqui voce começou a raciocinar em círculos, usando de textos de sua própria doutrina para provar algo intrinseco a ela.

    Primeiro, o fulano que veio com a loucura teológica dele disse estudar num instituto franciscano e, portanto, supus que ele fosse católico, de modo que ele deve aceitar as fontes católicas.

    Segundo, tu querias que eu provasse questões teológicas católicas com o quê? Com a matemática financeira, a culinária, a quiromancia?

    Abraços,
    Jorge

  19. Caro Alien,
    Sim, tenho arquivadas as trocas de mensagens com o pessoal da UNA. Se quiser, posse te enviar por e-mail. É bom que aí você verá como eu não baixei o nível hora nenhuma e eles só correram quando viram que estavam sendo refutados em todos os seus argumentos ridículos.
    O Marcelo Druyan, além de tudo o que já falei, também é mentiroso, pois foi ele quem começou a baixar o nível lá, me chamando de ameba e outras coisas e multiplicando os KKKKs, que no final foi o único “argumento” que lhe sobrou. Ele diz que foi o conselho editorial daquela porcaria que me excluiu, mas não conta que isso só aconteceu por pressão dele – Marcelo Druyan (o apavorado).
    Então, Alien, se quiser é só fornecer o seu email que lhe envio as mensagens.
    Um abraço.
    Carlos.

  20. “e que as datas que se comemora hoje foram escolhidas pela Igreja Católica tempos depois baseadas em certas simbologias… isso tem fundamento?”
    Tal e qual voce, também queria uma afirmação sobre isso, sr. Alien.

    ———–
    Pagãos tinham festas de fim de ano
    Ora, o Natal cristão é [o cristianismo não existia, portanto, não É, passou a SER] comemorado no fim do ano
    Logo, o Natal cristão é uma [adaptação de uma] festa pagã
    ———–
    Claro que não é um non sequitur. Se B segue-se a A, resulta que A foi a causa de B. (a não ser que voce postule uma causa externa, transcendental – sem provas, lógico).

  21. Parabéns pelo texto, Jorge. É exatamente nisso que consiste a nossa fé. Pena que muitos não vejam a beleza que reside na serenidade da confiança em Deus.

  22. Mesmo tendo uma autoridade maior (o imperador) forçando a todos a aceitarem aquela imposição?

  23. “Segundo, tu querias que eu provasse questões teológicas católicas com o quê?”

    Com raciocínio lógico, talvez.

  24. Genivaldo,

    “Mesmo tendo a autoridade maior (o imperador) forçando a todos a aceitarem aquela imposição?”

    Insisto no paralelismo que lhe fiz e você parece não querer (ou poder refutar): a autoridade maior da república francesa em 1793/4 também impuseram a transformação de símbolos e festividades católicas. Logo os ideais iluministas anti-clericais da revolução francesa são oriundos ou herdeiros ou continuação do catolicismo?

  25. “a autoridade maior da república francesa em 1793/4 também [impôs] a transformação de símbolos e festividades católicas.”

    Onde foi que voce colheu essa “pérola”? A autoridade da república impôs a transformação dos simbólos católicos???

  26. Continuando com meu ceticismo em relação ao natal ser a data do nascimento de Cristo, gostaria de colher informações sobre a divergencia entre o trecho da bíblia onde diz que os pastores estavam “fora com os rebanhos” e o clima vigente na região no dia 25 de dezembro.

    Não estava frio demais para que rebanhos pastassem no campo em pleno inverno?

  27. (…)a Assembléia, em mais uma das suas transformações, autoproclamou-se Convenção; e criaram-se as instituições de exceção: o Comitê de Salvação Pública, o Comitê Geral de Segurança e os Tribunais Revolucionários (…)

    a Igreja constitucional foi por sua vez despojada dos seus bens e os palácios episcopais vendidos. Suprimiram-se os lugares de culto, transformados – a exemplo da igreja de la Madeleine, em Paris – em “panteões” onde se veneravam estátuas de Voltaire, Rousseau, Benjamin Franklin e outros ilustres iluminados, bem como dos “mártires da liberdade”, como Marat, assassinado por uma donzela girondina um tanto desequilibrada .

    As festas religiosas foram substituídas por celebrações da Natureza e da Razão ou das grandes datas patrióticas. E, para celebrar a “grande data” em que diversos sacerdotes juramentados, com o arcebispo constitucional de Paris – Gobel – à cabeça, se tinham “despadrizado” em plena sessão da Assembléia, realizou-se, na catedral de Notre-Dame, a 10 de novembro, a “festa da Razão”, em que uma dançarina de branco representava a “deusa”. Essas celebrações republicanas, pautadas pelas cerimônias romanas pagãs, chegaram a estar de moda durante algum tempo (…)

    Em começos de novembro de 1793, o presidente do clube jacobino, Robespierre, já em alta, tinha conseguido que a Assembléia reconhecesse por um decreto a existência do Ser Supremo e a imortalidade da alma (…)

    O maior triunfo pessoal do ditador foi presidir como sumo-sacerdote à procissão e festa “do Ser Supremo e da Natureza”, a 8 de julho de 1794.”

    In “A Revolução Francesa e a Igreja”, ed. Quadrante

    Se você quiser posso, depois, acrescentar exemplos de tentativas dos iluministas revolucionários tentando substituir até os sacramentos por “sinais sensíveis” republicanos :) AH… eles também criaram uma festa laicista para substituir o Natal…

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