[Baseado em comentários feitos em outro assunto aqui no Deus lo Vult!.]
O preconceito histórico contra o Cristianismo encontrado amiúde nos nossos dias é uma das coisas que mais impede que se tenha uma visão equilibrada sobre a Igreja Católica e o Seu papel na construção da civilização ocidental. A repetição de clichês e de mentiras, de visões simplistas e de reconhecidos preconceitos iluministas, de lendas negras e de anacronismos, tudo isso parece ter se transformado em uma espécie de teste de aferimento intelectual. Parece que ninguém é bom o bastante se não nutrir um grande preconceito contra a Igreja Católica; e, quanto maior for este preconceito, mais inteligente é o preconceituoso em questão.
A Idade Média é evocada como uma época de trevas iluminada tão somente pelas terríveis fogueiras da Inquisição. O cristão-médio é um intolerante truculento que está disposto a trucidar qualquer um que apareça no seu caminho, pregando qualquer coisa que não esteja de acordo com a Doutrina Cristã. O obscurantismo e a superstição tomam o lugar da Ciência, e os cientistas levam uma espécie de vida nas catacumbas, diuturnamente escondidos dos terríveis inquisidores, os quais são, por sua vez, ambiciosos ávidos de riqueza e de poder. Os cristãos são retratados como se fossem o compêndio de todos os vícios.
É tão imponente o edifício preconceituoso que não se sabe muito bem sob qual ponto deve-se começar a demoli-lo. Não tenho a pretensão de esgotar o assunto, até porque é uma tarefa humanamente impossível de ser realizada em um simples texto curto de blog. Já disse outras vezes aqui que é muito mais fácil jogar a calúnia barata do que desmentir a calúnia barata; é muito mais fácil lançar mão da mentira que da verdade. Acontece que a mentira tem pernas curtas, e já está mais do que na hora de ajudá-la, ao menos, a tropeçar.
À Idade Média – e, em particular, à Igreja Católica – coube o incrível milagre de transformar o caos em que se havia transformado a Europa com a queda do Império Romano e as invasões bárbaras na civilização onde nascemos e vivemos. Seria realmente espantoso se esta cruel religião cristã tivesse conseguido um tão extraordinário prodígio, seria verdadeiramente admirável se estes cristãos repletos de defeitos e totalmente carentes de qualidades tivessem operado tão portentosa transformação: portanto, há uma verdadeira ruptura entra a Idade Média e a Idade Moderna, e é esta a tese defendida pelos anti-clericais de todos os naipes. Agem como se todos os bens – inegáveis – da civilização ocidental tivessem brotado ex nihil, aparecido por geração espontânea dos escombros nos quais a Igreja lançou a Europa durante a Idade Média.
Porque a Idade das Trevas não pode ter produzido – não, jamais! – nada de bom, nada de civilizado, nada de minimamente aproveitável pelas gerações futuras. Estas tiveram que, sozinhas, reconstruir tudo o que a Igreja destruiu em mil anos. O Renascimento e o Iluminismo, assim, apresentam-se não como simples fenômenos históricos, mas como verdadeiras revelações sobrenaturais: após mil anos de trevas, uma luz resplandeceu, e uma luz tão fulgurante que, em duzentos ou trezentos anos, conseguiu reerguer tudo o que a Igreja tinha Se esforçado para lançar por terra ao longo do último milênio. Eis como pessoas “inteligentes” explicam a história!
É muito difícil argumentar contra pessoas que sustentam uma visão preconceituosa da realidade. Não adianta dizer que a tese deles é absurdamente ridícula, e que é completamente inverossímil que, um belo dia, alguns iluminados tenham resolvido sacudir dos ombros o jugo da tirania eclesiástica e construir o mundo. Eles começarão a ter um ataque histérico e a falar em fogueiras, em trevas, em cruzadas, em obscurantismo, e em meia dúzia de outros chavões que, na cabeça confusa deles, confundem-se com argumentos ou – pior ainda – com fatos históricos. Quando, na verdade, a História é bem mais complexa do que a caricatura ideológica dos anti-clericais os permite enxergar.
As fogueiras! “Milhões de bruxas queimadas” – é a primeira frase dita por um anti-clerical. A segunda, é acrescentar que essas bruxas eram na verdade cientistas (já que bruxas não existem). E então emendam com o “obscurantismo institucionalizado”, com a “hierarquia ávida por poder que tinha medo de perder o domínio exercido sobre o povo”, com a “perseguição de cientistas e proscrição da Ciência”… e, diante do ataque histérico raivoso, você não consegue mais argumentar. Ad baculum, é o modus operandi dos anti-clericais quando estão pontificando história.
Não adianta lembrar que a Inquisição foi instituída com o propósito muito claro e específico de combater os cátaros, que eram vere et proprie uma ameaça à civilização medieval. Não adianta mostrar que não há registro de que as fogueiras tenham extrapolado a casa dos milhares [muito menos dos milhões!] como pretendem os raivosos historiadores anti-clericais. Não adianta nem mesmo lembrar que não foi a Igreja a inventar as fogueiras, sendo esta modalidade de pena capital já amplamente utilizada antes mesmo de que o primeiro inquisidor entregasse ao braço secular o primeiro herege cátaro. Não adianta, porque os anti-clericais não estão preocupados com fatos, e sim com a ideologia deles. Já puseram na cabeça que a Idade Média foi a Idade das Trevas, e qualquer coisa que abale, um mínimo que seja, esta íntima convicção dogmática é sumariamente descartada.
A Idade Média viu levantarem-se na Europa as cúpulas das catedrais, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. A Idade Média viu as Universidades serem fundadas pela Igreja, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. A Idade Média viu os filósofos escolásticos lançarem as bases da ciência experimental, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. A Idade Média viu a Inquisição proporcionar indiscutíveis avanços ao Direito Penal, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. Quando uma pessoa só quer ver uma coisa, não adianta mostrar mais nada. “Intolerância medieval!”, é só o que eles sabem gritar.
Na verdade – e, aqui, rasguem as vestes os inimigos da Igreja de todos os naipes -, a Idade Média foi um excelente exemplo de uma sadia intolerância, da intolerância contra o vício e contra o pecado, da intolerância que é a única capaz de construir e manter alguma coisa duradoura. Na verdade, os pecados são avessos à civilização, e a forma mais eficaz – aliás, a única forma da qual temos conhecimento – de criar e manter alguma sociedade minimamente civilizada é apontando claramente o que deve ser feito e o que deve ser evitado. Não poderia subsistir uma sociedade onde as pessoas roubasssem umas às outras, nem uma onde as pessoas matassem umas às outras. E, sim, qualquer civilização que se proponha a ser duradoura, que tenha um mínimo de “instinto de sobrevivência”, precisa ser intolerante para com aquilo que a pode destruir. Isto é óbvio; tão óbvio que os medievais o entenderam perfeitamente (o que fica mais do que demonstrado pelos excessos – pontuais – cometidos pelos homens daquele tempo), ao passo em que os tolerantes modernos nunca conseguiram fazer com que as suas teses fossem abraçadas pela grande massa da população. Mas, claro, isto deve ser culpa da influência católica!
A “intolerância” da Idade Média, combatida pelos auto-intitulados “livres-pensadores” (que, no entanto, de livres não têm nada, porque só repetem chavões e perconceitos anti-clericais), foi o que construiu o mundo moderno onde estes mesmos livres-pensadores podem vomitar o seu ódio à Igreja Católica. Quer eles gostem, quer não. A despeito da ideologia preconceituosa dos anti-clericais, entre as fogueiras da Idade Média levantaram-se campanários e cúpulas de catedrais aos céus, ergueram-se universidades e lançaram-se as bases do mundo moderno, de modo que resumir os mil anos nos quais “a filosofia do Evangelho guiava as nações” às fogueiras da Inquisição é de um simplicismo criminoso. Mas contra preconceitos – insisto – não há argumentos possíveis. E o preconceito do século XXI parece ser o pior de todos os preconceitos que já se abateram sobre a humanidade.
Ótimo texto, Jorge.
Alguns trechos de História da Riqueza do Homem podem-nos ajudar a lançar alguma luz sobre as falácias apregoadas pelo Jorge:
“Observe-se que entre Baldwin e o rei havia a série habitual de senhores. Observe-se também que um deles era o bispo de Worcester. Isto constitui um fato importante, mostrando que a Igreja era parte e membro desse sistema feudal. Sob certos aspectos, não era tão importante quanto o homem acima de todos, o rei, mas sob outros o era muito mais. A Igreja constituía uma organização que se estendeu por todo o mundo cristão, mais poderosa, maior, mais antiga e duradoura que qualquer coroa. Tratava-se de uma era religiosa e a igreja, sem dúvida, tinha um poder e prestígio espiritual tremendos. Mas, além disso, tinha riqueza, no único sentido que prevalecia na época — em terras.”
———–
Notem bem, a igreja possuía poder e riqueza – tremendos. Quem tem poder… bem, todos sabem o que fazem os detentores do poder, não sabem? criam as leis do jeito que melhor lhes interessa, dentre estas a de matar, prender et cetera et cetera.
———-
“Tão grande era a opressão de seus servos, pelo Cabido de Notre-Dame de Paris, no reinado de São Luís, que a Rainha Blanche protestou ‘com toda a humildade’, ao que os monges replicaram que ‘eles podiam matar seus servos de fome se lhes aprouvesse’.” 18 (em J. W. Thompson. An Economic and Social History of the Mlddle Ages)
———-
“podiam matar seus servos de fome se lhes aprouvesse”.
Já diz tudo, não?
———-
“Alguns historiadores pensam até que se exagerava o valor de sua caridade. Admitem o fato de que a Igreja realmente ajudava os pobres e doentes. Mas ressaltam que ela era o mais rico e poderoso proprietário de terras da Idade Média, e argumentam que, comparado ao que poderia ter feito, com sua tremenda riqueza, não chegou a realizar nem mesmo tanto quanto a nobreza. Ao mesmo tempo que suplicava e exigia ajuda dos ricos, para fazer sua caridade, tomava o maior cuidado em não sacar muito profundamente de seus próprios recursos. Esses críticos da Igreja observam ainda que, se ela não houvesse tratado tão mal a seus servos, não teria extorquido tanto do campesinato, e haveria menos necessidade de caridade.”
———–
“…se ela não houvesse tratado tão mal a seus servos, não teria extorquido tanto do campesinato, e haveria menos necessidade de caridade.”
Já diz tudo, não? Ela, a igreja, já deixava os servos passarem necessidade com o intuito de fazer com que eles mendigassem às portas dela própria, de os chantagearem: “se não confessar não tem pão”.
———–
Para quem tiver interesse na verdade, e tão-somente a verdade, sugiro que leiam o livro. Ele está disponível, gratuitamente, no endereço abaixo:
http://www.tutomania.com.br/livro/historia-da-riqueza-do-homem-leo-huberman-br–revisado
———–
Duvido muito que o dono do blog deixe passar esse post, mas, quem sabe, atinja sua consciencia (se ele tiver uma) e ele permita que todos leiam para, ao menos, comparar as declarações.
Caros,
Vejam aí o exemplo da picaretagem intelectual preconceituosa à qual eu me referia no próprio texto: Leo Huberman. “A verdade, e tão-somente a verdade”.
Quem é o sujeito? Medievalista? Professor de História? Nada disso… comunista americano. Dêem uma olhada nos livros escritos pela peça:
No entanto, é “a verdade e tão-somente a verdade”! Afinal, ninguém precisa conhecer História para tacar pedra na Igreja, né?
Abraços,
Jorge
“Quem é o sujeito? Medievalista? Professor de História? Nada disso… comunista americano.”
Claro. Se não se tem argumentos, ataque o argumentador. Facílimo, posição digna de gente intolerante, fanática e prepotente, não concordam?
Uai, e falar que o cara é comunista é “ad hominem”? Dizer que o cara quer a destruição da Igreja (ao se provar que é comunista pelos livros) não é esclarecer como se deve ler o texto dele? Aiai …
Abraços e fiquem com Deus,
Léo
“Claro. Se não se tem argumentos, ataque o argumentador. Facílimo, posição digna de gente intolerante, fanática e prepotente, não concordam?”
Concordo, e ainda bem que o Jorge Ferraz mostrou que o hstoriador aí em cima e um comunista.
Um outro livro, dedicado a um público menos esclarecido, escrito como um romance da história humana, “baixei” também na internet e coloco à disposição de voces. O autor é um historiador australiano:
http://rapidshare.de/files/47549406/geoffrey_blainey_uma_breve_historia_do_mundo.pdf.html
Leiam-no com calma e reflitam bastante.
Caso alguém tenha alguma dúvida (como eu tinha) de quem foram os cátaros e seu movimento (catarismo):
http://pt.wikipedia.org/wiki/Catarismo
Jorge, belo texto mas, futuramente, sugiro somente colocar um simples link para esses termos não tão comuns a todos…
UM abraço!
Apenas algumas sugestões para dar continuidade aos propósitos de Jorge.
1. A seção “Idade Média e temas medievais” do site Special Collections: http://www.hottopos.com/spcol/medieval.htm
2. O livro “História da Educação na Idade Média” do prof.Rui Afonso da Costa Nunes, que se inicia com uma análise das idéias mais comuns a respeito dos tempos medievais: http://www.documentacatholicaomnia.eu/03d/sine-data,_Costa_Nunes._da._Ruy_Afonso,_Historia_Da_Educacao_Na_Idade_Media,_PT.pdf
3. E para os que quiserem empregar bem seu dinheiro o livro “Como a Igreja Católica construiu a Civilização Ocidental” de Thomas E. Woods Jr.
Salve Maria!
Excelente texto, Jorge e, aliás, excelente blog.
É incrível a falta de retidão intelectual de meus professores de História em relação à Igreja. Por mais que se argumente, por mais que se explique, só vêem o que querem ver, esperneiam seus chavões, cegos por uma historigrafia bolchevista.
Abraços.
Trecho inicial do capítulo 8 (A Inquisição), do livro História Universal da Destruição de Livro – Fernando Baez.
É pequenino, é só um tiragosto para quem quer se inteirar da verdade real:
http://rapidshare.de/files/47550303/fernando_baez_historia_universal_da_destruicao_de_livros.pdf.html
Espetáculo! Vou republicar :P
Prezado Jorge.
A eclesioclastia reinante seria cômica se não fosse trágica. Nem historiadores publicamente não-católicos – como Le Goff, por exemplo -, subscreveriam as bobagens que povoam o imaginário e os livros de história barata da imensa maioria da população que gosta de conversas de salão. Se me permite um pequeno trocadilho com o nome do seu blog, certos estavam mesmo os medievais com seu provérbio “Mundus Vult Decipi”.
Um abraço.
Carissimos,
Tratar da idade média e qualquer outra epoca é complicado. Ora, existem diferentes abordagens e explicações. Historiografias diferentes.
Tratar de História é complicado.
Mas, só destaco do texto esse trecho:
“A Idade Média viu levantarem-se na Europa as cúpulas das catedrais, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. A Idade Média viu as Universidades serem fundadas pela Igreja, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. A Idade Média viu os filósofos escolásticos lançarem as bases da ciência experimental, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. A Idade Média viu a Inquisição proporcionar indiscutíveis avanços ao Direito Penal, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. Quando uma pessoa só quer ver uma coisa, não adianta mostrar mais nada. “Intolerância medieval!”, é só o que eles sabem gritar.”
A Idade Média viu a Inquisição proporcionar indiscutíveis avanços ao Direito Penal, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras.?
Num é por nada não, mas, na Inquisição espanhola, a maioria das penas eram por fofocas e intrigas.
No mais,
é isso.
Excelente texto, Jorge. Acrescentaria outros (poucos) argumentos, mas apenas pelo bem do discurso, já que os demais são suficientes e ignorados por quem só se importa em atacar a Igreja.
O tal “Em busca da verdade” só faz reforçar o que afirmamos aqui, quando cita historiadores (?) comunistas e sequer tenta verificar o que você escreveu.
Michel, só uns comentários sobre o que escreveu:
– A inquisição espanhola foi na Idade Moderna (séc. XVI), não na Medieval.
– a inquisição espanhola em muito diferia da romana medieval. Eles tinham um inquisidor-mór, aprovado depois de muitos protestos pelo papa Sisto V (que só cedeu depois de o rei Fernando ameaçar retirar o apoio militar contra os mouros), e que controlava tudo praticamente sem a anuência do papa. Sisto chegou a condenar a inquisição na Espanha, pouco antes de morrer — ela foi “readmitida” em seguida por Alexandre VI, que por acaso era espanhol (quem conhece um pouco de história da Igreja, sabe quem é a figura).
– Um aparato judiciário e penal tão grande quanto a Inquisição na Espanha só poderia trazer avanços em termos de sistema, mesmo com “fofocas” ou “intrigas”. Fazendo um paralelelo, o sistema judicial moderno não é considerado atrasado só porque, ele também, é repleto de intriga e fofoca. Ou você acha que as pessoas acionam a justiça porque querem “o melhor” para todos?
Abs
Senhor Jorge
Não vale apagar o post referente ao livro sobre Historia Universal… univesal, mesmo. O autor chega até a destruição de alguns tesouros culturais do Iraque por parte das tropas americanas (de propósito ou não).
Se eu encontrar tempo vou ver se o copio totalmente para mostrar a voces que o autor não se prende a uma ou outra religião. Ele esmiuça tudo (eu é quem destaquei o capítulo para mostrar a voces que não é bem do jeito que o Jorge diz, com relação ao papel da igreja na idade média).
sério? puxa! essa dissimulação dos fatos históricos me dá vontade de rir. foram os tribunais seculares que são os culpados de perseguir, prender, torturar e matar tantos inocentes? e de onde esses tribunais tiraram a idéia e o motivo para tal massacre, senão da doutrina da “Santa” Igreja?
O que os historiadores marxistas e outros anti-clericais fazem é aplicar o que ensinava Goebbels:
“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade.”
Infelizmente, hoja basta uma mentira ser dita apenas uma vez que já se torna uma verdade incontestável.
Ex: qualquer filminho de Hollywood que fala sobre a Igreja, já vira exibição obrigatória nas escolas e transforma qualquer idiota em especialista. Vide “O Nome da Rosa”, “O Código da Vinci” e o atual “Anjos e Demônios”.
Daqui a pouco aparecem “especialistas” relinchando as babaquices deste último.
A sim então temos que ver o jeito que o Em busca da verdade ou o profeta profanam são os que demonstram o verdadeiro papel da igreja na idade média, não adianta , esta gente só quer ver um lado da história mais não a história como um todo, quando se trata em história nós devemos ser parciais, nós católicos não negamos que houveram excessos por parte dos dirigentes da Igreja na Idade Média como até mesmo o Jorge Ferraz colocou em seus texto: “Não poderia subsistir uma sociedade onde as pessoas roubasssem umas às outras, nem uma onde as pessoas matassem umas às outras. E, sim, qualquer civilização que se proponha a ser duradoura, que tenha um mínimo de “instinto de sobrevivência”, precisa ser intolerante para com aquilo que a pode destruir. Isto é óbvio; tão óbvio que os medievais o entenderam perfeitamente (o que fica mais do que demonstrado pelos excessos – pontuais – cometidos pelos homens daquele tempo)”, portanto se até o Jorge Ferraz, (e que o Jorge me corrija se estiver errado) colocou que houve excessos no combate as heresias naquela época, porém o que pessoas como o Em busca da verdade ou o profeta profano e tantos outros querem demonstrar é que só houve por parte da Igreja, perseguições, massacres, mortes, um grande atraso intelectual e cientifico, etc, etc, etc, esquecendo das grandes obras da Igreja, aí sim é uma visão parcial, cheia de ódio e preconceitos, clichês e sem nenhuma seriedade nestes assuntos, e que portanto, pessoas como estas que só querem ver um lado da história, a que eles querem, nem precisam vir aqui vomitar seus rancores, que nós não cairemos em suas insidias.
Vale acrescentar à lista de livros do Gustavo o excelente “Idade Média: o que não nos ensinaram”, de Regine Pernoux.
“E, sim, qualquer civilização que se proponha a ser duradoura, que tenha um mínimo de “instinto de sobrevivência”, precisa ser intolerante para com aquilo que a pode destruir.”
Cada uma…
De onde voce tirou essa pérola de sabedoria? Roma tolerou as crenças religiosas dos povos conquistados e, mesmo assim, tornou-se o maior império da antiguidade ocidental.
Caros,
O meu “A Idade Média: o que não nos ensinaram” eu comprei no Submarino, mas infelizmente está esgotado…
Abraços,
Jorge
Bom, vamos lá, ajudar o nosso amigo na “busca da verdade”…
Extensa bibliografia já foi citada. Acrescentaria o livro do João Bernardino Gonzaga, “A Inquisição em seu mundo” [em português], que infelizmente só se encontra em sebos (tem seis na Estante Virtual – aproveitem).
Quanto ao livro do sr. Fernando Báez – bibliotecólogo, poeta, ensayista y novelista venezolano [antes que me acusem de ad hominem, peço que leiam as citações do picareta comunista primeiramente citado, deste poeta venezuelano e comparem com o livro do historiador australiano para verem a gritante diferença; reservo-me o direito de não dar lá muito crédito histórico à militância política de um comunista ou às preconceituosas figuras de linguagem mal-disfarçadas de um poeta, pelo mesmo motivo que não dou crédito às teorias físicas de uma ambientalista baiana] -, a “imparcialidade” dele é manifesta. A Inquisição foi “um terrivel periodo de censura, perseguição, tortura e destruição de vidas humanas e livros”, Bernardo Gui é um “dominicano fanático” e Paulo IV é “um fanático com enormes problemas emocionais”. Um sujeito que, em menos de quatro páginas, apoda desta maneira gratuita os personagens que está apresentando não está fazendo História. Sem contar que qualquer pessoa que queira falar da história dos livros sem registrar o indiscutível trabalho que a Igreja Católica teve na preservação das obras da Antigüidade por meio dos seus monges copistas é ou um mau-caráter ou um incompetente.
Quanto à “tolerância” do Império Romano, ela tem a sua expressão máxima na exigência da adoração à César e nas feras do Coliseu para os que se recusassem. No entanto, repito: contra preconceitos não há argumentos possíveis…
Abraços,
Jorge
As democracias modernas (na verdade todo e qualquer regime político) não toleram aquilo que as pode destruir. Tentem fundar um partido nazista ou uma agremiação política cujo objetivo é eliminar o voto direto ou as instituições legislativas ou o judiciário…
Jorge,
Acho que a editora Quadrante ainda vende o “Idade Média: o que não nos ensinaram”.
Lampedusa,
No site deles não tem… =(
Abraços,
Jorge
Sem querer ser metido a besta, mas olha a diferença de argumentação:
>>Eu:
“[O inquisitor-mór foi] aprovado depois de muitos protestos pelo papa Sisto V (que só cedeu depois de o rei Fernando ameaçar retirar o apoio militar contra os mouros), e controlava tudo praticamente sem a anuência do papa. Sisto chegou a condenar a inquisição na Espanha, pouco antes de morrer — ela foi “readmitida” em seguida por Alexandre VI, que por acaso era espanhol.”
Em que me baseio: FRÖLICH, Curso básico de história da Igreja. Em termos de livro de história, não é nada demais, apenas um resumão de fatos em fontes primárias e secundárias — engraçado que se esquecem dessas fontes, ou a distorcem, na historiografia “pop” de hoje.
>>profeta do profano:
“sério? puxa! essa dissimulação dos fatos históricos me dá vontade de rir. foram os tribunais seculares que são os culpados de perseguir, prender, torturar e matar tantos inocentes? e de onde esses tribunais tiraram a idéia e o motivo para tal massacre, senão da doutrina da “Santa” Igreja?”
Em que se baseia: NADA além de um monte de estereótipo.
Isso é preconceito, dissimulação, cegueira. Depois vêm apontar o dedo na NOSSA cara. Faça-me o favor.
Uma boa discussão. Tomara não descambe, de parte à parte, para acusações gratuitas.
Como minha contribuição posto um livro onde se pode confirmar que a moral não é privilégio da religião; a humanidade chegaria até aquela mesmo sem existir esta. Pesquisas realizadas em primatas não-humanos mostram o início do desenvolvimento de uma proto-moral nos grupos que foram estudados.
Se alguém quiser confirmar essa proposição, ofereço o livro como subsídio:
http://rapidshare.de/files/47556618/frans_de_waal_eu_primata.pdf.html
Ótimo texto! Gostaria de publicá-lo no meu blog. É possivel?
Fique com Deus!