A Idade Média e as fogueiras

[Baseado em comentários feitos em outro assunto aqui no Deus lo Vult!.]

O preconceito histórico contra o Cristianismo encontrado amiúde nos nossos dias é uma das coisas que mais impede que se tenha uma visão equilibrada sobre a Igreja Católica e o Seu papel na construção da civilização ocidental. A repetição de clichês e de mentiras, de visões simplistas e de reconhecidos preconceitos iluministas, de lendas negras e de anacronismos, tudo isso parece ter se transformado em uma espécie de teste de aferimento intelectual. Parece que ninguém é bom o bastante se não nutrir um grande preconceito contra a Igreja Católica; e, quanto maior for este preconceito, mais inteligente é o preconceituoso em questão.

A Idade Média é evocada como uma época de trevas iluminada tão somente pelas terríveis fogueiras da Inquisição. O cristão-médio é um intolerante truculento que está disposto a trucidar qualquer um que apareça no seu caminho, pregando qualquer coisa que não esteja de acordo com a Doutrina Cristã. O obscurantismo e a superstição tomam o lugar da Ciência, e os cientistas levam uma espécie de vida nas catacumbas, diuturnamente escondidos dos terríveis inquisidores, os quais são, por sua vez, ambiciosos ávidos de riqueza e de poder. Os cristãos são retratados como se fossem o compêndio de todos os vícios.

É tão imponente o edifício preconceituoso que não se sabe muito bem sob qual ponto deve-se começar a demoli-lo. Não tenho a pretensão de esgotar o assunto, até porque é uma tarefa humanamente impossível de ser realizada em um simples texto curto de blog. Já disse outras vezes aqui que é muito mais fácil jogar a calúnia barata do que desmentir a calúnia barata; é muito mais fácil lançar mão da mentira que da verdade. Acontece que a mentira tem pernas curtas, e já está mais do que na hora de ajudá-la, ao menos, a tropeçar.

À Idade Média – e, em particular, à Igreja Católica – coube o incrível milagre de transformar o caos em que se havia transformado a Europa com a queda do Império Romano e as invasões bárbaras na civilização onde nascemos e vivemos. Seria realmente espantoso se esta cruel religião cristã tivesse conseguido um tão extraordinário prodígio, seria verdadeiramente admirável se estes cristãos repletos de defeitos e totalmente carentes de qualidades tivessem operado tão portentosa transformação: portanto, há uma verdadeira ruptura entra a Idade Média e a Idade Moderna, e é esta a tese defendida pelos anti-clericais de todos os naipes. Agem como se todos os bens – inegáveis – da civilização ocidental tivessem brotado ex nihil, aparecido por geração espontânea dos escombros nos quais a Igreja lançou a Europa durante a Idade Média.

Porque a Idade das Trevas não pode ter produzido – não, jamais! – nada de bom, nada de civilizado, nada de minimamente aproveitável pelas gerações futuras. Estas tiveram que, sozinhas, reconstruir tudo o que a Igreja destruiu em mil anos. O Renascimento e o Iluminismo, assim, apresentam-se não como simples fenômenos históricos, mas como verdadeiras revelações sobrenaturais: após mil anos de trevas, uma luz resplandeceu, e uma luz tão fulgurante que, em duzentos ou trezentos anos, conseguiu reerguer tudo o que a Igreja tinha Se esforçado para lançar por terra ao longo do último milênio. Eis como pessoas “inteligentes” explicam a história!

É muito difícil argumentar contra pessoas que sustentam uma visão preconceituosa da realidade. Não adianta dizer que a tese deles é absurdamente ridícula, e que é completamente inverossímil que, um belo dia, alguns iluminados tenham resolvido sacudir dos ombros o jugo da tirania eclesiástica e construir o mundo. Eles começarão a ter um ataque histérico e a falar em fogueiras, em trevas, em cruzadas, em obscurantismo, e em meia dúzia de outros chavões que, na cabeça confusa deles, confundem-se com argumentos ou – pior ainda – com fatos históricos. Quando, na verdade, a História é bem mais complexa do que a caricatura ideológica dos anti-clericais os permite enxergar.

As fogueiras! “Milhões de bruxas queimadas” – é a primeira frase dita por um anti-clerical. A segunda, é acrescentar que essas bruxas eram na verdade cientistas (já que bruxas não existem). E então emendam com o “obscurantismo institucionalizado”, com a “hierarquia ávida por poder que tinha medo de perder o domínio exercido sobre o povo”, com a “perseguição de cientistas e proscrição da Ciência”… e, diante do ataque histérico raivoso, você não consegue mais argumentar. Ad baculum, é o modus operandi dos anti-clericais quando estão pontificando história.

Não adianta lembrar que a Inquisição foi instituída com o propósito muito claro e específico de combater os cátaros, que eram vere et proprie uma ameaça à civilização medieval. Não adianta mostrar que não há registro de que as fogueiras tenham extrapolado a casa dos milhares [muito menos dos milhões!] como pretendem os raivosos historiadores anti-clericais. Não adianta nem mesmo lembrar que não foi a Igreja a inventar as fogueiras, sendo esta modalidade de pena capital já amplamente utilizada antes mesmo de que o primeiro inquisidor entregasse ao braço secular o primeiro herege cátaro. Não adianta, porque os anti-clericais não estão preocupados com fatos, e sim com a ideologia deles. Já puseram na cabeça que a Idade Média foi a Idade das Trevas, e qualquer coisa que abale, um mínimo que seja, esta íntima convicção dogmática é sumariamente descartada.

A Idade Média viu levantarem-se na Europa as cúpulas das catedrais, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. A Idade Média viu as Universidades serem fundadas pela Igreja, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. A Idade Média viu os filósofos escolásticos lançarem as bases da ciência experimental, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. A Idade Média viu a Inquisição proporcionar indiscutíveis avanços ao Direito Penal, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. Quando uma pessoa só quer ver uma coisa, não adianta mostrar mais nada. “Intolerância medieval!”, é só o que eles sabem gritar.

Na verdade – e, aqui, rasguem as vestes os inimigos da Igreja de todos os naipes -, a Idade Média foi um excelente exemplo de uma sadia intolerância, da intolerância contra o vício e contra o pecado, da intolerância que é a única capaz de construir e manter alguma coisa duradoura. Na verdade, os pecados são avessos à civilização, e a forma mais eficaz – aliás, a única forma da qual temos conhecimento – de criar e manter alguma sociedade minimamente civilizada é apontando claramente o que deve ser feito e o que deve ser evitado. Não poderia subsistir uma sociedade onde as pessoas roubasssem umas às outras, nem uma onde as pessoas matassem umas às outras. E, sim, qualquer civilização que se proponha a ser duradoura, que tenha um mínimo de “instinto de sobrevivência”, precisa ser intolerante para com aquilo que a pode destruir. Isto é óbvio; tão óbvio que os medievais o entenderam perfeitamente (o que fica mais do que demonstrado pelos excessos – pontuais – cometidos pelos homens daquele tempo), ao passo em que os tolerantes modernos nunca conseguiram fazer com que as suas teses fossem abraçadas pela grande massa da população. Mas, claro, isto deve ser culpa da influência católica!

A “intolerância” da Idade Média, combatida pelos auto-intitulados “livres-pensadores” (que, no entanto, de livres não têm nada, porque só repetem chavões e perconceitos anti-clericais), foi o que construiu o mundo moderno onde estes mesmos livres-pensadores podem vomitar o seu ódio à Igreja Católica. Quer eles gostem, quer não. A despeito da ideologia preconceituosa dos anti-clericais, entre as fogueiras da Idade Média levantaram-se campanários e cúpulas de catedrais aos céus, ergueram-se universidades e lançaram-se as bases do mundo moderno, de modo que resumir os mil anos nos quais “a filosofia do Evangelho guiava as nações” às fogueiras da Inquisição é de um simplicismo criminoso. Mas contra preconceitos – insisto – não há argumentos possíveis. E o preconceito do século XXI parece ser o pior de todos os preconceitos que já se abateram sobre a humanidade.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

134 comentários em “A Idade Média e as fogueiras”

  1. Quanto a livros da Regine Pernoud, disponho de Luz sobre a Idade Média. Infelizmente, ainda está no “estado bruto”, razão pela qual só se pode “descer” o mesmo via torrent.
    Quem se interessar, eis o arquivo torrent:

    http://www.mininova.org/tor/2691981

    Como estou sendo o semeador inicial, normalmente eu deixo o computador ligado o tempo todo. De hoje até amanhã deve juntar outros “seeds”, o suficiente para se descer o arquivo numa taxa de 100/200k, possivelmente.

  2. É realmente difícil argumentar com pessoas que acreditam que Galileu morreu na fogueira.
    Coloca-se a Inquisição como se fosse uma coisa só. Não, não era. Havia a Inquisição católica que surgiu para julgar os cátaros que matavam mulheres grávidas. Havia a Inquisição protestante onde muitos católicos foram perseguidos. E havia a Inquisição Régia, onde os reis tinham controle sobre os inquisidores.
    Falta honestidade intelectual aos anti-católicos falarem de Inquisição sem fazerem distinção entre as três.
    Também esquecem que foi a Igreja a primeira instituição na História da humanidade coibir e depois proibir a tortura.
    Esquecem que foi a Igreja que criou os hospitais, conhecidas como Santa Casa de Misericórdia. Onde qualquer um poderia utilizar… de graça!
    As universidades então…
    A elevação da mulher também foi obra da Igreja. Antes, as mulheres da antiguidade famosas eram todas de má vida como Cleópatra. Na Idade Média, a mulher era considerada por sua honra e virtude.

  3. “sadia intolerância”

    Sadia? Existe alguma intolerância saudável? Pois, pois, o blogueiro está certo. Errado é quem tenta ser tolerante com os católicos.

  4. A citação de Régine Pernoud contrasta com as menções a autores contaminados por ideologias marxistas, caso de Huberman e Hobsbawn.

    Pena que a indústria editorial brasileira ainda não concedeu a merecida atenção à notável medievalista, que muito contribuiu com suas obras para o desmonte dos preconceitos estúpidos sobre a Idade Média.

    Aproveito, Jorge, com a sua licença, para indicar o (também) excelente blog da nossa caríssima Andrea: o Borboletas ao Luar (com a sua permissão, Jorge, o endereço: borboletasaoluar.blogspot.com.

    Andrea já reproduziu maravilhosos excertos versando sobre a Idade Média, de autores incluindo Régine Pernoud. O último reproduzido trata justamente das mulheres na época. A historiadora desfaz com maestria os mitos grosseiros de quem se julga conhecedor da história medieval, enquanto só a lê com a viseira do anticlericalismo. Nesse texto, entramos em contato com nomes pouco divulgados, como o da abadessa Herrade de Landsberg e o da Santa Hildegard von Bingen, mulheres maravilhosas, cujo legado reduz à nulidade o suposto (falso, talvez seja mais exato) conhecimento natural das bruxas.

    Especificamente sobre a História da Igreja, recomendo com ampla satisfação o imenso trabalho de Daniel-Rops, em 10 volumes (pela Editora Quadrante). É uma obra extensa, muito volumosa, o que talvez desestimule, a princípio, encará-la. Mas só a princípio – o resultado é estimulante. O autor escreve com uma verve digna dos melhores historiadores, qualidade felizmente tranposta na tradução. A Idade Média é abordada nos volumes II – A Igreja dos Tempos Bárbaros e III – A Igreja as Catedrais e das Cruzadas.

  5. Ninguém pode se furtar na obrigação de considerar que a Igreja representou e representa um papel fundamental na História. A Igreja fundada por Nosso Senhor é a mesma que passou brilhantemente pela Idade Apostólica, enquanto Ela foi cruelmente perseguida. Com raras exceções, os santos dos primeiros séculos forma martirizados. Em seguida, pela idade média e patrística. O século xvi foi profundamente doloroso para a Igreja. e finalmente pelos Tempos modernos. Acontece que o clero, em boa parte, inclusive o Santo Padre atualmente reinanteé muito solícito e generoso para com os pobres e pecadores. Porém, nem sempre foi assim. O clero, muita das vezes foi responsável pela matança de muitas pessoas, por não concoradrem com a doutrina católica, ou serem adeptos de algo não santo, que remetia à heresia e ao erro, o que era perigoso para a sociedade cristã. A Igreja, em sua solicitude não poderia deixar que muitos fossem arrastados pelas idéias dos hereges. Estes eram julgados e condenados. Só que muitos deles tinham a alternativa de se retratarem, evitando que seus corpos queimassem. A Igreja, tentou por diversas vezes salvar muitos da fogueira, como o exemplo de Joana D’ARC: Lutar pela reconquista de dois territórios Europeus, através do derramamento de sangue de muitos inimigos não quer dizer que tenha sido a mão de Deus que tenha conduzido. Ela foi responsável pelos seua atos, muita das vezes por seu orgulho. Logicamente entendendo que não era a mão de Deus que matava os inimigos, foi tranquilamente para a fogueira, assumindo a consequencia de seus atos, num grande gesto de força e de coração contrito e humilhado. Aí está asantidade de Joana, a qual foi reconhecida pela Igreja. Neste caso, fica claro a intervenção do estado clamando a morte de Joana. Dizer que a Igreja é responsável por todas as mortes, e, que de fato ela desencadeou este grande mar de sangue é mentira. Sem contar com a mentalidade do povo da época que gostava de ver pessoas queimando, principalmente os pecadores públicos. Mas, claro, muitos dominicanos, inclusive, inquisidores ferrenhos não tinham a menor piedade para com os hereges, ou que ao menos apresentassem indícios. Não podemos ser hipócritas retirando a responsabilidade de muitos clérigos influentes. É importante salientar que muitos clérigos inclusive, culpados ou não de heresia, também foram vítimas da fogueira. A fogueira e uma Igreja que tortura e condena são reais, mas, não podemos deixar de dizer que a Igreja, ou melhor dizendo, muitos clérigos forma responsáveis por matanças e atrocidades. Mas, mesmo na Inquisição, a figura maternal da Igreja não ficou totalmente esquecida, nem deixou de agir em prol de muitos. Não defendo defora alguma a inquisição, nem acho que esta tenha sido pia forma de separa o joio do trigo, como martelo dos herejes. Mas, ela não foi sempre uma vilã, tampouco única responsável por tanta maldade, por tanta morte. Não olhemos só para uma fogueira, um inquisidor que manda torturar e queimar, e um clero sedento por sangue. Olhemos todo o contexto, observemos a intervenção da Igreja, em muitos casos, tentando punir não com a morte, tentando reconciliação, retratação dos herejes e todos os que por uma infelicidade vissem caídos nas garras dum julgamento.

  6. O filme “O noe da rosa” não foi um filminho qualquer ou ruim, como alguns outros, mas é óbvio que se tomarmos a inquisição tendo como personagens Bernardo Gui ou papa Paulo IV, odiaremos a Igreja. Mas, de fato, não só estes dois tinham problemas mentais, outros muitos também. é preciso salientar a figura de São pio V, DOMINICANO, um grande papa, muito caridoso e solícito para com os pobres. Também foi inquisidor durante um tempo. Não podemos comparar Bernardo Gui, ou Paulo IV com são Pio V, NÃO, DE FORMA ALGUMA. Nem deixemos de lembrar que muitos padres e bispos faziam de tudo para lvrar pessoas inocentes ou não da condenação à morte de fogueira, das garras do estado e do povo que nem sempre estavam interessados na poupação de vidas.

  7. ” E o preconceito do século XXI parece ser o pior de todos os preconceitos que já se abateram sobre a humanidade”.

    Jorge Ferraz tem razão. Hoje quantos querem levar para fogueira os negros, os homossexuais, as prostitutas e todos aqueles dos quais só a misericórdia divina, e não nós, devemos nos encarregar.

  8. “O clero, muita das vezes foi responsável pela matança de muitas pessoas, por não concoradrem com a doutrina católica, ou serem adeptos de algo não santo, que remetia à heresia e ao erro, o que era perigoso para a sociedade cristã.”

    “Mas, claro, muitos dominicanos, inclusive, inquisidores ferrenhos não tinham a menor piedade para com os hereges, ou que ao menos apresentassem indícios. Não podemos ser hipócritas retirando a responsabilidade de muitos clérigos influentes.”

    “A FOGUEIRA E UMA IGREJA QUE TORTURA E CONDENA SÃO REAIS”

    “…mas é óbvio que se tomarmos a inquisição tendo como personagens Bernardo Gui ou papa Paulo IV, odiaremos a Igreja. Mas, de fato, não só estes dois tinham problemas mentais, outros muitos também.”

    Maria Irene:

    Disseste-o de uma forma muito humilde todas as verdades que os fanáticos cristãos de hoje querem negar. Querem continuar a tapar o sol com os dedos abertos.

  9. Andrea,

    Ótimo texto! Gostaria de publicá-lo no meu blog. É possivel?

    Citando, pode tudo! :)

    Eu é que agradeço.

    Abraços,
    Jorge

  10. Ah…

    Vale salientar que os tribunais da Inquisição nunca substituíram os tribunais civis, e os da Igreja eram tão mais brandos que os criminosos comuns (ladrões, falsificadores, etc), quando eram pegos, “inventavam” algum misticismo no seu caso para serem julgados pela Igreja. Ou seja: os culpados preferiam ser julgados pela Inquisição a o serem pelos tribunais do Estado.

    Abraços,
    Jorge

  11. Caríssimos,

    Mais um detalhe: São Pio V foi um SANTO INQUISIDOR, como também São Roberto Belarmino. Não são santos “apesar” de terem sido inquisidores.

    Vale salientar, ainda, que os inquisidores eram, no geral, homens sérios e admirados. A figura do inquisidor “ávido por sangue” perseguindo “pobres apavorados” é caricatura iluminista, e não dado histórico.

    Abraços,
    Jorge

  12. isso deve ser brincadeira. o conhecimento cientifico só conseguiu se desenvolver na época da Reanscença e não graças à Igreja, mas sim ao conhecimento trazido do Oriente, das bibliotecas dos califas que preservaram os antigos textos Gregos. quem reconstruiu a Europa foram os Godos, os Germanicos e os Francos, os mesmos ditos bárbaros. as universidades só forma possiveis graças a alguns monastérios – instituições fundadas em parte por leigos e que mantinham uma relativa liberdade diante da Igreja. ainda que sejam os tribunais seculares os culpados de tantos inocentes perseguidos, presos, torturados e mortos, a idéia e o motivo vieram da doutrina pregada pela Igreja, o que a torna autor intelectual desse massacre, gostem os Católicos ou não.

  13. Jorge, não sei o que impressiona mais, a sua desonestidade intelectual ou a ignorância e o fanatismo mesmo.

    Não foi a igrejola que manteve a ordem com a queda do império, muito menos houve intolerância com o vício, muito pelo contrário, a gentalha da igrejacoonestava os vícios de quem tinha poder da mesma forma que faz hoje, a diferença é que na época não precisava dar satisfações a ninguém, hoje já não tem esse privilégio mas mesmo assim continua por exemplo a acobertar essagangue de padres pedófilos negando inclusive pedidos de extradição dos criminosos que abriga.

    Queimar cientistas na fogueira de fato foi uma atitude de muita luz, a luz do fogo, pouco a pouco as melhores mentes escaparam do jugo dessa fé nojenta e hipócrita e abriram seupróprio caminho, não sem a resistência da sua igrejinha.

    Lendo seus textos cada vez mais eu tenho a certeza absoluta que papistas não tem a menor noção de ética nem de moralidade, além depossuírem uma tendência descarada para a mitomania, procure um médico.

  14. “Maria Irene:
    Disseste-o de uma forma muito humilde todas as verdades que os fanáticos cristãos de hoje querem negar. Querem continuar a tapar o sol com os dedos abertos”

    Não, aqui ninguém quer tapar o sol com os dedos, ninguém aqui está negando que houve excessos com a inquisição, porém, queremos demonstrar que a Idade Média não foi este período só de trevas como muitos querem fazer nós crer, pois do jeito como colocam até parece que durante toda a Idade Média havia alguém sendo queimado vivo em cada esquina. E quanto atacar São Pio V e outros santos que foram inquisidores como sanguinários, perseguidores, cruéis e truculentos, por favor que demonstrem isto com provas, ou seja, as sentenças proferidas por São Pio V e outros santos que foram inquisidores, quem eles sentenciaram injustamente a morte, quem eles perseguiram e com quem eles foram cruéis, porque dizer simplesmente porque foram inquisidores e por isto pessoas desumanas, cruéis e sanguinária aí sim é querer tampar o sol com os dedos.

  15. Pois é.

    Mas bem pouca gente se dá conta que os piores anos da Inquisição foram APÓS a Idade Média. A Inquisição surgiu na Espanha em 1478 e em Portugal somente em 1536. O infamoso tratado anti-bruxaria “Malleus Maleficarum” também só foi escrito em 1486, após o fim da Idade Média.

    É fácil ver que os desbragamentos da Inquisição nos séculos XV e XVI só foram possíveis porque os espírito medieval havia sido perdido.

    É fácil ver que as piores páginas da Igreja foram escritas justamente quando esta deixou-se contaminar pelo espírito humanista do Renascimento.

    Quando o homem se torna a medida do homem, o homem acaba sendo o lobo do homem.

  16. O Império Romano NÃO era tolerante em matéria de religião. No Império Romano havia uma religião oficial, a romana, claro. Como a religião romana era politeísta, era permitido ter outros deuses além dos romanos, mas todos os habitantes do império eram obrigados a prestar cultos aos deuses romanos.

    A religião romana ainda incluia a bizarrice de elevar ao estatus de “deus” os imperadores e seus familiares. Ao ser um imperador “deificado”, eram construídas estátuas e templos em sua homenagem todos os habitantes era obrigados a prestar-lhe culto e louvor.

    Os que se recusavam a tal, como os Cristãos, iam alimentar as feras no circo.

  17. “ninguém aqui está negando que houve excessos com a inquisição”

    Deduz-se de suas palavras que, realmente, houve excessos, correto? Então, por que não dizer (como fez a Maria Irene), com todas as letras, que houve inquisição, houve torturas e houve excessos? Tem medo dos seus superiores, é isso? Noto na comentarista Maria Irene muito mais serenidade e sensatez do que em todos voces juntos.

  18. No fim da Idade Média, tornou-se moda entre os bem-pensantes europeus, inclusive bispos e cardeais, cultuar os supostos avanços das civilizações clássicas gregas e romanas.

    Essa mentalidade teve forte influência em todos os aspectos da vida européia e ficou conhecida como Renascimento.

    O Renascimento é hoje apenas lembrado pela sua vertente artística. Mas não foi apenas o ideal artístico greco-romano que foi “renascido”. Perigosas idéias políticas e religiosas dos tempos do Império Romano também foram “renascidas”.

    O poder absoluto dos reis, a ligação estado-igreja e a obrigatoriedade dos súditos seguirem a religião do Estado são idéias renascentistas, opostas ao espírito medieval.

  19. “ninguém aqui está negando que houve excessos com a inquisição”
    Deduz-se de suas palavras que, realmente, houve excessos, correto? Então, por que não dizer (como fez a Maria Irene), com todas as letras, que houve inquisição, houve torturas e houve excessos? Tem medo dos seus superiores, é isso? Noto na comentarista Maria Irene muito mais serenidade e sensatez do que em todos voces juntos.
    Não senhor, primatologista, não tenho medo de nenhum superior meu porque até o Papa João Paulo II em 2000 pediu perdão pelos pecados dos filhos da Igreja e entre estes contam aqueles que cometeram tais excessos pela inquisição na Idade Média, agora dizer que não escondemos que houveram tais excessos e vocês querer dizer que só houve excessos vai uma grande diferença, porque para vocês qualquer ato da inquisição já era um crime terrível ao passo que nós temos a convicção que a inquisição serviu ao seu tempo, houve injustiças?, sim houve, como no caso de Joana Darc que aí foi mais manobra dos ingleses para acusar a Joana de bruxaria e aí ter decretado sua morte, o que depois quando seu caso foi revisto verificou que houve abusos por parte dos inquisidores que instigados pelos ingleses quiseram a morte dela tanto que seu julgamento foi anulado e hoje ela é Santa, também houve abusos por parte da inquisição espanhola o qual eram os reis da Espanha quem a controlavam e estes caíram sobre os judeus justamente para tirar deles a fortuna que eles, os judeus, tinham para empregar nas viagens ao novo mundo, estes são alguns casos em que a inquisição foi injusta, porém, em outras ela foi mais branda do que muitos tribunais civis da época, e injustiça pó injustiça a nossa justiça nos dias de hoje também não deixa de cometer erros crassos quando absolve um rico por este ter mais recurso em buscar bons advogados que os defendam nos tribunais que ao passo condena um pobre porque roubou um pote de margarina, ou uma lata de leite em pó para sustentar seu filho ainda bebê é que chorava de fome.

  20. 1. “ninguém aqui está negando que houve excessos com a inquisição”
    Deduz-se de suas palavras que, realmente, houve excessos, correto? Então, por que não dizer (como fez a Maria Irene), com todas as letras, que houve inquisição, houve torturas e houve excessos? Tem medo dos seus superiores, é isso? Noto na comentarista Maria Irene muito mais serenidade e sensatez do que em todos voces juntos.

    Não senhor, primatologista, não tenho medo de nenhum superior meu porque até o Papa João Paulo II em 2000 pediu perdão pelos pecados dos filhos da Igreja e entre estes contam aqueles que cometeram tais excessos pela inquisição na Idade Média, agora dizer que não escondemos que houveram tais excessos e vocês querer dizer que só houve excessos vai uma grande diferença, porque para vocês qualquer ato da inquisição já era um crime terrível ao passo que nós temos a convicção que a inquisição serviu ao seu tempo, houve injustiças?, sim houve, como no caso de Joana Darc que aí foi mais manobra dos ingleses para acusar a Joana de bruxaria e aí ter decretado sua morte, o que depois quando seu caso foi revisto verificou que houve abusos por parte dos inquisidores que instigados pelos ingleses quiseram a morte dela tanto que seu julgamento foi anulado e hoje ela é Santa, também houve abusos por parte da inquisição espanhola o qual eram os reis da Espanha quem a controlavam e estes caíram sobre os judeus justamente para tirar deles a fortuna que eles, os judeus, tinham para empregar nas viagens ao novo mundo, estes são alguns casos em que a inquisição foi injusta, porém, em outras ela foi mais branda do que muitos tribunais civis da época, e injustiça pó injustiça a nossa justiça nos dias de hoje também não deixa de cometer erros crassos quando absolve um rico por este ter mais recurso em buscar bons advogados que os defendam nos tribunais que ao passo condena um pobre porque roubou um pote de margarina, ou uma lata de leite em pó para sustentar seu filho ainda bebê é que chorava de fome.

  21. “O conhecimento cientifico só conseguiu se desenvolver na época da Reanscença e não graças à Igreja, mas sim ao conhecimento trazido do Oriente, das bibliotecas dos califas que preservaram os antigos textos Gregos.”

    Mas não, eles querem continuar a tapar o sol com a mão aberta. Quantos e quantos manucristos foram impedidos de vir à luz por não concordar com eles a igreja católica? Era bastante eles pregarem a dúvida, motor principal da ciência, para serem trancados a sete chaves – quando não destruídos. Muito e muito tempo a igreja excomungou a curiosidade – sem sucesso, deve-se dizer, o élan humano quanto a isso não pode ser barrado.

    Ainda hoje a igreja diz aos seus seguidores quais livros devem ser lidos ou não.

  22. Alguém pode dizer a este primata aí em cima que não eram só os califas que tinham o conhecimento dos filosofos gregos, mas monges copistas não só preservavam como traduziam tais textos para o latim e outras líguas vernáculas, e quais os livros que a Igreja proibe hoje em dia o qual nós católicos não podemos ler

  23. Sim, quantos e quantos manuscritos foram trancados a sete chaves (e ferozmente guardados pelos monges albinos do Opus Dei)?

    Eu gostaria de saber quantos.

  24. A idéia que a ciência se desenvolveu a partir dos “manuscritos gregos guardados pelos califas” é pura cultura SuperInteressante.

    Qualquer pessoa que tenha uma noção de ciência e história sabe que os progressos científicos gregos foram extremamente limitados justamente pela sua tendência filosófica. A chamada ciência grega normalmente não passava de pura especulação metafísica, embora com algumas exceções.

    Algo semelhante aconteceu com os povos chineses e indianos. Ambos eram dotados de inteligências sofisticadíssimas, mas foram incapazes de desenvolver uma cultura científica.

    Sabe-se que a ciência moderna não nasceu da especulação filósofica nem grega nem mulçumana nem oriental. A ciência moderna nasceu do empirismo e pragmatismo ocidentais com fortíssima e fundamental contribuição católica, durante a Idade Média.

  25. A Ciência, ao contrário de outros ramos do conhecimento humano, como a filosofia, é caracterizada por uma forte base empirista, i.e., é baseada em experimentos e testes e não em raciocínio abstrato.

    A Ciência surgiu na Idade Média católica justamente porque ao lado de uma solidez conceitual em questões filosóficas (Escolástica) havia uma carência de soluções para questões prosaicas (qual o melhor remédio para a doença X? qual o melhor arado para cultivar o solo Y?).

    Dispondo de recursos intelectuais e materiais para poder resolver essas perguntas, os católicos da Idade Média, principalmente monges, lançaram-se à experimentação científica.

    (se que quero saber qual o melhor remédio para uma dada doença, de nada adianta filosofar sobre a natureza dos remédios. O melhor é testar/experimentar vários deles em pessoas doentes e ver qual funciona melhor.)

    Abram qualquer livro de história da ciência e verão o nome de Roger Bacon, frade franciscano que viveu no século XIII, auge da Idade Média e apogeu da Cristandade.

    Que os cientistas europeus tenham se beneficiado do conhecimento adquirido anteriormente por sábios mulçumanos em nada altera o fato da Ciência ter nascido na Europa católica.

    Pelo contrário, o fato de frades católicos, como Roger Bacon, terem sido postivamente influenciados por estudiosos mulçumanos mostra justamente uma característica típica do espírito católico: tolerância para o que é bom venha de onde vier.

  26. “Alguém pode dizer a este primata aí em cima que não eram só os califas que tinham o conhecimento dos filosofos gregos, mas monges copistas não só preservavam como traduziam tais textos para o latim e outras líguas vernáculas, e quais os livros que a Igreja proibe hoje em dia o qual nós católicos não podemos ler”

    Sidnei

    O senhor não é um primata? E um dos menos interessantes, pelo que se vê.

  27. Não, não sou um primata qualquer, sou um ser humano dotato de inteligência, vontade e liberade, portanto, uma pessoa bem diferente dos primatas que pulam galhos em galhos e que só comem bananas, e por acaso o senhor sim é que se auto intitula primata e não um dos menos interessantes mas o mais menos interessante.

  28. Nossa, um primata dotado de inteligencia e que não sabe a diferença entre “primatologista” e “primata”. Onde voce estudou, posso saber? Não ensinaram o que significa “logos”? Que católico é o senhor? “Logos” é o primordial, não?

  29. “primatas que pulam galhos em galhos e que só comem bananas”

    E é tão estúpido que ainda pensa no velho estereótipo de ‘macacos pulando de galho em galho e comendo bananas’. Os grandes primatas, ignorante, são tão onívoros quanto nós mesmos.

    Se tiver interesse em aprender alguma coisa, leia o livro que postei nesse blog onde pululam os ignorantes.

    Repito o endereço onde obtê-lo. Voce deve ter antolhos, não o viu:

    http://rapidshare.de/files/47556618/frans_de_waal_eu_primata.pdf.html

    Bem, caso não queira aprender, queira continuar no obscurantismo, não tem problema, é um direito seu permanecer na estupidez. Schiller já dizia: “Contra a estupidez os próprios deuses disputam em vão”.

  30. Profeta do profano,

    “o conhecimento cientifico só conseguiu se desenvolver na época da Reanscença e não graças à Igreja, mas sim ao conhecimento trazido do Oriente, das bibliotecas dos califas que preservaram os antigos textos Gregos”

    Você está confundindo “método científico” com “conhecimento científico”. Alguém já lhe respondeu a contento sobre a incorreção dessa sua afirmação e, portanto, não vou me desenvolver sobre ela e, apenas, questionar que se o “conhecimento científico só se deu a partir da Renanscença por causa dos textos gregos mantidos pelos Califas trazidos ao Ocidente (e desprezando os séculos de anacronismo entre esses fatos), porque, então, esse conhecimento científico não foi desenvolvido pelos gregos ou pelos povos subordinados a esses califas?

    “quem reconstruiu a Europa foram os Godos, os Germanicos e os Francos, os mesmos ditos bárbaros.”

    Porque você(s) considera(m) que tudo o que há de errado (pelo menos o que vocês julgam errado) na Idade Média é fruto dos católicos (que são católicos “godos, germânicos e francos”) e tudo o que há de bom (a reconstrução da Europa) são apenas os mesmos “godos, germânicos e francos” agora sem o “sobrenome” católicos?

    “os mesmos ditos bárbaros. as universidades só forma possiveis graças a alguns monastérios – instituições fundadas em parte por leigos e que mantinham uma relativa liberdade diante da Igreja.”

    À parte a inverdade dessa afirmação, vemos de novo o mesmo critério: os monges quando eram perversos inquisidores eram o ‘longa manus’ da Igreja e quando ajudaram a manter a cultura… bom, aí eram independentes da Igreja. (e durma-se com uma dessas….)

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