A Idade Média e as fogueiras

[Baseado em comentários feitos em outro assunto aqui no Deus lo Vult!.]

O preconceito histórico contra o Cristianismo encontrado amiúde nos nossos dias é uma das coisas que mais impede que se tenha uma visão equilibrada sobre a Igreja Católica e o Seu papel na construção da civilização ocidental. A repetição de clichês e de mentiras, de visões simplistas e de reconhecidos preconceitos iluministas, de lendas negras e de anacronismos, tudo isso parece ter se transformado em uma espécie de teste de aferimento intelectual. Parece que ninguém é bom o bastante se não nutrir um grande preconceito contra a Igreja Católica; e, quanto maior for este preconceito, mais inteligente é o preconceituoso em questão.

A Idade Média é evocada como uma época de trevas iluminada tão somente pelas terríveis fogueiras da Inquisição. O cristão-médio é um intolerante truculento que está disposto a trucidar qualquer um que apareça no seu caminho, pregando qualquer coisa que não esteja de acordo com a Doutrina Cristã. O obscurantismo e a superstição tomam o lugar da Ciência, e os cientistas levam uma espécie de vida nas catacumbas, diuturnamente escondidos dos terríveis inquisidores, os quais são, por sua vez, ambiciosos ávidos de riqueza e de poder. Os cristãos são retratados como se fossem o compêndio de todos os vícios.

É tão imponente o edifício preconceituoso que não se sabe muito bem sob qual ponto deve-se começar a demoli-lo. Não tenho a pretensão de esgotar o assunto, até porque é uma tarefa humanamente impossível de ser realizada em um simples texto curto de blog. Já disse outras vezes aqui que é muito mais fácil jogar a calúnia barata do que desmentir a calúnia barata; é muito mais fácil lançar mão da mentira que da verdade. Acontece que a mentira tem pernas curtas, e já está mais do que na hora de ajudá-la, ao menos, a tropeçar.

À Idade Média – e, em particular, à Igreja Católica – coube o incrível milagre de transformar o caos em que se havia transformado a Europa com a queda do Império Romano e as invasões bárbaras na civilização onde nascemos e vivemos. Seria realmente espantoso se esta cruel religião cristã tivesse conseguido um tão extraordinário prodígio, seria verdadeiramente admirável se estes cristãos repletos de defeitos e totalmente carentes de qualidades tivessem operado tão portentosa transformação: portanto, há uma verdadeira ruptura entra a Idade Média e a Idade Moderna, e é esta a tese defendida pelos anti-clericais de todos os naipes. Agem como se todos os bens – inegáveis – da civilização ocidental tivessem brotado ex nihil, aparecido por geração espontânea dos escombros nos quais a Igreja lançou a Europa durante a Idade Média.

Porque a Idade das Trevas não pode ter produzido – não, jamais! – nada de bom, nada de civilizado, nada de minimamente aproveitável pelas gerações futuras. Estas tiveram que, sozinhas, reconstruir tudo o que a Igreja destruiu em mil anos. O Renascimento e o Iluminismo, assim, apresentam-se não como simples fenômenos históricos, mas como verdadeiras revelações sobrenaturais: após mil anos de trevas, uma luz resplandeceu, e uma luz tão fulgurante que, em duzentos ou trezentos anos, conseguiu reerguer tudo o que a Igreja tinha Se esforçado para lançar por terra ao longo do último milênio. Eis como pessoas “inteligentes” explicam a história!

É muito difícil argumentar contra pessoas que sustentam uma visão preconceituosa da realidade. Não adianta dizer que a tese deles é absurdamente ridícula, e que é completamente inverossímil que, um belo dia, alguns iluminados tenham resolvido sacudir dos ombros o jugo da tirania eclesiástica e construir o mundo. Eles começarão a ter um ataque histérico e a falar em fogueiras, em trevas, em cruzadas, em obscurantismo, e em meia dúzia de outros chavões que, na cabeça confusa deles, confundem-se com argumentos ou – pior ainda – com fatos históricos. Quando, na verdade, a História é bem mais complexa do que a caricatura ideológica dos anti-clericais os permite enxergar.

As fogueiras! “Milhões de bruxas queimadas” – é a primeira frase dita por um anti-clerical. A segunda, é acrescentar que essas bruxas eram na verdade cientistas (já que bruxas não existem). E então emendam com o “obscurantismo institucionalizado”, com a “hierarquia ávida por poder que tinha medo de perder o domínio exercido sobre o povo”, com a “perseguição de cientistas e proscrição da Ciência”… e, diante do ataque histérico raivoso, você não consegue mais argumentar. Ad baculum, é o modus operandi dos anti-clericais quando estão pontificando história.

Não adianta lembrar que a Inquisição foi instituída com o propósito muito claro e específico de combater os cátaros, que eram vere et proprie uma ameaça à civilização medieval. Não adianta mostrar que não há registro de que as fogueiras tenham extrapolado a casa dos milhares [muito menos dos milhões!] como pretendem os raivosos historiadores anti-clericais. Não adianta nem mesmo lembrar que não foi a Igreja a inventar as fogueiras, sendo esta modalidade de pena capital já amplamente utilizada antes mesmo de que o primeiro inquisidor entregasse ao braço secular o primeiro herege cátaro. Não adianta, porque os anti-clericais não estão preocupados com fatos, e sim com a ideologia deles. Já puseram na cabeça que a Idade Média foi a Idade das Trevas, e qualquer coisa que abale, um mínimo que seja, esta íntima convicção dogmática é sumariamente descartada.

A Idade Média viu levantarem-se na Europa as cúpulas das catedrais, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. A Idade Média viu as Universidades serem fundadas pela Igreja, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. A Idade Média viu os filósofos escolásticos lançarem as bases da ciência experimental, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. A Idade Média viu a Inquisição proporcionar indiscutíveis avanços ao Direito Penal, mas os anti-clericais só vêem as fogueiras. Quando uma pessoa só quer ver uma coisa, não adianta mostrar mais nada. “Intolerância medieval!”, é só o que eles sabem gritar.

Na verdade – e, aqui, rasguem as vestes os inimigos da Igreja de todos os naipes -, a Idade Média foi um excelente exemplo de uma sadia intolerância, da intolerância contra o vício e contra o pecado, da intolerância que é a única capaz de construir e manter alguma coisa duradoura. Na verdade, os pecados são avessos à civilização, e a forma mais eficaz – aliás, a única forma da qual temos conhecimento – de criar e manter alguma sociedade minimamente civilizada é apontando claramente o que deve ser feito e o que deve ser evitado. Não poderia subsistir uma sociedade onde as pessoas roubasssem umas às outras, nem uma onde as pessoas matassem umas às outras. E, sim, qualquer civilização que se proponha a ser duradoura, que tenha um mínimo de “instinto de sobrevivência”, precisa ser intolerante para com aquilo que a pode destruir. Isto é óbvio; tão óbvio que os medievais o entenderam perfeitamente (o que fica mais do que demonstrado pelos excessos – pontuais – cometidos pelos homens daquele tempo), ao passo em que os tolerantes modernos nunca conseguiram fazer com que as suas teses fossem abraçadas pela grande massa da população. Mas, claro, isto deve ser culpa da influência católica!

A “intolerância” da Idade Média, combatida pelos auto-intitulados “livres-pensadores” (que, no entanto, de livres não têm nada, porque só repetem chavões e perconceitos anti-clericais), foi o que construiu o mundo moderno onde estes mesmos livres-pensadores podem vomitar o seu ódio à Igreja Católica. Quer eles gostem, quer não. A despeito da ideologia preconceituosa dos anti-clericais, entre as fogueiras da Idade Média levantaram-se campanários e cúpulas de catedrais aos céus, ergueram-se universidades e lançaram-se as bases do mundo moderno, de modo que resumir os mil anos nos quais “a filosofia do Evangelho guiava as nações” às fogueiras da Inquisição é de um simplicismo criminoso. Mas contra preconceitos – insisto – não há argumentos possíveis. E o preconceito do século XXI parece ser o pior de todos os preconceitos que já se abateram sobre a humanidade.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

134 comentários em “A Idade Média e as fogueiras”

  1. Malaparte,

    “Não foi a igrejola que manteve a ordem com a queda do império”

    Quem ou que instituição, então, foi?

    “Queimar cientistas na fogueira ”

    Que cientista foi queimado na fogueira por causa da ciênca?

  2. Primatologista,

    “Quantos e quantos manucristos foram impedidos de vir à luz por não concordar com eles a igreja católica? Era bastante eles pregarem a dúvida, motor principal da ciência, para serem trancados a sete chaves – quando não destruídos.”

    Boa pergunta! Quantos? Você poderia me citar algum além daquele do ROMANCE do Umberto Eco?

  3. Sr. Primatologista, o sr. quer que eu perca as estribeiras e comece a xingá-lo, e partir para a ignorância como o sr. está fazendo, esquece, aliás daqui em diante vou ignorá-lo completamente, e por acaso Primatologista, que é esse cara?, nunca vi e nunca ouvi falar, portanto um abraço a todos.

  4. “Quantos e quantos manucristos foram impedidos de vir à luz por não concordar com eles a igreja católica?”

    Ué!

    Se esses manuscritos foram impedidos de vir à luz, como se sabe que seus conteúdos?

  5. Errata: onde se lê “que seus conteúdos?” leia-se “de seus conteúdos?”

  6. vamos comentar o que vale a pena:
    o conhecimento básico do que hoje conhecemos por ciência começou (não se restringiu) ao que os Gregos Antigos descobriram. houve uma interrupção simplesmente porque os Gregos foram conquistados pelos Romanos, que usou a engenharia grega para (basicamente) fins militares.
    Por tempos, esse conhecimento foi preservado pelos Bizantinos e pelos Otomanos. Quando houve uma pré-renascença no século XII, esta foi realizada por carlos Magno pela rivalidade que tinha entre o Império Ocidental e o Império Oriental. Então cabe aqui a perguntar ao sabição: se a Igreja era tão a favor da ciência, porque o conhecimento/método científico só começou a ter impulso na época da Renascença, 200 anos depois?
    A China desenvolveu muito mais tecnologia cientifica exatamente porque estava distante das ganâncias seculares e sacerdotais.
    uma curiosidade: se sabe de textos/manuscritos/pergaminhos desaparecidos graças aos textos apologéticos criticando-os. como no caso de Origenes versus Celsus.
    A reconstrução da Europa foi obra de todos os envolvidos, eu apenas quis colocar os devidos créditos. Quando se citam monastérios, estes são diferentes das ordens que agiram na Inquisição. Nem todo monastério pertencia à Igreja, mas sem dúvida os dominicanos o eram.

  7. Profeta do Profano,

    leia e aprenda, já que você entende de paganismo:

    Quarta-feira, 25 de Julho de 2007
    Sem a Igreja não teria havido ciência

    A alegada hostilidade da Igreja Católica à ciência não resiste a qualquer análise. A verdade é que, sem a Igreja, não teria havido ciências sistemáticas e dinâmicas, diz Woods.
    De fato, a idéia de um mundo ordenado, racional — indispensável para o progresso da ciência — está ausente nas civilizações pagãs.
    Árabes, babilônios, chineses, egípcios, gregos, indianos e maias não geraram a ciência, porque não acreditavam num Deus transcendente que ordenou a criação com leis físicas coerentes.
    Os caldeus acumularam dados astronômicos e desenvolveram rudimentos da álgebra, mas jamais constituíram algo que se pudesse chamar de ciência. Os chineses “nunca formaram o conceito de um celeste legislador que impôs leis à natureza inanimada” (p. 78).

    O paganismo impediu a ciência. Culto na China.

    Resultado: descobriram a bússola, mas não sabiam para o que servia e a usavam em adivinhações.

    A Grécia antiga confundia os elementos com deuses perversos e caprichosos. O Islã recusava a existência de leis físicas invariáveis, porque coarctariam a vontade absoluta de Alá (p. 79). Essas crendices todas tornam impossível a ciência (p. 77).
    O historiador da ciência Edward Grant indaga: “O que tornou possível à civilização ocidental desenvolver a ciência e as ciências sociais, de uma maneira que nenhuma outra civilização o fizera anteriormente? A resposta, estou convencido, encontra-se num espírito de investigação generalizado e profundamente estabelecido como conseqüência da ênfase na razão, que começou na Idade Média” (p. 66).

    Postado por Santiago Fernandez às 01:23

    http://gloriadaidademedia.blogspot.com/2007/07/sem-igreja-no-teria-havido-cincia.html

  8. Profeta do profano:

    Domingo, 5 de Outubro de 2008
    Cavalaria e conhecimento a serviço da Fé

    Tal é o fundamento de todas estas idéias: a nobreza é chamada a proteger e purificar o mundo por meio do cumprimento do ideal cavalheiresco.

    A vida reta e a reta virtude da nobreza são os meios de salvação para os maus tempos: o bem e a paz da Igreja e da Monarquia, o império da justiça, dependem dela.

    Duas coisas há – isso se diz na vida de Boucicaut, um dos mais puros representantes do ideal cavalheiresco da última Idade Média – postas no mundo como dois pilares pela vontade de Deus, para sustentar a ordem das leis divinas e humanas; sem elas, o mundo seria só confusão; tais coisas são a cavalaria e a ciência, “chevalerie et science, que moult bien conviennent ensemble”.

    “Science, Foy et Chevalerie” são os três lírios do “Chapel des Fleurs de Lys” de Philippe de Vitri. Representam três estados.

    A nobreza é chamada a proteger e amparar os outros dois. A equiparação da nobreza e da ciência, que se revela também na inclinação a reconhecer no titulo de Doutor os mesmos direitos que no titulo de Cavaleiro, atestam o alto valor moral do ideal cavalheiresco.

    Há nele a veneração de uma vontade e arrojo superiores, junto à de uma ciência e capacidade superiores.

    Sente-se a necessidade de ver os homens elevados a uma potência superior, e trata-se de dar a esta necessidade a expressão de duas formas fixas e equivalentes de consagrar-se a uma tarefa vital superior.

    Mas destas duas formas tinha o ideal cavalheiresco uma influência muito mais geral e poderosa, porque nele se uniam com o elemento ético tantos elementos estéticos que tornava-se compreensível para todo o espírito.

    (Fonte: Johan Huizinga, “El Otoño de la Edad Media”, Revista de Occidente, Madrid, 1965, 6ª. Edición.)

    http://gloriadaidademedia.blogspot.com/2008/10/cavalaria-e-o-conhecimento-servio-da-f.html

  9. Profeta do profano:

    Sexta-feira, 31 de Agosto de 2007
    Do fundo da Idade Média vem uma esperança de decifrar os câmbios climáticos

    A terra está super-aquecendo ou não? É culpa do homem ou não? Trata-se de câmbios cíclicos da natureza ou não?

    Abandonamos a civilização e vamos ao mato para viver como índios, como querem os ecologistas fanáticos? Ou arrasamos com florestas e a natureza sem pensar muito?

    Neste ponto, os cientistas deveriam dar a palavra decisiva. Mas eles estão em desacordo. Há os “apocalípticos” que dizem que Rio de Janeiro afunda lá pelo 2050 ou pouco mais. Há os dizem que o alarmismo ecológico é obra de ex-comunistas à procura de um engajamento anti-ocidental e anti-capitalista.

    A disputa poderia se resolver se houvesse dados objetivos recolhidos com um recuo de tempo suficiente para fundamentar as hipóteses. Mas, quem têm esses dados? Os cientistas não. Porque as medições começaram no século XIX, as que começaram cedo… Faltam as medições de dimensão histórica exigidas pelo caso.

    Então?
    Então cientistas foram procurar nas abadias medievais! E quanto mais antigas melhor! Foi o caso do mosteiro de Einsielden (foto acima), nos Alpes suíços, onde os monges escrevem diários desde a Idade Média registrando as condições meteorológicas da região. A América não estava descoberta e os monges anotavam escrupulosamente as mudanças do clima, vento e umidade…

    Por quê? Para o quê? Por amor da sabedoria, por fidelidade à Regra, por participarem desse sonho inspirado pelo Espírito Santo que hoje nós chamamos de Idade Média e que foi a realização numa certa época da Cristandade.

    Assim era a sabedoria beneditina que inspirou a Idade Média. Toda feita de fé, regra e bom senso, ordem, método e unção, produzindo resultados abençoados em todos os campos em que ela se aplicava. E recolhendo resultados que nem eles imaginavam, como resolver o destino do século XXI.

    O mosteiro beneditino de Einsielden nasceu em 934, no coração da Suíça. Durante 600 anos foi a sede do governo regional. Controlou a área de Zurique, hoje um dos principais centros financeiros do mundo. Nos registros lê-se detalhes como volume de chuva, tempo de sol, tamanhos de nuvens, comportamento das árvores, frutas e cultivos e ainda as reações das pessoas aos diferentes climas. A acuidade e credibilidade dos monges é tal que até hoje o serviço meteorológico suíço confia neles para a coleta dos dados da região. Não os escrevem mais com pena de ganso em pergaminho, mas num laptop para transmití-los ao governo.

    Monges medievais conhecidos por Deus, registraram os dados que podem ajudar o século XXI a determinar o rumo do planeta numa escolha que, se mal feita, pode dar, aí sim, na maior catástrofe da história. Quem mostrou ter mais sabedoria: o monge medieval, o cientista profissional ou o ecologista aloucado?

    http://gloriadaidademedia.blogspot.com/2007/08/do-fundo-da-idade-mdia-vem-uma-esperana.html

  10. Profeta do profano:

    Quarta-feira, 25 de Julho de 2007
    Convite aos fiéis a aprofundar racionalmente as verdades da fé

    O historiador Rodney Stark(1) colocou o problema: na História houve apenas uma civilização que saiu do nada, para acabar sendo hegemônica: a ocidental. Existiram, sem dúvida, outras grandes civilizações: chinesa, egípcia, caldéia, indiana, etc. Elas todas se iniciaram num alto nível, ficaram porém estagnadas e decaíram lenta mas irreversivelmente ao longo dos milênios. Por que não cresceram como a ocidental e cristã?
    Stark indica como causa dessa diferença capital entre a civilização cristã e as outras o papel desempenhado pela Igreja Católica. As religiões pagãs, diz ele, originaram-se de lendas fantásticas impostas sem explicação. Só a Religião católica convida os fiéis a aprofundar racionalmente as verdades da fé. Já no século II Tertuliano ensinava que “Deus, o Criador de todas as coisas, nada fez que não fosse pensado, disposto e ordenado pela razão”. Clemente de Alexandria, no século III, insistia: “Não julgueis que o que nós dissemos deve ser aceito só pela fé, mas deve ser acreditado pela razão”. Santo Agostinho consagrou tal ensinamento, e Santo Tomás, com suas Summas, levou-o a um píncaro.(2)

    Índia: pagãos despejam leite, especiarias e moedas sobre ídolo

    Além do mais, os mitos abstrusos do paganismo degradam seus próprios seguidores. Basta olhar para os pagãos da Índia, que despejam sobre um ídolo leite, especiarias e moedas de ouro de que podem ter necessidade, como se vê na foto.

    Os monges medievais aplicaram a lógica racional à vida quotidiana e criaram uma regra de vida. Surgiram então prédios de uma beleza até então desconhecida; o trabalho foi dignificado e organizado; surgiram escolas de todo tipo; códigos civis e comerciais, leis internacionais, hospitais, fábricas, invenções, remédios eficazes; vinhos e licores, etc. A vassalagem do monge em relação ao abade e as relações das abadias entre si inspiraram a organização política feudal. Uma força de elevação e requinte foi transmitida pela Igreja à sociedade no transcurso de gerações, e ergueu-se assim o mais formidável e esplendoroso edifício civilizador da História.

    http://gloriadaidademedia.blogspot.com/2007/07/convite-aos-fiis-aprofundar.html

  11. Profeta do profano:

    Quarta-feira, 25 de Julho de 2007
    Historiadores recusam os mitos anti-católicos e anti-medievais

    O Prof. Thomas E. Woods é um dos integrantes mais recentes dessa corrente de investigadores.(3) Ele deplora ouvir ainda hoje surradas cantilenas contra a Idade Média. Nenhum historiador profissional honesto, diz ele, acredita nelas. E acrescenta: “Durante os últimos cinqüenta anos, virtualmente todos os historiadores da ciência […] vêm concluindo que a Revolução Científica se deve à Igreja” (p. 4). Não é só devido ao ensino, mas pelo fato de a Igreja ter gerado cientistas como o Padre Nicolau Steno, pai da geologia; Padre Atanásio Kircher, pai da egiptologia.

    Padre Giambattista Riccioli, que mediu a velocidade de aceleração da gravidade terrestre; Padre Roger Boscovich, pai da moderna teoria atômica, etc; Réginald Grégoire, Léo Moulin e Raymond Oursel mostraram que os monges deram “ao conjunto da Europa […] uma rede de fábricas-modelo, centros de criação de gado, centros de escolarização, de fervor espiritual, de arte de viver, […] de disponibilidade para a ação social — numa palavra, […] uma civilização avançada emergiu das ondas caóticas da barbárie que os circundava. Sem dúvida nenhuma, São Bento foi o Pai da Europa. Os beneditinos, seus filhos, foram os pais da civilização européia” (p. 5).

    http://gloriadaidademedia.blogspot.com/2007/07/historiadores-recusam-os-mitos-anti.html

  12. Prifeta do profano:

    Quarta-feira, 25 de Julho de 2007
    Inventores de tecnologias logo comunicadas a todos

    Os cistercienses ficaram famosos pela sua sofisticação tecnológica. Uma grande rede de comunicações ligava os mosteiros, e entre eles as informações circulavam rapidamente. Isso explica que equipamentos similares aparecessem simultaneamente em abadias, por vezes a milhares de milhas umas das outras. No século XII o mosteiro de Clairvaux, na França, copiou 742 vezes um relatório sobre o aproveitamento da energia hidráulica, para que chegasse a todas as casas cistercienses do Velho Continente.

    Relógio, Praga

    Eis uma significativa carta da época: “Entrando na abadia sob o muro de clausura, que como um porteiro a deixa passar, a correnteza se joga impetuosamente no moinho, onde um jogo de movimentos a multiplica antes de moer o trigo sob o peso de moendas de pedra; depois o sacode para separar a farinha do joio. Assim que chega no próximo prédio, a água que enche as bacias se rende às chamas, que a esquentam para preparar cerveja para os monges”. O relato continua expondo a lavagem mecânica da lã, a tintura dos panos e o tingimento dos couros (p. 34-35).
    Todos os mosteiros dos cistercienses tinham uma fábrica modelo, com freqüência tão grande quanto a igreja. Eles foram os líderes da produção de aço na Champagne. Usavam resíduos dos fornos como fertilizantes, pela concentração de fosfatos. Jean Gimpel alude a uma autêntica revolução industrial na Idade Média, pois esta “introduziu a maquinaria na Europa numa medida que nenhuma civilização previamente conheceu” (p. 35). E Woods completa: “Esses mosteiros foram as unidades econômicas mais produtivas que jamais existiram na Europa, e talvez no mundo, até aquela época” (p. 33).
    A finalidade dos monges era imprimir no mundo a imagem do sublime Criador. Por isso, viam como uma vitória que outros implementassem logo as invenções que expandiam o Reino de Deus na Terra. Stark cita a admiração dos viajantes vendo os quase dois mil moinhos que realizavam toda espécie de tarefas nas margens do Sena, nas proximidades de Paris.

    http://gloriadaidademedia.blogspot.com/2007/07/inventores-de-tecnologias-prestamente.html

  13. Profeta do profano:

    Quarta-feira, 25 de Julho de 2007
    Descobertas grandes e surpreendentes

    No início do século VII, o monge Eilmer voou mais de 180 metros com uma espécie de asa delta. Posteriormente o padre jesuíta Francesco Lana-Terzi estudou o vôo de modo sistemático e descreveu a geometria e a física de uma nave voadora.

    Os monges eram habilidosos relojoeiros. O primeiro relógio mecânico de que se tem registro foi feito pelo futuro papa Silvestre II para a cidade de Magdeburg, na Alemanha por volta do ano 996. No século XIV, Peter Lightfoot, monge de Glastonbury, construiu um dos mais antigos relógios ainda existentes. Richard de Wallingfor, abade de Saint Albans, além de ser um dos iniciadores da trigonometria, desenhou um grande relógio astronômico para o mosteiro, que predizia com precisão os eclipses lunares. Relógios comparáveis só apareceriam dois séculos depois.

    Ruínas da abadia de Rievaulx

    Gerry McDonnell, arqueometalurgista da Universidade de Bradford, na Inglaterra, encontrou nas ruínas da abadia de Rievaulx, as provas de um grau de avanço tecnológico capaz de produzir as grandes máquinas do século XVIII. Os religiosos medievais tinham conseguido fornos capazes de produzir aço de alta resistência. Rievaulx foi fechada pelo heresiarca Henrique VIII em 1530, e por isso o aproveitamento dessas descobertas ficou atrasado de dois séculos e meio.
    Em Arbroath (Escócia) os abades instalaram um sino flutuante num recife perigoso, que as ondas agitadas faziam soar para alertar os navegantes. O recife ficou conhecido como “Bell Rock” (Recife do Sino), e hoje um farol e um museu lembram o fato. Por toda parte os frades construíam ou reparavam pontes, estradas e outras obras indispensáveis para a infra-estrutura medieval. E isto sem nenhuma despesa para o erário público. Oh época feliz, em que os cidadãos não viviam esmagados por impostos para obras que acabam sendo mal feitas!

    http://gloriadaidademedia.blogspot.com/2007/07/descobertas-pasmosas.html

  14. Profeta do profano:

    Quarta-feira, 25 de Julho de 2007
    A Igreja não apenas contribuiu mas fez a civilização ocidental

    Woods conclui: “A Igreja não apenas contribuiu para a civilização ocidental, mas Ela construiu essa civilização” (p. 219). “Pensamento econômico, lei internacional, ciência, vida universitária, caridade, idéias religiosas, arte, moralidade — estes são os verdadeiros fundamentos de uma civilização, e no Ocidente cada um deles emergiu do coração da Igreja Católica” (p. 221).

    Woods constata que as escolas revolucionárias, que dizem ser a fonte da civilização, na realidade trabalharam pela sua demolição. As escolas literárias revolucionárias conceberam enredos bizarros que refletem um universo anárquico e irracional. Na música, o mesmo espírito anticristão criou ritmos caóticos como os de Igor Stravinsky. Na arquitetura produziu a degeneração, hoje evidente, em edifícios destinados a serem igrejas progressistas. Em filosofia, caiu-se a ponto de o existencialismo propor que o universo é absurdo, que a vida carece de significado e que a única razão de viver é enfrentar o vácuo (p. 222-223).

    Hotel: niilismo da arte moderna

    A Renascença e o Romantismo levaram o homem a voltar-se sobre si próprio. Esta tendência desordenada resultou na preocupação obsessiva consigo mesmo e, por fim, no narcisismo e niilismo da arte moderna. O artista londrino Tracey Emim, por exemplo, criou a absurda “obra de arte” My Bed: uma cama desfeita e suja, com garrafas de vodka, preservativos usados e roupas ensangüentadas. Numa exposição na Tate Gallery, em 1999, vândalos nus pularam na “obra” e beberam o vodka. O público aplaudiu. Emim ganhou o posto de professor na European Graduate School. Estas são amostras do abismo em que caiu este mundo, que negou até a possibilidade de aspirar pela restauração da Cristandade.

    * * *

    São Pio X

    Bem ensinou São Pio X que a Civilização Cristã não é um sonho nem uma utopia que está para ser descoberta. Ela existiu, como está consignada em inúmeros testemunhos históricos. E autores novos, como os que acabamos de citar, os redescobrem hoje com surpresa e admiração.

    Mais ainda, ela existe em germe nas almas que, enfadadas pela anarquia e a cacofonia hodiernas, andam à procura da ordem ideal.

    Com certeza, a Cristandade voltará a tornar-se realidade mais uma vez, e ainda mais esplendorosa, após o triunfo do Imaculado Coração de Maria, previsto em 1917 por Nossa Senhora em Fátima.

    Notas:

    1. Rodney Stark, The Victory of Reason — How Christianity Led to Freedom, Capitalism and Western Sucess, Random House, 2005, 281 pp.

    2. Stark, op. cit., p. 7.

    3. Thomas E. Woods, Jr. Ph. D., How the Catholic Church built Western Civilization, Regnery Publishing Inc., Washington D. C., 2005, 280 pp. As citações deste artigo são deste livro, salvo indicação em contrário.

    http://gloriadaidademedia.blogspot.com/2007/07/igreja-no-apenas-contribuiu-mas-fez_24.html

  15. Profeta do profano:

    Sexta-feira, 22 de Junho de 2007
    Sexto mito errado: Na Idade Média a ciência ficou estagnada, e não houve progresso técnico.

    REFUTAÇÃO: A Idade Média conheceu um florescimento científico e técnico muito acentuado.

    DOCUMENTAÇÃO

    1–Conhecimentos técnicos em geral
    • O manual “Schedula diversarum artium” (século XI), do monge Teófilo Presbítero, consigna importantes inventos e conhecimentos técnicos nos ramos de preparação de tintas, pintura, trabalhos de metal, produção de cristal, vitrais, construção de órgãos, trabalhos em marfim, com pedras preciosas e pérolas.

    • O “Hortus deliciarum”, da abadessa Herrad de Landsberg (1160), traz numerosas descrições de todo o aparelhamento técnico que possibilitou a construção das magníficas catedrais. Saiba como sem a Igreja não teria havido ciência.

    Alguns dos progressos da época: Moinhos de vento; rodas hidráulicas; fundição de sinos; relógios; relógios com figuras móveis; roca e carretilha para fiação; carvão de pedra e sua utilização em forjas; exploração do carvão na Inglaterra e no Ruhr (Alemanha); serraria automática movida a água corrente (Cfr. Gerd Betz, “Historia de la Civilización Occidental”, p. 150).

    2–Descobertas químicas durante a Idade Média

    Antes do ano 1000 já se fabricava o álcool destilado do vinho. Nos séculos XII e XIII descobriu-se: amoníaco, ácido nítrico, ácido sulfúrico, alúmen. Estes elementos acarretaram grandes progressos na produção de extratos alcoólicos, tinturas, corantes, no polimento, na produção de cristais em cores (Cfr. Friedrich Heer, “Historia de la Civilización Occidental”, p. 183). Veja descobertas medievais surpreendeentes

    “A razão desta evolução da técnica reside na tendência a uma atividade relacionada com a natureza e condicionada pela piedade religiosa, com a conseqüente afirmação do trabalho corporal e o desaparecimento das antigas formas de escravidão” (Friedrich Heer, op. cit., p. 115). Veja sobre a tecnologia e o copyright na Idade Média.

    3–Outras inovações importantes

    “O trabalho animal, até então mal aproveitado, é levado ao máximo desenvolvimento por meio de uma série de inventos. Por exemplo, o uso de coleiras nas guarnições para os cavalos, que multiplica por quatro a força de tração dos animais” (Friedrich Heer, op. cit., p. 115). Veja mais.

    “Desde a época de Carlos Magno, vão ganhando terreno as construções de pedra: a maior revolução técnica na arquitetura, cuja importância se faz sentir durante um milênio” (Friedrich Heer, op. cit., p. 112).

    “No tempo de São Francisco, “a atividade mercantil estava promovendo a prosperidade da Europa e desenvolvendo em todos os sentidos a capacidade das cidades” (Christopher Brooke, professor de História Medieval na Universidade de Liverpool, “Estructura de la Sociedad Medieval”, in “La Baja Edad Media”, ed. Labor, Barcelona, 1968, p. 39).

    “Nos anos 1000 começa a difundir-se o uso do moinho de grãos movido por água corrente e construído pelos senhores, melhoramento considerável que economiza grande parte do tempo que se empregava em moer o trigo entre pedras” (Georges Duby, “Historia de la Civilización Francesa”, p. 15).

    4–Transformação agrícola que mudou a face da Europa

    “A expansão agrícola dos séculos XI e XII parece ter sido o único grande rejuvenescimento do conjunto das práticas camponesas que atingiu os campos franceses, desde a época neolítica até a ‘revolução agrícola’ dos tempos modernos” (Georges Duby, op. cit., p. 63).

    “O cultivo da vinha na França, Áustria e região do Reno e Mosela deve muitíssimo aos monges. Até o século XIX e quase até nossos dias, muitas propriedades rurais foram exploradas segundo os princípios estabelecidos pelos monges medievais” (Gerd Bertz, in “Historia de la Civilización Occidental”, p. 143).

    “Os campos da abadia de Cluny, situados na vanguarda do progresso, em meados do século XII, davam uma colheita seis vezes maior do que os grãos semeados nos melhores terrenos … Foi uma renovação fundamental, que mudou profundamente todas as maneiras de viver, posto que graças a ela o camponês tirava de uma terra menos extensa, em igual tempo, com menos esforço, mais alimentos” (Georges Duby, op. cit., p. 66).

    “Entre o ano 1000 e as proximidades do século XII esse prodigioso esforço, esses inumeráveis golpes de machados e enxadas dados por gerações de pioneiros, esses diques contra inundações, todas as queimas dos matagais, todas essas plantações de novas vinhas, deram aos campos da França uma nova fisionomia — a que conhecemos” (Georges Duby, op. cit., p. 70).

    http://gloriadaidademedia.blogspot.com/2007/06/sexto-mito-errado-na-idade-mdia-cincia.html

  16. Profeta do profano:

    Domingo, 8 de Junho de 2008
    Limpo como na Idade Media

    A higiene não é uma descoberta dos tempos modernos, mas “uma arte que o século de Luiz XIV menosprezou e que a Idade Média cultuou com amor”, escreveu a historiadora Monique Closson, autora de numerosos livros sobre a criança, a mulher e a saúde no período medieval.

    No estudo de referência “Limpo como na Idade Media”, a historiadora mostra com luxo de fontes que desde o século XII são incontáveis os documentos como tratados de medicina, ervolários, romances, fábulas, inventários, contabilidades, que nos mostram a paixão dos medievais pela higiene. Higiene pessoal, da cozinha, dos talheres, etc.

    As iluminuras dos manuscritos são documentos insubstituíveis onde os gestos refletem o “clima psicológico ou moral da época”.

    O zelo pela higiene veio abaixo no século XVI, com a Renascença e o protestantismo.

    Milhares de manuscritos, diz Closson, ilustram o costume medieval.

    Bartolomeu o inglês, Vicente de Beauvais, Aldobrandino de Siena, no século XIII, com seus tratados de medicina e de educação “instalaram uma verdadeira obsessão pela limpeza das crianças”.

    Eles descrevem todos os pormenores do banho do bebê: três vezes ao dia, as horas, temperatura da água, perto da lareira para não pegar resfriado, etc..

    As famosas Chroniques de Froissart, em 1382, descrevem a bacia no mobiliário do conde de Flandes, de ouro e prata. As dos burgueses eram de metais menos nobres e as camponesas em madeira.

    A Idade Média atribuía valor curativo ao banho, como ensinava Bartolomeu o Inglês no Livro sobre as propriedades das coisas.

    Na idade adulta os banhos eram quotidianos. Os centros urbanos tinham banhos públicos quentes copiados da antiguidade romana. Mas era mais fácil tomar banho quente todo dia em casa.

    Na época carolíngia os palácios rivalizavam em salas de banho com os monastérios, que muitas vezes tinham ambulatórios para doentes e funcionavam como hospitais.

    Em Paris, em 1292, havia 27 banhos públicos inscritos. São Luis IX os regulamentou em 1268.

    Nos séculos XIV e XV, os banhos públicos tiveram um verdadeiro apogeu. Bruxelas, Bruges, Baden, Dijon, Digne, Rouen, Strasbourgo, Chartres… grandes ou pequenas as cidades os acolhiam em quantidade.

    Eram vigiados moral e praticamente pelo clero que cuidava da saúde pública. Os hospitais mantidos pelas ordens religiosas, eram exímios e davam o tom na matéria.

    Regulamentos, preços, condições, etc., tudo isso ficou registrado em abundantes documentos, diz Closson.

    Dentifrícios, desodorantes, xampus, sabonetes, etc., tirados de essências naturais, são elencados nos tratados conhecidos como ervolários feitos nas abadias.

    Historiadores como J. Garnier descreveram com luxo de detalhes os altamente higienizados costumes medievais.

    As estações termais também eram largamente apreciadas. Flamenca, romance do século XIII faz o elogio da estação termal de Bourbon-l’Archambault. Imperadores, príncipes, ricos-homens os freqüentavam na Alemanha, Itália, Países Baixos, etc.

    A era do ensebamento começou com o fim da Idade Média e durou até o século XX, conclui Monique Closson.

    Ao menos até que os movimentos hippies, ecologistas, neo-tribais, etc. voltaram a pôr na moda andar sujo , sem barbear, vestido com blue-jeans e outras peças que estão ou fingem estar em farrapos ou com manchas, que vemos todos os dias na rua, nos transportes, aulas e locais de festa!

    (Fonte : Monique Closson, “Propre comme au Moyen-Age”, Historama N°40, junho 1987)

    http://gloriadaidademedia.blogspot.com/2008/06/limpo-como-na-idade-media.html

  17. “Quando se citam monastérios, estes são diferentes das ordens que agiram na Inquisição. Nem todo monastério pertencia à Igreja, mas sem dúvida os dominicanos o eram.”

    Quais eram os monasterios que não pertenciam a Igreja?, estou curioso em saber.

  18. Caro Profeta do Profano:

    A “pré-renascença” de Carlos Magno foi nos séculos VIII e IX. O lapso temporal entre a queda do Império Romano e a “pré-renascença” é a chamada Alta Idade Média.

    Esta foi um período conturbado por migrações, invasões e conquistas, onde uma vez mais se destacou a Igreja tanto na preservação da cultura antiga quanto na depuração dos costumes grosseiros dos invasores.

    Do IX até a “Renascença” do século XV houve um crescimento contínuo e gradual da tecnologia e da ciência e não uma ruptura abrupta. Tanto é que não existe uma data fixa para o início da Renascença.

    Na Renascença há uma “explosão” de conhecimento graças aos esforços iniciados 700 anos antes, no tempo de Carlos Magno.

    Assim, não foram precisos “esperar 200 anos”, pois foi um processo gradual.

    Dê uma lida em:

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_medieval

  19. Caríssimos,

    O Quintas é louco. Vejam só:

    Quando houve uma pré-renascença no século XII, esta foi realizada por carlos Magno pela rivalidade que tinha entre o Império Ocidental e o Império Oriental. Então cabe aqui a perguntar ao sabição: se a Igreja era tão a favor da ciência, porque o conhecimento/método científico só começou a ter impulso na época da Renascença, 200 anos depois?

    CARLOS MAGNO É DO SÉCULO VIII! Nasceu entre 742 e 748, o que é quatrocentos anos antes do “século XII” alardeado pelo Quintas.

    Francamente!

    – Jorge

  20. Caro Profeta do Profano:

    A Ciência modernamente é definida como sendo o estudo da natureza através do método científico.

    O que é o método científico?

    O método científico é a formulação de hipóteses, o teste dessas hipóteses através de experimentos e por fim a reformulação dessas hipóteses à luz dos resultados experimentais.

    É importante ter em mente essa distinção conceitual para não confundir ciência com tecnologia, nem confundir ciência com conhecimento da natureza.

    Assim, a invenção da pólvora e da bússula, e de várias outras tecnologias, não são avanços científicos, embora tenham possibilitado várias importantes descobertas científicas posteriormente.

    Os grandes pioneiros da experimentação científica, Roger Bacon, Duns Scoto, Guilherme de Occam, Copérnico etc. eram todos clérigos católicos.

  21. Caro Profeta do Profano:

    Por que a Igreja promoveu o progresso científico?

    Existia uma enorme diferença de mentalidade entre os católicos do Ocidente (Latinos) e os do Oriente (Gregos ou Bizantinos).

    Os católicos gregos, herdeiros do enorme patrimônio cultural helenístico, tornaram-se um povo culto, sofisticado, dado a teorizações e especulações. Mas infelizmente pouco prático.

    Abra um dicionário e veja o significado da palavra “bizantinismo”: discussão sutil e futil sobre assuntos abstratos.

    Já os romanos (ou latinos), eram um povo mais prático, mais dado à engenharia que à filosofia.

    Unidos durante uns mil anos gregos e romanos construíram uma das maiores civilizações da Terra. Contudo, com a invasão da Itália no século VI pelos bárbaros Lombardos, houve a separação cultural irreversível do Ocidente e do Oriente europeus.

    A Igreja Católica, por sorte, desenvolveu-se na Europa Ocidental, com fortíssima influência da mentalidade latina, voltada à solução de problemas práticos que afetam a vida das pessoas.

    Após alguns séculos de confusão – causados pelas guerras civis romanas do século IV e pela invasões bárbaras nos séculos V e VI – foi possível aos povos europeus ocidentais, herdeiros da mentalidade latina, voltarem seus recursos intelectuais e materiais à solução de problemas humanos.

    Some-se a isso o imperativo bíblico de que cabe ao Homem dominar a natureza e temos que daí nasceu a Ciência moderna.

    E, nos primórdios do desenvolvimento científico, quem forneceu os recursos intelectuais e materiais para o progresso científico, foi a Igreja Católica.

    Somente no século XVI ou XVII o número de cientistas leigos ultrapassou o de cientistas-religiosos.

    Mas ainda hoje é possível encontrar padres nos mais altos pontos do avanço científico, como o geneticista Pe. Francisco Ayala, OP (http://es.wikipedia.org/wiki/Francisco_Jos%C3%A9_Ayala).

  22. “A Igreja Católica, por sorte, desenvolveu-se na Europa Ocidental”

    “Por sorte”, meu amigo João de Barros? Pensei que seria por desígnio divino, não sorte. Mas, e a outra, também não é católica?

  23. faz-me rir, Renato.
    “De fato, a idéia de um mundo ordenado, racional — indispensável para o progresso da ciência — está ausente nas civilizações pagãs.”
    quer dizer que “do nada” a Igreja descobriu todas as coisas? nomes como Aristóteles e Arquimedes nada te dizem?
    o método cientifico tal como se conhece teve inicio na Renascença, quando a Igreja perdeu seu poder. a Igreja era tão a favor da ciência que decretou como dogma a visão de que a terra era quadrade e o centro do universo…
    “No século XIII a Europa começou a reerguer-se do obscurantismo em que havia mergulhado e as obras gregas começaram finalmente a ser redescobertas, trazidas pelos árabes.” leiam e chorem.
    “a nobreza é chamada a proteger e purificar o mundo por meio do cumprimento do ideal cavalheiresco.” eu chamo isso de homicídio, assassinato, massacre, genocídio. os cristãos perferem usar nomes mais eufemísticos.
    “os monges escrevem diários desde a Idade Média registrando as condições meteorológicas da região. A América não estava descoberta e os monges anotavam escrupulosamente as mudanças do clima, vento e umidade…”
    claro, efemérides agora são “registros científicos”…se haviam tantos dados “científicos” a dispoisção nos mosteiros, porque a Igreja não os usou nem os usa para se atualizar quanto ao uso de preservativos e pesquisas com células-tronco? nossa, como a Igreja é pró-ciência!
    ” Só a Religião católica convida os fiéis a aprofundar racionalmente as verdades da fé.” os albingenses, os valdenses e os cártaros que o digam…
    todos os esforços tecnologicos que v6 citam só foram possiveis graças a aritmética (árabes) e a matemática (egipcios e gregos) e os pioneiros da ciencia foram o que foram porque romperam com a Igreja.
    mas dou um ponto a v6: errei no tocante a Carlos Magno e a pré-reforma.
    parem de choramingar por este tal Quintas. no mais, gostei das informações e do esforço. finalmente, v6 fizeram um trabalho decente, para variar.

  24. Putz, nunca vi tanta burrice histórica junta como esse tal “profeta” escreveu. E ainda colocou os otomanos antes do século XII, a “época de Carlos Magno”, hehehehe.

    Me recuso a levar a sério tanta papagaiada.

  25. Pois é.

    Paradoxalmente, a Igreja achava que a Terra era o centro do universo baseada nas observações de Ptolomeu (90-168 dC), astronômo grego e pagão não-católico…

    Obviamente, isso nunca foi dogma.

    Obviamente também, foi um padre católico, que nunca rompeu com a Igreja, chamado Nicolau Copérnico que pôs o sol no seu devido lugar.

  26. “No século XIII a Europa começou a reerguer-se do obscurantismo em que havia mergulhado e as obras gregas começaram finalmente a ser redescobertas, trazidas pelos árabes.”

    Isso é parcialmente verdade, mas basta analisar a estrutura da frase para ver que o colega Profeta está equivocado.

    Leia-se a frase acima com atenção e ver-se-á que *primeiro* a Europa reergue-se do obscurantismo para *depois* as obras gregas começarem a ser descobertas.

    É igualmente fácil ver que o obscurantismo foi causado justamente pelas invasões bárbaras, árabes e normandas e que quem intelectualmente reergueu a Europa foi justamente a Igreja.

  27. E obviamente também que a Igreja não considerava a terra ser chata pois já há muito tempo se conhecia que a terra era redonda, se haviam alguns que achavam que a terra era chata só se desconheciam o que já se conhecia, pudera, ainda hoje tem gente que não acredita que o homem foi a lua, e olha que não são pessoas ignorantes não, são pessoas bem estudas.

  28. “os pioneiros da ciencia foram o que foram porque romperam com a Igreja.”

    Isso simplesmente não é verdade.

    A imensa maioria dos pioneiros da ciência só foram o que foram porque a Igreja lhes proporcionou formação cultural e ambiente intelectualmente estimulante que lhes possibilitou avançar no conhecimento.

    Nem sequer Galileu e Descartes romperam com a Igreja. Ambos morreram fielmente católicos.

  29. “todos os esforços tecnologicos que v6 citam só foram possiveis graças a aritmética (árabes) e a matemática (egipcios e gregos)”

    Não vou mencionar a confusão feita entre matemática, aritmética e, provavelmente, geometria.

    Mas seja como for, ninguém nega as importantes contribuições de povos não-católicos ao desenvolvimento científico. A ciência é um processo cumulativo em que várias culturas contribuiram positivamente.

    Mas é fato inegável que nenhum desses outros povos conseguiu desenvolver a ciência ao nível da Europa ocidental.

    E isso só foi possível graças à influência cultural que a Igreja teve nessa região do globo. Veja que o mesmo se aplica às artes.

    Não foi a Igreja que inventou a pintura nem a música. Mas foi indubitavelmente graças à Igreja Católica que a música e a pintura Ocidentais atingiram níveis até hoje insuperáveis.

  30. Caro Ianua Coeli:

    Sim, por sorte nossa, que somos euro-descendentes. Nós nada fizemos para merecer tal graça. Por isso, digo que foi “sorte” nossa.

    A Providência poderia ter escolhido qualquer outro lugar, como a Índia, p.e., para o surgimento da Igreja de Cristo. Nessa hipótese, nós, euro-descendentes, ainda estaríamos mergulhados no paganismo romano, grego, celta, viquingue etc.

    ——

    A Europa Oriental não é católica, com algumas poucas exceções. A Europa Oriental abandonou o catolicismo romano e tornou-se cismática no século XI, privando-se do contato benéfico com a Igreja de Roma, com sérias consequências culturais para aqueles povos.

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