Igreja Nova x Igreja Católica

Eu acho que já falei aqui algumas vezes do jornal “Igreja Nova”, lixo recifense pretensamente católico que envergonha esta Veneza Brasileira. Para o meu imenso desprazer, uma amiga daqui me avisou hoje que eles produziram uma nova edição do jornaleco herético, que foi distribuído nas portas das paróquias (não sei quais, ela não me disse) e que ela conseguiu digitalizado. Ei-lo abaixo: cliquem em cada uma das páginas para ampliar.

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Simplesmente ridículo. “Seja bem vindo Dom Fernando, animador do modelo de Igreja do Vaticano II e discípulo de Dom Hélder. (…) Temos certeza que podemos anunciar com alegria que o desmonte acabou. Agora é tempo de reconstruir!” (p.1). “Nada temos contra o cidadão caruaruense, católico fervoroso, frade carmelita e especialista em Direito Canônico, José Cardoso Sobrinho. […] Foi a sua falta de vocação para Pastor que o levou a denunciar o padre Edwaldo Gomes aos tribunais da Cúria Romana, pela presença de um irmão anglicano na concelebração eucarística em ação de graças pelos 50 anos de sacerdócio, e a anunciar a excomunhão dos componentes da equipe médica que salvou a vida de uma menina vítima de estupro” (p. 2). Acaso quem escreve este tipo de lixo ainda pode se pretender católico? Nem há necessidade de refutar os textos; eles se refutam por si sós.

Reafirmo, no entanto, o que já disse aqui em outra oportunidade: estão claramente tentando manipular a imagem do novo Arcebispo de Olinda e Recife para que ele seja apresentado ao público como uma espécie de “anti-Dom-José-Cardoso”, paladino de uma “igreja nova” inventada pelos hereges modernos que é em tudo diferente d’Aquela fundada por Nosso Senhor. E, isso, nós não aceitaremos. A Igreja de Cristo é Aquela que foi fundada sobre Pedro e, enquanto o pastor que ocupar a Cátedra de Olinda estiver em comunhão com o bispo de Roma, teremos em Recife uma Igreja Católica, e não uma “igreja nova”. Que o Espírito Santo possa guiar Dom Fernando Saburido, o sucessor do gigante Dom José Cardoso Sobrinho.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

193 comentários em “Igreja Nova x Igreja Católica”

  1. Carlos,

    Eu não acho que o Argo seja burro, e sim mal-intencionado. Mas se faz de burro de propósito, então quer ser tratado assim… paciência.

    Quando ao debate, vai lá. Vai ser divertido… =D Eu divulgo aqui.

    Se não tiveres tempo, vou eu.

    Argo,

    Os teus links nonsense (aliás, não sei se tu percebeste, mas isto aqui não é um blog da SBPC) de coisas como medicina alternativa e cartilha orgânica – sem absolutamente a mínima conexão com os posts aqui tratados -, bem como os comentários que nada dizem, caracterizam flood e lixo. Na medida em que atrapalham o bom andamento das discussões, serão sumariamente apagados sem me causar o menor peso de consciência.

    Abraços,
    Jorge

  2. Caríssimos!!

    Há tempos venho observando o tal ‘Argo’ e o que pude constatar de tudo quanto ele escreve e comenta aqui, é: que ele seja mesmo um ignorante orgulhoso que ignora sua própria ignorância.

    E para comprovar isso, é só ler o texto em seu Blog com o título ‘Boas vindas!’. É bastante obvio que não tem um conceito exato e diga até mesmo real do que seja ‘filosofia’. Acredita-o que ‘filosofia’ seja ‘tudo aquilo que ninguém sabe’. Pela própria concepção da palavra ‘filosofia’ (Amor ou amigo do conhecimento ou do saber) já se demonstra que sua definição é, por si mesma, contraditora. Não sabe ele que não se pode amar (ou ser amigo) daquilo que não se tem conhecimento (ou saber).

    Mas ele não poderia apreender com tudo isso? Ou seja, não poderia deixar a ignorância? Sim, seria a resposta se não se encontrasse nele, o pior dos piores males do homem: o orgulho que tanto cega e obscurece o intelecto. (Sic!)

    E diante disso, caríssimo Carlos e Jorge, e em relação ao ‘desafio’ feito pelo Sr. Argo, diria a vocês que seria e será infrutífero ou mesmo ineficaz, pois seria mais um ‘joguinho’ orgulhoso, por parte dele, não para se descobrir a verdade e com humildade (ausente por isso mesmo orgulho) se chegar numa ‘metanóia’, mas ao invés disso, seu desejo mesmo é de ‘comprovar’ sua superioridade infame e soberba diante todos nós Católicos. (Sic!)

    Rezemos caríssimo, pois para expulsar este tipo de ‘demônio’ (o orgulho) só mesmo com muita oração, transformada na graça da humildade.

    Abraços a todos e até mais ‘ver’.

    André Víctor

  3. Caríssimo André Victor,
    Você andou sumido. Fico feliz que tenha voltado. Seus comentários são sempre muito pertinentes e revelam uma pessoa de fé e piedade extraordinárias. Estou com muita vontade de aceitar o desafio do jument’argo e provar lá no próprio blog dele que ele é burro mesmo. Mas acho que vou seguir o seu conselho. Primeiro, porque ele não quer debater seriamente, como quem busca a verdade, mas só arrotar seus supostos conhecimentos cientificos. Segundo, porque, além dele próprio, quem mais leria o blog de um Argorrogante?

    Mas, Argo, não perca as esperanças de ser humilhado na própria casa. Vou fazer uma visita ao seu blog. Se tiver tiver pelo menos uma meia dúzia de leitores, posso aceitar o desafio.

    Um abraço.
    Carlos.

  4. Hahahaaha o Argo mostrando a derrocada da religião com um vídeo do Penn e Teller?! Só rindo mesmo… e de novo não tem nada a ver com o assunto. Sabe quem corrobora Penn e Teller? A Igreja Católica, segundo artigo do Márcio Antônio: http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/blog/tubodeensaio?id=909845 — só para dar um exemplo próximo.

    “Recalcados”? “Covardes”? “Safadezas”? Esses adjetivos são pra você, seu moleque, que mantém aquele lixo do Portal do Criador para juntar os amiguinhos acéfalos (pois não conseguem escrever uma frase com lógica) e xingar os outros com palavrões e baixarias, escondendo-se atrás de nicks e IPs. Sua mãe sabe que você faz isso? Tinha de ficar de castigo, sem computador.

    Já vai tarde.

  5. [Esta eu publico cum iubilo, porque a autora da mensagem privada é facilmente reconhecível… :)
    Dize-me com que andas. E eu te direi se vou contigo…
    JF
    ]

    Mensagem privada recebida por mim em meu site. Se, depois, a pessoa que escreveu quiser se identificar, postarei seu nome aqui. Não sou apenas eu a taxá-los de “fanáticos”.

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    Caro Argo, como voce tentei fazer parte dos “debates” no blog do Jorge
    Fui sumariamente “expulsa”
    O pior é que EU SOU CATÓLICA
    A diferença é que não sou maluca como eles, que deveriam ter nascido na Idade média.
    O pior que o Sr. Rodrigo Pedroso, quando eu participava, assinava suas postagens em nome da
    COMISSÃO DE DEFESA DA REPÚBLICA E DA DEMOCRACIA da OAB/SP e se depender dele e usa a mordaça em todo mundo que discorda do bando.
    É um bando de fanáticos e intolerantes.
    O Jorge é um funcionario publico que passa o dia inteiro blogando, é um menino que usa do fanatismo religioso para ser aceito.
    No fundo eles são perigosos, como todo fundamentalista é.
    Um grande abraço

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    Algo mais?

  6. Ora, ora… E não é que aquela senhora continua a ler por aqui? Aliás, na verdade, ela continua a ler vários blogs, sempre com a intenção de criar confusão.

    Mas o pior é que ela mente. Ela foi expulsa daqui? Não que eu me lembre… Foi apenas “moderada”. E não é que bastou isto para que ela pulasse em um pé só de tanta raiva? Faz sentido, pois quando ela perdeu o palco livre para suas sandices, que seriam cortadas pela raiz, restou-lhe a sensação de uma criança mimada que perde o brinquedinho.

    E hoje, o que ela faz? Fica correndo atrás de gente que tenha comportamento como o dela para juntar uma turba de internautas para um futuro linchamento virtual.

    Tsc, tsc… Que triste… Triste e patético.

    E que fique claro: ela jamais tentou debater coisa alguma. O mesmo se dá com o tal Argo. É como diz um amigo meu, mineiro: “um gambá gosta do cheiro do outro”.

    []´s

  7. Pois essa senhora deveria ter sido expulsa daqui. O Jorge é muito bonzinho para dar espaço para canalhas, vagabundos e/ou pessoas que deveriam receber medicação diária. Essa senhora é um exemplo de total falta de contato com a realidade, já transpôs a neurose e alcançou a esquizofrenia…

  8. Católica?Ela deveria limpar a boca e o espirito antes de se apregoar como católica.Ela nem sabe o que isso significa. É mais uma daquelas mocinhas mimadas que querem cuspir em Jesus Cristo. mas desmascarada ela já foi.CATÒLICA ela não é.

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    Caros, Senhores e Senhoras
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    É verdade, a palavra filosofia significa “que ama a sabedoria” philos que ama + sophiasabedoria. Até ai, estamos de acordo.
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    Definida, a filosofia é: indagação racional sobre o mundo e o homem, com o propósito de encontrar a sua explicação última. É a aspiração ao conhecimento das coisas pelos seus princípios imutáveis e não pelos seus fenómenos transitórios. A filosofia estuda questões fundamentais como o conhecimento, a existência, a linguagem, a verdade, a beleza, e a moral. A filosofia opõe-se às religiões, aos misticismos, às mitologias, por abordar as questões de forma sistemática e crítica, com argumentos racionais.
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    Que ama a sabedoria” não significa que a filosofia tenha o domínio do conhecimento, mas que o busca através da questionabilidade continuada, ilimitada; quer dizer, sem nunca o dar por completa e definitivamente sabido.
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    Para os cristãos, a Bíblia, contêm a totalidade do saber necessário e explica-os com clareza. O conhecimento não é nada que se deva buscar fora da Bíblia, já que a ciência (a sabedoria, o conhecimento) afasta-nos do mais importante, quer dizer, de Deus. Portanto, os cristãos não têm por que se ocupar da filosofia (que ama a sabedoria) por que encontram na Bíblia as explicações para toda e qualquer questão abordada – sem a mesma evidência – pela filosofia.
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    São exemplos:
    Os cristãos não se devem preocupar com explicações filosóficas sobre a existência, pois têm certeza de que tudo o que existe foi criado por Deus, em seis dias.
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    A linguagem e o aparecimento de todas as línguas estão explicados, com clareza, na Bíblia. Gênesis, 11.1-8 – “Toda a terra tinha uma só língua, e servia-se das mesmas palavras” “…o Senhor confundiu a linguagem de todos os habitantes da terra, e dali os dispersou sobre a face de toda a terra.
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    Também quanto a verdade, não há o que pesquisar. Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida … ” (João 14,6).
    A beleza e a moral estão definitiva e indiscutivelmente claras na Bíblia.
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    Até mesmo a origem dos fósseis está clara em Gênesis, com o Dilúvio, desmentindo completamente a evolução, bem como toda a geologia e desmerecendo a arqueologia:
    Assim foram exterminados todos os seres que se encontravam sobre a face da terra, desde os homens até os quadrúpedes, tanto os répteis como as aves dos céus, tudo foi exterminado da terra. Só Noé ficou e o que se encontrava com ele na arca.” (Gênesis 7,23)
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    O Sr. Argo tem no seu Portal do Criador:
    “Aqui, no Portal do Criador, nos ocupamos de tudo que tenha a ver com a criatividade; desde aquilo que já sabemos e que, por convencimento, chamamos de ciência a tudo aquilo que ninguém sabe, e que, por isso mesmo, chamamos de filosofia.”
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    Julgo esse texto muito correto. Especialmente a referência à filosofia como “tudo aquilo que ninguém sabe”. Já que tudo em filosofia é discutível e passível de desmentido, ou seja carece de evidência, como, de resto, tudo o que fica fora da crença religiosa que é absoluta e indiscutível.
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    Filosofia é, portanto, tudo aquilo que ninguém sabe com a absoluta certeza que só a crença religiosa afiança.
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    Obrigado, pela vossa atenção.

  10. Prezado Prof. Linné, acredito que o sr. descreveu bem o que é filosofia. Mas discordo quando diz que a filosofia “opõe-se às religiões”, porque elas teriam todas as respostas, e que conseguinte os cristãos não se ocupariam dela.

    A Bíblia contém a totalidade da revelação necessária a salvação (CEC), mas não contém “todo o conhecimento” humano. Para o cristão, a Bíblia aponta um caminho (particularmente moral), mas não dá respostas prontas. A este respeito temos, em assuntos diferentes porém complementares, as encíclicas Gaudium et Spes, Fides et Ratio, Veritatis Splendor e Lumen Gentium, entre tantos outros ensinamentos cristãos.

    A Bíblia não diz que o universo foi criado em seis dias, nem que as línguas do mundo surgiram na construção de uma torre malfadada, nem que o Dilúvio criou fósseis. Essas são figuras metafóricas (que um bom filósofo deveria reconhecer) que tentam elucidar (e não oferecer respostas prontas) questões sobre a natureza humana, não sobre ciência. Exatamente como a filosofia. Talvez não com dialética, como os gregos, mas com a mesma ânsia pela verdade.

    Nenhum cristão sério acredita que esses relatos são literais. Dizer o contrário seria o mesmo que afirmar que a alegoria da caverna de Platão foi um fato concreto e não, bem, uma alegoria.

    A ciência não afasta de Deus; a falta de moral sim. De forma alguma o conhecimento racional desvia o homem, necessariamente, de Deus: pelo contrário, é dom divino e uma “ferramenta” para a reflexão sobre os mistérios da existência (Fides et Ratio; Veritatis Splendor). Não seria isso filosofia? A fé e a razão não se opõem, antes fornecem duas perspectivas complementares para que o homem chegue ao conhecimento (Tomás de Aquino).

    A história também não corrobora o que o sr. disse. O fato de batizar uma das primeiras e mais belas basílicas cristãs de, justamente, Santa Sabedoria (Hagia Sofia, em Istambul) ilustra que a busca da sabedoria não é contrária à fé. Mais importante: a universidade foi criada pela Igreja justamente para alcançar o conhecimento, e nela estudavam-se os gregos antigos, dialética, retórica e filosofia. Os filósofos Sto. Agostinho, Sto. Tomás de Aquino, São Boaventura de Bagnoreggio, Duns Escoto e tantos outros escreveram tratados filosóficos usando argumentos racionais, dialética e até apoiando-se nos filósofos gregos. Aliás, só conhecemos Platão graças a duas fontes: as traduções dos árabes, de quando conquistaram a Anatólia; e as traduções para o latim, mantidas em mosteiros católicos.

    E é engraçado que aquele painel famoso da “Escola de Filosofia de Atenas”, pintado por Rafael, que tudo que é curso de filosofia imprime em suas brochuras, foi encomendado pelo papa Júlio II e está na Sala Rafalina do Vaticano! Na parede oposta, outro painel do mesmo pintor: “O Triunfo do Santíssimo Sacramento”. Mais uma vez, fé e razão ilustradas juntas.

    É preciso acabar com o preconceito de que fé é sinônimo de falta de questionamento, obscurantismo e repostas prontas. A fé não é certeza, mas justamente o questionamento: Agostinho já mostrou isso há 1.700 anos, com Confissões. Fé é reconhecer a limitação da razão, e por isso mesmo complementá-la.

    Abraços.

  11. Concordo em parte com o Pedro M.

    O Prof. Linné faz um reducionismo bem simplista quando diz que a filosofia opõe-se à fé. A filosofia racionalista sim. Mas a filosofia não é só o racionalismo. Este é só um ramo ou uma escola filosófica que nega o sobrenatural e acredita que a razão pode encontrar resposta para tudo. Como já disse alguém, o racionalismo é uma fé cega na razão. O racionalismo, então, é só uma falsa filosofia, que querendo explicar o mundo sem Deus, acaba por cair no materialismo mais grosseiro, chegando inclusive a atribuir qualidades divinas à matéria, como a eternidade.

    Aliás, como a filosofia poderia ser contra a religião, se é pela filosofia que se prova a existência de Deus, que é o fundamento da religião?

    Quanto à criação em seis dias, só os pentecostais fanáticos defendem essa interpretação literal. Não os católicos. Claro que a palavra dia, na criação, não significa um período de 24 horas, como hoje. A prova é que o sol foi criado só no quarto “dia”. Isso significa apenas que Deus, provavelmente, não fez tudo de uma só vez, mas que criou as coisas por etapas. E cada etapa dessas pode ter durado até milhões de anos, uma vez que Deus está fora do tempo.

    Quanto ao relato sobre a torre de babel, quero aqui, a contragosto, discordar do Pedro M. Aqui, que eu saiba, a interpretação literal é cabível, pois uma vez que os homens descendem todos de um só casal inicial, é mais lógico que no início houvesse apenas uma língua. E não repugna à razão que Deus possa ter punido pela confusão das línguas e pela dispersão homens orgulhosos que queriam atingir o céu por meios naturais.

    Um abraço.
    Carlos.

  12. Quando é conveniente não ler o texto no sentido literal, é metáfora. Quando sim, é literal. Esses religiosos só conseguem convencer os mais estúpidos que eles.

    Vão trabalhar, que é melhor.

  13. Sr. Roberto,

    O múnus de interpretar as Escrituras Sagradas é da Igreja; e não é “quando não é conveniente” que a interpretação metafórica deve ter primazia sobre a literal, e sim quando esta não é possível.

    Abraços,
    Jorge

  14. Engane a alguém mais estúpido que voce. Só assim voces conseguem, meu caro.

  15. Vemos mais uma vez gente falando do que não sabe, a exemplo desse Roberto.É incrível o número de pessoas que acham que ler a Bíblia é simples e se enganam na interpretação de varias passagens. A má-fé também ajuda muito ao engano.

  16. Apenas complementando as respostas do Pedro e do Carlos ao post do Linné, estranhou-me que entre os temas que ele trouxe como objetos de estudo da filosofia tenha faltado justamente o principal deles que é o ser.

    E para os primeiros cristãos o cristianismo era visto primariamente como ‘verdadeira filosofia’.

  17. Esse Roberto deve ser protestante analfabeto, que só conhece a interpretação literal, e por isso ficou tão revoltadinho. Ignorem-no.
    Carlos.

  18. Prezados Pedro, Senhoras e Senhores
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    A Bíblia contém a totalidade da revelação necessária a salvação (CEC), mas não contém “todo o conhecimento” humano. Para o cristão, a Bíblia aponta um caminho (particularmente moral), mas não dá respostas prontas.
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    “Para os cristãos, a Bíblia, contêm a totalidade do saber necessário e explica-os com clareza.” Observe a diferença entre “todo o saber necessário”, como eu escrevi e “todo o conhecimento humano” que você me atribui, por distração.
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    “A Bíblia não diz que o universo foi criado em seis dias, …”
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    Diz sim, Pedro. A Bíblia faz referência insofismável a respeito da palavra “dias”. Se eram dias de 24 horas, ou se não o eram … é o que nos resta saber. Se Deus é incomensurável, infinito, um dia não o é. Bíblia fala inclusive em tarde e manhã. Note que já o sol e a lua estavam lá para marcar os limites do dia e da noite.
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    A Bíblia diz, exatamente, isso:
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    “Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o sexto dia.”
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    Ou teriam sido sete dias? O que é certo é que a Bíblia diz que Deus criou todo o existente.
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    “Tendo Deus terminado no sétimo dia a obra que tinha feito, descansou do seu trabalho.”
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    “Mas discordo quando diz que a filosofia “opõe-se às religiões”, porque elas teriam todas as respostas, e que conseguinte os cristãos não se ocupariam dela.”
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    Repito que a Bíblia contem as explicações para qualquer questão abordada pela filosofia, sendo que à esta faltam as evidências. Deus inspirou os autores da Bíblia mas nenhuma obra filosófica, seja de Tales, Pitágoreas, Parmênides, Heráclito, Demócrito, Sócrates, Platão, Aristóteles … Descartes, Kant, Marx … Nietzsche, Camus, Russel, Sartre foi inspirada por Deus.
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    “Essas são figuras metafóricas (que um bom filósofo deveria reconhecer) que tentam elucidar (e não oferecer respostas prontas)”
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    Desculpe-me Pedro, mas elucidar significa tornar claro, esclarecer, explicar, ou seja, o mesmo que oferecer resposta clara.
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    Temos que nos por de acordo quanto às definições e aos conceitos.
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    Nenhum cristão sério acredita que esses relatos são literais. Dizer o contrário seria o mesmo que afirmar que a alegoria da caverna de Platão foi um fato concreto e não, bem, uma alegoria.
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    Pedro, sua ponderação é bastante coerente quando escreve que nenhum cristão acredita serem esses relatos literais, mas perde em coerência quando se refere ao Mito da Caverna (também conhecido como Alegoria da Caverna). Como o próprio título nos diz, trata-se de um mito (uma alegoria). Claro que não é literal, pois é uma lenda e, portanto, não deve ter sido inspirada por Deus. Pôr um mito em pé de igualdade com a Bíblia – usá-lo como parâmetro de comparação foi um ato incauto.
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    A Bíblia foi escrita sob inspiração divina, como se o próprio Deus a tivesse escrito, palavra a palavra, e tudo que a Bíblia diz é verdade incontestável. Deus não erra nunca.
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    A ciência não afasta de Deus; a falta de moral sim. De forma alguma o conhecimento racional desvia o homem, necessariamente, de Deus: pelo contrário, é dom divino e uma “ferramenta” para a reflexão sobre os mistérios da existência (Fides et Ratio; Veritatis Splendor).
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    O/A crente pode, a meu ver, servir-se da filosofia da mesma forma que um descrente o faz. Mas o/a crente terá que submeter a sua razão ao dogma, já que a filosofia seguirá sempre atrás, em importância, à compreensão das “realidades reveladas” em que o/a crente tem a sua a fé.
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    A razão nunca poderá, metafisicamente, estabelecer os seus próprios princípios ou definir aquilo cuja essência não se pode jamais conhecer. Quer dizer, a lógica divina – sobrenatural – não pode ser concluída pelos parâmetros da lógica humana já que só a fé garante a existência de Deus e esta faz parte dos domínios da teologia.
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    Mesmo no raciocínio lógico e nos sentidos – que são campos de domínio da razão – há coisas que transpõem a razão, em muito. Podemos, por exemplo, concluir pela existência daquilo que é infinito, mas jamais poderemos explicar a sua essência e provar a sua existência.
    Por isso a filosofia (os filósofos) não podem provar a existência e a natureza de Deus.
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    Como não manuseia os elementos da fé, a razão não pode conceber a origem da idéia de Deus, pois esse não é um princípio demonstrável.
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    A história também não corrobora o que o sr. disse. O fato de batizar uma das primeiras e mais belas basílicas cristãs de, justamente, Santa Sabedoria (Hagia Sofia, em Istambul) ilustra que a busca da sabedoria não é contrária à fé.
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    A sabedoria? Não. Mas onde está a sabedoria?
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    A história é a versão dos fatos a partir de conceitos atuais. Vão-se dando interpretações modernas aos velhos relatos e a história vai-se tornando uma adaptação às conveniências do momento. A história é política (adjetivo).
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    A fé não é certeza, mas justamente o questionamento.
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    Desculpe-me Pedro, mas discordo absolutamente. Fé é a crença absoluta e inquestionável na existência ou veracidade de certo fato, sem prova nenhuma de que esse fato seja verdade.
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    Abraços e desculpem-me por tanto discordar.

  19. Conveniente pra quem, Roberto? Não sou eu, nem o Carlos, nem você que define que interpretação dar à Bíblia: é o Magistério. E conveniência muda, está estritamente ligada com o momento, mas a interpretação do Magistério não muda em 2 mil anos. É interessante notar que o Magistério não considera algo literal numa hora e alegórico em outra, logo não cede a conveniências.

    Sem falar que uma vasta escola exegética (fiel ao Magistério) sustenta que todos os estilos — alegórico, histórico, profético, sapiencial — estão em praticamente todo o texto bíblico, sendo que em algumas partes prevalecem uns, noutras prevalecem outros. E isso é perceptível pelo histórico do escrito, seus autores, época, circunstâncias em que foi escrito, público-alvo e simbologia.

    Então, se você não for um exegeta bíblico especialista em simbologia na Sagrada Escritura, vigie bem a sua boca antes de soltar besteiras.

  20. Quanto à história de Babel, Carlos, me consta que ela é alegórica… =)

    A monogênese é sustentada por argumentos teológicos, não biológicos (embora também faça sentido do ponto de vista da biologia). Mas sair daí para afirmar que a linguagem organizada caminhou junto com os descendentes do primeiro casal é um exercício de imaginação. Ela pode ter surgido tanto concomitantemente quanto muitas gerações depois, com a humanidade espalhada e algo diversificada no espaço e costumes. Daí, a intervenção divina para multiplicar os idiomas é somente uma hipótese.

    Acredito (e isso já sou eu), que se o Gênesis não se propõe a explicar biologia e antropologia, também não se propôs a explicar linguística…

    Um abraço.

  21. Sr. Linné, só en passant,

    Note que já o sol e a lua estavam lá [no Gênesis] para marcar os limites do dia e da noite.

    Não, não estavam, só a partir do quarto dia, o que mostra claramente que estes não são literais.

    [T]udo que a Bíblia diz é verdade incontestável

    Sem sombra de dúvidas, mas não é o senhor que determina o sentido das Escrituras Sagradas.

    Mas o/a crente terá que submeter a sua razão ao dogma, já que a filosofia seguirá sempre atrás, em importância, à compreensão das “realidades reveladas” em que o/a crente tem a sua a fé.

    Isto é verdade. Philosophia ancilla theologiae.

    [S]ó a fé garante a existência de Deus

    Tremendamente falso. É a filosofia que prova a existência de Deus.

    Abraços,
    Jorge

  22. Linné,

    ““Para os cristãos, a Bíblia, contêm a totalidade do saber necessário e explica-os com clareza.” Observe a diferença entre “todo o saber necessário”, como eu escrevi e “todo o conhecimento humano” que você me atribui, por distração.”

    Não foi isso que você escreveu. Basta ver a continuação da frase:

    “Para os cristãos, a Bíblia, contêm a totalidade do saber necessário e explica-os com clareza. O conhecimento não é nada que se deva buscar fora da Bíblia, já que a ciência (a sabedoria, o conhecimento) afasta-nos do mais importante, quer dizer, de Deus.”

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    “Deus inspirou os autores da Bíblia mas nenhuma obra filosófica, seja de Tales, Pitágoreas, Parmênides, Heráclito, Demócrito, Sócrates, Platão, Aristóteles … Descartes, Kant, Marx … Nietzsche, Camus, Russel, Sartre foi inspirada por Deus.”

    E nem a filosofia de Sto Agostinho, Sto Tomás de Aquino, Leibniz, Malebranche, Bergson, Zubiri, Kierkegaard, Gilson, Maritain igualmente o foram. Mas, e o que isso implica?

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    “A Bíblia foi escrita sob inspiração divina, como se o próprio Deus a tivesse escrito, palavra a palavra, e tudo que a Bíblia diz é verdade incontestável.”

    Não é essa a fé cristã! Essa visão é correta para o Alcorão (E assim Alá ditou…). A Bíblia judaico-cristã é inspirada e não ditada por Deus. Há uma diferença fundamental nesse conceito.

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    “A história é política (adjetivo).”

    Ou seja, nada se pode falar do passado?

    =================================================

    “Fé é a crença absoluta e inquestionável na existência ou veracidade de certo fato, sem prova nenhuma de que esse fato seja verdade.”

    Logo, o ateísmo também é fé?

  23. Está explicada a burrice do Roberto Santiago: ele se vale de Dawkins, aquele gênio que diz que milagre é impossível porque desafia as leis da natureza. Quer dizer, se não desafiasse, aí seria possível. Mas aí não seria milagre, uai!
    É o burro seguindo o jumento, ou vice-versa.
    Carlos.

  24. Caro Pedro M.
    Sei que estou mudando o foco, mas permita-me insistir nessa polêmica da linguagem, porque entendo que esta é uma das provas da existência de Deus.
    Claro que o argumento que eu vou citar não é meu (quem sou eu?). Li em um livro de Teologia da História, mas que no momento não está em minhas mãos. Então vou tentar expor de memória o raciocínio.
    Os materialistas/evolucionistas negam que haja Deus, ou ao menos que Deus tenha se manifestado na História. Dizem também que o homem é o resultado de um processo evolutivo, pois veio de um símio qualquer, etc. Ora, o aparecimento da linguagem é um tremendo desmentido a essa tese. Porque o homem, privado da linguagem, senão é totalmente incapaz de pensar (e eu acho que é, pois pensamos com palavras), é incapaz de produzir qualquer obra abstrata. Ora, a linguagem é uma coisa 100% abstrata. Imagine quanto abstração, quanta sutileza, quanta criatividade e inteligência são necessárias para criar um substantivo e um adjetivo e depois uni-los com um verbo! Hoje tentamos estudar latim ou uma língua viva qualquer e percebemos o quanto é difícil (ao menos para mim, que ainda estou engatinhando no inglês). Quanta operação mental teve que fazer aquele antigo troglodita para criar o mais básico de todos os verbos, isto é, o verbo ser! Portanto, homem nenhum, por si só, seria capaz de inventar uma linguagem, se não partisse de uma linguagem já existente. Logo, o homem não inventou a primeira linguagem. Esta só pode ter sido dada ao homem por um elemento extra-histórico (Deus). Assim, Deus, pelo seu Verbo (Palavra), criou o homem e já lhe incutiu a linguagem. Do contrário os evolucionistas teriam que admitir que esse troglodita das cavernas era muito mais evoluído do que qualquer um de nós. Mas admitir isso é inverter a própria teoria da evolução.
    Sei que esse argumento não prova que o episódio da torre de babel aconteceu mesmo. Mas creio que ele prova que no princípio só havia um idioma, que era falado por Adão e Eva e por seus descendentes. E assim faz sentido que num determinado momento, por castigo, Deus tenha confundido os homens com outros idiomas, pois que eles também não seriam capazes de inventar do nada esses novos idiomas.

    Sei que o texto ficou um pouco confuso e peço perdão por isso. Vou tentar localizar o livro e copiar literalmente para que o argumento ganhe mais clareza e credibilidade.
    Um abraço.
    Carlos.

  25. Carlos,

    Desculpe-me por meter em sua conversa com o Pedro, mas:

    “Portanto, homem nenhum, por si só, seria capaz de inventar uma linguagem, se não partisse de uma linguagem já existente. Logo, o homem não inventou a primeira linguagem.”

    Creio que a primeira frase ou premissa não seja verdadeira, isto é, o homem tem a capacidade de expressar a realidade por uma linguagem e esta, de forma acumulativa (dado que dispomos de memória), constrói-se.

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