[Esta interessante pesquisa indica algo que a Igreja desde sempre ensinou, sobre a importância de se fugir das ocasiões de pecado: as pessoas têm freqüentemente a mania de superestimar sua capacidade de resistir às tentações. O escopo do estudo é sobre comportamentos sexuais de risco, obesidade, dependência à nicotina, etc.; mas as conclusões são perfeitamente aplicáveis à vida espiritual.
Original: Kellogg School of Management.]
O poder da tentação
O professor Loran Nordgren descobriu que as pessoas acreditam terem mais resistência do que de fato possuem.
Como se pode ver [Whether it’s highlighted] quer nas principais manchetes sobre assuntos argentinos e Ponzi schemes, quer nas lutas pessoais contra obesidade ou uso de drogas, as pessoas geralmente sucumbem à ganância, luxúria e comportamentos auto-destrutivos. A nova pesquisa da Kellogg School of Management investiga por que este é o caso, e demonstra que as pessoas acreditam possuir mais resistência do que de fato possuem – o que as leva, em última análise, a tomar más decisões [poor decision-making].
O estudo, conduzido por Loran Nordgren, professor-assistente de Gestão e Organizações na Kellogg School, investigou como a crença de um indivíduo em sua habilidade de controlar impulsos como ganância, desejo por drogas e excitação sexual influencia sua resposta à tentação. A pesquisa descobriu que as pessoas, em média, possuem um “viés resistivo” [restraint bias], fazendo com que elas calculem mal quanta tentação podem verdadeiramente controlar, o que as leva por sua vez a uma maior probabilidade de serem indulgentes com comportamentos impulsivos ou viciantes.
“Pessoas não são boas em antecipar o poder de seus impulsos [urges], e aquelas que são mais confiantes em seu auto-controle são as que mais freqüentemente caem em tentação”, disse Nordgren. “O ponto chave é simplesmente evitar quaisquer situações onde vícios e outras fraquezas possam se desenvolver e, mais importante, que as pessoas mantenham uma visão humilde de sua própria força de vontade”.
Ao desenvolver seu estudo, os autores citaram pesquisas anteriores que demonstravam que as pessoas freqüentemente têm dificuldade em mensurar [appreciating] a força dos estados impulsivos. Pessoas em um “estado frio” [cold state] (sem experimentar fome, raiva, impulso sexual, etc.) tendem a subestimar como um estado “quente” [hot], impulsivo, irá influenciar seu comportamento. Para embasar estas conclusões, os autores do estudo decidira testar se
- pessoas em um estado frio e não-impulso iriam superestimar sua capacidade de controlar impulsos;
- pessoas em um estado quente e impulsivo teriam uma visão mais realista de sua capacidade de controlar seus impulsos;
- pessoas que percebem terem uma grande capacidade de controlar seus impulsos iriam se expôr a mais tentação e – em última análise – exibir um comportamento mais impulsivo.
Para testar as suas hipóteses, os pesquisadores conduziram quatro experimentos, focados em fome, dependência e fadiga mental. Cada experimento resultou em um significante “viés resistivo”.
Por exemplo, um experimento focado em dependência de cigarros descobriu que aqueles que superestimaram sua capacidade de auto-controle foram muito mais propensos a fumar um cigarro após simplesmente assistir um filme sobre fumar. Outro experimento [foi] centrado em fome. Os resultados concluíram que um grupo satisfeito é significativamente menos propenso a voltar a lanchar do que um grupo faminto que limitou a sua tentação à escolha de lanches menos apetitosos.
“Um sistema que assuma que as pessoas vão se controlar está fadado a cair presa deste viés resistivo; nós nos expomos a mais tentação do que é prudente e, conseqüentemente, temos milhões de pessoas sofrendo com obesidade, dependência e outros estilos de vida pouco saudáveis”, disse Nordgren. “E, enquanto nosso estudo esteve focado em comportamentos pessoais como fumar e comer, é fácil aplicar as nossas conclusões a um contexto mais amplo. Entendendo o poder da tentação, você pode também questionar sobre a medida em que precisamos de supervisão ou mecanismos regulatórios para os líderes de negócios e políticos”.
Além disso, esta pesquisa sugere que os observadores devem pensar duas vezes antes de julgar aqueles que caem vítimas da tentação, porque a maioria das pessoas superestima sua capacidade de controlar os próprios impulsos, Nordgren concluiu.
Este estudo aparecerá em uma próxima edição da Psychological Science. Nordgren conduziu a pesquisa tendo como co-atuores Joop van der Pligt e Frank van Harreveld da Universidade de Amsterdam.
MAIS INFORMAÇÕES: Para ver o estudo completo, publicado em uma próxima edição da Psychological Sciente, ou para conseguir uma entrevista com o Professor Nordgren, entre em contato com Meg Washburn em m-washburn@kellogg.northwestern.edu.
Para ler sobre esta pesquisa no Kellogg Insight, clique aqui [N.T. Não tenho tempo de traduzir, mas recomendo; traz mais detalhes sobre os experimentos que foram realizados pela equipe do Prof. Nordgren.]
Não tive a oportunidade de ir lá conferir as fontes, mas seria capaz de apostar(mesmo com a possibilidade de perder) que há algum manual de Teologia Moral na bibliografia deste estudo.
É uma bela exposição de como funciona nossa vontade e nossa consciência. Graças a Deus, coisas assim ainda continuam sendo publicadas.