Um dos mais graves sintomas da crise que assola a Igreja nos dias de hoje é, no meu parecer, a relativização com a qual é tratado o dogma Extra Ecclesiam Nulla Salus. Como eu comentei aqui bem en passant, há a possibilidade do Batismo de Desejo e da Ignorância Invencível para a salvação dos não-católicos; mas possibilidade não é presunção nem certeza e – eu diria ainda – não é nem esperança no mesmo sentido em que o termo é aplicado a um falecido católico.
Do jeito que algumas pessoas colocam as coisas, chega a parecer até que é mais fácil salvar-se fora da Igreja do que dentro d’Ela! Despreza-se, por um lado, a necessidade absoluta da Graça para a salvação (isso vale inclusive para os que pertencem in voto à Igreja) e, por outro, a natureza humana decaída e a inclinação para o mal que todos os homens possuem. Como se o homem pudesse obter a Graça sozinho (o que é heresia), ou como se Deus conferisse de ordinário a Graça por meios que não os que Ele instituiu para este fim (o que não sei se é heresia, mas é no mínimo uma proposição muitíssimo estranha ao ensino tradicional da Igreja, à qual não se pode aderir levianamente).
Este tipo de mentalidade encontra-se também no otimismo com o qual as pessoas vêem às vezes os não-católicos. Ora, nem mesmo o católico que vive de ordinário em estado de graça, que freqüenta os Sacramentos, que reza, nem este está imune à fragilidade humana e sempre pode cair – e muitas vezes cai! – em desgraça e em pecado mortal; quanto mais não cairão aqueles que não têm os meios ordinários instituídos por Nosso Senhor para a manutenção da vida espiritual, e vivem sujeitos (por melhores que sejam as suas intenções) às vicissitudes da natureza decaída! Têm os não-católicos uma natureza humana melhor do que a dos católicos? Pecam eles menos do que os católicos? Obtêm eles mais facilmente do que os católicos uma contrição perfeita para serem perdoados pelo Altíssimo quando pecam? Por qual motivo, então, são tratados como se estivessem muito bem do jeito que estão, e como se não precisassem urgentemente de tudo aquilo que a Igreja tem para lhes oferecer?
A Teologia nos ensina que é possível – registro e sublinho, possível – ao homem salvar-se pertencendo “à alma” da Igreja caso não seja culpado de estar fora do Seu grêmio visível. Isso é uma coisa. Mas existem duas outras coisas muito relevantes que não podem ser negligenciadas. Primeiro: será que Fulano, uma alma concreta por quem Nosso Senhor derramou o Seu Divino Sangue na Cruz do Calvário, não é culpado por estar fora da Igreja? Não sabemos; mas quem, em sã consciência, iria arriscar num assunto de tão grande gravidade? Segundo: Fulano tem maiores possibilidades de se salvar pertencendo à Igreja in voto ou sendo bom católico e usufruindo dos meios de santificação que a Igreja tem para oferecer?
O arcabouço intelectual não é suficiente – de modo algum! – para nos tranqüilizar quanto à salvação dos que não militam pela Igreja de Nosso Senhor. Não basta saber que existe a “possibilidade” de que se salvem; é necessário se esforçar para que eles se salvem concretamente. É necessário ter uma correta compreensão da Doutrina da Igreja e um verdadeiro amor pelas almas, a fim de que o apostolado seja profícuo. Não nos esqueçamos de que Nosso Senhor nos disse que o caminho era estreito. Não podemos concebê-lo tão largo a ponto de considerarmos de pouca monta a visibilidade da Igreja de Nosso Senhor.
Funk do Olavo de CArvalho:
http://realidade.org/forum/index.php?topic=5020.msg61145#msg61145
Bem, o número dos escolhidos já está fixo desde antes da fundação do mundo. Claro que isso não nos exime da responsabilidade pessoal, nem de desejar que todos se salvem, ou fazer o possível para que todos se salvem, mas descançando na infindável Sabedoria, que já prefixou a cada um “per modum unius” toda a ordem de graças que irá receber.
Nada de Fixo! Está Presente em Deus que É Eterno. Para nós e no tempo a salvação se dá agora e NO TEMPO.Só Deus não está submetido ao tempo. Tudo o que é criatura está e permanecerá sempre no tempo. O que muda é a percepção e a forma de manifestação do próprio tempo. Em virtude disso o correto é afirmar: Até o dia do juízo universal ninguém sabe quem está condenado. Os próprios santos no céu não sabem isso em relação a quem esta na terra, pois Deus não o revela a fim de os mesmos não cessarem de interceder por todos.
O que eu disse foi que a ordem de graças, enquanto considerada “per modum unius” (a maneira de uma só coisa), é fixa para cada um, segundo a disposição divina (assim como o número dos eleitos, segundo a presciência de Deus). Daí não devemos nos preocupar com a ordem de graças que Deus concede a cada um, e junto a qual Ele certamente inclui, de algum modo, a cooperação humana, certamente em virtude da graça e sendo distinta a colaboração segundo as diversas graças, mas a modo de causa meritória de algum efeito em particular.
Note que todas as escolas professam o mesmo sobre a eleição gratuita dessa ordem de graças:
Veja o que diz Dom Estevão, em PR nº5, 1958, pág.187-188:
“Há, porém, três pontos atinentes à doutrina estudada sobre os quais a Santa Igreja se pronunciou definitivamente, de sorte que tanto molinistas como tomistas os professam indistintamente:
1) a conversão do pecador a Deus, ou seja, o ato inicial da via da salvação já é efeito da graça de Deus; é Deus quem primeiramente se volta para o pecador e lhe dá os meios de se colocar em estado de graça; não é o homem quem por suas forças naturais começa a procurar o Senhor, recebendo d’Este em resposta a graça sobrenatural;
2) a perseverança final ou a morte em estado de graça (a boa morte) é dom especial de Deus: não decorre dos mártires anteriores da pessoa, mas pode ser implorada pela oração;
3) a predestinação “adequada” (isto é, o desígnio que compreende todos os auxílios sobrenaturais, desde a graça da conversão até a graça da boa morte) é gratuita ou anterior à previsão dos méritos da criatura. E isto, tanto no tomismo como no molinismo… Também este reconhece que é Deus quem gratuitamente decreta colocar o homem em tais e tais circunstâncias nas quais Ele prevê que a criatura fará bom uso da graça (o tomismo diria:… nas quais Ele predetermina a criatura a fazer livremente bom o uso da graça).”
Prefiro entender desta forma. A vida é dom de Deus na mesma proporção que é pertinente a um ente vivo. A Racionalidade é dom de Deus inerente ao ser humano. Então diante de Deus nada é mérito,quem lhe deu antes, para exigir algo em troca, já escrevia São Paulo; mas isto não significa que somos passivos perante sua ação em nós. O nosso agir é próprio da nossa natureza criada livre e isto é dom de Deus mas pertinente ao nosso ser de criaturas racionais e dotadas de livre arbítrio. Então a salvação é escolha porque esta possbibidade de escolher é dom de Deus.
Caríssimos no Cristo, Laudetur Dominus!
É impressão minha ou este post ficou com cara de mea culpa???
Pax et Salutis
Nada contra o que você escreveu acima, mas o estudo completo da questão é complexo demais, e cheio de distinções. Note, entretanto, que eu evitei os pontos difíceis ou controversos. Apenas fiz uma observação, com base naquilo que, segundo Dom Estevão, está definido, sem aprofundar para chegar a esses pontos controversos.
De acordo com certos teólogos, Deus pode prefixar uma ordem inteira de concessão de graças e só depois predestinar o homem à glória em vista de seus méritos. Portanto, o fato de haver uma ordem de graças predeterminada não obriga a adotar a tese da predestinação anterior à previsão dos méritos.
“É impressão minha ou este post ficou com cara de mea culpa???”
Também é minha opinião. Falou tolices em outro e está querendo desmanchar neste.
Em fim TUDO É GRAÇA e tudo é próprio à nossa natureza. Menos o pecado que entrou pelo mau uso do livre arbítrio.
Jorge, para você ver porque o catolicismo cresce nos Estados Unidos:
Segunda-feira, 22 de Junho de 2009
Voltam aulas de latim em Nova York, e jovens pedem Catolicismo tradicional
O diário “The New York Times” e a revista “U.S. News & World Report” reportaram uma bem avançada e surpreendente tendência nas escolas de nível médio e secundário americanas: ensino de Latim [foto]!
A tendência cresceu nas últimas duas décadas dentro da Igreja Católica, especialmente entre os jovens.
Um número grande deles se entusiasma lendo-o, ouvindo-o, cantando e participando em liturgias em Latim.
Trata-se de jovens padres e seminaristas, mas de leigos também. Grupos organizados aprofundam a prática do canto gregoriano ou o estudo da gramática latina.
O singular do caso é que no período pós-conciliar pareceu que a Igreja abandonaria a língua básica da cultura ocidental. De fato ela desapareceu dos seminários e do culto.
Mas as novas gerações querem ouvir falar da verdadeira fé católica, e um segmento importante dos jovens voltou-se para a Tradição do catolicismo, a Adoração Eucarística e o Canto Gregoriano, escreveu o site The Catholic Thing .
Junto veio a retomada de interesse pela língua oficial da Igreja, genuína transmissora do esplendor da fé Católica.
Hoje muitos jovens querem ler os Padres da Igreja de Ocidente, conhecer a Idade Média e o Magistério tradicional nos próprios originais.
O Latim dá unidade lingüística aos povos católicos em todos os continentes. Por tudo isso, ninguém o estuda e entende melhor que os jovens, acrescenta o site.
Muitos estudantes querem ter contato com uma tradição que é maior e mais sábia do que eles próprios, e que os convida, por isso mesmo, a aderir a seus ensinamentos teológicos, morais e sociais, explica The Catholic Thing.
Contrariamente à visão individualista segundo a qual a Igreja tem que se adaptar ao mundo moderno, estes jovens querem se adaptar à Igreja vendo n’Ela a pilastra por excelência da verdade e da sabedoria, acrescentou.
No início do século XX o Estado Maior do Império Alemão ficou alarmado pela diminuição das capacidades dos recrutas.
Após inquirições, verificou que os jovens não estudavam mais latim. Encaminhou então uma queixa ao Ministério de Educação. Este, por sua vez, revidou dizendo que o assunto não era de alçada do Exército, cuja missão era apenas fazer o soldado.
O Estado Maior respondeu: “dêem-nos o homem, e nós faremos o soldado”, como se o aprendizado do latim tornasse os seres humanos, ainda mais plenamente humanos.
De fato, os grandes talentos da Civilização ocidental ‒ inclusive anti-cristãos, como Hegel ou Marx ‒ desenvolveram plenamente seu espírito graças à influência insubstituível do latim.
http://luzesdeesperanca.blogsp…..ork-e.html
Enquanto isso no Brasil os neoconservadores ditos católicos preferem acreditar em movimentos ”carismáticos” bem estranhos!
A quem interessar possa,
Eu obviamente mantenho todas as minhas posições expressas e defendidas aqui no Deus lo Vult!, salvo algum erro pontual que tenha recebido errata expressa.
Abraços,
Jorge
Voces são uns trouxas se pensam que com palavrinhas resolvem alguma coisa. Venham ver como no meu blog eu estou esmagando os ateus.
http://neoateismodelirio.wordpress.com
Caro Jorge, você ontem foi, com Dom Saburido, ao Grito dos Excluídos?
(Rimou!)
Caro,
Não. Fiz questão de estar esgotado de viagem para não ser tentado a este masoquismo…
Abraços,
Jorge
Olá Jorge,
Só para esclarecer, o post de September 8th, 2009 at 6:12 am é falso.
Quem fez esse post foi o Argo, do Portal do Criador. Ele é um ateu radical e totalmente insano que ficou extremamente revoltado com o meu blog, “Neo-Ateísmo, Um Delírio”. Sei que ele vai ficar realmente furioso em uns 10 dias, quando publicarei um guia de técnicas de neo-ateus (incluindo “Bule de Chá”, “Monstro Espaguete Voador”), com refutações para todas elas.
E eu jamais ofenderia a outro católico.
Grande abraço,
Luciano Henrique
Já vi que esse argo é capaz de tudo. Não adianta calar minha boca, todos já me conhecem e sabem que estou fazendo uma legítima divulgação de meu blog, http://neoateismodelirio.wordpress.com
Caríssimo Jorge, Laudetur Dominus!
Obviamente este post não é uma errata. Por isso que eu disse que ficou “com cara de mea-culpa“. Tanto ficou que o apostolo também achou,e outros também podem ter essa impressão.
Se o artigo não é uma errata, por que dar a impressão de que seja? Só quis chamar a atenção para esta possibilidade, o que pode evitar este tipo de engano.
Pax et Salutis
Por que o post ficaria com cara de mea culpa? O que o Jorge afirmou no outro que entraria em contradição com este? A meu ver, nada.
Desculpem por me meter, mas penso que os senhores estão diante de um senhor profundamente perturbado, esse Luciano Henrique. Ele está sendo motivo de profunda chacota em todos os meios religiosos, com seus complexos de superioridade e de perseguição.
O que é uma pena, ele parece ser bastante culto, com uma tremenda facilidade argumentativa.
Tentem aconselhá-lo a procurar tratamento. Não podemos perder um católico como ele.
Que a graça de Deus esteja convosco!
O Argo é o neo-ateu mais desequilibrado que já vi em todo o Orkut.
Pior que já passou da idade. O sujeito está perto dos 60 anos e não deveria ter ataques de imaturidade.
Em September 8th, 2009 at 11:48 am, o sujeito de novo cometeu fraude, pois posso provar não ter feito tal post.
O pior é o abaixo:
“Desculpem por me meter, mas penso que os senhores estão diante de um senhor profundamente perturbado, esse Luciano Henrique. Ele está sendo motivo de profunda chacota em todos os meios religiosos, com seus complexos de superioridade e de perseguição.
O que é uma pena, ele parece ser bastante culto, com uma tremenda facilidade argumentativa.
Tentem aconselhá-lo a procurar tratamento. Não podemos perder um católico como ele.
Que a graça de Deus esteja convosco!”
É, o Argo realmente não aprende…
A falta de caráter desse Argo não seria vista jamais em um religioso.
Agora o Argo deve ter entendido pq o discursinho desses ateus não vale absolutamente nada. Com um exemplo desses…
Melhor nem perder tempo com esse cara, é visivelmente uma pessoa perturbada, para dizer o mínimo. Aliás tenho muita pena desse senhor, precisamos rezar por essa alma tão confusa e perdida.
Essa é mais uma prova de que o ateísmo militante pode levar alguém a loucura, claro que não são todos que se comportam assim, mas existe uma minoria significativa que no seu ódio infantil a Deus simplesmente prefere crer cegamente nos seus mestres ateus como Dawkins, Dennett e cia e em suas respectivas falácias, engraçado é que eles chamam os religiosos de fanáticos.