Há uns quatro meses, eu escrevi aqui sobre a ordenação episcopal do bispo de São Gabriel da Cachoeira. Estarrecido diante da cerimônia na qual Dom Edson Damian foi ordenado, eu comentei: “Para afastar os maus espíritos, Sua Excelência parece preferir o Yaigê às orações católicas; para ser coroado no dia de sua sagração, Sua Excelência parece preferir um cocar indígena a uma mitra católica. Parece preferir o paganismo ao Evangelho”.
Temo ter estado certo. Em recente reportagem do Jornal Nacional, Dom Damian foi capaz de fazer a seguinte afirmação: “São os índios que estão vivendo como viviam os primeiros cristãos que tinham tudo em comum, nós é que temos que nos converter a eles”. O vídeo está gravado (tem no link), e foi transmitido em cadeia nacional. Vergonha, escândalo: então um bispo católico tem a capacidade de afirmar publicamente que nós devemos nos converter ao paganismo!
E, então, estas tosquíssimas e estapafúrdias declarações de um Sucessor dos Apóstolos são utilizadas para embasar o resto das baboseiras veiculadas na reportagem. “Deus é a natureza, são as árvores, a própria caça, a própria pescaria”, fala um índio ex-padre. “A ideia de que há almas pagãs vagando na floresta e de que elas precisam ser salvas a qualquer custo já não é mais aceita pela direção da Igreja. […] [O novo bispo] veio disposto a rever o conceito de conversão”.
O conceito de “conversão” não pode ser revisto. Simplesmente não pode significar outra coisa que não o abandono dos erros e a aceitação da Fé Católica, a Fé Verdadeira, sem a qual é impossível agradar a Deus e se salvar. Sim, provavelmente ainda há almas pagãs vagando na floresta e, sim, elas precisam ser salvas, porque foi por elas que Nosso Senhor derramou o Seu Divino Sangue na Cruz do Calvário. Que o mundo não saiba dessas coisas, é compreensível. Agora, que não as saiba um bispo católico, sucessor dos Apóstolos, colocado pela Igreja para tomar conta da porção do povo de Deus a ele confiada, é estarrecedor. O que ele dirá, quando o Justo Juiz for lhe pedir contas das almas que foram deixadas sob os seus cuidados?
“Durante quase um século os ritos romanos da igreja tomaram o lugar dos mitos ancestrais” – é o que diz a reportagem. E é o mais frustrante: então a Cruz de Cristo imperou sobre o paganismo durante quase um século e, hoje, todo o trabalho realizado às custas das vidas de tantos bons e zelosos missionários foi lançado por terra. Acho que já falei aqui sobre o obelisco que tem no centro da Praça de São Pedro, e sobre o motivo que me faz gostar sobremaneira dele. É um símbolo pagão, sem dúvidas, mas faz as vezes de despojos de guerra: foi exorcizado, foi colocado diante da Basílica de São Pedro, no alto dele foi colocada uma cruz com relíquias da Cruz de Nosso Senhor e, na base, foi escrito: vicit Leo de tribu Iuda. Venceu o Leão da Tribo de Judá. Venceu a Cruz de Nosso Senhor. Venceu a Igreja Católica. E o paganismo foi derrotado, e está aos pés da Cruz: é o que diz o obelisco da Praça de São Pedro.
Isso, em Roma. Porque aqui, no Brasil, no interior do Amazonas, o paganismo escarnece da Cruz de Cristo. Sob as bênçãos de um sucessor dos Apóstolos de mitra e cajado, ou de cocar e lança, não o sei. Sei que é tremendamente frustrante. Se, em Roma, a Cruz de Nosso Senhor levanta-se acima do obelisco pagão, aqui, em terras tupiniquins, o cocar pagão ergue-se garboso sobre a cabeça de um bispo da Igreja Católica. Que o Deus Altíssimo tenha misericórdia de todos nós.
Senhores,
Gostaria de pedir que fossem deixado os ad hominem de lado, e se preocupassem em discutir mais as idéias.
Obrigado!
Jorge
Sizenando, já que o senhor diz não ser maçon, não terá problemas em colocar artigos CONTRA ESSA SEITA DIABÓLICA QUE SEMPRE TRAMA CONTRA A SANTA IGREJA CATÓLICA.
ESPERO POR ESSES ARTIGOS.
Jorge, se Deus não é também a criação, a criação é externa a Deus? Se é, Deus não poderia ser perfeito… Acho que você bobeou nessa. De qualquer modo, não quis praticar nenhum tipo de animismo. Quis apenas salientar que os ataques feitos por você à visão do bispo é mesquinha. Você quer panos bordados apenas por tradicionalismo institucional. Aquelas ridículas vestimentas de papas, padres e bispos (e me desculpe, são um show de mau gosto e opulência desnecessária) só servem para a pompa e soberba dos homens membros da igreja, não possuindo qualquer motivação divina…
Para embasar o argumento, cito o seu evangelho:
“Mateus 6:19 – Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam.”
Além disso, sobre minha “exegese sem valor”, afirmar que os apóstolos eram bispos é ridiculamente arbitrário e tendencioso.
Olha o que diz a sua Bíblia:
“Mateus 6:5-8 – Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á. Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força de palavras. Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais.”
Esse trecho vai bem de acordo com a minha visão de um Cristianismo ideal. Sem padres dinheiristas, realmente uma religião de amor. Não que eu queira fazer parte de algo assim, mas seria um progresso enorme para vocês.
Um abraço!
Mallmal,
Sem dúvidas que a Criação é externa a Deus. O teu conceito de “perfeição” – como aliás tu já mostraste quando falavas dos milagres… – é estranho e incompreensível para mim.
A visão de Deus ser “a pescaria” não é do bispo, e sim de um índio ex-padre. E é herética, porque o Deus Criador não se confunde (pelo menos não no catolicismo) com o mundo criado. Afirmar isso não é mesquinharia, e sim zelo pela ortodoxia.
A beleza da Liturgia é adequada ao Deus que é o Belo, como a verdade da Doutrina convém ao Deus que é a Verdade, e a vida moral reta é devida ao Deus que é o Bem. Mau gosto tens tu, porque não tens Deus como referencial.
Reitero que não têm valor algum as tuas exegeses descabidas. O que tu chamas de “ridiculamente arbitrário e tendencioso” é – veja só! – a interpretação da Igreja, intérprete infalível das Escrituras Sagradas. Se, contra Ela, se levanta um ateu, obviamente ninguém em sã consciência vai dar ouvidos ao ateu sem Fé em detrimento da Igreja que Nosso Senhor fundou.
Igualmente, a passagem que condena a ganância (“juntar tesouros”, etc) não tem nada a ver com a beleza da Liturgia. Igualmente, a hipocrisia de rezar em pé para ser visto e louvado não tem nada a ver com o exercício do sacerdócio ministerial. O expediente de distorcer passagens bíblicas não é novo – também Satanás o usou, contra Nosso Senhor no deserto.
Abraços,
Jorge
Caro Mallmall:
Conforme os ensinamentos da Igreja, devemos sim recusar as dignidades e as riquezas pessoais.
Porém, quando um bispo se veste luxuosamente durante a liturgia, não é a pessoa individual, o Fulano de Tal, que está bem vestido. É a pessoa-bispo, é a pessoa-cargo, é a pessoa-função que deve sim estar bem vestida*.
Devemos abrir mão das dignidades pessoais, mas não das dignidades do cargo que recebemos de nossos superiores. Fazer isso seria trair a missão que nos foi confiada.
Por exemplo, eu detesto o Lula. Não ligo a mínima para a maneira como ele se veste em casa. Mas, quando Lula atua como presidente do meu país, faço questão que ele esteja vestido de maneira proporcional à sua alta função.
*Faça uma busca pela internet e verá que muitos papas, e talvez muitos bispos, fazem questão de usar o cilício quando estão pomposamente vestidos, justamente para lembrarem a si próprios da distinção entre a justa homenagem ao cargo e a necessária humildade pessoal.
Francamente, houve uma distorção nas palavras de D. Damian. Ele não fez apologia do paganismo, apenas elogiou um modo de vida comunal. Quanto ao cocar, acho um exagero nas críticas. Me parece que mesmo D. Lefebvre, quando bispo no Senegal, usou vestes com ares de roupas típicas do país, vejam o trecho 055-1:03 deste vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=4eqoAQuDVRs
Ainda não vi nenhuma outra foto de um religioso tradicionista vestido com esse traje de listas horizontais. Em outro trecho do vídeo, ele aparece com o chapéu de cortiça, marca registrada dos caçadores e colonizadores europeus. Peço desculpas de antemão, se estiver enganado.
As críticas dos ateus, especialmente do MalMall, são semelhantes a dos protestantes, é aquele papo de que na Bíblia não estava escrito isso e aquilo e o catolicismo distorceu tudo, cabe perguntar qual autoridade que ele tem para interpretar?
Caro Pedro:
Na reportagem está escrito que D. Damian “veio disposto a rever o conceito de conversão”. Se houve distorção das palavras de D. Damian, não foi o Jorge Ferraz quem a fez.
Quem conhece sabe que essa “revisão de conceitos” é comum nos ambientes infectados pela TL e frequentados por D. Damian.
“As críticas dos ateus, especialmente do MalMall, são semelhantes a dos protestantes, é aquele papo de que na Bíblia não estava escrito isso e aquilo e o catolicismo distorceu tudo, cabe perguntar qual autoridade que ele tem para interpretar?”
É isto aí Rodrigo, eu sempre vi que entre o protestantismo e ao ateísmo existe uma fina e tênue fio que os separa, como sempre digo, protestantes e ateus são todos cabeças de um monstro só.
Que a Paz esteja com vocês!
Jorge,
“A beleza da Liturgia é adequada ao Deus que é o Belo,
como a verdade da Doutrina convém ao Deus que é a
Verdade, e a vida moral reta é devida ao Deus que é o
Bem. Mau gosto tens tu, porque não tens Deus como
referencial.”
Deus é espírito! A beleza desejada por Deus é a beleza
de espírito, é a beleza d´alma, que o homem adquiri com
a prática do Bem, com uma conduta avessa à iniquidade. A verdadeira Liturgia é aquela que se opera na alma, no espírito, e não aquela que se reveste de adornos temporais os quais não são essenciais à construção da verdadeira beleza litúrgica almejada por Deus e testemunhada por Cristo.
Sabe-se que a liturgia da Palavra é uma herança da liturgia sinanogal judaica da Palavra, que serviu de base para a construção da liturgia cristã, a qual encontram-se agregadas as narrativas da atividade de Jesus Cristo – o Evangelho, assim como as atividades dos primeiros apóstolos e comunidades cristãs.
Quais eram os adornos utilizados por Cristo na celebração da última ceia? Por que ele preferiu adentrar em Jerusalém num jumento? Por que Deus preferiu acolher o corpo de seu filho em um ambiente simples e humilde?
É incrível como as narrativas bíblicas do período da atividade pública do Cristo, vida e comportamento, é a antítese da relevância que se dá aos adornos litúrgicos não-essênciais à construção no Espírito de uma alma mais humana e fraterna.
João,
“Porém, quando um bispo se veste luxuosamente durante a liturgia, não é a pessoa individual, o Fulano de Tal, que está bem vestido. É a pessoa-bispo, é a pessoa-cargo, é a pessoa-função que deve sim estar bem vestida*.”
É exatamente nessa Igreja institucional que cada vez menos visualizo a beleza testificada, na simplicidade, na humildade, do Jesus Nazareno, e cada vez mais transparece uma Igreja assemelhada a um poder temporal, que vive a reboque do refulgência daquele que doou sua própria vida para que pudéssemos compreender quais são os verdadeiros tesouros que devemos amealhar e a verdadeira conduta que devemos ter com o próximo.
Dou-lhe um exemplo bem simples. Recentemente foi exibida uma matéria de uma área da região norte do Brasil conhecida por “Cabeça do Cachorro”, no qual a comunidade conta com um padre indígena, totalmente desamparado, onde dos 60 mortos da comunidade, 20 eram crianças de 0-5 anos, bem como a luta solitária de uma médica contra tal realidade. Ao mesmo tempo existem comunidades abastadas que poderiam amparar tais comunidades e que por vezes encontram-se mais preocupadas com ampliações de suas instalações do que tomar conhecimento da realidade das comunidades em dificuldades e auxiliá-las. Para que e a quem serve então essa estrutura institucional?
Paz e Bem.
Senhor Eurípedes,
Deus é espírito, mas acontece que o homem é corpo e alma. Por isso, paralelamente ao culto espiritual, existe o culto físico e visível – como convém à natureza humana. E a beleza precisa resplandecer em ambos.
A Igreja enquanto instituição divina serve a Cristo, e não existe Igreja de Cristo fora d’Esta por Ele instituída. Se cada vez menos o senhor vê n’Ela “a beleza testificada, na simplicidade, na humildade, do Jesus Nazareno”, é porque cada vez menos o senhor é católico e cada vez mais o senhor é herege. Infelizmente, não há surpresa alguma, acompanhando a evolução (ou melhor, a involução) das intervenções do senhor aqui.
Abraços,
Jorge
Caro Eurípedes:
Deus é espírito, mas Jesus Cristo, que é Deus, não é espírito!
Mas se para você o importante é o lado espiritual, por que então a Igreja deveria preocupar-se com a pobreza material daqueles que sofrem? Ela deveria preocupar-se apenas com a pobreza espiritual, não?
É muito louvável ter sentimentos de piedade em relação aos que sofrem. Jesus certamente veio ao mundo por eles, mas Ele não veio para minorar o sofrimento neste mundo. Ele veio para consolar os pobres e mostrar-lhes que seu sofrimento neste mundo será amplamente recompensado no outro.
Para a mentalidade moderna, essa idéia (sofrer neste mundo para ser eternamente feliz no outro) é absurda. Mas isso é a essência do Cristianismo.
A pobreza e a miséria são chocantes. Infelizmente, contudo, essas tragédias têm causas complexas e não é de modo algum certo que a pobreza de uns seja causada pela riqueza de outros.
Se o Vaticano vendesse todo seu patrimônio e se o Papa passasse a morar num apartamento pequeno em Roma, a pobreza do mundo acabaria? Tenho certeza que não. Aliás, tenho certeza que o mundo inteiro ficaria ainda mais pobre.
Penso que D. Damian quis dizer que os índios devem ser chamados a perceber o que já existe de cristão em suas vidas.
Só critica a “pompa” e o “exagero de riqueza” da liturgia quem nunca serviu ao altar — ou, se serviu, fez teatro, não liturgia.
Quem serve ao altar com amor percebe que Deus recebe tudo e todos (e não apenas o pobre): Ele está tanto no cálice dourado quanto no humilde pão sem fermento.
Não existe antítese entre “Igreja rica” e “Igreja pobre”. A Igreja é rica e pobre ao mesmo tempo.
Quem vai a Roma e vê a grandiosidade da Basílica de S. Pedro, mas não consegue enxergar Deus lá, não O enxergaria nem se Ele se encarnasse a um palmo diante do nariz. Essa pessoa quer é encontrar Deus onde acha conveniente, não nas Suas possibilidades de demonstrar Seu amor. Se não for assim, o Espírito não será Aquele “que faz novas todas as coisas” e que “sopra aonde quer”.
É um erro e um sentimentalismo grosso (até anti-evangélico) dizer que a única “realidade” que existe e que cabe à Igreja é a de um pobre isolado no meio do mato. Cristo se encarnou e morreu por todos. Às vezes, aquele rico sentado numa igreja de bairro abastado é aquele que mais precisa da conversão. Às vezes você ou eu, morando em rua de classe média, é quem mais precisa de conversão.
A Igreja tem de agir em todos os lugares e de todas as formas. A Igreja “institucional” — seja lá o que isso for, porque é tudo uma coisa só, não existiriam missionários na selva se não fosse pelo Papa em Roma — pode não fazer muito diferença onde nem há luz elétrica, mas a faz diferença no coração do seu vizinho, que mora em um condomínio fechado de um bairo nobre. Ele também merece conhecer o Evangelho.
Euripedes, você pode lançar o desfio perguntando: “Quais eram os adornos utilizados por Cristo na celebração da última ceia? Por que ele preferiu adentrar em Jerusalém num jumento? Por que Deus preferiu acolher o corpo de seu filho em um ambiente simples e humilde?”
Mas eu posso responder, também perguntando: por que Jesus fez questão de ir à casa de Zaqueu, um homem rico e desprezado por todos por causa da riqueza, e jantar com ele? Por que Nosso Senhor chamou um rico cobrador de impostos para ser Seu apóstolo? Por que Jesus esteve com Nicodemos, fariseu e “príncipe dos judeus”, homem rico e importante, confidenciando-lhe um dos sermões mais importantes do Evangelho segundo João? Por que o “ambiente simples e humilde” que recebeu o corpo de Jesus era, na verdade, um grande sepulcro de um homem rico e cidadão romano, José de Arimatéia?
É fácil “pescar” passagens da Bíblia para dizer o que eu quero, e não o que Deus quer.
Aliás, mais hipócrita seria usarmos a internet, trabalharmos com roupas boas, tomar banho todo dia e só louvar a Deus se virmos a sujeira e a podridão. Deus ficou reservado à porcariada, e as coisas boas e ricas ficaram para nós, na nossa casa, nas nossas festas. O louvor a Deus deve caber sempre, no pobre excluído e na festa rica.
Paz e bem.
um link sobre teologia indígena:
http://www.pime.org.br/mundoemissao/evanincultindia.htm
Caro Pedro:
A sua tentativa é meritória, mas acho que não é bem isso o que D. Damian prega. Chamar os pagãos a perceber o que já existe de cristão em suas vidas é uma estratégia missionária tradicional.
Quando alguém diz que é necessário “revisar o conceito de conversão”, quer na verdade dizer que a conversão ao catolicismo é desnecessária.
Comecei a ler o texto no link que você postou, mas infelizmente tive que parar pois tenho o estômago sensível. :)
Pelo bem da sua alma, afaste-se desse tipo de coisa!
Apesar das aparentes boas intenções, está repleto de heresias. Veja, por exemplo: “Deus é grande demais para ser entendido e expresso por uma só religião…”
Isso é simplesmente a negação do catolicismo. Isso é o supra-sumo do ecumenismo-liquidificador que pretende ver algo de bom em todas as religiões, mas nega que exista uma que seja verdadeira.
Jorge,
“Sem dúvidas que a Criação é externa a Deus.”
Então, devo continuar a presumir que se há “algo externo” a Deus, este não é perfeito…
A não ser, é claro, que se usem artifícios retóricos…
Logicamente não há solução para a sua questão…
Trago, novamente, sua citação em comentário anterior:
“Deus não é as coisas criadas exatamente pelo fato d’Ele ser o Criador. E o efeito não pode ser maior do que a sua causa. Se Deus fosse as coisas criadas, como teria sido possível a própria Criação?”
Se as coisas criadas não são Deus, Deus não era (ou é, tanto faz) perfeito, pois, se o fosse, não poderia criar nada…
“o Deus Criador não se confunde (pelo menos não no catolicismo) com o mundo criado. Afirmar isso não é mesquinharia, e sim zelo pela ortodoxia.”
Estamos discutindo isso há algum tempo. Você só faz repetir isso como papagaio.
Gostaria de uma refutação. Pode ser por email. Garanto que pedirei desculpas públicas se conseguir me convencer. Dentro de SUAS premissas.
“A beleza da Liturgia é adequada ao Deus que é o Belo”
Belo? Beleza = valor monetário? Consigo imaginar muitos adornos, belíssimos, que não sejam feitos de metais nobres…
Tomo a liberdade te citar novamente:
“E, não, Deus também não é a Liturgia nem muito menos os objetos litúrgicos. Ninguém diz isso, Mallmal.”
Então me explique o motivo de tanto apego aos bens materiais, se o seu Deus execrava isso em suas escrituras!
“Mau gosto tens tu, porque não tens Deus como referencial.”
Qual Deus?
“Reitero que não têm valor algum as tuas exegeses descabidas.”
Por quê??? Só porque você o disse? Pfffffff… Cadê as refutações?
Jorge, imagino que estja ocupadíssimo e sem tempo. Você já foi melhor.
“Você é feio, bobo e mal” é coisa que eu esperava em outros sítios…
“a interpretação da Igreja, intérprete infalível das Escrituras Sagradas”
Tá. Quem disse isso, além da própria ICAR? Raciocínio circular é falácia, Jorge. Tenho certeza de que sabe disso.
“O expediente de distorcer passagens bíblicas não é novo – também Satanás o usou, contra Nosso Senhor no deserto.”
De fato. E você e seus comparsas o usam indiscriminadamente, sempre que é conveniente…
Abraços!
João de Barros,
“Devemos abrir mão das dignidades pessoais, mas não das dignidades do cargo que recebemos de nossos superiores.”
Antes você citou a Bíblia para defender seus argumentos. Qual é a justificativa para defender esse?
Imagino que seja apenas a manutenção da instrumentação política, do populismo…
“Faça uma busca pela internet e verá que muitos papas, e talvez muitos bispos, fazem questão de usar o cilício quando estão pomposamente vestidos”
Dentro da ortodoxia católica, tão defendida por aqui, os fins justificam os meios? Cuidado!
Já citei passagens bíblicas onde está claro e evidente que ostentação e soberba estão totalmente fora dos preceitos de Cristo (ele fundou sua igreja, não é?).
Abraço!
Rodrigo,
“As críticas dos ateus, especialmente do MalMall, são semelhantes a dos protestantes…” “…cabe perguntar qual autoridade que ele tem para interpretar?”
E qual VOCÊ tem?
De onde tira a arrogância de se achar melhor que qualquer um?
Católicos são melhores que os outros? Tem mais autoridade?
Papas são melhores que as pessoas “comuns”? CUIDADO!
Padres são melhores que as pessoas “comuns”? CUIDADO!
Jorge [2],
“Deus é espírito, mas acontece que o homem é corpo e alma. Por isso, paralelamente ao culto espiritual, existe o culto físico e visível – como convém à natureza humana. E a beleza precisa resplandecer em ambos.”
Então, dentro da sua doutrina, é mais importante louvar a SEDE do homem por bens materiais do que os ensinamentos do POBRE carpinteiro que criou a sua religião?
Que paradoxo!
A história do camelo, da agulha, do rico e do reino dos céus deve ser só uma parábola, então, a ser livremente interpretada ao bel-prazer dos católicos…
João [2],
“Para a mentalidade moderna, essa idéia (sofrer neste mundo para ser eternamente feliz no outro) é absurda. Mas isso é a essência do Cristianismo.”
Essa idéia é totalmente contrária à do Jorge!
Só vejo padres, bispos e arcebispos comendo do bom e do melhor, dormindo em camas confortáveis, andando em carros novinhos em folha!
Por que não são todos Opus Dei, então?
{Nesse momento quero que todos que estão lendo percebam a labilidade no uso da Bíblia… Quando é interessante, É PALAVRA DE DEUS, quando não é, é “uso igual ao de Satanás, feito por ateus ou evangélicos”…
Só posso rir!}
PedroM,
“Quem vai a Roma e vê a grandiosidade da Basílica de S. Pedro, mas não consegue enxergar Deus lá”
Se eu tivesse a infelicidade de ser católico, preferiria enxergar Deus num amanhecer, entardecer, no oceano, etc.
Não num templo construído por homens para domínio político e econômico de uma cidade…
“Mas eu posso responder, também perguntando: por que Jesus fez questão de ir à casa de Zaqueu, um homem rico e desprezado por todos por causa da riqueza, e jantar com ele?”
(esolhi um exemplo, o resto segue consoante)
Há alguma menção de que Cristo se adornou com OURO E PEDRARIAS para adentrar a casa do referido Zaqueu?
“É fácil “pescar” passagens da Bíblia para dizer o que eu quero, e não o que Deus quer.”
Sim. É isso que vocês fazem o tempo todo. Ressignificação é quase sinônimo de Catolicismo…
““Deus é grande demais para ser entendido e expresso por uma só religião…””
Ué! Então Deus pode ser expresso por uma Religião? (seja ela qual for!)
QUANTA ARROGÂNCIA HUMANA! (dentro de SUAS PREMISSAS!)
Que a Paz esteja com você!
Caro João,
“Deus é espírito, mas Jesus Cristo, que é Deus, não é espírito!”
Jesus Cristo, o Nazareno, e Deus (Javé), o Criador, a quem Jesus carinhosamente chamava de Abba (papai, paizinho) são entes distintos. Jesus sempre se manifestou como sendo o Filho do Homem, o Filho de Deus. Lembremo-nos daquela indagação feita por Jesus: “Quem dizes que sou?” E Pedro respondeu: “Tú és o Messias, o Filho do Deus vivo.”
Pois bem, é exatamente em virtude dessa clara distinção entre si e a relação entre ambos pelo Espírito Santo, é que se constitui a unidade na Trindande, ou seja, o Espírito que move a Deus Pai é o mesmíssimo que move seu Filho, Jesus Cristo, o Verbo encarnado, por isso, são uno pelo Espírito Santo e trino enquanto entes.
Jesus é o Filho amado a quem o Deus vivo outorgou poder divino. E as passagens do Evangelho que bem testificam isso é aquela da transfiguração em Mt(17, 4): “(…)Falava ele ainda, quando veio uma nuvem luminosa e os envolveu. E daquela nuvem fez-se ouvir uma voz que dizia: Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda minha afeição; ouvi-o.”. Noutra, em Jo(3,13-15) “Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o Filho do Homem que está no céu. Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem, para que todo homem que nele crer tenha a vida eterna.”. Em sua agonia na Cruz, Jesus diz: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” Lc(23, 46), ou seja, Jesus confia ao Pai o seu espírito e posterior ressuscitação. Após o episódio da ressucitação, em Mt (28,18-20): “Mas Jesus, aproximando-se, lhes disse: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra.”.
“Mas se para você o importante é o lado espiritual, por que então a Igreja deveria preocupar-se com a pobreza material daqueles que sofrem? Ela deveria preocupar-se apenas com a pobreza espiritual, não?”
A maior pobreza é aquela em que tendo-se o conhecimento da Palavra de Deus, não a põe em prática. Trago à Luz o Evangelho de Lc(10, 30-37):
“Jesus então contou: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram; e depois de o terem maltratado com muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o meio morto. Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante. Igualmente um levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante. Mas um samaritano que viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de compaixão. Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; colocou-o sobre a sua própria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: Trata dele e, quanto gastares a mais, na volta to pagarei.”
Interessante esse ensinamento de Jesus porque foi justamente aquele que estava fora da sinagoga (igreja onde era proclamado o verbo de Deus), o Samaritano, quem cumpriu efetivamente a Palavra de Deus. E Jesus conclui: “Vá e faze tu o mesmo”.
Quem foi o próximo do Cristo, logo após a Sua morte no alto da Cruz? Não foi José de Arimatéia, que vendo o sofrimento da Mãe, Maria, ao pé da Cruz, cedeu um sepulcro vazio, na gratuidade, para sepultá-Lo.
Naquele instante, o Arimatéia foi o samaritano, pôs em prática a Palavra de Deus, cumpriu o verbo de Deus, foi verdadeiramente Filho de Davi, um verdadeiro Filho de Deus, um verdadeiro Cristão. Portanto a questão não é ser rico ou podre, a questão é deixar-se impregnar e mover pelo Amor de Deus. É isso que devemos perseguir, é esse o nosso desafio.
Qual comunidade cristã será o próximo daquela pequenina comunidade cristã, onde crianças indígenas 0-5 anos morrem por desnutrição e diarréia, por falta de medicamentos, por falta de auxílio?
“É muito louvável ter sentimentos de piedade em relação aos que sofrem. Jesus certamente veio ao mundo por eles, mas Ele não veio para minorar o sofrimento neste mundo.”
Jesus veio para dar Vida, mostrando-nos com sua vida e comportamento, a Plenitude da Palava de Deus; e quanto ao sofrimento, assim como José de Arimatéia colocando-se a serviço do próximo, minorou a dor e o sofrimento de Maria, nossa Mãe, Jesus Cristo, o Nazareno, minorou o sofrimento do paralítico, do cego, do leproso, entre outros, como também consolou àqueles que eram aplacados pela iniquidade.
“Para a mentalidade moderna, essa idéia (sofrer neste mundo para ser eternamente feliz no outro) é absurda. Mas isso é a essência do Cristianismo.”
Caro João, A essência do Cristianismo é o Amor, é amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a ti mesmo. O sofrimento, a iniquidade, a indiferença crescem na medida em que o Amor é diminuido, por isso Jesus: “E por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mateus 24,12). Será que não é isso o que está a ocorrer com comunidades cristãs pequeninas, como a do pároco indígena, lá na longínqua “Cabeça do Cachorro”?
Jesus disse: “Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino do Céu. Só entrará aquele que põe em prática a vontade do meu Pai, que está no céu.
Naquele dia muitos me dirão: ‘Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos? Não foi em teu nome que expulsamos demônios? E não foi em teu nome que fizemos tantos milagres?’ Então, eu vou declarar a eles: Jamais conheci vocês. Afastem-se de mim, malfeitores! Portanto, quem ouve essas minhas palavras e as põe em prática, é como o homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha”.
“Se o Vaticano vendesse todo seu patrimônio e se o Papa passasse a morar num apartamento pequeno em Roma, a pobreza do mundo acabaria? Tenho certeza que não. Aliás, tenho certeza que o mundo inteiro ficaria ainda mais pobre.”
Entre os doze que acompanhavam, uns já eram pobres, outros largaram tudo e o seguiram, e assim se mantiveram, nem por isso tornaram-se infelizes, nem por isso deixaram de perseverar no anúncio e vivência da Palavra de Deus; havia uma bolsa comum, tudo o que possuíam era partilhado entre si, e assim, vivendo e aprendendo, amealharam um tesouro que nenhum bem material é capaz de comprar. Portanto, o fundamental não está nos adornos temporais, mas no Verbo que é posto em prática.
Jesus Cristo, o Nazareno, não acabou nem com o sofrimento (não obstante as muitas curas do corpo e da alma), nem com a fome (a multiplicação dos pães e peixes); contudo para todos aqueles que foram objeto de sua ação, o Cristo foi Vida, Caminho e Verdade.
Assista ao video abaixo sobre a situação das crianças indígenas da Cabeça do Cachorro.
Clique aqui e assista à matéria.
Paz e Bem.
Caro Eurípedes:
Sim, os dozes apóstolos tudo largaram para seguir a Jesus. Era a vocação deles.
Mas a Bíblia nos diz também que José de Arimatéia era amigo de Jesus e era rico.
A Bíblia nos diz que, em casa de Lázaro, Judas Iscariote queria vender o perfurme que Marta aplicava em Jesus para dar o dinheiro aos pobres. Jesus o impediu dizendo “Pobres sempre os tereis entre vós”. Que reacionário era Jesus!
Do ponto de vista cristão, não tenho dúvidas que o pobre voluntário é superior ao rico. Assim como não tenho dúvidas que o estado celibatário é superior ao casado. Mas, assim como nem todos são chamados a serem celibatórios, nem todos são chamados a serem pobres por opção.
Aliás, é uma questão de lógica. Se a pobreza fosse uma situação desejável para todos, por que se dar ao trabalho de melhorar a vida dos pobres? Mais valeria então deixa-los na pobreza…
Você também deve evitar confundir a riqueza da Igreja, um mito, com a riqueza pessoal do clero. Bento XVI é um papa que faz questão de manter a dignidade do cargo. Ele é pessoalmente rico? Ele usa a suposta riqueza da Igreja para seu serviço pessoal?
Mallmall, ou você continua ilógico, ou continua de má-fé. Onde eu disse que enxergar Deus na riqueza do templo implica em não enxergar Deus em todas as outras coisas? Como você erra em algo tão básico?!
Aliás, acho que foi má-fé mesmo, porque me respondeu “ignorando” minha conclusão: “O louvor a Deus deve caber sempre, no pobre excluído e na festa rica.”
Coloquei as duas juntas para mostrar que você ressignifica as coisas invariavelmente, se for contra o Catolicismo. Tu quoque feio, o seu.
A Bíblia diz que Cristo viveu como mendigo e mandou todo mundo fazer o mesmo? Que não tinha nenhuma posição social? Mas ele pregava nas sinagogas, então mendigo não era…
Você age muito de má-fé, Mallmal. Critica os católicos (e cristãos em geral) de interpretar a Bíblia literalmente, mas você faz o mesmo se for para atacá-los.
Se você lesse a Bíblia direito, e não para atacar os católicos, veria que ela não diz “use ouro”, “não use ouro”, “seja pobre”. Não define que devemos ter esta ou aquela posição social, este ou aquele tipo de tecido, pregar esta ou aquela ideologia política. Os mandamentos (do AT e do NT) estão lá para você conferir.
Em relação às coisas materiais, Cristo prega o desapego, não a pobreza ou a riqueza. É óbvio que é mais fácil ser desapegado pobre do que rico. Mas não significa que a riqueza em si seja má.
Isso condiz exatamente com o que disse antes. Além de ressignificar a Bíblia, você ressignifica o que eu e outros escrevemos.
Caro Eurípedes:
Não sei quem são os próximos daqueles indiozinhos que sofrem lá em São Gabriel. Infelizmente, eles não serão os primeiros nem os últimos a sofrer em desamparo. É a condição humana neste vale de lágrimas.
Mas você acha que se o papa vendesse o Vaticano a pobreza no mundo acabaria? Você acha que se as Igrejas barrocas de Minas e Bahia vendessem o seu ouro a pobreza seria erradicada do Brasil?
Como você bem disse em sua mensagem, os tesouros espirituais são muito superiores aos materiais. Logo, uma Igreja que se preocupe primordialmente em erradicar a miséria, ainda que seja um objetivo humanamente louvável, corre o risco de construir um tesouro na Terra mas esquecer-se do fim último do Homem.
Caro Mallmall:
1) A humildade e a pobreza são virtudes cristãs. Portanto, na nossa vida particular devemos ser humildes e pobres. No entanto, os cargos profissionais que ocupamos não nos pertencem. Pertencem a quem neles nos investiu. Portanto, um juiz do STF, por exemplo, no exercício de suas funções, deve vestir-se proporcionalmente ao cargo em que foi investido já que o cargo não é dele e sim da res-pública. Isso não é tão difícil assim de entender. Não vejo motivos para grandes dificuldades.
2) Não entendi o que você perguntou sobre o cilício, os fins e os meios. Os fins justificam os meios? Às vezes sim, às vezes não. Qual é a dúvida?
3) Também não entendi o que você quis dizer sobre a discordância do Jorge Ferraz. Nem sobre o Opus Dei. Quanto aos carros “novinhos”, a imensa maioria dos padres tem padrão de vida de classe média baixa. Nenhum dos padres que conheço come do bom e do melhor. Quando andam de carro “novinho”, se é que andam, é sempre de um modelo popular.
4)Nenhuma religião, nem mesmo a católica, jamais será capaz de compreender totalmente a Deus. Isso é fato.
Mas não é isso que a frase citada (“Deus é grande demais para ser entendido e expresso por uma só religião”) expressa.
É óbvio que o sentido da frase acima é o de que as religiões existentes, se misturadas, poderão então compreender a Deus. É uma apologia ao sincretismo e é simplesmente anti-católica.
5) Organize melhor seu pensamento antes de escrever e separe-o por categorias. Pois está realmente difícil compreender o que você escreve.
“3) Também não entendi o que você quis dizer sobre a discordância do Jorge Ferraz. Nem sobre o Opus Dei. Quanto aos carros “novinhos”, a imensa maioria dos padres tem padrão de vida de classe média baixa. Nenhum dos padres que conheço come do bom e do melhor. Quando andam de carro “novinho”, se é que andam, é sempre de um modelo popular.”
Verdade, não podemos tomar o Fabio de Melo como referência.
Que a Paz esteja com você!
Caro irmão PedroM,
“Mas eu posso responder, também perguntando: por que Jesus fez questão de ir à casa de Zaqueu, um homem rico e desprezado por todos por causa da riqueza, e jantar com ele? Por que Nosso Senhor chamou um rico cobrador de impostos para ser Seu apóstolo? Por que Jesus esteve com Nicodemos, fariseu e “príncipe dos judeus”, homem rico e importante, confidenciando-lhe um dos sermões mais importantes do Evangelho segundo João?”
É o próprio Cristo quem nos responde: “Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima, e disse: Desça depressa, Zaqueu, porque hoje preciso ficar em sua casa. Ele desceu rapidamente, e recebeu Jesus com alegria. Vendo isso, todos começaram a criticar, dizendo: Ele foi se hospedar na casa de um pecador! Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor: A metade dos meus bens, Senhor, eu dou aos pobres; e, se roubei alguém, vou devolver quatro vezes mais.”, Lc (19,5-8).
Jesus, o Nazareno, colocou-se no meio deles justamente para mostrar a TODOS e, de modo particular aos discípulos, (i) que Ele veio para TODOS que dele necessita, sejam ricos ou pobres, de boa ou má fama (ii) que devemos nos atentar no que colocamos o nosso coração, pois a Essência não está no ouro, na prata, no bronze ou em pedras preciosas, que adornam corpos, liturgias ou Templos, mas sim naquilo que é essencial à liturgia da alma – Zaqueu tinha tudo e não era feliz. (iii) que quem os retém perde a sua Vida, mas quem se move pelo Espírito e coloca o que tem a serviço daqueles que perdem as suas vidas corpóreas, por não terem suficiente, resgatarão suas almas e alegrar-se-ão com isso.
E Jesus, o Nazareno concluiu, Lc (19, 9-10): “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. De fato, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.”
“Por que o “ambiente simples e humilde” que recebeu o corpo de Jesus era, na verdade, um grande sepulcro de um homem rico e cidadão romano, José de Arimatéia?”
Não é preciso dizer mais nada após o que foi dito pelo próprio Jesus, o Nazareno, e quanto a José de Arimatéia, não obstante já estar esclarecido na pessoa de Zaqueu, fiz comentário em post imediatamente anterior, mas em verdade te digo meu irmão: Yeshua, o Filho amado de Deus (Javé), foi concebido no ceio de uma família simples e humilde, nasceu em um ambiente simples e humilde, adentrou em Jerusalém montado num jumento, animal simples e humilde para sua honra e glória, celebrou a última ceia de modo simples e humilde, e assim foi até a sua morte e ressureição. Portanto quem se envergonhar da condição de simples e humilde, se envergonhará do próprio Jesus, o Filho amado de Deus, o Cristo.
Paz e Bem.
Mallmal,
Insisto: teu conceito de “perfeição” é exótico. Mostre-me por qual misterioso processo dedutivo chega-se à conclusão de que Deus não é perfeito considerando-se o fato (auto-evidente, axiomático) de que as coisas criadas são distintas do Criador delas.
Por que não?
Mallmal, para existir uma refutação, é necessário haver um argumento. Desde quando “se há ‘algo externo’ a Deus, este não é perfeito” é um argumento? De onde foi retirada esta premissa escabrosa?
E tais existem e são utilizados. Mas a Beleza inclui materiais nobres, que são também adequados ao culto do Deus que é Belo. Aliás, Mallmal, o valor do material é via de regra decorrente da beleza dele, e não o contrário.
Não, não execrava. Quando eu falo que a tua exegese malassombrada não tem valor, tu bates o pé e pedes “refutações”. Que refutações são possíveis? O JB já escreveu muito bem a diferença entre a riqueza própria e a riqueza inerente à função que se exerce. Respondesses com um convenientíssimo silêncio sepulcral, quebrado por um cri-cri acusatório vazio de “instrumenta[li]ção política” e “populismo”. O que posso mais fazer?
Nas minhas Escrituras, o culto ao meu Deus era feito com altar de ouro (Êxodo 39,38), candelabro de ouro (Levítico 24,4), taças de ouro (Números 7,84). Nas minhas Escrituras, o templo levantado ao meu Deus era todo de ouro (I Reis 6,22). É por isso, Mallmal, que as palhaçadas que tu fazes com as Escrituras Sagradas não têm valor. Não as conheces, daquilo que conheces ignoras o que não convém e pinças o que convém para defender a bobagem que estiveres disposto a defender, e usas a interpretação que melhor convir à tua tese no momento, mesmo sabendo (porque já foi mil vezes explicado) que, para os católicos, tem valor a interpretação que a Igreja diz que é correta, e nenhuma outra. Espantalho ridículo de uma desonestidade intelectual gritante é a tua recente tentativa de lançar os católicos contra as Escrituras Sagradas, sem perceber que, na verdade, o dilema aqui por ti trazido pode resumir-se a “católicos vs. a interpretação Mallmaliana das Escrituras Sagradas”. E nenhum católico está obrigado a seguir a interpretação Mallmaliana, até porque nem mesmo séria ela é: é motivada por um desejo de contrariar e ridicularizar o Cristianismo, simplesmente.
As Escrituras Sagradas dizem isso.
“Todavia, se eu tardar, quero que saibas como deves portar-te na casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade” (1Tm 3, 15).
Falácia são os teus espantalhos, Mallmal. Falácia é pressupôr que os católicos acreditam na interpretação Mallmaliana da Bíblia e, depois, reclamar porque eles não acreditam.
Que tal atacar os católicos com base naquilo em que eles acreditam, e não com base no que eles não acreditam?
Idem, idem, idem. O “pobre carpinteiro” jamais se posicionou contra a riqueza do culto a Deus.
Idem, idem, idem. O apego à riqueza não tem nada a ver com oferecer o melhor a Deus.
Não, não é.
Abraços,
Jorge
Caros,
Só para constar, a sentença “Jesus Cristo, o Nazareno, e Deus (…), o Criador, (…) são entes distintos” tem, no mínimo, um fortíssimo sabor de heresia.
O Pai, o Filho e o Espírito Santo têm a mesma substância. Diferem somente nas Pessoas. Não estou certo de que “Pessoa” é conceito intercambiável com “Ente”, e estou ainda menos certo de que o Eurípedes seja ortodoxo nesta questão.
Abraços,
Jorge
“Nas minhas Escrituras, o culto ao meu Deus era feito com altar de ouro (Êxodo 39,38), candelabro de ouro (Levítico 24,4), taças de ouro (Números 7,84). Nas minhas Escrituras, o templo levantado ao meu Deus era todo de ouro (I Reis 6,22).”
Tudo do Antigo Testamento? Engraçado. Quando convem a voces, voces dizem que Jesus veio e revogou a lei antiga. Quando não convem, a lei antiga vale. Impressionamente, o descaramento (aposto que voces dizem todas essas coisas sem corar) dos cristãos.
Josafá,
Que parte de “os católicos acreditam na interpretação das Escrituras Sagradas dada pela Igreja” tu ainda não entendeste?
Outrossim, Nosso Senhor nunca disse uma única palavra, em todo o Evangelho, contra a riqueza do Templo em si.
E a Última Ceia foi celebrada em “uma grande sala mobiliada” (Lc XXII, 12), e não em uma choupana.
Att.,
Jorge Ferraz
Caro Eurípedes:
Você diz que a essência da liturgia não está nos adornos externos. Você está corretíssimo e eu concordo inteiramente.
Como você sabe, nós humanos somos seres feitos de espírito e de matéria. É evidente que o espírito está acima da matéria. Mas é igualmente evidente que nosso espírito e nossa matéria são mutuamente influenciados um pelo outro já que os sinais materiais penetram através dos sentidos e acabam inclinando nosso espírito numa ou noutra direção.
Por exemplo, você prefere orar num ambiente tranquilo ou num ambiente barulhento?
Como o espírito está acima da matéria, tenho certeza que é possível que existam pessoas que consigam elevar-se até Deus, mesmo quando ao redor delas haja uma balbúrdia enorme.
Mas não é esse o caso da imensa maioria das pessoas.
A imensa maioria das pessoas, para conseguir elevar seu espírito, precisa de um ambiente favorável, recolhido e digno. Daí a importância da solenidade litúrgica.
Observe que São Francisco de Assis, que certamente amava a pobreza, jamais criticou a Igreja pela solenidade litúrgica ou pelo uso de materiais nobres nos serviços divinos.
Volto a perguntar-lhe: Se Jesus aparecesse em sua casa hoje e tivesse sede, você Lhe ofereceria água num copo de plástico ou no melhor copo de sua cristaleira?