Algumas pessoas sabem o que é homeschooling; algumas pessoas adoram a idéia e, outras, detestam-na. Já houve, cá no Deus lo Vult!, duas discussões acirradas sobre o assunto (Homeschooling e Homeschooling II), ensejadas por dois textos do meu caríssimo amigo Erickson que nunca mais deu o ar de sua graça por aqui. Mas recordar é viver.
Principalmente porque existem dois Projetos de Lei em tramitação na Câmara dos Deputados que tencionam legalizar expressamente a prática no Brasil. Trata-se do PL 3518/2008 (e do PL 4122/2008, apensado). Disso, algumas pessoas também sabiam.
O que nem todas as pessoas sabiam é que vai haver amanhã, dia 15 de outubro, uma Audiência Pública na Câmara para discutir o tema. Está na pauta da Comissão de Educação e Cultura. Ocorrerá às 10hs, em local ainda a definir.
A educação no Brasil é muito ruim e imagino que repetir isso seja chover no molhado. Não apenas “ruim” no sentido de possuir baixa qualidade – isso também -, mas no sentido de incutir anti-valores nos alunos e proceder a uma verdadeira deformação intelectual e moral, em uma idade onde os efeitos deletérios de tal práxis podem ser devastadores. O Olavo de Carvalho já falou no estupro intelectual da infância; não é exagero.
Mas, além disso, a boa Doutrina Católica ensina que “[o] direito e o dever da educação são primordiais e inalienáveis para os pais” (CIC 2221). E o Compêndio de Doutrina Social: é necessário que “a ação política e legislativa salvaguarde os valores da família, desde a promoção da intimidade e da convivência familiar, até ao respeito da vida nascente, à efetiva liberdade de opção na educação dos filhos” (Compêndio DSI, 252, grifos meus). Os pais, portanto, não podem ser proibidos de educar os próprios filhos, nem pode ser imposta a eles uma educação estatal com a qual eles não concordem. Por isso, é importante que o supracitado projeto de lei seja aprovado.
Quem puder comparecer à audiência pública de amanhã, que o faça. Quem puder divulgá-la, que o faça também. E rezemos para que seja reconhecido às famílias o direito inalienável que elas têm na educação de sua prole.
Caríssimo Jorge, Laudetur Dominus!
Com certeza é um grande passo! O homeschooling é uma ótima opção a este sistema de ensino imbecilizante que temos hoje no Brasil.
Mas notei que o PL não regulamenta qual será a comprovação junto a entidades de ensino médio ou superior, como às empresas em que se pretenda trabalhar depois de ter recebido educação em casa, do sucesso obtido na educação a domicílio. O governo dará diploma a quem estudou em casa? Ou será a escola base que dará?
Pois a impossibilidade de se ter um comprovação de que o ensino domiciliar foi bem sucedido tornaria a permnissão de que ele fosse realizado inútil.
Pax et Salutis
Captare, a Paz de Cristo!
Respondendo a tua pergunta, creio que a entidade responsável por comprovar o sucesso do ensino domiciliar seria a mesma entidade responsável pela avaliação… O projeto se refere a uma entidade educacional avaliadora, que acredito poderia ser uma escola próxima à casa do estudante, ora, quem avalia deve dar um resultado…
Mesmo que não exista a possibilidade que citei, aqui no Brasil o ensino de nível fundamental e médio não carece de “comprovação”. Basta o interessado declarar que possui os conhecimentos, e realizar uma prova (e bem xexelenta, se me permite o termo), que o diploma é concedido rapidinho… Por isso é que você vê por aí vários cursos supletivos prometendo “primeiro e segundo grau em seis meses”…
Perdão. Não me despedi.
Que Deus abençoe a todos.
Jones.
Ouvi dizer que uma bem-sucedida iniciativa de homeschooling no Brasil é uma cooperativa de ensino organizada pelos próprios pais de aluno, se não me engano em Vinhedo-SP. Não sei mais nada além disso, apesar da cidade ficar aqui perto de casa.
Caro Jones, Laudetur Dominus!
Obrigado pelo esclarecimento. Eu realmente não sabia dessa prova que pode ser feita.
Deus abençoe a ti também!
Pax et Salutis