Sobre espiritismo e catolicismo

Quero prestar a minha homenagem ao centenário do nascimento de Chico Xavier, transcrevendo algumas páginas de uma obra fundamental sobre o assunto: “Espiritismo – orientação para os católicos”, do frei Boaventura Kloppenburg. O texto é grande (quem tiver interesse, clique em “Leia o resto deste artigo”, abaixo, para lê-lo na íntegra), mas é muito rico de conteúdo.

Gostaria de transcrever, antes de tudo, algumas linhas que o bom franciscano coloca no prefácio da supracitada obra:

Não sou novato em matéria de espiritismo. Na década de 50 publiquei sobre a matéria livros, cadernos, folhetos e artigos sem conta. Era antes do Concílio Vaticano II (1962-1965), quando defendíamos nossa fé cristã e nossa Santa Igreja contra os ataques de seus adversários. E entre eles estava evidentemente o espiritismo. Era a apologética. Meus escritos, então, estavam sem dúvida marcados pelo ânimo de defesa da fé, para a orientação dos católicos. De um dos meus folhetos (“Por que o católico não pode ser espírita”) chegamos atirar, em sucessivas edições de cem ou duzentos mil exemplares, mais de um milhão de cópias.

Veio então o Concílio com seu apelo ecumênico para o diálogo e a união. Dizia-se que o Vaticano II acabara de vez com a apologética. Em conseqüência e obediente, afastei-me da liça. Meus livros sobre a matéria não foram mais publicados. Os espíritas respiraram então à vontade. Mas, de fato, depois não houve nem diálogo nem muito menos união.

É por este motivo que julgo importante rasgar o véu do silêncio pernicioso, e do tácito pacto de “não-agressão” que, em última instância, é hipócrita. O espiritismo é uma falsa doutrina. Espiritismo e Catolicismo são mutuamente excludentes. Ninguém pode ser, ao mesmo tempo, católico e espírita.

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E, sobre o mesmo assunto, vale a pena ler também

1. ‘Chico Xavier exalava amor’, diz padre de Uberaba.

P.S.: (04-jun-2010): Resposta do padre de Uberaba à falsa matéria de G1.

2. As fraudes de Chico Xavier.

* * *

4. ANÁLISE PSICOLÓGICA DE UMA MENSAGEM PSICOGRAFADA

Figuremos um fenômeno autêntico de psicografia, sem fraude nem simulação. Façamos mesmo a melhor suposição, do ponto de vista espírita: um médium, residente no Rio, sente repentinamente impulso estranho e involuntário na mão, pega de um lápis, coloca a mão e o lápis sobre uma folha de papel, a mão escreve nervosamente, sem que o médium tenha a menor idéia (é “médium mecânico”, segundo a terminologia de Kardec), e eis que aparece a seguinte mensagem: “Papai está doente. Alice”. – Mas o pai do médium mora em São Paulo e o médium ainda ontem recebera uma carta de casa informando que lá todos vão bem. “Alice” seria o nome do espírito “guia”. Imediatamente nosso médium pede uma ligação telefônica para São Paulo e de lá vem a informação clara e inegável: “Papai está doente”.

Eis o fenômeno. Kardec e seus seguidores o terão certamente como um bom e raro fenômeno espírita. Digo “raro” porque a grande maioria das mensagens psicografadas não traz nenhuma surpresa na mensagem; e também porque, segundo Kardec, os médiuns mecânicos são raros.

Tentemos agora uma serena análise psicológica deste fenômeno, de acordo com os conhecimentos de hoje. O fenômeno, como se vê, não é simples, mas complexo. Analisando-o e decompondo-o em suas partes constitutivas, teremos quatro elementos:

1. O movimento impulsivo e involuntário da mão do médium com o lápis;
2. a escrita inconsciente, mas inteligente, produzindo uma mensagem;
3. a mensagem surpreendente, com um conteúdo que o médium não podia conhecer;
4. o nome estranho que assina o recado.

Ora, não é difícil demonstrar, à luz dos atuais conhecimentos, que cada Um destes quatro elementos constitutivos está perfeitamente dentro do âmbito das potências e faculdades naturais da alma humana, sem precisar, para sua realização, do concurso de espíritos ou almas desencarnadas. Logo, também o seu conjunto, ou a conjunção dos quatro elementos num só fenômeno complexo, é natural ou, como diriam os espíritas, é “anímico” (segundo a terminologia não muito feliz de Aksakof e Bozzano). Para fazer esta demonstração basta recordar resumidamente o seguinte:

1. A lei da motoricidade específica das imagens é capaz de desencadear movimentos musculares bastante complexos, independentes da vontade e da consciência. Estes movimentos impulsivos e repentinos podem irromper espontaneamente do psiquismo humano. Os espíritas ainda não se conformaram com a idéia do subconsciente no homem. Compreende-se esta atitude reacionária em vista de suas convicções formuladas há mais de um século, quando as descobertas de F. H. W. Myers, W. James, P. Janet, Charcot, Freud, Bleuler, Adler, Jung e outros ainda estavam numa fase totalmente embrionária. Mas como eles constantemente fazem praça de marcar passo com a ciência, está na hora, também para eles, de começar a falar de modo diferente. Já não estamos no orgulhoso século XIX. Ora, estes automatismos explicam cabalmente não apenas o movimento impulsivo e involuntário da mão do médium com o lápis (primeiro elemento), mas também a escrita inconsciente e inteligente, produzindo uma mensagem (segundo elemento). A psiquiatria conhece muito bem o fenômeno da escrita automática de certos dementes, que são capazes de produzir cadernos de mensagens “para salvar o mundo”. Ninguém dirá hoje que eles são movidos por espíritos do além. Falando de um caso semelhante, dizia Richet: “Parece-me sempre mais simples admitir que a bela inteligência de Sardou fez um trabalho inconsciente do que supor que a alma de Mozart veio animar os músculos de Victorien Sardou” (Tratado de metapsíquica, vol. I, p. 82). E não nos esqueçamos deste outro princípio formulado pelo mesmo autor na p. 78: “O inconsciente é capaz de fazer tudo o que o consciente pode fazer”.

2. As experiências (pelo método quantitativo) da escola de Rhine provam a realidade da percepção extra-sensorial no homem. Verificou-se também que esta percepção independe das leis comuns do espaço, isto é: a distância (Rio-São Paulo) não modifica nem afeta a natureza da percepção psigama. Sabe-se ainda que a percepção é mais fácil e mais segura quando incide sobre um objeto carregado de valores existenciais, com ressonância afetiva ( doença do pai, ou morte de uma pessoa, desastre etc.). Assim também o terceiro elemento (a mensagem surpreendente, com um conteúdo que não se podia obter pelas vias normais e conhecidas) recebe hoje sua perfeita explicação natural.

3. A lei da personificação: todo estado de consciência tende para uma forma pessoal. Assim, quando um conteúdo inconsciente surge à consciência ou se exterioriza mediante movimentos automáticos, ele tem a tendência de apresentar-se em forma pessoal. Como o “eu” consciente e normal não se reconhece como autor nem dos movimentos, nem da mensagem, forma-se uma nova síntese mental, com um “eu” próprio, que se responsabiliza por estes estranhos efeitos, tomado mesmo um nome próprio, diferente do nome pelo qual se conhece o “eu” normal e comum. É bastante freqüente, em certos doentes mentais, esta aparição de nova personalidade ou como se diz, o desdobramento da personalidade. O novo “eu, pode até coexistir como o “eu” normal. Tudo isso é natural (“anímico”) e nada tem a ver com espíritos. O “eu” consciente, tomado ou surpreendido por aquele outro “eu”, sente que os movimentos e a mensagem não são “dele”, mas do “outro”, e nega firmemente sua autoria. O “outro” toma então um nome condicionado por suas convicções mais profundas: será um “espírito'” um “guia”, um “caboclo”, um “preto velho”, um “santo” ou o “demônio”, conforme suas crenças. No caso era “Alice”, porque o médium era espírita; se fosse umbandista poderia ser “pai João”. E assim se explica o quarto elemento (o nome estranho que assina o recado).

Objetarão que esta explicação é complicada e a espírita é simples. Respondo: o fenômeno também é complexo e a simplicidade de uma explicação nunca foi critério de verdade. O fenômeno simples, com um só elemento, terá explicação simples; o fenômeno composto, com muitos elementos, terá que ser decomposto e ser explicado por partes. Em ciência é assim.

5. A PSICOGRAFIA DE CHICO XAVIER

O Sr. Francisco de Paula Cândido, mais conhecido como Francisco Cândido Xavier, ou simplesmente Chico Xavier, é nosso médium mais conhecido e idolatrado. Nasceu em Pedro Leopoldo, MG, em 1910. Dizem que não fez mais que o curso primário. De família católica, entrou em contato com o espiritismo em 1927. Desde 1959 vive em Uberaba. Leva uma vida simples, com muita dedicação aos que sofrem e de intensa atividade psicográfica. Seus livros psicografados já passam de 250 e são amplamente difundidos, principalmente pela Federação Espírita Brasileira, fato que, por si só, comprova sua fidelidade à doutrina codificada por AK [Allan Kardec]. Afirma-se que já tem mais de quinze milhões de exemplares vendidos. Não há outro autor que se compare. Em 1982 seu nome foi sugerido para Prêmio Nobel da Paz, com o endosso, segundo dizem, de mais de dez milhões de simpatizantes.

No prefácio de sua primeira obra psicografada, Parnaso de Além-Túmulo, o próprio Chico se apresenta como um moço com “o mais pronunciado pendor para a literatura”, com “a melhor boa vontade para o estudo”, que em casa “estudou o que pôde”. O Jornal das moças de 1931 publicava sonetos seus. Um amigo de Belo Horizonte, que o conheceu naqueles anos, deu-me estas informações:

– “Conheci o Francisco Xavier em 1933. Nessa época ele ainda trabalhava numa pequena casa de comércio, em Pedro Leopoldo. Na ocasião, em julho de 33, salvo engano, ele me deu para ler Um álbum de poesias dele. Eram poemas, sonetos, quase todos melhores do que a imitação de Guerra Junqueiro que publicou no Parnaso de além túmulo. Foi por intermédio de Francisco Xavier que conheci Augusto dos Anjos. Ele declamava grande parte do Eu. Lera tanto Augusto dos Anjos que o sabia de cor. Ainda me lembro muito de ouvi-lo declamar com entusiasmo o ‘Árvore da serra’. Em 1933 ele estava encantado com Augusto dos Anjos. Já por essa época ele lia o espanhol e o francês: assim me disse várias vezes. Conhecia bem a literatura brasileira e lia muito. Nós nos correspondíamos em fins de 1933 e 1934, e é pena que não tenha guardado as cartas dele, da época. Nelas, o tema era literatura e poder-se-ia ver bem que ele não era quase analfabeto, com apenas a instrução primária, conforme afirma no prefácio no Parnaso. É o que lhe posso informar por conhecimento próprio. Ainda devo acrescentar que lá por 1941 ou 42 visitei, com alunos do Seminário, a Fazenda do Estado, em Pedro Leopoldo, onde me encontrei com ele. Conversamos sobre santa Teresa e são João da Cruz. Eu acabara de ler as obras de santa Teresa e ele conhecia bem não só santa Teresa, mas também são João da Cruz”.

A propaganda espírita exalta a perfeição dos vários estilos na obra mediúnica de Chico Xavier. Dizem que Olavo Bilac, Humberto de Campos e outros mestres da nossa literatura reapareceram através do lápis de Chico Xavier em sua antiga perfeição. E propagam que até um Agripino Grieco reconheceu o inconfundível estilo de Humberto de Campos. Mas o que na realidade encontro nas declarações de Agripino Grieco é um pouco diferente. Diz ele, tex-tualmente, ao Diário da Noite, de São Paulo, de 26-6-1944 (no tempo do famoso processo que a família de Humberto de Campos moveu contra a Federação Espírita):

– “A Humberto de Campos, entretanto, penso que já bastariam os livros por ele escritos ainda em vida, para que sua glória se tornasse imperecível. Os livros póstumos ou pretensamente póstumos nada lhe acrescentam à glória, sendo mesmo bastante inferiores aos escritos em vida. Interessante: de todos os livros que conheço como sendo psicografados, escritos por intermédio da mão ligeira de um médium, nenhum se equipara aos produzidos quando era o escritor que fazia a pena deslizar sobre o papel. O mesmo sucede com as obras do espírito de Vítor Hugo, ‘apanhadas’ aqui no Brasil e em português. Parecem-me todas de um Vítor Hugo em plena caducidade, com uma catarreira senil das mais alarmantes. Outra coisa: em geral esses livros só se reportam a coisas terrestres: não são livros do além, mas simplesmente do aquém, retrospectivos, autobiográficos, de um mundo que já conhecemos miudamente…”.

Outro crítico, o Sr. João Dornas Filho, comparou o Olavo Bilac póstumo de Chico Xavier com as produções do poeta vivo:

– “Pois bem, esse homem, que em vida e segundo a doutrina espírita estava sujeito às deficiências, aos erros, à contingência do estado de encarnação e só desencarnado poderia realizar ou iniciar o seu período de perfeição; esse homem que no estágio de imperfeição nunca assinou um verso imperfeito depois de morto ditou ao Sr. Chico Xavier sonetos inteirinhos abaixo de medíocres! Cheios de versos malmedidos, mal-rimados e, sobretudo, numa língua que Bilac absolutamente não escrevia” (Folha da Manhã, SP, 19-4-1945).

É necessário assinalar mais um ponto importante. Já AK nos revela nas Obras póstumas (mas não ditadas depois de sua morte) como trabalhou sobre o material acumulado para codificar O livro dos espíritos: “Da comparação e da fusão de todas as respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes remodeladas no silencio da meditação” nasceu aquela obra fundante do espiritismo. Quando nos vêm mensagens do além, ou até mesmo revelações destinadas a “completar, explicar e desenvolver” a doutrina cristã, coisa que os espíritas pretendem com sua “terceira revelação”, fazemos questão de ter as novas “revelações” exatamente assim como vieram ou foram ditadas e não como foram depois “remodeladas” por algum mortal deste mundo. Coisas semelhantes aconteceram com obras de Chico Xavier. O jornal espírita O poder, de Belo Horizonte, de 10-5-1953 (n. 392), publicou um artigo do espírita Sousa de Prado, com notáveis revelações sobre o que acontece atrás dos bastidores do espiritismo nacional. Sousa de Prado revela que um dia foi procurado pelo presidente da Federação Espírita, Wantuil de Freitas, tendo na mão um maço de provas tipográficas. “Você sabe – dizia ele – que quem corrige todos os trabalhos recebidos pelo Chico Xavier é o Quintão”. Manuel Quintão também foi presidente da Federação. E Sousa de Prado lhe respondeu: “Sei, por sinal que, com tais correções, consegue desfigurar quase completamente o estilo dos espíritos que ditam as obras ao médium, enxertando-lhes termos esdrúxulos, que eles nunca usaram enquanto encarnados”. Confidenciou-lhe então o Sr. Wantuil de Freitas:

– Ora, como você sabe, o Quintão erra constantemente, principalmente no emprego da crase, e na pontuação; e eu tenho grande empenho em que isso saia correto. Por isso, fiz uma nova revisão, emendando os principais erros que encontrei. Como, porém, eu sou Um pouco fraco no português… e posso ter emendado coisas que estivessem certas, queria que você conferisse, comigo, as emendas que fiz”.

De tudo isso concluo que Chico Xavier é um cidadão bom e inteligente, poeta por inclinação natural, muito lido, capaz de reproduzir mediocremente, em estilos diversos, inúmeras páginas sobre assuntos bastante banais e que são revistas e corrigi das por outras pessoas mais competentes e melhor formadas.

A propaganda espírita é muito mais categórica e positiva que o próprio Chico Xavier. Os espíritas não têm dúvidas: aquelas mensagens são realmente dos espíritos do além. No prefácio de Parnaso de além túmulo o próprio Chico Xavier é bem mais reservado e prudente. Eis suas palavras:

– “O que psicografo será das personalidades que assinam os poemas? E o que não posso afiançar. O que afirmo categoricamente é que, em consciência, não posso dizer que são minhas, porque não despendi nenhum esforço intelectual ao grafá-las no papel. A sensação que sempre experimentei ao escrevê-las era a de que vigorosa mão impulsionava a minha”.

Aqui temos a sincera descrição do fenômeno. Mas é também sua explicação. O fenômeno certamente não foi produzido por forças do além. Qualquer bom psicólogo saberá explicá-lo. Chico Xavier deixa de ser um problema teológico e passa à competência da psicologia.

6. “NOSSO LAR”: UM EXEMPLO CONCRETO

Mas tomemos um exemplo concreto de uma das obras psicografadas por Chico Xavier, sua obra mais popular: Nosso lar, com 460.000 exemplares vendidos até 1985, ditada por um espírito chamado “André Luis”, que, segundo se afirma nos arraiais espíritas, teria sido em vida o conhecido médico Dr. Osvaldo Cruz. Nesta obra, “André Luís” relata uma multidão de acontecimentos, desde sua morte até seu ingresso, como cidadão, na fantástica colônia espiritual chamada “Nosso lar”.

Imediatamente depois da separação do corpo (morte), o espírito, agora “desencarnado”, de André Luís passou por um período bastante difícil, confuso e desorientado, sempre andando, sem saber por onde nem para onde. Era o estado de “erraticidade”, descrito abundantemente por AK. “Persistiam – conta ele – as necessidades fisiológicas, sem modificação. Castigava-me a fome todas as fibras, e, não obstante o abatimento progressivo, não chegava a cair definitivamente em absoluta exaustão. De quando em quando, deparavam-se-me verduras que me pareciam agrestes, em tomo de humildes filetes d’água a que me atirava sequioso. Devorava as folhas desconhecidas, colocava os lábios à nascente turva, enquanto mo permitiam as forças irresistíveis, a impelirem-me para frente. Muitas vezes suguei lama da estrada, recordei o antigo pão de cada dia, vertendo copioso pranto. Não raro era imprescindível ocultar-me das enormes manadas de seres animalescos, que passavam em bando, quais feras insaciáveis” (p. 17; sigo a 4″ edição). Durou oito anos a peregrinação.

Até que encontrou outro espírito: Clarêncio, “um velhinho simpático que sorriu paternalmente”, que se apoiava num cajado de substância luminosa. Foi então transportado. Pararam “à frente de grande porta encravada em altos muros, cobertos de trepadeiras floridas e graciosas” (p. 20). Acomodaram-no num leito de emergência, “no pavilhão da direita”. Viu-se então num confortável aposento, “ricamente mobiliado”. Serviram-lhe “caldo reconfortante, seguido de água muito fresca”, portadora “de fluidos divinos”. À noite ouviu “divina melodia”. Levantou-se e chegou a um enorme salão, “onde numerosa assembléia meditava em silêncio”. Soube que era a hora da oração, dirigida pelo governador, através do rádio e da televisão, “com processos adiantados”.

No dia seguinte encontrou-se com o “irmão Henrique de Luna”, do Serviço de Assistência Médica daquela Colônia Espiritual. Soube então que, só naquela seção, “existem mais de mil doentes espirituais”. Examinado, recebeu o seguinte diagnóstico: “A zona dos seus intestinos apresenta lesões sérias com vestígios muito exatos de câncer; a região do fígado revela dilacerações; a dos rins demonstra características de esgotamento prematuro” (p. 30). Recebeu como remédio passes magnéticos.

Quero lembrar que se trata de descrições da vida do espírito, depois da morte: não de coisas desta terra.

Um dia foi passear: “Quase tudo melhorada cópia da Terra. Cores mais harmônicas, substâncias mais delicadas. Forrava-se o solo de vegetação… Aves de plumagens policromas cruzavam os ares… Identificava animais domésticos” (p. 38). Viu “vastas avenidas, enfeitadas de árvores frondosas”. Entidades numerosas iam e vinham…

Afinal soube que estava numa das muitas colônias espirituais. Esta chama-se “Nosso lar”, consagrada ao Cristo (p. 22) e fundada por portugueses distintos, desencarnados no Brasil, no século XVI, segundo consta dos “arquivos do ministério do esclarecimento” (p. 47). A colônia é dirigida por um governador (que naqueles dias comemorou o 114º aniversário de governança) assistido por 72 colaboradores. Divide-se em 6 ministérios, orientados cada qual por 12 ministros: o ministério da regeneração, do auxílio, da comunicação, do esclarecimento, da elevação e da união divina. É no ministério do auxílio que preparam as “reencarnações terrenas”. Há, na colônia, “mais de um milhão de criaturas” (p. 207).

No passado a colônia teve que agüentar muitos apertos. Houve maus governadores, com muita oposição, inclusive assaltos por parte de outros espíritos, “que tentaram invadir a cidade, aproveitando brechas nos serviços de Regeneração, onde grande número de colaboradores entretinha certo intercâmbio clandestino” (p. 48). Mas o governador “mandou ligar as baterias elétricas das muralhas da cidade, para emissão dos dardos magnéticos” (p. 49).

Um dia foi de aerobus ao bosque das águas. Era um “grande carro, suspenso do solo a uma altura de cinco metros mais ou menos e repleto de passageiros” (p. 50). Outro dia visitou uma casa particular: “Móveis quase idênticos aos terrestres”. Quadros, piano, livros. Com relação aos livros recebeu a seguinte informação: “Os escritores de má fé, os que estimam o veneno psicológico, são conduzidos imediatamente para as zonas obscuras do umbral”. Havia também sala de banho. Ao almoço serviram “caldo reconfortante e frutas perfumadas, que mais pareciam concentrados de fluidos deliciosos” (p. 86).

Também o problema da propriedade recebeu sua solução. “Nossas aquisições são feitas à base de horas de trabalho. O bônus-hora, no fundo, é o nosso dinheiro. Quaisquer utilidades são adquiridas com esses cupons. ” Cada família espiritual pode conquistar um lar (nunca mais que um), apresentando trinta mil bônus-hora” (p. 100).

Existe também o serviço de recordações. Aplicam-se passes no cérebro, que restituem “trezentos anos de memória integral” (p. 103).

Certa vez encontrou um ancião, gesticulando, agarrado ao leito, como se fosse louco, gritando por socorro, pedindo ar, muito ar! O homem estava sendo vítima de uma “carga de pensamentos sombrios, emitidos pelos parentes encarnados” (p. 127). Recebeu então passes de prostração. Há também “água magnetizada” e “operações magnéticas” (p. 136).

Num daqueles dias apareceu na colônia uma católica desencarnada na Terra. Chegou benzendo-se e dizendo: – “Cruzes! Credo! Graças à Providência Divina, afastei-me do purgatório…” Revelou que, na Terra, foi mulher de muito bons costumes, que rezou incessantemente e deixou uns dinheirinhos para celebração de missas mensais; em suma, fez o possível para ser boa católica. Confessara-se todos os domingos e comungara. Mas maltratara os escravos. “Padre Amâncio, nosso virtuoso sacerdote, disse-me na confissão que os africanos são os piores entes do mundo, nascidos exclusivamente para servirem a Deus no cativeiro.” Morrera em 1888 e só em 1939 alcançou o “Nosso lar”. Fora longo seu “esforço purgatorial” (p. 164). Também, católica. . .

Num domingo o governador resolveu realizar o “culto evangélico” no ministério da regeneração. Havia meninos cantores das escolas de esclarecimento, que cantavam o hino “Sempre contigo, Senhor Jesus”, cantado por duas mil vozes. Depois de outra cerimônia do culto evangélico, cantaram o hino “A ti, Senhor, nossas vidas”. No fim a ministra veneranda entoou “A grande Jerusalém” (p. 208).

É assim no “Nosso lar”.

Nos outros volumes continua André Luís a descrever a vida e a atividade fantástica do mundo “depois da morte”.

Eis a literatura dos nossos espíritas. Este é o tipo de livros que a Federação brasileira propaga, aos milhares, pelo Brasil.

7. O SOBRINHO TAMBÉM PSICOGRAFAVA…

O Sr. Chico Xavier tem um sobrinho. Chama-se Amauri Pena. Nasceu em 1933, em Pedro Leopoldo. Com ano e meio foi morar em Sabará, MG. Quando tinha apenas dez anos, já lera o Parnaso de além túmulo, do tio. Aos 13 anos escrevia poemas. Inteligente, lia muito e começou a imitar o estilo de outros autores. Educado em ambiente espírita, com o brilhante exemplo do tio à vista, foi persuadido de ser um grande médium. E começou a “psicografar”. Segundo um jornal espírita, “recebeu composições de mais de cinqüenta poetas brasileiros e portugueses, cada qual em seu próprio e inconfundível estilo. Recebeu também uma epopéia camoniana, em estilo quinhentista”. Cruz e Sousa, Gonçalves Dias, Castro Alves, Augusto dos Anjos, Olavo Bilac, Luís Guimarães Jr., Casemiro Cunha, Inácio Bittencourt, Cícero Pereira, Hermes Fontes, Fabiano de Cristo, Anália Franco e até Bocage e Rabindranath Tagore apressavam-se em procurar o sobrinho de Chico Xavier para fazer uns versos… Síntese, um boletim espírita de Belo Horizonte, dava ao médium a necessária publicidade.

Iam as coisas nas mais risonhas esperanças. E eis que, num belo dia de 1958, Amauri Pena procura a imprensa profana para fazer sensacionais declarações: “Tudo o que tenho psicografado até hoje – declarou – apesar das diferenças de estilo, foi criado por minha própria imaginação, sem que precisasse de interferência de almas de outro mundo”. E explicava: “Depois de ter-me submetido a esse papel mistificador, durante anos, usando apenas conhecimentos literários, resolvi, por uma questão de consciência, contar toda a verdade”.

E o sobrinho de Chico Xavier esclareceu mais: “Sempre encontrei muita facilidade em imitar estilos. Por isso os espíritas diziam que tudo quanto saía do meu lápis eram mensagens ditadas pelos espíritos desencarnados. Revoltava-me contra essas afirmativas, porque nada ouvia e sentia de estranho, quando escrevia. Os espíritas, entretanto, procuravam convencer-me de que era médium. Levado a meu tio, um dia, assegurou-me ele, depois de ler o que eu escrevera, que deveria ser seu substituto. Isso animou bastante os espíritas. Insistiam para que fosse médium”.

O jovem e improvisado médium Amauri continua na descrição de sua estranha aventura: “Passei a viver pressionado pelos adeptos da chamada terceira revelação. A situação torturava-me e, várias vezes, procurando fugir àquele inferno interior, entreguei-me a perigosas aventuras. Diversas vezes, saí de casa, fugindo à convivência de espíritas. Cansado, enfim, cedi, dando os primeiros passos no caminho da farsa constante. Teria 17 anos. Ainda assim, não me vi com forças para continuar o roteiro. Perseguido pelo remorso e atormentado pelo desespero, cometi desatinos. Em algumas oportunidades, tentei recuar, sucumbindo, atordoado. Vi-me, então, diante de duas alternativas: mergulhar de vez na mentira e arruinar-me para sempre ou levantar-me corajosamente para penitenciar-me diante do mundo e de mim mesmo, libertando-me defi-nitivamente. Foi o que resolvi fazer, procurando um jornal mineiro e revelando toda a farsa. Sei das reações que minhas declarações causarão. Mas não me importo. O certo é que, enquanto me sacrificava pela propaganda de uma mentira, não me julgavam maluco. Não desmascaro meu tio como homem, mas como médium. Chico Xavier ficou famoso pelo seu livro Parnaso de além túmulo. Tenho uma obra idêntica e, para fazê-la, não recorri a nenhuma psicografia” .

Eis as principais declarações de Amauri Pena.

Claro que não podia faltar a reação espírita. Um dos mais notáveis escritores espíritas do Brasil (“Irmão Saulo”) encontrou logo a explicação mais satisfatória do ponto de vista espírita. Sustenta que a mediunidade de Amauri é “inegável e irretratável”. E explica que o fenômeno espírita “não depende da opinião dos médiuns, e não raro contraria mesmo essa opinião. O fenômeno mediúnico é um fato em si. O caso Amauri é um exemplo disso. Pouco importa que ele se retrate, que se diga autor das comunicações recebidas. O que importa é a análise das comunicações em seus próprios conteúdos, bem como das circunstâncias em que foram dadas”. Não adianta negar a mediunidade, esclarece o espírita, “mesmo que ele não a aceita, mesmo que ele a queira negar”, será e continuará médium. E o Reformador, órgão da Federação Espírita Brasileira, se consolou, ponderando que também Jesus foi traído por um de seus apóstolos… E o Amauri é classificado como “vítima de sua própria afinidade com os obsessores que o trazem acorrentado à vida irregular”.

Duas são as lições que podemos colher do rumoroso caso:

1. Amauri Pena prova que é relativamente fácil imitar o estilo de outros. É mais uma questão de exercícios que de espíritos. Lá mesmo, na redação, diante dos jornalistas, imitou vários estilos. Diz ele: “Tenho uma obra idêntica (ao Parnaso de além túmulo) e, para fazê-la, não recorri a nenhuma psicografia”. Um ilustre literato francês assegura que os “escritores vulgares e incapazes de estilo pessoal conseguem imitar admiravelmente o estilo de outrem. O pasticho é, efetivamente, um dom que todos podem ter”.

2. É inútil discutir com espíritas. Atitudes preconcebidas e totalmente anti-científicas esterilizam qualquer discussão séria. Declara Amauri Pena ter consciência de ser ele mesmo o autor dos versos, diz que sempre teve facilidade em imitar estilos, confessa que para isso se utiliza de seus conhecimentos literários – e os espíritas insistem em proclamá-lo médium autêntico, instrumento de Rabindranath Tagore! Nem mesmo AK, cem anos atrás, teria procedido assim. O argumento em que Kardec mais insistia era a passividade e a inconsciência do médium, a completa independência da mensagem que, mesmo contra a vontade do médium e contra suas idéias conscientes, ficava surpreendido ao ver a “comunicação”. Já vimos isso. Poderia recordar muitas passagens nas quais o codificador constantemente argumenta com o fato da “independência absoluta da inteligência que se manifesta”. Foi por isso – e só por isso – que Kardec chegou à conclusão de que esta “inteligência independente” devia ser distinta da alma do médium e, portanto, um espírito desencarnado. Semelhante raciocínio teria ficado totalmente sem base e sem valor, se o médium tivesse respondido tranqüilamente (como Amauri Pena): “Mas tudo quanto tenho escrito foi criado por minha própria imaginação e disso tenho plena consciência”. Falando, por exemplo, do “sonambulismo desperto”, um estado em que “as faculdades intelectuais adquirem um desenvolvimento anormal”, confessa Kardec (na introdução ao Livro dos espíritos, p. 41): “Concordamos em que, efetivamente, muitas ma-nifestações espíritas são explicáveis por esse meio. Contudo, numa observação cuidadosa e prolongada mostra grande cópia de fatos em que a intervenção do médium, a não ser como instrumento Passivo, é materialmente impossível”. Ora, precisamente este estado puramente passivo não é reconhecido pelo sobrinho de Chico Xavier. “Revoltava-me (diz ele) contra essas afirmativas (dos espíritas) porque nada ouvia e sentia de estranho quando escrevia”.

Mas nossos espíritas insistem: “Pouco importa que ele se retrate, que se diga autor das comunicações recebidas, mesmo que ele não aceite, ainda que queira negar: ele é um grande médium”!

Aqui acabou-se a ciência. Venha, pois, Rabindranath Tagore…

Kloppenburg, Frei Boaventura. “Espiritismo: orientações para católicos”
7ª Ed., 2002. p. 77-83

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

297 comentários em “Sobre espiritismo e catolicismo”

  1. “Quer dizer que antes do surgimento da Igreja Católica todas as pessoas iam para o inferno, já que a salvação estava em algo que ainda não existia.”
    Não, caro Gustavo. Se as pessoas obedecem à lei natural, podem ser salvas. Se as pessoas estiverem em estado de ignorância invencível, sem ter tido a possibilidade de conhecer a Igreja verdadeira, pode se salvar se respeitar a lei natural, que Deus escreveu no coração de todo homem. Deus é justo, não ia condenar um ignorante. Se a pessoa fez algo errado, mas não sabia que era errado, se não fez de propósito, não é condenada. Entendeu?

    Essa obediência à lei de Deus colocada na natureza possibilita a salvação dessa pessoa. Se ela não pertence ao corpo visível da Igreja, ela pertence, porém, à alma da Igreja, por um desejo, pelo menos implícito, de receber o batismo. Ela tem o chamado “Batismo de desejo”.

    Esse batismo de desejo, que, como dissemos, é o de uma pessoa que pratica a lei de Deus como está inscrita na natureza, não tem necessidade de ser explícito. Aliás, não poderia ser de outro modo, naturalmente, pois a pessoa em estado de ignorância invencível não pode conhecer que existe o sacramento do Batismo.

    Conclui-se, pois, que uma pessoa em estado de ignorância invencível pode possuir o batismo de desejo, ainda que simplesmente implícito, e, por esse batismo de desejo, ela pertence à alma da Igreja, embora não a seu corpo visível, e pode se salvar. Deste modo, o dogma que ensina que “fora da Igreja não há salvação” continua firme e válido, pois a pessoa em ignorância invencível, e que obedece à lei natural, pertence, de fato, à alma da Igreja Católica.

    Agora, se a pessoa está fora da Igreja por culpa própria, não tem salvação. Se a pessoa está fora da Igreja, mesmo sabendo que é a Igreja verdadeira, não tem desculpa.

    Fonte: http://www.montfort.org.br/old/index.php?secao=veritas&subsecao=igreja&artigo=batismodedesejo&lang=bra

    Procure estudar a doutrina católica primeiro, para depois falar. Não fale do que não sabe.

    “Então reparar os erros na terra é muito pior que passar a eternidade no inferno?”
    Você na verdade não respondeu a minha pergunta. Acha justo reparar erros dos quais nem lembramos? É justo? Nem lembro do que fiz em uma vida passada, é justo sofrer as consequências de um erro que não lembro de ter cometido? Se eu não lembro, é como se nunca tivesse feito nada.

    Não adianta responder à minha pergunta com outra pergunta. Você faz isso porque não sabe responder, está na cara. E outra, ainda tem como evitar ir para o inferno, agora a reencarnação nem tem como evitar, a pessoa é obrigada a reencarnar, querendo ou não. Porque para o espiritismo, até onde eu sei, a reencarnação é uma necessidade, e a pessoa reencarna querendo ou não.

    Já no cristianismo, a reencarnação não existe nem seria necessária. Ninguém é obrigado a ir para o inferno, nem para o céu… Fala como se Deus obrigasse alguém a ir para o inferno, ou como se Deus tivesse criado pessoas com o objetivo de levá-las para o inferno. Até parece. Deus não criou pessoas para mandá-las para o inferno.

    Ele quer salvar a todos. O problema é que nem todos querem ser salvos, ir para o céu. E Deus não obriga a pessoa a ser salva. Ou você acharia justo Deus obrigar a pessoa a ir para o céu, a fazer algo que ela não quer? Você acha que ateus, por exemplo, querem ir para o céu? Como eles iriam querer ir a um lugar que para eles não existe? Já no espiritismo, até os ateus vão para um bom lugar ao morrerem.

    Como aconteceu na novela A Viagem. A Dinah foi para um bom lugar ao morrer, e o que ela fez para merecer? Nada. Ela nem queria saber de Deus, vivia como se Ele não existisse, e foi para o céu. Tem lógica isso? Ora, se a pessoa não quer saber de Deus enquanto está viva, imagina se ela iria querer ir para o céu, onde Deus mora…

    E ainda dizem que o espiritismo é lógico…

    “E daí? Não quer dizer que seja condenado por Deus.”
    Você faz de burro mesmo. O que é condenado pela Sagrada Escritura, é condenado por Deus. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus. Não entra na sua cabeça não?

    “Os Espiritos brincalhões são espiritos não evoluidos e não demonios.”
    Faz-me rir… Qual a diferença? É a mesma coisa! Os espíritos a quem vocês espíritas chamam de não-evoluídos, são o que nós chamamos de demônios. Não caiu a ficha ainda? Vocês apenas dão um outro nome para os espíritos.

    E já que você não quer entender, vou dar outro exemplo. Nos livros espíritas, sempre alertam quanto à brincadeira do copo. Dizem que esse tipo de prática atraem maus espíritos. Ora, não vejo muita diferença na brincadeira do copo e nas sessões de um centro espírita…

    “Então não há salvação para ninguém, somos todos pecadores.”
    Claro que há salvação, se nos arrependermos sinceramente e lutarmos contra o pecado. Cada vez que caímos, sempre há a possibilidade de levantarmos…

    “Espero que Deus te perdoe pela forma que tu julga alguém que nem conhece. Fica evidente ver como alguém age influenciado por maus espiritos, pois fica caluniando seus irmãos e espalhando a discordia.”

    Eu não caluniei ninguém, caro Gustavo. Não julguei ninguém, você que julga o Chico Xavier como sendo santo sem nem conhecer. Quem costuma julgar pelas aparências é você. Você que quase o canoniza, só porque ele fez caridade material. Mas caridade material não basta, tem de haver a caridade espiritual, sobrenatural.

    É óbvio que ele fez o mal. Ou a desobediência a Deus não é algo mal? Vai me dizer que fazer algo que Deus proibiu, fazer algo que Deus odeia, não é fazer o mal? Vai me dizer que desobedecer às leis de Deus não é fazer o mal? Só na sua cabeça mesmo, não é, Gustavo?

    Depois reclama quando dizem que você é um pseudo-cristão. Pior que nesse sentido sou obrigado a concordar com o Álvaro, infelizmente. Sem querer te ofender, mas você é um pseudo-católico mesmo. Não entende nada de catolicismo, então não pode ser considerado católico, nem cristão. Porque você é ruim de cristianismo, só entende mesmo é do espiritismo, que de cristão não tem nada.

    Desobedecer a Deus, praticando a necromancia, ou seja, comunicação com os mortos, é fazer o mal sim, quer você queira ou não admitir. Isso, para o cristianismo, é ruim. Pode não ser ruim para o espiritismo, mas para o cristianismo é ruim sim. E espiritismo e cristianismo simplesmente não se misturam, é isso que vocês espíritas têm dificuldade em entender.

    Chico Xavier se comunicava com mortos (que para mim são demônios). Vai negar que ele se comunicava com espíritos? Estou mentindo por acaso? Não, não estou mentindo não. Ele não era médium? Médium não é aquele que se comunica com espíritos? Agora, se esses espíritos com quem os médios se comunicam são bons, ninguém pode garantir.

    Chico Xavier se comunicava com espíritos sim, e isso é pecado. Dizer que ele pecava, desobedecendo a Deus e praticando a necromancia, não é calúnia, porque era exatamente isso que ele fazia. Quem faz isso comete pecado mortal, e vai para o inferno sim, caso não se arrependa. Você saberia disso se não fosse um pseudo-católico, que se diz cristão sem ser.

    Na verdade, você é mais um espírita do que um cristão de verdade. Não existe cristão-espírita. Espiritismo não faz parte de nenhuma denominação cristã, muito pelo contrário. Espiritismo é considerado uma seita à parte. Vocês que insistem em apresentar o espiritismo como sendo cristão, mas não é.

    Portanto, quanto a isso, Deus não tem por que me perdoar, porque não falei calúnias contra ninguém, falei apenas a verdade. Não tenho que pedir perdão a Deus por ter dito a verdade, porque Deus não condena ninguém por dizer a verdade. Só teria que pedir perdão se tivesse inventado mentiras contra alguém, mas não disse nenhuma mentira. Não fiz nenhum julgamento injusto contra alguém. Injusto é julgar alguém pelo o que parece ser, e não foi o que fiz. Não é errado dizer que Chico Xavier fez o mal. Ele fez.

    Chico Xavier se comunicava com espíritos, e isso é fato. Não inventei nada, era isso que ele fazia, e isso é considerado pecado para o cristianismo, como você sabe muito bem. Isso é uma prática abominável aos olhos do Deus cristão. Você sabe muito bem disso. Está cansando de saber que para o cristianismo, a necromancia é uma prática terrível, abominável, que para os cristãos isso é maldade e pronto acabou. Qual a surpresa?

    Portanto, quem agiu influenciado por maus espíritos foi Chico Xavier. Eu não, pelo contrário, eu procuro agir influenciada pelo cristianismo, pelos ensinamentos de Cristo, e dos santos. Influenciada pelos maus espíritos eu estava antes, quando era umbandista. Tanto que vivia triste e com maus pensamentos. Só depois que entrei para a Igreja Católica que melhorei de fato. E pelo o que eu saiba, desde os primeiros séculos, o cristianismo sempre condenou a necromancia. Se você tivesse estudado um mínimo que fosse, saberia disso.

    Espero que Deus perdoe é a você, que prefere acreditar nestes espíritos, que nem se sabe de onde vêm, a acreditar em Cristo. São os espíritas que agem influenciados por maus espíritos (ou seja, demônios), e não os cristãos, sejam católicos ou protestantes.

    Passar bem.

    Não falo essas coisas para te ofender, mas você está cansado de saber que para os cristãos o espiritismo é seita demoníaca, e ponto final. Está cansado de saber o que os católicos e protestantes pensam do espiritismo, então está reclamando do quê? Por acaso vocês também não reclamam do catolicismo e do protestantismo, não adoram dizer que nosso Deus é cruel? Porque não podemos falar nada do espiritismo? Somos livres para isso, não somos?

  2. “Mas é claro que não se deve comunicar com espiritos malignos, quem aqui defendeu isso? Quem aqui defendeu a comunicação com demonios?”
    Vai me dizer que vocês não se comunicam com maus espíritos? Vocês mesmo não dizem que a mediunidade pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal? E quem me garante que a mediunidade está sempre sendo usada para o bem, uma vez que não se pode ter certeza se os espíritos são bons ou maus?

    “Não existe? Aguardo provas estão de que não existe comunicação com espiritos de pessoas falecidas.”
    As pessoas se comunicam com demônios que se passam por pessoas falecidas. Espíritos que ensinam tudo ao contrário do cristianismo não vêm de Deus. Quer maior prova do que isso, caro Gustavo?
    E eu aguardo provas de que estes espíritos com os quais vocês se comunicam são bons mesmo. Aguardo provas de que estes espíritos são de pessoas falecidas. E aguardo provas da existência da reencarnação.

    “Estou falando da verdadeira caridade, de fazer o bem sem esperar nada em troca e qualquer ajuda para quem precisa é algo muito bom. Tu não devia em hipotese alguma desmerecer ou desestimular a caridade dona cristiane.”

    Ninguém aqui desestimula a caridade, muito pelo contrário. Caridade material até vale, mas não é o que conta. E fazer o bem sem esperar nada em troca? Quem disse que espíritas fazem o bem sem esperar nada em troca? Espíritas fazem isso para evoluir, para aperfeiçoamento espiritual. Isso não é esperar algo em troca? É isso que o espiritismo ensina, que a caridade leva ao aperfeiçoamento espiritual. Vai me dizer que não é por interesse que o espiritismo aconselha ajudar os outros? Conta outra, vai, Gustavo.

    “Então tu acha que a verdadeira caridade é ensinar o catolisismo. Se tu ve uma pessoa faminta ou doente, tu vai apenas ensinar um doutrina religiosa e negar qualquer ajuda material?”
    Quem falou em negar ajuda a pessoa faminta ou doente? Uma das coisas que o catolicismo mais prega é que devemos ajudar os pobres e os doentes! Quanta ignorância a sua! Só que para o catolicismo não basta isso, isso tem de andar acompanhado da fé verdadeira. Dar comida aos pobres, e ao mesmo tempo ensinar a mentira, para as pessoas acreditarem que a mentira é boa, por vir acompanhada de boas obras, isso é caridade, Gustavo? Só se for na sua cabeça mesmo.

    “Que argumento desonesto dona cristiane, se tu tem um pingo de noção sobre espiritismo saberia que tudo que temos que reparar nossos erros. Então ninguém é estimulado a fazer o mau porque todo o mau plantado vai ser colhido.”
    Argumentos desonestos são os seus, Gustavo. Você que é o desonesto aqui, porque foi você disse que só o meu Deus manda pessoas boas para o inferno, lembra-se? Isso por acaso não é desonestidade? E depois são os outros que são desonestos, não é mesmo? E o que você chama de reparar erros? Uma pessoa comete um erro na vida passada, e por conta deste erro, fica doente na vida presente.

    Já vi isso acontecer em muitos romancinhos espíritas. Aquele romance A Casa do Penhasco, de Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, do espírito Antônio Carlos, é um belo exemplo disto. Uma moça, Angélica, teve câncer no útero na vida presente. Teve câncer no útero ainda muito jovem. E sabe por que isso aconteceu? Porque na vida passada ela descuidou dos próprios filhos, que morreram afogados. E ela viveu o resto da vida com remorso. E por conta disso, desse erro do passado dela, na vida presente, ela adoeceu, teve câncer, tirou o útero e não pôde ter filhos, ficou estéril.

    Detalhe: ela nem se lembra do que fez na vida passada. Não se lembra de quem foi, do que fez, não se lembra de ter sido mãe nem de ter descuidado de seus filhos na vida passada. Isso é reparar erros, Gustavo? Me diga. Isso é justo? Isso por acaso não é olho por olho e dente por dente, que vocês tanto criticam? É justo reparar erros de vidas passadas, sendo que a pessoa nem se lembra do que fez na vida passada? Isso por acaso não é punição? Se não é punição, é o que então? E depois você reclama do inferno eterno como punição… Você só foge do assunto e nem respondeu a essa pergunta ainda.

    Como a pessoa vai aprender e evoluir, se ela nem se lembra de quais foram seus erros na vida passada? Que eu sabia, só aprende com os erros quem se lembra dos erros… Nunca vi alguém aprender com os erros dos quais nem se lembra. Só no espiritismo mesmo, na vida real não.

    Isso é reparar erros, Gustavo? Mas a pessoa nem se lembra de que erro cometeu, como vai reparar? Esse detalhe você faz questão de esquecer, não é? Depois a desonesta sou eu…

    “Tu acredita que o Papa seja uma pessoa boa, mesmo não o conhecendo pessoalmente?”
    Não disse que você era desonesto? Eu não disse que o Papa era uma pessoa boa, nem má. Não disse nem uma coisa, nem outra. Nem posso dizer, não conheço o Papa pessoalmente. Mas parece ser uma boa pessoa. Parece. Não posso garantir, só Deus sabe. E isso serve para Chico Xavier também. Ele parecia ser uma pessoa boa. Parecia. Uma pessoa pode parecer ser uma coisa e na verdade não ser. Não se pode julgar alguém pelo o que parece ser. Quem julga alguém pelo o que parece ser é você, não eu.

    Depois a desonesta sou eu, não é mesmo?

    E há uma diferença entre o Chico Xavier e o Papa. Chico Xavier já sei que ele fez algo mau. Ele se comunicou com espíritos que podiam muito bem ter sido demônios. Chico Xavier praticou algo que Deus abomina. Já do Papa não posso dizer nada. Claro, o Papa pode ter pecado, mas não posso dizer quais são seus pecados. Não sei o que ele fez de ruim, deve ter feito alguma coisa ruim, ninguém é perfeito, mas não posso dizer o que ele fez de ruim. Só sei que jamais vou acusá-lo de algo que não fez. Só sei que ele fez algumas coisas boas pela Igreja. Sei de coisas boas que o Chico Xavier fez materialmente, mas também sei de pelo menos um pecado dele: a necromancia. E esse pecado já é muito grave. Entendeu a diferença? E olha que nem estou acusando Chico Xavier de algo que ele não fez. Todos sabem que ele praticou a necromancia.

    “Pelo visto tu é uma pessoa que da valor aos rotulos e quer me rotular de não cristão e que não acredita em Deus.
    Por acaso falei alguma mentira? Não é questão de rotular ou não rotular, espíritas não são considerados cristãos e ponto final. Qualquer um que acredita em coisas contrárias ao cristianismo, não pode ser considerado cristão, e sim herege. Você está cansado de saber disso. E você não acredita mesmo no Deus cristão. Acredita em um Deus que existe só na sua cabeça, um Deus inventado pelos espíritas, não no Deus cristão. Seu protesto em relação ao inferno me faz lembrar dos ateus. Seus argumentos são parecidos com os que os ateus usam para justificar o fato de não acreditarem em Deus. Ateus também condenam Deus por ele permitir que as pessoas fiquem no inferno por toda a eternidade. No fundo, o espiritismo não fica muito longe do ateísmo…

  3. ““Então reparar os erros na terra é muito pior que passar a eternidade no inferno?”
    E como acha que Hitler iria reparar seus erros? Inferno seria até pouco para Hitler, depois de tudo que ele fez.

  4. “Se tu ve uma pessoa faminta ou doente, tu vai apenas ensinar um doutrina religiosa e negar qualquer ajuda material”
    Ninguém falou em negar qualquer ajuda material. Ajuda material é válida, mas o fato de doar roupas ou fazer sopa para os pobres não salva ninguém, caro Gustavo. Se fosse assim, até ateus seriam salvos, mas não é isso que acontece. Se fosse assim, então o homem não precisaria de Deus para ser bom, bastaria fazer caridade material…

    Porque sentimentos bons, de solidariedade, até mesmo ateus ou até pagãos têm. Não importa a doutrina que segue. Eu já te expliquei em outro tópico o que é a verdadeira caridade segundo o catolicismo, se quiser é só voltar lá para lembrar o que te expliquei. Se alguém for pensar assim, Gustavo, então não precisaria de religião alguma, ninguém precisaria de Deus nem de Cristo, bastaria doar algumas roupas ou visitar os doentes… Isso qualquer um é capaz de fazer, e nem precisaria acreditar em Deus. E não é assim não, ajudar materialmente o próximo não basta para o homem ser salvo. Se a caridade material bastasse, o sacrifício de Cristo teria sido inútil, não teria servido para nada.

    E a caridade espiritual é superior à caridade material. Vai negar que as coisas espirituais são superiores à matéria? Claro, não significa que tenhamos que desprezar a matéria, afinal, a matéria não é algo ruim, foi criada por Deus. Mas as coisas espirituais são superiores…

    E Deus leva em consideração não apenas as obras boas, como também as obras más. Que adianta ajudar o próximo doando bens materiais, como roupas, se a pessoa é atéia e rejeita Deus? Se a pessoa vive como se Ele não existisse, e se recusa a fazer a vontade Dele? E ainda persegue as pessoas que O amam e se esforçam para cumprir a vontade Dele? Tem muita gente assim no mundo.

    Que adianta fazer sopa para os necessitados, ou visitar os doentes, se a pessoa desobedece a Deus, fazendo coisas que Ele não aprova, como por exemplo procurar se comunicar com os mortos, indagar aos mortos a verdade? Não adianta, Gustavo. Deus leva em conta não apenas o que fazemos de bom, também leva em conta o que fazemos de ruim. Deus não vai deixar de levar em conta algo que fizemos de ruim só por termos feito o bem a alguém.

    E é como eu disse, a pessoa pode fazer o bem com segundas intenções, pode fazer o bem só para ganhar o céu, ou só para se sair bem na fita, só para parecer bonzinho na frente dos outros, ou só para se sentir bem consigo mesmo. E não é assim não, a ajuda deve ser desinteressada.

    Toda vez que ajudo alguém, procuro sempre pensar em Deus em primeiro lugar, se estou agrandando-o ou não, se estou ofendendo-o ou não. Porque se a gente ama a Deus, quer sempre agradá-lo, pensa Nele em primeiro lugar, pensa primeiro em fazer a vontade Dele. Afinal, cristãos devem sempre se preocupar em fazer a vontade de Deus. Em segundo lugar, penso na pessoa a quem estou ajudando.

    Procuro não pensar em mim. Procuro sempre pensar que o fato de estar ajudando alguém não dá nenhuma garantia de que serei salva. Que não devo ajudar alguém pensando em ir para o céu, senão estaria sendo interesseira. Nessa hora devemos nos esquecer de nós mesmos. Porque que adianta eu fazer o bem a alguém e logo depois fazer o mal, algo que é abominável aos olhos de Deus? Daí não teria adiantado nada eu ter feito o bem antes, não é? E não adianta nada fazer alguma caridade material, se segue uma doutrina que Deus não aprova… Devemos sempre agradar a Deus em primeiro lugar, e devemos agradá-lo em tudo, e não só em algumas coisas, entendeu?

    Verdadeira caridade é fazer o bem ao próximo por amor a Deus em primeiro lugar, e não por amor a si mesmo.

  5. Os ateus, caro Gustavo, muitas vezes fazem o bem aos outros para se sentir bem consigo mesmos. Ou seja, fazem o bem ao próximo por amor a si mesmos, e não por amor a Deus. Daí não adianta nada fazer caridade material…

  6. A Bíblia é clara ao afirmar que os mortos não sabem de coisa nenhuma (Ec.9:5), não pensam (Sl.146:4), não louvam a Deus (Is.38:19).Estas são ínfimas passagens das muitas existentes provas bíblicas de que é IMPOSSÍVEL nos comunicarmos com os mortos!(Citei a bíblia porque os Kardecistas gostam de “utilizar” a Bíblia.)

    Estou lendo “O livro dos espíritos” e caso o Jorge me permita eu irei refutá-lo dignamente neste post.

    Eu ainda estou esperando as “contradições da Bíblia Sagrada” que alguém disse que iria trazer aqui e irei indicar um bom livro que refuta 800 supostas contradições da Bíblia[feita por espíritas e ateus] caso o autor não consiga refutar a Bíblia aqui!

    Vale salientar que a discordância é meramente ideológica,pois amo a TODOS os contrários.

    A Paz de Cristo!

  7. Álvaro, quanto ao de que os mortos absolutamente não podem saber nada do que ocorre no mundo, é uma interpretação que não tem base bíblica. Não se pode se apegar a um versículo isolado. Deus pode comunicar aos que estão no paraíso conhecimento do que ocorre na terra, pois os santos, como Abraão, Isaac e Jacó, estão vivos. O Senhor é Deus dos vivos , e não dos mortos ou dos adormecidos.

    Não acredito que as almas estão “dormindo”. Não creio que as almas “dormem” até o juízo final, mesmo porque o sono é descanso para o corpo, e a alma propriamente não dorme.

    Claro, duvido que as almas de pessoas falecidas venham nos visitar, passear aqui na Terra, ou se comunicar conosco através de médiuns, como ensina o espiritismo…

    Na parábola na passagem do rico e Lázaro, o santo patriarca Abraão não está dormindo: “Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino e que fazia diariamente brilhantes festins. Um pobre chamado Lázaro jazia coberto de úlceras no pórtico de sua casa. Ele bem quisera saciar-se do que caía da mesa do rico, mas eram antes os cães que vinham lamber suas úlceras.

    O pobre morreu e foi levado pelos anjos para um lugar de honra junto de Abraão, o rico morreu também e foi enterrado. No inferno, em meio às torturas, ergueu os olhos e viu de longe Abraão com Lázaro a seu lado. Ele exclamou: ‘Abraão, meu pai, tem compaixão de mim e manda que Lázaro venha molhar a ponta do dedo na água para me refrescar a língua, pois eu sofro um suplício nestas chamas’. Abraão lhe disse: ‘Meu filho, lembra-te de que recebeste tua felicidade durante a vida, como Lázaro, a infelicidade; e agora, ele encontra aqui a consolação, e tu, o sofrimento. Além disso, entre vós e nós foi estabelecido um grande abismo, para que os que quisessem passar daqui para vós não o possam e que também de lá não se atravesse até nós”. (citação) O resto da história é bem conhecido. Abraão então está acordado, e recebe Lázaro no céu.

    Mas a passagem do rico e do Lázaro já faz cair a máscara do espiritismo. Nem Lázaro, nem o homem rico reencarnaram. E há outras passagens que deixam claro que não há reencarnação. Os espíritas é que só pegam aqueles trechos das escrituras que convém a eles. O maior problema dos espíritas é não crer em tudo o que Cristo disse. Os espíritas creem somente naquilo que convêm a eles. Na Bíblia está claro que não há reencarnação, ainda assim os espíritas teimam em acreditar nestes espíritos que pregam a reencarnação. Pode uma coisa dessas? E o que o Gustavo não conseguiu provar é se os espíritos com quem eles se comunicam são, de fato, almas de pessoas falecidas. Eles acreditam em qualquer coisa, em qualquer espírito que aparece, esse é o problema. Eu, por exemplo, nem quando era umbandista, jamais me comuniquei com algum parente meu que tenha falecido. Muito pelo contrário. Claro, os espíritos com quem a gente se comunicava na umbanda diziam ser almas de pessoas falecidas. Na época eu acreditava, hoje duvido. Quem pode garantir que eram mesmo almas de pessoas falecidas, que não eram demônios?

    Os médiuns que pretendem ter comunicação com os espíritos dos mortos, na verdade – quando não agem fraudulentamente – têm comunicação com os espíritos demoníacos. Essa é a razão porque as Sagradas Escrituras condenam toda espécie de necromancia (consulta aos mortos para conhecer o futuro).

    A Bíblia mesmo alerta para não acreditarmos em qualquer espírito. Que é maldito aquele que ensinar um evangelho diferente. Que mesmo que um anjo ensine um evangelho diferente, não devemos acreditar. Se não devemos acreditar nem mesmo num anjo, quando este ensina um evangelho diferente, por que vamos acreditar em espíritos que dizem ser almas de pessoas falecidas? Abraços.

  8. Álvaro, continuando:

    “Porque os vivos sabem que morrerão, mas os mortos nada sabem e já não há salário para eles, pois foi perdida a sua memória. Tanto o seu amor quanto o seu ódio, como os seus zelos, há tempos pereceu e nunca tomarão parte em qualquer coisa que ocorra sob o sol” (Eclesiastes 9,5-6).

    Os testemunhas de Jeová interpretam literalmente e fora do contexto este texto bíblico para afirmar que a pessoa, quando morre, não possui consciência de nada; logo, não haveria uma alma imortal que sobrevivesse. Para eles, quando uma pessoa morre, deixa de existir e apenas “fica na memória de Jeová”.

    Houve momentos da História onde o conhecimento de certas verdades era parcial e limitado, aumentando à medida que avançava a transmissão da revelação ao Povo de Deus.

    Assim, para o autor do Eclesiastes, bem como para os autores dos livros sagrados anteriores, não existe um conhecimento claro de recompensa ou castigo, a não ser quanto aos bens ou males da vida presente. Parece sim vislumbrar que Deus julgará as ações do justo e do ímpio (Eclesiástico 3,17; 11,9; 12,14) embora sem conhecer a natureza da recompensa.

    É simples, assim, compreender que não é que o Autor ponha em dúvida a imortalidade da alma e a retribuição futura, mas que as ignora e, por isso, compara a condição dos vivos com a dos mortos conforme suas concepções acerca do Sheol (lugar onde antes da ressurreição de Cristo descansavam as almas e no qual já não faziam parte do mundo dos vivos).

    Pode-se encontrar ao longo de todo o Livro textos que confirmam isso: “Quem sabe se o alento de vida dos humanos ascende ao alto e se o alento de vida da fera desce à terra?” (Eclesiastes 3,21). O próprio Autor reconhece aqui não saber o que acontece com o alento de vida dos seres humanos e se se diferencia do [alento de vida] dos animais. O Autor fala apenas sobre o que sabe e o que tinha sido revelado até então.

    Entre alguns textos onde a morte faz referência à morte física, em que se separam alma e corpo:

    – “E ao exalar a alma, pois estava doente, o chamou Ben-‘oní; porém, seu pai o chamou Benjamin” (Gênesis 35,18).

    – “Pois para mim a vida é Cristo e a morte um lucro. Porém, se o viver na carne significa para mim trabalho fecundo, não sei o que escolher… Sinto-me premiado dos dois lados: por um lado, desejo partir e estar com Cristo, o que, certamente, é muito melhor; mas, por outro lado, ficar na carne é mais necessário para vós” (Filipenses 1,21-24).

    No texto anterior, São Paulo está consciente de que ao morrer deixará o seu corpo para estar com Cristo; prefere, no entanto, permanecer na carne em razão da evangelização. O seguinte texto é ainda mais explícito:

    “Assim, pois, sempre cheios de bom ânimo, sabendo que, enquanto habitamos no corpo, vivemos afastados do Senhor, já que caminhamos na fé e não na visão (…) Estamos, pois, cheios de bom ânimo e preferimos deixar este corpo para viver com o Senhor. Por isso, quer em nosso corpo, quer fora dele, nos esforçamos por agradar-Lhe” (2Coríntios 5,6-9).

    Basta apenas este texto para desarmar toda a teologia dos testemunhas de Jeová e adventistas, já que fala explicitamente da possibilidade de se viver no corpo e fora dele, e que em ambos os estados nos esforçamos em agradar a Deus.

    Mas há trechos da Bíblia em que fica claro que não há reencarnação coisa nenhuma:

    “- “Porque é próprio da justiça de Deus pagar com tribulação aqueles que vos atribulam; e a vós, os atribulados, com o descanso junto conosco, quando o Senhor Jesus se revelar a partir do céu com os seus poderosos anjos em meio a uma chama de fogo, e realizar vingança contra os que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão a pena de uma ruína eterna, afastados da presença do Senhor e da glória do seu poder” (2Tessalonicenses 1,6-9).

    – “Ali será pranto e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus, enquanto que vós estareis sendo lançados fora” (Lucas 13,28).

    – “Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: ‘o vencedor não sofrerá o dano da segunda morte'” (Apocalipse 2,11).

    – “Porém, os covardes, os incrédulos, os abomináveis, os assassinos, os impuros, os feiticeiros, os idólatras e todos os embusteiros terão a sua parte no lago que arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte” (Apocalipse 21,8).

    – “E o Diabo, seu sedutor, foi atirado no lago de fogo e enxofre, onde estão também a besta e o falso profeta; e serão atormentados dia e noite pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 20,10).

    – “E eu vos digo que virão muitos do oriente e do ocidente e se colocarão à mesa com Abraão, Isaac e Jacó no Reino dos Céus, enquanto que os filhos do mundo serão lançados às trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mateus 8,12).

    “Muitos dos que dormem no pó da terra despertarão: uns para a vida eterna; outros, para o opróbio, para o horror eterno” (Daniel 12,2).

    “Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e dava festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, ficava sentado no chão junto à porta do rico. Queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico, mas, em vez disso, os cães vinham lamber suas feridas. Quando o pobre morreu, os anjos o levaram para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que durante a vida recebeste teus bens e Lázaro, por sua vez, seus males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. Além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’. O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda então Lázaro à casa de meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Que ele os avise, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas! Que os escutem!’ O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão. Mas se alguém dentre os mortos for até eles, certamente vão se converter’. Abraão, porém, lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, mesmo se alguém ressuscitar dos mortos, não acreditarão’” (Lucas 16,19-31).

    Aqui temos, da boca do próprio Jesus, uma parábola onde, partindo de personagens fictícios, Jesus nos explica uma situação real aplicável a cada um de nós: a recompensa ou o castigo que receberemos conforme as nossas obras. Nessa passagem fica claro que não há reencarnação, a pessoa não volta à Terra. O que mais é preciso para que o espíritas se convençam? Eles é que não querem ver a verdade, e só acreditam no que lhes convém. Abraços.

  9. Prezada Senhorita Cristiane Pinto,

    Eu não sou testemunha de Jeová,(Sou da Assembléia de Deus)mas eu creio que a morte é um sono.Ademais,este é um do temas controversos e polêmicos na teologia assim como a segunda volta de Cristo,dentre outros…

    Eu estou tendo um debate por email com um “bebezão espírita” e com um católico sobre o purgatório e agora estou elaborando as respostas,mas não irei te deixar sem resposta.

    Caso queira debater amigavelmente por email é só pedir o meu email para o Jorge.

    Espero que vejas:

    Site de um amigo:

    Imortalidade da alma
    http://lucasbanzoli.no.comunidades.net/index.php?pagina=1083621973

    Aqui estão os principais “argumentos bíblicos” refutados sobre a imortalidade da alma(dentre estes está a parábola que tu citastes aqui-parábola do rico e do lázaro.)

    http://lucasbanzoli.no.comunidades.net/index.php?pagina=1083412108

    Aqui está um debate bem interessante sobre a imortalidade da alma:

    http://lucasbanzoli.no.comunidades.net/index.php?pagina=1083054103

    (parte 1)

    http://lucasbanzoli.no.comunidades.net/index.php?pagina=1083103483

    (parte 2)

    (parte 3)

    http://lucasbanzoli.no.comunidades.net/index.php?pagina=1083399763

    Enviei os links porque não posso fazer uma refutação longa agora,mas caso queira debater sobre este tema eu espero a réplica.

    Abraços,

  10. Caro Álvaro, creio que já refutei acima. A morte não é um “sono”. E a alma é imortal. A alma não dorme, sono é apenas descanso para o corpo. É o corpo que morre. Nos links que você citou, o autor apenas fica fazendo sua interpretação particular, dá voltas e mais voltas não consegue refutar nada. E outra, o autor só se apega a versículos isolados, sem levar em conta o contexto. Ele simplesmente procura interpretar literalmente trechos bíblicos fora do contexto. Assim é fácil, não é mesmo? O que o livre-exame não faz…

    O autor, de maneira desonesta, acusa os que defendem a teste da alma imortal de interpretar trechos fora do contexto, mas é ele quem faz isto! Ou seja, acusa os outros do que ele mesmo faz. Ele é que interpreta os trechos bíblicos como bem entende.

    Todos os trechos que ele citou, como sendo refutações para a imortalidade da alma, na verdade em nada contradizem a doutrina católica de que a alma é imortal. Os trechos que ele mostrou, dizendo que refutam a tese da imortalidade da alma, na verdade não refutam coisa nenhuma. Muito pelo contrário.

    O que não faz o livre-exame…

    Olha o absurdo que o autor disse:

    Eu já te expliquei acima que para o autor do Eclesiastes, bem como para os autores dos livros sagrados anteriores, não existe um conhecimento claro de recompensa ou castigo, a não ser quanto aos bens ou males da vida presente.

    Pode-se encontrar ao longo de todo o Livro textos que confirmam isso: “Quem sabe se o alento de vida dos humanos ascende ao alto e se o alento de vida da fera desce à terra?” (Eclesiastes 3,21).

    Neste trecho fica claro que o autor ignora se a alma é imortal ou não. O autor não está afirmando que a nossa alma acaba com a morte, nem que a morte é um “sono”. Ele simplesmente ignora se a alma é imortal ou não. Portanto, não adianta interpretar um trecho fora do contexto.

    A Igreja ensina que a alma racional é criada por Deus e no mesmo instante de sua criação é infundida no corpo, sendo o corpo material e a alma espiritual. Esse ensinamento esta conforme a Sagrada Escritura:

    “… e o pó volte à terra donde saiu, e o espírito volte para Deus que o deu” (Ecle. XII, 7).

    Quando morremos, dá-se o juízo particular de cada um, quando recebemos nossa sentença eterna. Podemos, então, ser condenados ao inferno ou ser enviados ao céu. Caso tenhamos morrido em pecado venial, nossa alma é enviada ao purgatório, para se purificar, e, depois, vai ao céu, para sempre.

    No fim do mundo, todos os homens que estiverem vivos morrerão. Depois é que se dará o Juízo universal.

    E em São Mateus se lê:

    Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena. (São Mateus X,28)

    Agora, vamos a seus outros questionamentos, uma vez demonstrado que todo ser humano possui uma alma imortal e o céu e o inferno existem.

    Sobre a da ressureição de Lázaro ,O próprio Nosso Senhor avisou antes o motivo pelo qual ele faria este milagre.

    “…Esta enfermidade não causará a morte, mas tem por finalidade a glória de Deus. Por ela será glorificado o Filho de Deus. (João XI,4)

    A explicação de Santo Agostinho para esta passagem da Escritura é:

    “Porque a morte não era mesmo para a morte, mas para fazer um milagre para que os homens acreditassem em Cristo e assim evitar a verdadeira morte. Portanto, o Senhor acrescentou: “Mas, para a glória de Deus”, onde indiretamente o Senhor chama a si mesmo Deus, contra os hereges que dizem que o Filho de Deus não é Deus… “.

    Quando Lázaro morreu, a alma dele não foi para o inferno e nem para o céu, foi para o Seio de Abraão, o limbo. Foi no limbo que alma de Lázaro ficou “quatro dias” antes que Cristo o ressuscitasse.

    Como explica o catecismo da Igreja Católica, neste lugar eram recebidas, antes da vinda de Cristo, as almas dos santos, que ficavam ali em descanso, sem nenhum sofrimento.

    Conforme os Evangelhos e, depois, o Credo, Cristo, após morto, desceu aos infernos, mais precisamente ao limbo (o inferno no sentido de lugar inferior, não eterno), para libertar todos os que ali estavam.

    Também, na Escritura, podemos ler que Nosso Senhor amava Lázaro e até chorou em seu sepulcro.

    Ora, Lázaro foi instrumento de Cristo para dar maior Glória a Deus.

    Que homem não gostaria de ter tido esta honra ?

    Após sua ressurreição, Lázaro com certeza deve ter ficado muito alegre por ter reencontrado a Cristo, sabendo claramente o milagre que Ele tinha feito. Com certeza, sua fé e a de seus famíliares, que Cristo também amava, aumentou.

    E se houvesse algum sofrimento de Lázaro por Cristo, o que poderia ser mais agradável para Deus e recompensador para um homem?

    A alma então não é composta. Ela é simples. Por isso ela é imortal.

    Alma e espírito não são duas coisas distintas. A alma é espiritual. Não existe, no homem um espírito substancialmente distinto da alma. Abraços.

  11. A Igreja ensina que cada alma espiritual é criada diretamente por Deus – esta não é “produzida” pelos pais – e que é imortal: não perece quando, na morte, se separa do corpo e se unirá novamente ao corpo quando ocorrer a ressurreição final.

    A revelação divina foi progressiva. Não deveríamos ficar surpresos por não encontrar nenhuma referência à ressurreição em todo o Pentateuco (as primeiras menções à ressurreição encontramos em Isaías 26,19 e Daniel 12; inclusive, nos tempos de Jesus, os saduceus a rejeitavam) e muito menos em reconhecer que o motivo disso é que ela não havia sido revelada até então.

    A própria revelação do Messias como Deus e Filho de Deus não é igualmente clara no Antigo tal como temos no Novo Testamento. Muitos exemplos poderiam ser citados, mas certamente qualquer leitor cuidadoso poderá observar sem muita dificuldade este desenvolvimento da revelação à medida que avança a leitura das páginas da Bíblia, o que implica que houve momentos da História onde o conhecimento de certas verdades era parcial e limitado, aumentando à medida que avançava a transmissão da revelação ao Povo de Deus.

    Algumas seitas protestantes, como as Testemunhas de Jeová e os adventistas, usam este trecho para justificar a tese de que a alma é mortal:

    “Porque os vivos sabem que morrerão, mas os mortos nada sabem e já não há salário para eles, pois foi perdida a sua memória. Tanto o seu amor quanto o seu ódio, como os seus zelos, há tempos pereceu e nunca tomarão parte em qualquer coisa que ocorra sob o sol” (Eclesiastes 9,5-6).

    O mais contraditório da teologia de algumas seitas protestantes é que, ao interpretar Eclesiastes 9,5-6 como o fazem, deveriam concluir que tampouco existe recompensa futura, já que o texto afirma que para os mortos “já não há salário para eles”. Sendo assim, se for levar em conta somente este trecho, não haveria céu. Mas nós sabemos que “o Filho do Homem há de vir na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então pagará a cada um segundo a sua conduta” (Mateus 16,27).

    Não é contraditório isto, caro Álvaro?

    E alguns protestantes também usam este trecho para justificar que a alma é mortal:

    “”Minhas são todas as almas; tanto a do pai quanto a do filho, minhas são, e a alma que peca, essa perecerá” (Ezequiel 18,4).”

    De alguma maneira, algumas seitas protestantes optaram por interpretar que este texto se refere à aniquilação ou destruição da alma. Talvez a principal dificuldade aqui seja a sua falta de compreensão acerca do significado da palavra “morte” na Bíblia, a qual, em certos casos, faz referência à separação da alma do corpo (=morte física), mas em outros casos se refere à separação do homem de Deus em razão do pecado (=morte espiritual).

    ntre alguns textos onde a morte faz referência à morte física, em que se separam alma e corpo:

    – “E ao exalar a alma, pois estava doente, o chamou Ben-‘oní; porém, seu pai o chamou Benjamin” (Gênesis 35,18).

    – “Pois para mim a vida é Cristo e a morte um lucro. Porém, se o viver na carne significa para mim trabalho fecundo, não sei o que escolher… Sinto-me premiado dos dois lados: por um lado, desejo partir e estar com Cristo, o que, certamente, é muito melhor; mas, por outro lado, ficar na carne é mais necessário para vós” (Filipenses 1,21-24).

    No texto anterior, São Paulo está consciente de que ao morrer deixará o seu corpo para estar com Cristo; prefere, no entanto, permanecer na carne em razão da evangelização. O seguinte texto é ainda mais explícito:

    “Assim, pois, sempre cheios de bom ânimo, sabendo que, enquanto habitamos no corpo, vivemos afastados do Senhor, já que caminhamos na fé e não na visão (…) Estamos, pois, cheios de bom ânimo e preferimos deixar este corpo para viver com o Senhor. Por isso, quer em nosso corpo, quer fora dele, nos esforçamos por agradar-Lhe” (2Coríntios 5,6-9).

    Basta apenas este texto para desarmar toda a teologia dos testemunhas de Jeová e adventistas, já que fala explicitamente da possibilidade de se viver no corpo e fora dele, e que em ambos os estados nos esforçamos em agradar a Deus.

    Entre alguns textos onde a morte faz referência à separação do homem de Deus em razão do pecado, temos:

    – “E a vós que estáveis mortos em vossos delitos e pecados” (Efésios 2,1).

    – “Estando mortos em razão de nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo – pela graça fostes salvos” (Efésios 2,5).

    – “Pois tudo o que fica manifesto é luz; por isso se diz: ‘Desperta tu que dormes e te levanta dentre os mortos, e Cristo te iluminará” (Efésios 5,14).

    – “E a vós, que estáveis mortos em vossos delitos e em vossa carne incircuncisa, vos vivificou juntamente com Ele e nos perdoou a todos os nossos delitos” (Colossenses 2,13).

    É por isso que não é coerente interpretar Ezequiel 18,4 como uma aniquilação da existência da alma, mas, pelo contrário, o que realmente significa: um estado onde a alma fica afastada de Deus por toda a eternidade.

    Outra referência à morte da alma, não como uma aniquilação definitiva, mas como uma separação do homem de Deus, encontramos no Apocalipse, onde se fala da “segunda morte”:

    – “Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: ‘o vencedor não sofrerá o dano da segunda morte'” (Apocalipse 2,11).

    “Muitos dos que dormem no pó da terra despertarão: uns para a vida eterna; outros, para o opróbio, para o horror eterno” (Daniel 12,2).

    Em absolutamente todos os textos que tratam do destino final dos condenados (Mateus 8,12; 13,42; 24,51; 25,30; Lucas 13,28), encontramos o mesmo: a morte da alma é um estado de separação definitivo de Deus, nunca se falando de uma destruição ou cessação da existência.

  12. Continuando:

    Outro argumento contra a imortalidade da alma:
    ARGUMENTO Nº 3: JESUS DISSE QUE DEUS “PODE DESTRUIR TANTO A ALMA QUANTO O CORPO”, DE MODO QUE, SE A ALMA PODE SER DESTRUÍDA, LOGO NÃO PODE SER IMORTAL (MATEUS 10:28)

    Aqui, o erro é novamente interpretar esta morte da alma como uma aniquilação. Seu argumento é que o texto grego emprega “?π?λλυμι” (“apólumi”), que traduzem e interpretam literalmente como “destruir”. O “Dicionário de Grego Strong” nos oferece o seguinte significado:

    G622

    apólumi

    de G575 e a base de G3639: destruir completamente (reflexivamente perecer ou perder), literal ou figurativamente: destruir matar, morrer, perder, perdido, perecível, perecer.

    Não há razão nenhuma, portanto, para interpretar nesse texto a palavra “apólumi” como uma aniquilação ou destruição literal da alma. O contexto desse mesmo texto não apenas rejeita essa ideia da alma ser mortal como também serve para refutá-la:

    “E não temais aqueles que matam o corpo, porém não podem matar a alma; temei mais Aquele que pode levar a alma e o corpo à perdição na Gehena” (Mateus 10,28).

    Visto que os adventistas e os testemunhas de Jeová, por exemplo, não crêem na imortalidade da alma, como algo poderia matar apenas o corpo e não matar a alma?

    Recorde-se que eles afirmam que não existe alma que sobreviva ao corpo e que, ao morrer o corpo, morre a alma. Porém, não é isso o que Jesus diz ali, mas justamente o contrário: há causas que podem matar o corpo sem matar a alma (um acidente ou qualquer coisa que pode causar a morte física, mas não a morte espiritual), de modo que a alma sobrevive ao corpo uma vez separada dele. Com efeito, o contexto de morte ou destruição da alma que é tratado ali não é uma aniquilação, mas um estado de morte espiritual definitiva.

    E ao contrário do que o autor do site que você citou afirma, caro Álvaro, a alma não é material, é imaterial. Portanto, alma não morre. Não no sentido literal.

    EVIDÊNCIAS BÍBLICAS EM FAVOR DA IMORTALIDADE DA ALMA

    Evidência nº 1: A Promessa feita ao Bom Ladrão

    Certamente todos nós recordamos o que ocorreu com o bom ladrão quando Jesus foi crucificado:

    “E um dos malfeitores que estavam pendurados lhe injuriava, dizendo: ‘Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós’. E respondendo, o outro lhe repreendeu, dizendo: ‘Nem tu temes a Deus passando pela mesma condenação? Nós, na verdade, padecemos justamente, porque recebemos o que mereceram os nossos atos; mas quanto a este, nenhum mal fez’. E disse a Jesus: ‘Senhor, lembra-te de mim quando vieres em teu Reino’. Então Jesus lhe disse: ‘Em verdade te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso'” (Lucas 23,39-43).

    O interessante neste evento é que Jesus promete ao bom ladrão estar com Ele no Paraíso ainda naquele dia.

    Mas como poderia ocorrer isso se a alma não sobrevive ao corpo? Visto que este simples texto desmorona instantaneamente toda a teologia dos testemunhas e adventistas, estes inventaram um argumento bastante original para se justificarem: alegam que em tal época não existiam sinais de pontuação, de modo que o que Jesus quis dizer foi: “Em verdade te digo hoje: estarás comigo no paraíso” (a posição dos dois-pontos muda assim todo o sentido da frase). Se não me engano, foi mais ou menos isso que autor do site que você citou disse, não foi, caro Álvaro?

    O problema deste argumento é que tal forma de se expressar era totalmente alheia à forma de falar de Jesus verificada em todo o Novo Testamento. Quando Jesus usava a expressão “Em verdade te digo” (outras traduções traduzem: “Em verdade, em verdade”, “Eu te asseguro” etc.), nunca a usava dessa maneira. Exemplos existem às dezenas, alguns dos quais podemos destacar:

    – “Em verdade, em verdade eu te digo: Quando eras mais jovem, te cingias e ias para onde querias; mas quando fores mais velho, estenderás as tuas mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres” (João 21,18).

    – “Em verdade eu te digo: não sairás dali até que pagues o último centavo” (Mateus 5,26).

    – “Respondeu Jesus: ‘Em verdade, em verdade eu te digo: quem não nascer novamente não poderá ver o Reino de Deus'” (João 3,3).

    – “Em verdade, em verdade eu te digo: o que sabemos, encontramos; e o que vimos, testificamos; e não recebeis o nosso testemunho” (João 3,11).

    – “Respondeu-lhe Jesus: ‘Tua alma vai se pôr por mim? Em verdade, em verdade eu te digo: não cantará o galo sem que me tenhas negado três vezes'” (João 13,38).

    Em todas estas oportunidades Jesus jamais disse: “Em verdade eu te digo HOJE:”, mas apenas e de maneira bastante solene: “Em verdade eu te digo:”.

    Inclusive, quando Cristo empregou a palavra “hoje” nessa espécie de expressão, foi para afirmar que o referido evento ocorreria nesse exato dia:

    “E disse-lhe Jesus: ‘Em verdade eu te digo: tu, hoje, nesta noite, antes que o galo já tenha cantado duas vezes, me negarás por três vezes” (Marcos 14,30).

    Nesta frase, nenhum adventista ou testemunha de Jeová se atreveria a dizer que Cristo estava dizendo que esse “hoje” seria qualquer outro dia, que Pedro algum dia O negaria, pois vemos que Cristo diz que Pedro O negaria neste mesmo dia [“nesta noite”], ou seja, “hoje” mesmo.

    Outros exemplos onde Jesus empregou essa espécie de expressão sem jamais usar “hoje” para reafirmar a sua promessa ou o seu ensinamento podemos encontrar ao longo de todo o Evangelho (Mateus 3,9; 5.22.28.32.34.39.44; 12,36; 19,9; 21,27; Lucas 4,25; 9,27; 11,9; 12,44; 16,9; 19,26; João 16,7).

  13. Continuando…
    Os testemunhas de Jeová e os adventistas sustentam ainda que o bom ladrão não poderia estar com Jesus nesse dia no Paraíso porque Jesus subiu ao Pai somente após a ressurreição:

    “Disse-lhe Jesus: ‘Não me toques, pois não subi ao Pai. Porém, vai-te para onde estão os meus irmãos e dizei-lhes: ‘Subo ao meu Pai e ao vosso Pai, ao meu Deus e ao vosso Deus'” (João 20,17).

    Mas esta “contradição” tem solução…

    Essa aparente contradição é comentada por São Tomás de Aquino em sua “Suma Teológica”, Parte III, c.52, a.4:

    “Cristo, para assumir sobre si mesmo as nossas penas, quis que o seu corpo fosse depositado no sepulcro; e quis também que a sua alma descesse ao inferno. Porém, o seu corpo permaneceu no sepulcro um dia inteiro e duas noites para que se comprovasse a verdade da sua morte. Assim, é de crer também que a sua alma esteve outro tanto no inferno, a fim de que, por sua vez, saísse a sua alma do inferno e o seu corpo do sepulcro”.

    Mais adiante, continua dizendo:

    “Cristo, ao descer ao inferno, libertou os santos que ali estavam, não retirando-os instantaneamente do lugar do inferno, mas iluminando-os com a luz de sua glória no próprio inferno. E, não obstante, foi conveniente que a sua alma permanecesse no inferno por todo o tempo que o seu corpo esteve no sepulcro”.

    Portanto:

    “Essas palavras do Senhor devem ser entendidas, não quanto ao paraíso terrestre corpóreo, mas quanto ao paraíso espiritual, no qual se diz que vivem os que gozam da vida divina. Com efeito, o ladrão desceu localmente com Cristo ao inferno, para estar com Ele, visto que lhe disse: ‘Estarás comigo no paraíso’; porém, em razão do prêmio, esteve no Paraíso porque ali gozava da divindade como os demais santos”.

  14. Continuando…
    Mais uma evidência da imortalidade da alma: a Transfiguração

    “Seis dias depois, Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João e os fez subir a um lugar retirado, no alto de uma montanha, a sós. Lá, Ele foi transfigurado diante deles. Sua roupa ficou muito brilhante, tão branca como nenhuma lavadeira na terra conseguiria torná-la assim. Apareceram-lhes Elias e Moisés, conversando com Jesus” (Marcos 9,2-4).

    Este é outro evento que lança por terra a teologia das seitas pois, já que a alma não sobrevive ao corpo, o que faziam aqui Moisés e Elias conversando com Jesus? É oportuno recordar que a morte de Moisés está claramente registrada nas Escrituras (cf. Deuteronômio 34,5-6).

    Além da Transfiguração, temos ainda o evento da necromante de Endor, onde [o profeta] Samuel, já falecido, é evocado por ordem [do rei] Saul (1Samuel 28,6-20).

    Tanto no caso de Samuel quanto no de Elias e Moisés não se pode alegar que se trata de parábolas, nem de alucinações, e muito menos – como me comentou certa ocasião uma pessoa que possui crenças adventistas – que Samuel era um demônio e que Moisés ressuscitara temporariamente na Transfiguração para logo depois tornar a morrer.

    Sabe o que o autor do site que você citou, Álvaro, disse a respeito da passagem da transfiguração? Que Moisés ressuscitou, e que, portanto, não apareceu em espírito, e sim em seu corpo glorioso. Onde já se viu? Que eu saiba, até agora quem ressuscitou foi Cristo. Nunca ouvi falar de mais alguém, que não Cristo, tenha sido ressuscitado. E vocês mesmo não falam que somente no fim do mundo é que todos nós ressuscitaremos? Nós católicos também cremos que somente no fim do mundo é que todos nós ressuscitaremos. Que contradição, caro Álvaro!

    Não vi na Bíblia nenhuma evidência de que Moisés tenha ressuscitado. Na Bíblia só mostra Cristo ressuscitado, e mais ninguém. Ora, se você é adepto da Sola Scriptura, então como pode levar em consideração o que esse site diz, uma vez que só a Bíblia basta? Que eu saiba, só Cristo ressuscitou, caro Álvaro. Todo cristão, até onde eu sei, crê que somente Cristo ressuscitou.

  15. Prezada Senhorita Cristiane Pinto,

    Em primeiro lugar o Sola scriptura “não é o só a Bíblia basta”,pois isto é uma deturpação que alguns apologistas católicos fazem da sola scriptura de maneira dolosa ou culposa,mas sim que tudo deve ser examinado a base das escrituras.

    Ademais,

    Eu já sabia que tu iria vir com um dos sites do Rafael Rodrigues [que não se cansa de perturbar e apanhar nos blogs evangélicos]!!!!!

    Algumas de suas citações como esta:

    “Visto que os adventistas e os testemunhas de Jeová, por exemplo, não crêem na imortalidade da alma, como algo poderia matar apenas o corpo e não matar a alma?”

    mostram que tu não leu compassadamente o texto.

    Outra coisa: O livre-exame não é deturpar as escrituras,pois veja que existem regras hermenêuticas para a interpretação das escrituras dos quais eu mostrei apenas algumas em outros posts e estas regras são utilizadas tanto por teólogos católicos quanto evangélicos,mas o livre-exame nada mais é do que não aceitar tudo o que a instituição romana diz que é correto.

    Acabaram as suas refutações?

    Faça-me o seguinte:Refute tudo o que conseguir e depois poste que eu posto a réplica.

  16. Prezada Senhorita Cristiane Pinto,

    “lém da Transfiguração, temos ainda o evento da necromante de Endor, onde [o profeta] Samuel, já falecido, é evocado por ordem [do rei] Saul (1Samuel 28,6-20).”…

    Nem os “imortalistas” sérios usam esta passagem!!!!Todos sabem que ali em En-Dor havia uma necromante que invocou um demônio que se transformou em Samuel.Aliás essa é a mais famosa passagem utilizada pelos espíritas!!!!!!

  17. Cristiane

    “Deste modo, o dogma que ensina que “fora da Igreja não há salvação” continua firme e válido, pois a pessoa em ignorância invencível, e que obedece à lei natural, pertence, de fato, à alma da Igreja Católica”.

    Este dogma pode ao menos ser fundamentado pelo novo destamento?

    “Acha justo reparar erros dos quais nem lembramos? É justo? Nem lembro do que fiz em uma vida passada, é justo sofrer as consequências de um erro que não lembro de ter cometido”?

    Acho justo sim. Quer dizer que se uma pessoa mata alguém e sofre de aminésia depois, ela não precisaria pagar pelo crime cometido?

    “E outra, ainda tem como evitar ir para o inferno, agora a reencarnação nem tem como evitar, a pessoa é obrigada a reencarnar, querendo ou não”.

    As pessoas muitas vezes preferem reencarnar e pegar por seus erros que passar a eternidade no inferno, sendo abandonada por Deus lá.

    “Como aconteceu na novela A Viagem. A Dinah foi para um bom lugar ao morrer, e o que ela fez para merecer? Nada. Ela nem queria saber de Deus, vivia como se Ele não existisse, e foi para o céu. Tem lógica isso? Ora, se a pessoa não quer saber de Deus enquanto está viva, imagina se ela iria querer ir para o céu, onde Deus mora”…

    Ela era uma boa pessoa? Quer dizer que Deus vai abandonar um filho só porque este está em um estado de ignorancia?

    “Você faz de burro mesmo. O que é condenado pela Sagrada Escritura, é condenado por Deus. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus. Não entra na sua cabeça não”?

    Se é a palavra de Deus, então os apedrejamentos ainda seriam usados hoje. A escravidão não deveria ter sido abolida também, já que o antigo testamento faz apologia a ela.

    “Os espíritos a quem vocês espíritas chamam de não-evoluídos, são o que nós chamamos de demônios. Não caiu a ficha ainda? Vocês apenas dão um outro nome para os espíritos”.

    Não são não, tanto porque os espiritas não acreditam em demonios de chifres e … São espiritos ignorantes e não ruins.

    “E já que você não quer entender, vou dar outro exemplo. Nos livros espíritas, sempre alertam quanto à brincadeira do copo. Dizem que esse tipo de prática atraem maus espíritos. Ora, não vejo muita diferença na brincadeira do copo e nas sessões de um centro espírita”…

    Se fosse não vê diferença, então acho que tu frequentava terrero de macumba e não centro espiritas.

    “É óbvio que ele fez o mal. Ou a desobediência a Deus não é algo mal? Vai me dizer que fazer algo que Deus proibiu, fazer algo que Deus odeia, não é fazer o mal? Vai me dizer que desobedecer às leis de Deus não é fazer o mal? Só na sua cabeça mesmo, não é, Gustavo”?

    Então os catolicos também fazem o mau, já que os evangélicos dizem que os católicos cometem idolatria, que também é condenado por Deus.

    “Não falo essas coisas para te ofender, mas você está cansado de saber que para os cristãos o espiritismo é seita demoníaca, e ponto final”.

    Que culpa eu tenho pela opinião ignorante dos outros?

  18. Cristiane

    “As pessoas se comunicam com demônios que se passam por pessoas falecidas. Espíritos que ensinam tudo ao contrário do cristianismo não vêm de Deus”.

    Tu simplesmente acusa os espiritos de serem demonios, porque pregam algo contrario ao que tu acredita. Nossa, que prova cientifica.

    “É isso que o espiritismo ensina, que a caridade leva ao aperfeiçoamento espiritual. Vai me dizer que não é por interesse que o espiritismo aconselha ajudar os outros? Conta outra, vai, Gustavo”.

    Ajudar alguém para teu crescimento espiritual não têm nada de errado. Agora ajudar alguém esperando que aquela pessoa faça algo em troca, aí não existe caridade e sim troca de favores.

    “E o que você chama de reparar erros? Uma pessoa comete um erro na vida passada, e por conta deste erro, fica doente na vida presente”.

    Viu como tu não conhece o espiritismo. Os erros que cometemos não são cobrados apenas em outras vidas, podem ser cobrados nesta mesmo.

    “Como a pessoa vai aprender e evoluir, se ela nem se lembra de quais foram seus erros na vida passada? Que eu sabia, só aprende com os erros quem se lembra dos erros… Nunca vi alguém aprender com os erros dos quais nem se lembra. Só no espiritismo mesmo, na vida real não”.

    O espirito guarda as recordações de outra vida, mas o corpo não. Tu já imaginou reencarnar sabendo que na outra vida tu cometeu suicidio ou assassinato? Que teus pais nesta vida te mataram em outra vida?

    Não concordo com você que os erros anulam os acertos e tu tem que ter em mente que Deus não pensa como você. Se a justiça divina é perfeita, então ninguém que cometeu 1.000 acertos vai perde-los porque cometeu 1 erro.

    Eu mesmo me comunico com o Espirito da Santa Rita atraves da oração. Eu quando era bebê tive um problema e os medicos disseram que eu jamais andaria, que não havia tratamento.
    Meu pai rezava toda a noite pedindo ajuda a Santa Rita, durante 2 anos. Ao longo desse tempo eu fui melhorando gradativamente até conseguir andar e o medico não soube explicar como eu melhorei.

  19. Álvaro
    “correção: mostra que tu não lestes…”
    Claro que eu li, li tudo o que estava no texto. A Igreja Católica não nega a existência da necromancia. No entanto, trata-se de um fenômeno raro, que só ocorre com permissão de Deus, que é concedida apenas em casos especiais. Normalmente, os mortos não podem voltar ao mundo, como nos ensina Cristo na parábola do rico Epulão e do pobre Lázaro (Lc XVI, 19-31).

    Pelo que entendi, sua dúvida é se a aparição do profeta Samuel narrada na Sagrada Escritura (I Reis XXVIII, 7-20) foi de fato um desses casos especiais, ou se se trata de um prodígio do demônio.

    A resposta para esta pergunta se encontra em outro livro da Sagrada Escritura, no Livro do Eclesiástico, onde, falando do profeta Samuel, diz-se que:

    “Depois disso Samuel morreu e apareceu ao rei (Saul), e levantou-se a sua voz de debaixo da terra, profetizando, para destruir a impiedade do povo” (Ecles XLVI, 23).

    Deste trecho se conclui que foi o próprio profeta Samuel que apareceu ao rei Saul, evocado pela necromante. Por permissão de Deus, Samuel apareceu depois de sua morte a Saul, para profetizar a derrota de Saul.

    Em outro livro da Bíblia, encontramos a condenação ao rei Saul por ter recorrido à necromancia:

    “Morreu, pois, Saul, por causa das suas iniqüidades, porque tinha desobedecido ao mandamento que o Senhor lhe tinha imposto, e não o tinha observado; e, além disso, tinha consultado uma pitonisa [necromante] e não tinha posto a sua esperança no Senhor; e por isso ele o matou, e transferiu seu reino para Davi, filho de Isaí”. (I Cronicas X, 13-14).

    Logo, a necromancia é condenada pela Sagrada Escritura e pela doutrina Católica.
    “Este dogma pode ao menos ser fundamentado pelo novo destamento?”
    Este dogma é fundamentado pelo Novo Testamento, sim, e pelos Pais da Igreja. Basta estudar a patrística. A menos que você seja adepto da Sola Scriptura. Claro que no Novo Testamento não há a palavra Católica, mas há um trecho que mostra claramente que Cristo fundou uma Igreja, contra a qual as portas do inferno não prevalecerão. Mas na patrística fica ainda mais claro que a verdadeira Igreja de Cristo é a Católica. A menos que você seja um adepto da Sola Scriptura e não leve em consideração a patrística…

    Na Bíblia mesmo diz que a Igreja é a Coluna e o Sustentáculo da Verdade. É só procurar, está no Novo Testamento. Fora da Verdade não há salvação…

    “Acho justo sim. Quer dizer que se uma pessoa mata alguém e sofre de aminésia depois, ela não precisaria pagar pelo crime cometido?”
    Que comparação! Reencarnação não é a mesma coisa que sofrer de amnésia. Não se faça de desentendido. A moça do romance, Angélica, em uma vida passada era outra pessoa completamente diferente. Nem se chamava Angélica. Em uma vida passada ela era outra pessoa, criada em outra família, recebeu outra educação, pensava diferente, tinha sentimentos diferentes, enfim, era outra pessoa, tinha até outra identidade. A Angélica não era nem sombra da moça que foi um dia, nem se lembra de ter tido uma vida passada. É justo uma pessoa pagar pelos erros de outra? Não me adianta me dizer que eram a mesma pessoa, porque não eram. Se ela nasceu de novo em outra família, em outra cidade, quem sabe até mesmo em outro país, se tornou outra pessoa completamente diferente. Não acredito em reciclagem de almas.

    E como é que ela vai reparar os erros, se nem se lembra dos erros, Gustavo? Uma pessoa só pode reparar os erros dos quais se lembra. Não adianta, Gustavo, o espiritismo não tem lógica. Não adianta fazer malabarismo intelectual para defender essas baboseiras do espiritismo.

    “As pessoas muitas vezes preferem reencarnar e pegar por seus erros que passar a eternidade no inferno, sendo abandonada por Deus lá.”
    Ah é, e como você sabe? Por acaso já perguntou para todas as pessoas se elas preferem esta opção? Isso é o que você gostaria que fosse, mas isso não significa que todas as pessoas gostariam que fosse assim, porque nem todo mundo pensa como você, caro Gustavo. E outra, a realidade quase sempre não é o que a gente gostaria que fosse…

    “Se é a palavra de Deus, então os apedrejamentos ainda seriam usados hoje. A escravidão não deveria ter sido abolida também, já que o antigo testamento faz apologia a ela.”
    Como você é desonesto! Não vi nenhuma apologia à escravidão no Antigo Testamento. Você é que faz livre-exame, interpreta as Escrituras Sagradas como bem entende, como se tivesse autoridade para isso, quando não tem. E se você nega que a Bíblia, incluindo o Antigo Testamento, é a palavra de Deus, então mais uma prova de que você não é cristão coisa nenhuma.

    “Ela era uma boa pessoa? Quer dizer que Deus vai abandonar um filho só porque este está em um estado de ignorancia?”
    Ela não estava em estado de ignorância, muito pelo contrário. Ela não acreditou porque não quis, foi escolha dela, e ela que sofresse as consequências de sua escolha. Ou ela por acaso não sabia da existência de Cristo, ou da Igreja Católica? Ela era de uma família católica. Não estava em estado de ignorância coisa nenhuma. No caso dela, não havia desculpa. Ela negou Deus porque quis. Se ela era pessoa boa, depende. Para Deus, certamente que não era, porque afinal ela o negou.

    “Não são não, tanto porque os espiritas não acreditam em demonios de chifres e … São espiritos ignorantes e não ruins.”
    Não interessa se os espíritas acreditam ou não. Demônios não deixam de existir, nem deixam de ser demônios só porque existe gente que não acredita neles… Assim como Deus não deixam de existir por existir gente que não acredita Nele. E você acha o quê, que um espírito maligno que, em um caso de possessão, atormenta uma pessoa, não é ruim? Já vi casos assim em romances espíritas, e o espiritismo se refere a eles como sendo apenas espíritos ignorantes. Ignorantes? Acaso eles não sabem que não é certo fazer o que fazem? Conta outra, Gustavo. Essa sua conversa não convence ninguém aqui. Pelo o que eu li nos romances espíritas, sobre cada coisa que estes “espíritos ignorantes” fazem, eles não parecem ser ignorantes, muito pelo contrário… São ruins sim, não adianta negar.

    “Se fosse não vê diferença, então acho que tu frequentava terrero de macumba e não centro espiritas.”
    Ah ah ah… Grande diferença… A única diferença do chamado do copo para sessões de espiritismo é que nas sessões espíritas não se usa o copo… Todo mundo está cansado de saber como é uma sessão espírita… É mostrado até nas novelas em que se aborda o espiritismo… Nessas sessões, os espíritas se comunicam até mesmo com espíritos malignos, até mesmo com os piores espíritos, a quem vocês chamam de “espíritos ignorantes”… Até na Novela A Viagem podia-se ver isso, pois viviam se comunicando com o espírito Alexandre, que era na verdade um espírito maligno… Grande diferença! E espiritismo e terreiro de macumba na verdade são parentes, meu caro. Na verdade, a diferença da umbanda para o kardecismo é pequena. Grande parte do que prega o kardecismo, a umbanda também prega. E olha que na umbanda nem usávamos o copo. Na umbanda também havia médiuns. Não importa o método que se usa, é necromancia do mesmo jeito.

    “Então os catolicos também fazem o mau, já que os evangélicos dizem que os católicos cometem idolatria, que também é condenado por Deus.”
    Quanta desonestidade, Gustavo. Isso mostra apenas que os protestantes estão equivocados. Há passagens nas escrituras que Deus manda fazer imagens… Ou seja, a proibição não é absoluta. Deus não proíbe fazer uso de imagens, o que Ele proíbe é adoração a imagens. É proibido aos católicos adorar imagens. Portanto, o verdadeiro católico não comete idolatria. Desde os primeiros séculos, os cristãos faziam imagens. Se você tivesse estudado um mínimo, saberia disto. E outra, uma coisa nada tem a ver com a outra. A questão das imagens e a necromancia são situações distintas.

    “Que culpa eu tenho pela opinião ignorante dos outros?”
    Não estou debatendo sobre opiniões pessoais, e sim sobre doutrinas. Doutrina não é opinião pessoal. Uma coisa é opinião pessoal, outra coisa completamente diferente é doutrina. E ignorante aqui é você, pois para você não interessa a verdade revelada por Deus, o que te interessa é a sua opinião, o seu “achismo”. Nós estamos debatendo sobre a verdade, e não sobre opiniões pessoais de alguém.

    Ou seja, pelo jeito, para você o que importa é sua opinião, o que te importa é você ter ou não razão. Para você não importa a verdade, e sim o que você acha ou deixa de achar. Ignorante aqui é você, porque você não sabe e nem entende nada de cristianismo e ainda se diz cristão.

    “Tu simplesmente acusa os espiritos de serem demonios, porque pregam algo contrario ao que tu acredita. Nossa, que prova cientifica.”
    É evidente que estes espíritos ensinam tudo ao contrário do que Cristo ensinou. E outra, quem é que está discutindo ciência aqui? Por acaso existe alguma prova científica sobre reencarnação? Se tiver, me mostre. Ainda estou aguardando as provas da existência da reencarnação. Pelo jeito vou ficar esperando, não é?

    “Ajudar alguém para teu crescimento espiritual não têm nada de errado.”
    Ah, não? Só se for na tua cabeça mesmo.

    “Viu como tu não conhece o espiritismo. Os erros que cometemos não são cobrados apenas em outras vidas, podem ser cobrados nesta mesmo.”
    Não senhor, eu não desconheço o espiritismo. Sei muito bem que o espiritismo também prega que os erros podem ser cobrados nesta vida. Mas se os erros podem ser cobrados nesta vida, por que então a pessoa precisa reencarnar? Você até agora não trouxe nenhuma resposta satisfatória, muito pelo contrário, só sabe fugir do assunto…

    “O espirito guarda as recordações de outra vida, mas o corpo não. Tu já imaginou reencarnar sabendo que na outra vida tu cometeu suicidio ou assassinato? Que teus pais nesta vida te mataram em outra vida?”

    E daí? Qual é o problema em a pessoa se lembrar do passado? Vocês mesmo não vivem pregando o perdão? Então, qual o problema? Você ainda não respondeu. Como reparar erros do quais nem se lembra?

    “Não concordo com você que os erros anulam os acertos e tu tem que ter em mente que Deus não pensa como você. Se a justiça divina é perfeita, então ninguém que cometeu 1.000 acertos vai perde-los porque cometeu 1 erro.”

    Ninguém aqui falou que os erros anulam os acertos. O que eu falei foi que não adianta fazer algo bom, se você continua fazendo algo errado. Você tem é de parar de fazer a coisa errada. E cada vez que a pessoa comete um erro, tem de se arrepender e fazer um firme propósito de não fazer mais. Chico Xavier tinha é que ter parado de praticar a necromancia. Se ele fazia caridade, e ainda assim continuava praticando a necromancia, então não adiantou nada ter feito caridade…

  20. “O espirito guarda as recordações de outra vida, mas o corpo não.”
    Claro que a alma se lembra, mas daí a acreditar que uma alma possa voltar para a terra, num outro corpo, é outra história… Porque para o cristianismo, o corpo não é mera roupagem. O nosso corpo não é uma roupa.

    É com nosso corpo que nós vivemos, que nós pensamos, sentimos, comemos, é com nosso corpo que abraçamos nossos entes queridos, com nosso corpo erramos e acertamos. Nosso corpo não é algo descartável.

    O espiritismo dá a impressão de que o corpo é uma prisão para o espírito, e não é bem assim. Não vejo motivos para acreditar que vamos voltar à terra com outra identidade. Não quero deixar de ser quem eu sou. Não quero deixar de ser a Cristiane para ser uma outra pessoa, quem sabe até de outro sexo… Não quero deixar de ser a Cristiane para ser João ou José. E também não gosto de pensar na possibilidade de que, em uma outra vida, posso vir a me casar com a pessoa que é meu pai nesta vida… Ainda que, em uma vida futura, eu não fosse me lembrar de quem foi meu pai na vida passada, eu não gosto nada desta possibilidade. Não sei como você pode acreditar em tamanho absurdo. Nunca vi doutrina mais maluca.

    Eu prefiro acreditar no inferno eterno mesmo. Porque se o inferno é eterno, o céu também é. O céu não é um lugar intermediário, onde os espíritos ficam temporariamente até reencarnarem. Não. Os que estão salvos não ficam temporariamente no paraíso, ao contrário, ficam lá para sempre. Se existe a possibilidade de eu ficar para sempre no céu, para que eu iria querer voltar para a Terra? Não há o menor sentido em voltar para a Terra.

    Se uma pessoa fica doente, não é por ter feito algo em uma vida passada. O fato de uma pessoa ter cometido erros numa vida passada não justifica o fato de ela ficar doente em uma vida futura… Cristo já desmentiu esta doutrina maluca da reencarnação. Eu prefiro acreditar na doutrina de Cristo a acreditar na doutrina de Kardec. Cristo e Kardec simplesmente não se misturam. Ponto.

    Quanto a mim, cansei desse assunto, e não vou ficar mais discutindo sobre isso, porque isso não vai nos levar a lugar algum. Porque ninguém vai conseguir convencer ninguém aqui. Eu é que não vou conseguir convencê-lo, até porque nem adianta falar com espíritas, é entregar para Deus. Nem você vai conseguir me convencer de nada. Portanto, cansei desse assunto, por mim está encerrado.

  21. ““As pessoas muitas vezes preferem reencarnar e pegar por seus erros que passar a eternidade no inferno, sendo abandonada por Deus lá.”
    Se houvesse a possibilidade de voltar à terra, eu iria querer voltar como Cristiane, caro Gustavo, e não com outra identidade, como João ou José, por exemplo. Talvez as pessoas fossem querer voltar para a terra, mas será que iriam querer voltar com outra identidade? Você talvez, mas isso não significa que outras pessoas queiram isso, porque nem todos pensam como você.

    E em nenhum momento eu disse que é impossível a pessoa voltar à terra, voltar à vida depois de morrer. Para Deus nada é impossível. Geralmente as pessoas quando morrem não voltam, mas às vezes voltam. É um fenômeno raro, mas não é impossível. Tanto que ouvimos falar de casos assim. É o que nós chamamos de Experiência de Quase-Morte. A Igreja Católica, que eu saiba, nada tem contra a EQM. O catolicismo só não acredita na reencarnação… Uma coisa é a Experiência de Quase Morte, outra coisa completamente diferente é a reencarnação. Se há a Experiência de Quase Morte, ou seja, se Deus às vezes permite que a pessoa volte, com a mesma identidade, como o mesmo corpo, para que reencarnação? Se é possível que a pessoa volte com o mesmo corpo, não faz o menor sentido a crença na reencarnação.

  22. “Quer dizer que se uma pessoa mata alguém e sofre de aminésia depois, ela não precisaria pagar pelo crime cometido?”
    E por que a pessoa não pode pagar pelo que fez no inferno? Só porque a pena é eterna? Se for pensar assim, então você também teria de ser contra a prisão perpétua, também teria de achar cruel o fato de um assassino em série ficar preso pelo resto da vida… Porque pensa na possibilidade de uma pessoa, condenada a centenas de anos de prisão, ficar presa até morrer, sem poder ser solta…

    Só vai para o inferno quem comete pecados gravíssimos sem se arrepender. Só vai para o inferno quem se recusa a se arrepender, quem recusa a chance que Deus dá… Se a pessoa se arrepender, a pena será mais leve, ela apenas ficará um tempo no purgatório, depois irá para o céu… Aí estará salva. Basta se arrepender. A pessoa se arrependendo sinceramente, ela fica livre do inferno. A pessoa tem chance de se arrepender até mesmo nos últimos segundos de sua vida. Se ela se arrepender, ela será perdoada, não importa o que tenha feito durante a vida, porque não há pecado que não possa ser perdoado. A misericórdia de Deus é maior do que qualquer pecado… Por que eu vou querer reencarnar, uma vez que sei que Deus perdoará todos os meus pecados, até mesmo os mais graves, se eu me arrepender sinceramente?

  23. E para encerrar de vez esse assunto, quero que veja como o Deus cristão é misericordioso, através do testemunho de uma pessoa. Claro que ninguém é obrigado a acreditar, nem mesmo os católicos. Eu só acredito porque o testemunho em nada contradiz a doutrina católica.

    “O Livro da vida! – Da Ilusão à Verdade: Testemunho
    Extraído de uma das entrevistas feitas com a Dra. Gloria Polo na Rádio Maria (Colômbia).

    Irmãos! Realmente é muito lindo poder estar aqui compartilhando esse maravilhoso presente que o Senhor me deu há mais de 10 anos. Isso aconteceu em 8 de maio de 1995 na Universidade Nacional de Bogotá. Eu e um sobrinho estávamos nos especializando em odontologia e tínhamos que buscar uns livros na Faculdade de Odontologia numa sexta-feira à tarde. Meu esposo estava conosco. Estava chovendo muito forte, eu e meu sobrinho estávamos debaixo de um pequeno guarda-chuva e meu esposo tinha sua jaqueta impermeável e se aproximou da parede da Biblioteca Geral, e nós, enquanto saltávamos as poças d’água, sem perceber nos aproximamos de umas árvores.

    Quando fomos saltar uma grande poça, caiu um raio sobre nós. Nos deixou carbonizados e meu sobrinho faleceu ali. Ele era um rapaz, apesar da pouca idade, muito entregue ao Senhor e era muito devoto do Menino Jesus. Ele usava uma medalhinha do Menino Jesus no peito, dentro de uma moldura de cristal. Segundo o laudo, o raio entrou através da medalha e atingiu-lhe o coração, queimando-o por dentro e saindo pelo pé, mas por fora ele não se carbonizou, nem se queimou.

    Por outro lado, o raio entrou em mim pelo braço, me queimou de forma espantosa todo o meu corpo, por fora e por dentro. Isso que estão vendo aqui, este corpo reconstituído, é misericórdia de Nosso Senhor. Fui carbonizada, fiquei sem seios, praticamente me desapareceu toda minha carne e minhas costelas, o ventre, as pernas… o raio saiu pelo meu pé direito, me carbonizou o fígado, se queimaram os rins, os pulmões…

  24. Prezada Senhorita Cristiane Pinto.

    Vejo que temos que parar este debate por alguns motivos:

    1-Em primeiro lugar eu terei que dissertar sobre outras doutrinas romanas(p.ex: os deuterocanônicos,pois tu citastes Eclesiástico)e este debate não teria fim e ainda sairíamos do assunto do post.

    2-Gosto muito de estudar teologia,porém só gosto de debater quando vejo que irá me edificar ,mas não penso que será edificante.

    3- Eu estou debatendo com muita gente por email(conforme dito anteriormente) e por isso deixarei para outra oportunidade.

    (…)

    Enfim,espero que tu compreendas!

    Abraços,

    Álvaro Fernandes.

  25. Continuando…
    “Eu usava DIU, de maneira que o T de cobre, bom condutor elétrico, me carbonizou, me pulverizou os ovários, tive uma parada cardíaca, fiquei ali, sem vida, meu corpo pulava por causa da eletricidade que ficou por todo este local. Mas vejam, esta é só a parte física. A parte mais bonita, a parte mais linda, é que enquanto meu corpo estava ali carbonizado, eu, neste instante, me encontrava dentro de um lindo túnel branco, era uma delícia, uma paz, uma felicidade que não há palavras humanas para descrever a grandeza deste momento, era um êxtase imenso, eu ia muito feliz, nada me pesava dentro deste túnel, olhei ao fundo desse túnel e havia como um sol, uma luz lindíssima. Eu digo que é branco para colocar uma cor, mas nenhuma das cores é comparável humanamente a essa luz maravilhosa. Eu sentia a fonte de todo esse Amor, dessa paz…

    Quando eu vou subindo, digo… “Quarta-feira! Eu morri!” E nesse instante penso nos meus filhos e digo: “Ai meu Deus, meus filhos! O que vai ser deles? Essa mãe tão ocupada, nunca teve tempo para eles.” Aí me dou conta da minha realidade de vida e me sinto triste. Saí de minha casa para transformar o mundo e meu lar, meus filhos, pareciam demais para mim.”

  26. “Neste instante de vazio pelos meus filhos, dou uma olhada e vejo algo belo… Meu corpo já não estava nas medidas de tempo nem de espaço daqui da Terra, e vi todas as pessoas num mesmo instante, num mesmo momento, todas as pessoas, as vivas e as mortas e abracei os meus bisavós. Abracei meus pais que já haviam falecido, abracei a todos e foi um momento pleno e maravilhoso. Aí me dei conta de que havia caído por terra a teoria da reencarnação e eu via meu avô, meu bisavô, eles me abraçaram por um momento e encontrei com todas as pessoas que tiveram a ver comigo em minha vida, em todo lugar, ao mesmo instante. Só minha filha de 9 anos (que estava viva) que se assustou quando a abracei, ela sim sentiu meu abraço.

    Não havia passado nada de tempo nesse momento tão lindo, e que maravilha estar sem o corpo! Já não via as coisas como antes, quando só olhava se alguém era gordo, ou magro, ou feio, ou negro, sempre olhando com critérios. Não era assim quando não tinha meu corpo humano. Eu podia ver o interior das pessoas, como é lindo poder ver o interior das pessoas! Ver nelas seus pensamentos, seus sentimentos. Abracei a todos em um instante e, no entanto, eu continuava subindo e subindo, cheia de alegria. Quando senti que ia desfrutar de uma vista fantástica onde havia no fundo um lago belíssimo, neste mesmo instante, ouço a voz do meu esposo, ele chora e com um grito profundo e cheio de sentimento me grita: “O que aconteceu? Gloria! Por favor, não se vá! Volte, Gloria! As crianças, Gloria! Não seja covarde!” Neste instante, dou uma olhada como que global e o vejo chorando, com muita dor e então o Senhor me concede regressar. Eu não queria vir, de tanta alegria, paz e felicidade. Então, comecei a descer devagar, buscando meu corpo e me encontrei sem vida. Meu corpo estava na maca da enfermaria da Universidade Nacional de Enfermagem, via como os médicos davam choques elétricos em meu coração para me salvar da parada cardíaca.

    Durante duas horas e meia fiquei ali jogada, porque não podiam nos levar dali porque “lhes passávamos corrente” a todo mundo, até que finalmente deixamos de “passar corrente” e puderam nos atender. Começaram a me reanimar. Eu cheguei e pus os meus pés aqui no topo de minha cabeça e com violência uma faísca entrou em mim. Eu entrei no meu corpo, me doeu muito entrar e senti que saíam faíscas por todos os lados. Eu sentia encapsular-me nisto “tão pequenininho”. E a dor que sentia, minha carne queimava, como me doía! Saía fumaça e vapor. E a dor mais terrível, a dor de minha vaidade. Eu tinha critérios para tudo, era uma mulher executiva, era a intelectual, a estudante, a escravizada pelo corpo, escrava da beleza e da moda: 4 horas diárias de exercícios aeróbicos. Escravizada para ter um corpo bonito. Massagens, dietas, bem… de tudo o que possam imaginar, essa era minha vida. Uma rotina de escravidão por um belo corpo. E eu dizia: Bem… se tenho seios bonitos é para mostrar, assim como minhas pernas, porque sentia que tinha pernas esculturais, assim como os seios, e num instante via tudo com horror. Toda uma vida cuidando do corpo. Isso era o centro da minha vida, o amor ao meu corpo. E já não havia corpo. Nem seios. Havia uns buracos impressionantes em todo o seio esquerdo, estava praticamente desaparecido, e minhas pernas, era o mais terrível, havia pedaços vazios e sem carne, tudo preto, carbonizado…”

  27. Continuando…
    “Dali me levaram ao Seguro Social, rapidamente me operaram e começaram a raspar todos os meus tecidos queimados. Quando estou anestesiada, volto a sair do meu corpo. Estava olhando o que faziam os médicos com o meu corpo. Estava preocupada com minhas pernas. De repente aconteceu algo terrivelmente horroroso. Porque conto a vocês, irmãos, eu fui uma “Católica Dietética” durante toda a minha vida. Minha relação com o Senhor era uma Eucaristia aos domingos, em missas de 25 minutos, onde o padre falasse menos, porque que desespero e que angústia! Essa era minha relação com Deus. E como essa era a relação que eu tinha com Deus, todas as correntes do mundo me arrastavam como um cata-vento, a ponto de que quando já estava me especializando nos estudos, o mundo me dizia que o inferno não existia, que os diabos não existiam. Medo? Quem disse? Mas vergonhosamente confesso que a única coisa que me mantinha na igreja era o medo do diabo. Quando me diziam que não existe, que luta! E eu dizia: “Bem… Todos vamos para o Céu, não importa como somos.” Então, isso terminou afastando-me de uma vez do Senhor. O pecado não ficou só em mim e começo a piorar ainda mais minha relação com o Senhor. Começo a dizer a todo mundo que os demônios não existem, que são invenção dos padres, que são manipulações. Com meus companheiros da Nacional, comecei a acreditar no conto de que Deus não existia e que éramos produto da evolução. Vejam, quando me vejo neste instante, que susto terrível! Vejo uns demônios que vêm buscar seu pagamento: Eu!

    Nesse instante, começo a ver como da parede do centro cirúrgico começam a brotar muitíssimas pessoas. Aparentemente pessoas comuns, mas com um olhar de ódio tão grande, um olhar espantoso, e me dou conta que neste instante que em meu corpo há uma sabedoria especial e percebo que devo algo a todos eles, que o pecado não foi grátis e que a principal infâmia e mentira do demônio foi dizer que não existia, e vejo que vêm ao meu encontro e começam a me rodear e querem me levar. Vocês façam idéia do susto, do terror que senti. Essa mente científica e intelectual já não me servia de nada. Eu caía ao chão, tentava voltar para dentro do meu corpo, mas minha carne não me recebia. Neste susto tão terrível, saí correndo e não sei em que instante atravessei a parede do centro cirúrgico. Eu pretendia me esconder pelos corredores do hospital, mas quando passei pela parede do centro cirúrgico… “zas”, dei um salto no vazio..

  28. Continuando…
    “Entrei por uma quantidade de túneis que vão para baixo. No princípio tinham luz e eram luzes como colméias de abelhas, onde havia muitíssima gente. Mas eu vou descendo e a luz vai se perdendo e começo a andar nos túneis de trevas espantosas e quando chego a umas trevas, essas não se comparam com as trevas que conhecemos. Imagine que o mais escuro do escuro que conhecemos se parece à luz de meio-dia comparado a essas trevas que vi. Não se pode comparar. Elas mesmas ocasionam dor, horror, vergonha e cheiram mal. E eu termino essa descida por entre todos os túneis e chego desesperada a uma parte plana… Essa vontade de ferro que eu dizia que tinha, onde me sentia capaz de tudo, já não me servia de nada. Eu queria subir, mas não podia, e estava ali. Vejo como nesse piso se abre uma boca enorme e sinto um vazio impressionante em meu corpo, um abismo ao fundo inenarrável, porque o mais espantoso desse oco era que não se sentia nem um pouco o Amor de Deus, nem uma gota de esperança e esse oco tem algo que me suga para dentro e eu grito aterrorizada. Eu sabia que se entrasse aí, minha alma estaria morta. Esse horror era tão grande e quando estou entrando, algo me sustenta pelos pés. Meu corpo entrou neste oco, mas meus pés estavam sustentados para cima. Foi um momento muito doloroso e terrível.

    Vejam só… Meu ateísmo ficou pelo caminho e comecei a gritar: “Almas do purgatório! Por favor, me tirem daqui!” Quando eu estava gritando, foi um momento de uma dor imensa, porque me dou conta de que aí se encontram milhares e milhares de pessoas neste oco, sobretudo jovens, e com dor me dou conta que começo a escutar ranger de dentes, com uns gritos e lamentações que me estremeciam. Muitos anos me custaram para assimilar isso, porque eu me punha a chorar cada vez que me lembrava do sofrimento destas pessoas, e percebo que ali estavam todas as pessoas que em um segundo de desespero se haviam suicidado e estavam nestes tormentos com todas as coisas que ai se encontravam, mas o mais terrível destes tormentos é a ausência de Deus. Não se sentia o Senhor. Nessa dor, começo a gritar: “Quem se equivocou? Olhem como sou santa! Jamais roubei, eu nunca matei, eu fazia compras para os pobres, eu extraía dentes de graça ajudando os que necessitavam. O que faço aqui? Eu ia à Missa aos domingos, apesar de que me considerasse atéia, nunca faltei, se faltei cinco vezes à Missa em toda a minha vida foi muito. Eu era alma que sempre ia à Missa. E o que faço aqui? Eu sou católica, por favor, eu sou católica, tirem-me daqui!” Quando estou gritando que sou católica, vejo uma pequena luz. Entendam que uma luz nestas trevas é o maior presente que alguém poderia receber.

    Vejo umas escadas por cima deste oco, vejo meu pai, que havia falecido cinco anos atrás, ele estava quase atrás do oco, tinha um pouquinho de luz e quatro degraus mais acima vejo minha mãe, com muito mais luz e numa posição de oração. Quando os vi me deu uma alegria tão grande e comecei a gritar: “Paizinho, mãezinha, por favor, me tirem daqui, eu suplico, me tirem daqui!” Quando eles baixaram a vista e meu pai me viu ali… se houvessem visto que dor tão grande eles sentiram; neste lugar podemos sentir os sentimentos dos outros, podemos ‘ver’ essa parte e ‘vi’ essa dor tão grande. Meu pai começou a chorar e colocava as mãos na cabeça e tremia: “Minha filha, minha filha!” E minha mãe orava, então percebo que eles não podem me tirar dali e a dor que me inundava era sentir a dor que eles sentiam e estavam compartilhando essa dor comigo. Começo a gritar de novo: “Por favor, vejam, me tirem daqui, eu sou católica! Quem se enganou? Por favor, me tirem daqui!” E quando estou gritando pela segunda vez, se escuta uma voz, é uma voz doce, é uma voz que quando a escuto, se estremece toda a minha alma, e tudo se inundou de amor e de paz, e todas estas criaturas saíram apavoradas, porque elas não resistem ao Amor, nem à paz e eu sinto essa paz, e essa voz me diz: “Muito bem, se você é católica, diga-me os dez mandamentos da lei de Deus.”

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