Impressionou-me positivamente o artigo do pe. Zezinho publicado no mês passado, mas que só agora eu li. Leva por título “Por uma Igreja que pensa” (é o terceiro texto do link acima indicado – não tem link direto). Aliás, eu nunca diria que o texto saiu da pena do pe. Zezinho, se não estivesse disponível em um blog que, até onde pude perceber, não é fake. Não é do próprio pe. Zezinho, mas é “em [sua] homenagem”. Tomara que seja verdadeiro.
São verdadeiríssimas palavras! Vejam só: “Parecemos um hospital que, na falta de médicos na sala de cirurgia, permite aos secretários, porteiros e aos voluntários bem intencionados que operem o coração dos seus pacientes. Há católicos aconselhando, sem ter estudado psicologia. Há pregadores receitando, sem conhecer a teologia moral. E há indivíduos ensinando o que lhes vem na cabeça, porque, entusiasmados com sua fama e sua repercussão, acham que podem ensinar o que o Espírito Santo lhes disse naquela hora”. E tanto a analogia quanto os exemplos concretos apontam para uma mesma coisa: a falta de cuidado com os assuntos religiosos, tratando com desleixo e negligência coisas que são da mais alta importância. Estamos falando da Fé Católica, que – mutatis mutandis, óbvio, porque a chance de um porteiro “acertar” uma cirurgia cardíaca é muito menor do que a de um leigo bem intencionado acertar uma palestra – é mais importante e mais séria do que problemas cardíacos que exigem uma intervenção cirúrgica.
Trata-se de um fenômeno moderno que outras pessoas já tiveram a oportunidade de apontar: vivemos em um século onde a qualidade do conhecimento é continuamente questionada, onde existem (e exigem-se) especialistas sobre assuntos os mais diversos mas, no entanto, se o assunto for a Igreja Católica, todo mundo pode e deve emitir as opiniões mais disparatadas possíveis, sem que seja necessário para isso ter lido uma única linha de um único catecismo de crianças sequer. Trata-se a religião com uma displicência tão grande como não se usa para política, culinária ou futebol; para este último, exige-se que se conheçam ao menos as regras básicas do jogo e a escalação do time. Com relação à Igreja, a maior parte das pessoas que adora falar sobre catolicismo não é capaz de dar o nome de três dicastérios vaticanos ou de citar, em ordem, os últimos cinco papas. É impressionante: para discutir futebol exige-se mais!
E o problema começa “de dentro”, como apontou o pe. Zezinho no texto acima citado. São pessoas sem nenhuma preparação que estão em posições-chave da Igreja! Se somos nós próprios, em nossas paróquias e arquidioceses, que tratamos as coisas sagradas como se tivessem pouca ou nenhuma importância, como poderemos exigir que os inimigos da Igreja tratem-nA como Ela merece?
Urge acabar com esta cultura de mediocridade. É fundamental que tratemos seriamente as coisas sérias, e é da mais alta importância que dediquemos o nosso melhor à Igreja, reservando para o Altíssimo a melhor parte daquilo que temos e somos. Zelo zelatus sum pro Domino Deo Exercituum – oxalá o sentido dessas palavras pudesse impregnar-se na alma de cada católico! Cuidai daquilo que é Vosso, Senhor. Olhai pela obra de Vossas mãos. Deus, in adjutorium nostrum intende; Domine, ad adjuvandum nos festina.
Concordo no geral com texto mas faço um alerta. Teologia em Institutos contaminadas com a TL não me ajudaram em nada a ser um católico fiel à doutrina Católica. Agradeço minha licenciatura em Teologia pois me garantiu alguns conhecimentos, até para contra-argumentar e o acesso à minha profissão. Agradeço muito esta oportunidade que Deus me concedeu . Mas com toda sinceridade não me sinto preparado como católico,em relação à Teologia por causa dele. E sim, devido as minhas leituras e ao senso de discernimento que Deus me concedeu. Então certas catequeses que hoje formam catequistas dadas por teólogos são também um grande perigo tanto quanto a ignorância da fé.
Sim, totalmente de acordo. Os que apregoam “teologias” heterodoxas estão entre os que não têm zelo pelas coisas santas.
Abraços,
Jorge
Como o Francisco disse, o que mais temos e formação
doutrinal/teológica incipiente e contaminada pela TL.
A mudança teria que partir da hierarquia. Portanto,
não veja nenhuma perspectiva que isto aconteça, a médio prazo.
Quem quiser melhorar sua formação, tem que recorrer
a meios alternativos (internet,livros,etc).
Isso só acontece com uma minoria privilegiada.
Além do que, nem todas pessoas tem capacidade de absorver
certos conhecimentos.
Gostaria de entender todo o post, por caridade traduza para quem não sabe latim:
mutatis mutandis = ?
Zelo zelatus sum pro Domino Deo Exercituum = ?
in adjutorium nostrum intende; Domine, ad adjuvandum nos festina = ?
Caros,
esse texto vem atingir de forma certeira os pregadores da RCC que como o texto diz: “E há indivíduos ensinando o que lhes vem na cabeça, porque, entusiasmados com sua fama e sua repercussão, acham que podem ensinar o que o Espírito Santo lhes disse naquela hora”.
é simplesmente incrível como na “cara” de muitos sacerdotes, leigos falam o que bem entendem sem serem corrigidos, pois segundo eles, falam inspirados pelo “espírito santo”, eu já vi e ouvi tantas barbaridades, principalmente saídas de grupos jovens, onde um pregador(doutrinador) “ungido” ensina a Bíblia, como ele a entende, da mesma maneira que os protestantes,e outras coisas que ele acha sobre a Igreja e a Fé! Muitos jovens nem sequer mais aceitam o que lhes é ensinado na catequese (digo boa catequese), pois hoje a catequese está infestada de sentimentalismo e dinâmicas a lá RCC!
é algo absolutamente terrível, que sacerdotes deixem leigos pregarem em seu lugar, e falam mil e uma barbaridades, mesmo com toda a boa intenção do mundo!
se esse texto for mesmo do Pe. Zezinho ele acertou em cheio dessa vez!
Claudia,
Desculpe-me! :)
“Mutatis mutandis” = “mudando o que deve ser mudado”. É uma expressão utilizada em analogias ou comparações, para se chamar a atenção às diferenças existentes entre as duas coisas, a fim de que sejam consideradas.
“Zelo zelatus sum…” é um versículo bíblico, que significa “eu me consumo de zelo pelo Senhor dos Exércitos”.
E o “Deus, in adjutorium meum intende…” é uma oração. Em português, acho que é “vinde depressa em meu auxílio / socorrei-me sem demora”.
Abraços,
Jorge (do celular)
Jorge
A PAZ DO RESSUSCITADO!
Eu lhe enviei um antigo artigo do artigo do Pe. Zezinho sobre ser padre e pai, sobre paternidade biológica e espiritual. Talvez nesse dia dos pais, possa servir para escrever ao sobre paternidade física e espiritual.
Abraços, Alex.
Cito um parágrafo do texto do Pe. Zezinho:
“Como é bonito ver um pai amigo dos filhos e amado por eles. E como é triste, muito triste mesmo, observar um pai que ama errado e, por isso, não é amado, ou que pensa amar certo, mas machuca seus filhos. Sei mais ou menos o que eles sentem, porque assumi a paternidade espiritual de muitos jovens e adolescentes. Algumas vezes, acertei; outras, errei – sofri e fiz sofrer. E ainda cometo erros, quando me intrometo demais na vida dos jovens a quem quero bem. Para modificar isso, eu teria de aprender a não me sentir mais pai. Deveria me sentir padre e pai espiritual de todos. Descubro que é tão difícil ser bom pai espiritual quanto deve ser difícil a paternidade física.” SER PADRE E SER PAI, PADRE ZEZINHO
Dona Cláudia, amavelmente ilustro para que a senhora possa compreender melhor:
a) Zelo zelatus sum: é um trecho da Bíblia, conforme o caro senhor Jorge explicou-lhe muitíssimo bem. Também é usado como lema no escudo dos religiosos Carmelitas, bem como no estandarte sustentado por Santo Elias. Podemos também comparar “zelo zelatus” sum com a seguinte frase do salmo 25:
Domine, dilexi decorem domus tuae, et locum habitationis gloriae tuae: Senhor, amo, a beleza da vossa casa, e o lugar em que repousa vossa glória…
Veja um exemplo em imagem:
http://www.youtube.com/watch?v=CB2dUSwDmdQ
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Quem ama a Deus, naturalmente, zela pela beleza de sua casa, que se consome de zelo pelo senhor dos Exércitos! Dominus Deus SABAOTH- SENHOR DEUS DOS EXÉRCITOS! Assim age o bom padre, o bom religioso.
Veja o contrário, ou seja, quando vertentes do espiritismo sob falso véu de cristandade, enganam o povo em troca de privilégios e fortuna:
http://www.youtube.com/watch?v=9Dj0y3r5oCw
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Entende, é isto.
Deus in adjutorium meu intende, são as primeira spalavras cantadas no Ofício Divino nas diversas horas canônicas nos mosteiros, catedrais, conventos e seminários. É uma oração, como ilustrou senhor Jorge.
veja:
http://www.youtube.com/watch?v=9Dj0y3r5oCw
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Compreende a riqueza destas palavras tão santas!
Espero te-la ajudado clareando vosso entendimento.
Fique com Deus e Maria Virgem!
Estas palavras Falam também da sublimidade do sacerdócio católico.
Jorge, o Prof. Felipe Aquino também publicou esse texto do Pe. Zezinho.
http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=OPINIAO&id=opi0606