Eu “fui ao comício”, ontem, no Marco Zero, onde o presidente Lula estava com sra. Dilma Rousseff e mais uma cambada de “companheiros”. Estava em dúvidas sobre se era moralmente aceitável “sentar-me à roda dos escarnecedores”; disse a mim mesmo que a minha ida seria por questões jornalísticas, e me tranqüilizei. Depois, fiquei pensando se o lugar não era perigosamente propício a ser alvo de uma chuva de fogo e enxofre, enviada pela Justa Ira Divina por tanto tempo já contida; mas pedi à Virgem Santíssima que sustentasse, ainda mais um pouco, o braço do Seu Divino Filho, e me tranqüilizei. Pensei, por fim, se a minha ida não iria aumentar a repercussão do evento, “engrossando” o número de participantes do comício que iria ser noticiado no dia seguinte; mas pensei que, afinal, a praça é pública – a praça é do povo – e eu poderia, perfeitamente, ao invés de “ir ao comício”, ir ao Recife Antigo tomar cerveja. Tecnicamente, seria o presidente quem estaria discursando junto ao meu barzinho. Encontrei, assim, a causa com duplo efeito que eu precisava para dirimir de vez os meus escrúpulos, e me tranqüilizei. Camisa preta – luto -, pus-me a caminho.
Cheguei perto das dez horas da noite. Algumas pessoas estavam já voltando, mas o senhor presidente ainda estava falando e, considerando o tempo que ele falou depois disso, acho que cheguei bem no início do seu discurso. A praça do Marco Zero parecia estar lotada, mas era pura armação: fizeram um “labirinto” com aquelas grades móveis por toda a praça, exigindo que as pessoas dessem voltas e mais voltas para chegar ao centro e induzindo-as, assim, a ficarem no perímetro, fora das grades. Para quem via de longe, passava realmente a impressão de que o Marco Zero estava lotado. Mas eu, que nunca tive medo de multidão, fui até o centro da praça: praticamente vazia. Havia até mesmo pessoas sentadas no chão.
O Jornal do Commercio falou em 25.000 pessoas. Mas, ao menos quando eu cheguei, não tinha nada nem perto disso, pelos motivos acima explicados: a praça estava vazia, as ruas estavam transitáveis, só havia aglomeração de pessoas no perímetro da praça e, neste, não cabem 25.000 pessoas nem que elas estejam, em quatro níveis, uma em cima da outra. Mas, enfim. Engenhosa a tática petralha, é forçoso reconhecer.
A sra. Rousseff não falou; ou, então, eu só cheguei depois que ela já tinha falado. Por uma longa e enfadonha hora, eu só ouvi o senhor presidente. Lula fez questão de dizer era necessário votar nos deputados – nos “companheiros”… – que apoiavam o Partidão, que era preciso eleger Humberto e Armando senadores, Eduardo governador (para que Pernambuco avançasse “30 ou 40 anos em 8”) e Dilma presidente. Foi muitas vezes interrompido por aplausos. Mas houve três situações curiosas no discurso do senhor presidente.
Uma: falando sobre Humberto Costa, que foi ministro da Saúde, disse que ele havia feito muito por Pernambuco – aplausos. Que era uma pessoa séria e honesta, blá-blá-blá – aplausos. Que, no entanto, não havia feito mais (aqui, o presidente elevou a voz; estava quase aos gritos) porque os inimigos dele o haviam traído, votando contra a CPMF e tirando da saúde não-sei-quantos-milhões que já estavam destinados para não-sei-o-quê. E não houve mais aplausos. E os sonoplastas bem que poderiam introduzir, neste momento, o clássico som de grilos cricrilando. Ao que parece, nem os próprios petralhas estão dispostos a defender a CPMF do Governo.
Duas: falando sobre as mulheres. O presidente teve um surto de lucidez, e começou a falar um monte de coisas politicamente incorretas: que são as mulheres que carregam por nove meses no ventre um ser humano, que são as mulheres as responsáveis pelo lar familiar, que são as mães que ensinam os filhos a falarem, que são as mães que acordam de madrugada quando o menino está chorando, e não os pais, que são as mães que dão o peito quando o menino está com fome, e não os pais, et cetera. A clássica separação de papéis dentro do Matrimônio à qual a modernidade tem tanto ódio! E lá estava o Lula, em um ato falho, a defendê-la: afinal, se Deus falou um dia através da boca de uma mula, por que da boca do Lula não poderia sair alguma coisa que prestasse, alguma vez na vida? Mais uma vez, os sonoplastas teriam trabalho neste momento, porque o discurso – inflamado! – não arrancou aplausos da petralhada. E o presidente achou melhor mudar de assunto.
Três: rasgando-se em elogios à Dilma. Disse que ela era uma mãe, e que ele gostava tanto e confiava tanto nela que poderia dizer, com toda a honestidade, que, “se não tivesse a Marisa” [aqui eu já comecei a rir, imaginando o que diabos ele iria falar], e ele “tivesse um filho [pequeno]”, entregaria o filho para a Dilma criar (!). Pasmem, isto foi dito desse jeito! Lula, em menos de um minuto, ofendeu a primeira-dama, demonstrou total descaso pelo seu hipotético filho (como assim, “dava para a Dilma criar”? Fala que casava com ela, Lula!) e agrediu mortalmente a presidenciável feminista (porque criar filho é tudo o que gente dessa laia não quer fazer)! E eu, esforçando-me para segurar as gargalhadas, afastei-me um pouco da praça. O ambiente era hostil a ponto de ser contrário à prudência debochar do senhor presidente. Mas, que deu vontade… ah, isso deu.
Por volta das onze horas da noite, o presidente despediu-se, disse “muito obrigado” e os militantes – que carregavam cartazes e bandeiras – desapareceram em um piscar de olhos. Nem sequer esperaram para tentar bater fotos, ou cumprimentar algum dos candidatos, nem nada: veio-me à mente a maliciosa comparação com empregados de uma fábrica que ouvem o toque da sirene anunciando o final do expediente. Também não seria eu a esperar mais nada: voltei à minha cerveja. Agradecendo a Deus por ter sobrevivido ao comício. Brindando ao Papa. E pedindo ao Altíssimo misericórdia para o Brasil.
Jorge, eu li numa nota de uma edição antiga da Bíblia, salvo engano, que os chamados hasidim do Antigo Testamento não cortavam os seus cabelos nem tomavam qualquer tipo de bebida alcoólica – como sinal de consagração a Deus. Um exemplo é Sansão ou o Profeta Samuel.
Por que você não faz como eles, sobretudo deixando de beber cerveja e qualquer outro tipo de bebiba alcóolica! :)
Brincadeiras à parte, veja este trecho de uma audiência do Papa João Paulo II sobre o Salmo 149 e os hasidim. Eu achei que tem muito a ver com o seu “testemunho político”, se assim posso-me expressar.
“3. Na perspectiva actual da nossa oração, esta simbologia bélica torna-se uma imagem do nosso compromisso de crentes e, depois de termos cantado a Deus os louvores matutinos, podemos partir pelas estradas do mundo, no meio do mal e da injustiça. Infelizmente, as forças que se opõem ao Reino de Deus são imponentes: o Salmista fala “de povos, de nações, de chefes e de nobres”. Todavia, está confiante porque sabe que ao seu lado se encontra o Senhor, que é o verdadeiro Rei da história (cf. v. 2). Por conseguinte, a sua vitória sobre o mal é certa e será o triunfo do amor. É neste combate que participam todos os hasidim, todos os fiéis e os justos que, com o poder do Espírito, completam a obra admirável que tem o nome do Reino de Deus.”
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/2001/documents/hf_jp-ii_aud_20010523_po.html
Alex,
Por dois motivos. Primeiro porque estou muito longe deste nível de perfeição :). Tenho incontáveis outros vícios e imperfeições a serem trabalhados antes que eu possa atingir esta perfeição dos hasidim da Antiga Aliança.
É, eu sei, é uma vergonha. Os que viviam antes de Cristo, antes da Graça ser derramada no mundo, amavam mais a Deus do que eu, pecador desgraçado. Que o Altíssimo tenha misericórdia de mim :(.
Segundo, porque – principalmente para leigos – é importante estar inserido no mundo (naturalmente, naquilo que é lícito), até por questões de apostolado, para aproximarmo-nos das pessoas e assim, quem sabe, com a ajuda de Deus, aproximá-las das coisas sagradas. Existe ainda, infelizmente, uma certa mentalidade puritana até mesmo entre católicos, que precisa ser combatida. Beber e fumar é estratégia de apostolado :D.
[Ademais, o negócio tá tão feio que a gente pode cantar com Chico Buarque: “e a gente vai levando, / de teimoso, de pirraça; / e a gente vai tomando / que, também, sem a cachaça / ninguém segura esse rojão”.]
Quanto à intervenção de João Paulo II, sim, muito oportuna. Vai na linha daquilo que escrevia o pe. Lodi sobre o inimigo já cantar vitória. Uns confiam em cargos; outros, em partidos. Mas nós confiamos no Senhor dos Exércitos que, afinal, é Senhor da História. Nada Lhe é estranho, para Ele não há surpresas. Rezemos, façamos penitência por nossas muitas faltas, imploremos a Deus a Sua Misericórdia e trabalhemos com afinco naquilo que nos é permitido fazer para apressar a vinda d’Ele.
Abraços,
Jorge
Parabéns pela coragem, Jorge! :D Eu não a teria. Gosto de ir no Recife Antigo para me divertir em um bom pocket show na Cultura, ou para aqueles blocos tradicionais de carnaval, de preferência semanas antes do dito cujo…Jamais me aproximaria de comício, principalmente desse povo. Ultimamente, tenho horror até á multidão da Igreja :D
“O presidente teve um surto de lucidez, e começou a falar um monte de coisas politicamente incorretas: que são as mulheres que carregam por nove meses no ventre um ser humano, que são as mulheres as responsáveis pelo lar familiar, que são as mães que ensinam os filhos a falarem, que são as mães que acordam de madrugada quando o menino está chorando, e não os pais, que são as mães que dão o peito quando o menino está com fome, e não os pais, et cetera.”
Pois eu acordei uma porção de vezes de madrugada para acudir meu filho que estava chorando.
“Duas: falando sobre as mulheres. O presidente teve um surto de lucidez, e começou a falar um monte de coisas politicamente incorretas: que são as mulheres que carregam por nove meses no ventre um ser humano, que são as mulheres as responsáveis pelo lar familiar, que são as mães que ensinam os filhos a falarem, que são as mães que acordam de madrugada quando o menino está chorando, e não os pais, que são as mães que dão o peito quando o menino está com fome, e não os pais, et cetera. A clássica separação de papéis dentro do Matrimônio à qual a modernidade tem tanto ódio!”
Vejamos, assim como o empresário/apresentador Silvio Santos, Lula é um homem inculto, do ponto de vista formal, porém,muito hábil e inteligente, ao menos no trato com o público. Um bom orador, no que tange ao carisma, nem sempre no conteúdo e mestre no improviso, ainda que nem sempre atingindo o alvo. No machista Nordeste brasileiro, o presidente tem que fazer algumas concessões com relação a ignorância popular. De outra forma não lhe dariam muita atenção (e de fato, parecem não ter tido muita…). E ainda que desagrade os seus correligionários. Evidentemente, Lula não acredita que o destino da mulher se resuma apenas à condição de parideira. Não virou um ultramontano…
A tal “clássica divisão” é mais um produto das contradições do processo social, do que mandato divino. Mas para quem desdenha tudo que veio depois do século XV na história do pensamento ocidental, é como falar grego… Felizmente no ocidente atual não dá para proibir a mulher de estudar, de escolher com quem ou se quer casar, essas coisas…
Da forma que a economia do mundo está estruturada, é meio complicado a mulher não ter que cooperar para o sustento financeiro da família. Para não falar de homens desempregados, aqueles que abandonam esposa e filhos, etc. Desse modo, não é pecado algum o homem colaborar nas lides domésticas e na educação da prole. Não vai “efeminá-lo” de forma alguma. É uma mudança da cultura, gostemos ou não.
Portanto, cristãos tradicionalistas e ortodoxos, católicos ou não, não dá para voltar aos tempos pré-revolução industrial.Sorry reacionários.
Caro Jorge, deleito-me lendo as suas postagens. Esta então, está impagável.
O Molina confunde alhos com bugalhos.
Ninguém aqui é contra a mulher trabalhar fora ou o marido ajudar nas tarefas domésticas. muito menos foi falado que isso efemina o homem.
O que o jorge quis dizer foi que muito do que a mulher fazia – o que o presidente citou – hoje é motivo de vergonha. A mulher que cuida dos filhos é considerada submissa e rotulada de “Amélia” pelas feministas e os ditos “progressistas”, criando inclusive essa classificação imbecil: rotulação de pessoas “progressistas” e “reacionários”.
Mais masoquismo, veja o vídeo da Dilma sobre Aborto: http://www.youtube.com/watch?v=ITAwV6gg3kY
Sobre mulher,trabalho e o que diz a Santa Igreja, sugiro esse post feito por minha irmã, com extensas e muito bem colocadas palavras do Santo Padre e do nosso magistério sobre esse assunto.
http://lucianalachance.wordpress.com/2010/08/21/parte-1-preparacao-para-o-matrimonio-ser-mae/
Salve Maria!!!
Acho que é um direito das mulheres ser sustentada pelos maridos.
Em traços muito gerais, embora fosse necessário matizar bastante, concordo com o ou a Molina!
«Acho que é um direito das mulheres ser sustentada pelos maridos.»
Só se for um direito de vagabundas que não queiram trabalhar. Até uma dona-de-casa não é sustentada pelo marido, porque em casa, trabalha o suficiente para merecer ganhar dele o que come.
Quanto ao texto da Luciana, é evidentíssimo a qualquer católico não-puritano e não com elevado índice de burrice e estupidificação mental sectária (lá dos que, subtil e escondidamente não aceitam os Papas), que é um texto intelectualmente desonesto, que retira citações papais do contexto em que estão inseridas, em vez de apresentar os textos completos das mesmas. Não cita porque não poderia, se o fizesse estaria a estragar a sua tese…
Do puritanismo protestante, libera nos, Domine!!!
No meu blog também há muitas, muitas frases – não desonestamente descontextualizadas – do magistério a favor dos estudos e da vida profissional activa para mulheres católicas, esposas e mães.
O que será que as puritanas pensarão dos casais em processo de beatificação como Tomás Alvira e Paquita Domínguez: com nove filhos, ela foi sempre professora. Santa Gianna era médica.
Vão pastar e dar uma volta com o puritanismo protestante ultra-rigorista!
Acabei de escrever sobre isso:
http://a-dignidade-da-mulher-catolica.blogspot.com/2010/09/desmontando-mitos-e-falacias-uma-dona.html
Muito prezada Teresa, Salve Maria.
Quero somente fazer um pequeno comentário desta sua seguinte frase infeliz: “Só se for um direito de vagabundas que não queiram trabalhar. Até uma dona-de-casa não é sustentada pelo marido, porque em casa, trabalha o suficiente para merecer ganhar dele o que come”.
Marido e mulher que se amam em Cristo não se “pagam” um ao outro com seus trabalhos como “dívida a ser quitada”. Digo-lhe isto pois sou dona-de-casa, e JAMAIS faço meus trabalhos domésticos em troca do dinheiro do meu marido ou a troco de um prato de comida, primeiramente porque não sou uma “desconhecida” dentro do meu próprio lar, segundo porque faço os serviços domésticos devido ao meu estado de vida e, mais que isso, por zelo e amor ao meu marido, pois o amo e o quero bem e quero que ele seja feliz, e se sinta amado e cuidado por mim.
Digo sim que sou sustentada por meu marido, pois afinal de contas é ele quem traz o dinheiro para nossa casa com o suor do seu trabalho. É ele quem me veste, me alimenta e que supre minhas necessidades materiais. Ao contrário do que você alegou, eu sou sustentada sim por meu marido, porém não pelo prato de comida que como nem pelo chão que eu limpo, mas porque ele me ama e me respeita em Jesus Cristo, Nosso Deus e Senhor, e porque em nosso lar temos nossos respectivos papéis e assumimos nossas posições sem receio nem preconceito: enquanto ele é a cabeça, eu sou o coração. Uma coisa não vive sem a outra, a cabeça não pode ter vida se o coração não pulsa, e sem a cabeça um coração também não bate em um corpo, pois ele jaz morto.
Sinceramente, Teresa, eu não entendo seu ódio para com o “modelo tradicional de família”. Devo lhe dizer que sua frase acima vulgariza, menospreza e destrona a vocação da mulher como mãe, esposa e rainha do lar.
Fica com Deus.
Em Cristo,
Melissa
Teresa, Salve Maria!
É bom argumentar, debater civilizadamente. As pessoas podem pensar diferente da gente isso acontece. Agora xingar e usar termos como os que você usou (mandando quem pensa diferente de você ir pastar) só terminam por diminuir e muito qualquer defesa que você queira fazer.
Devo dizer que concordo com o comentário da Melissa e que gostei muito do artigo da Luciana, baseado todo na doutrina da Igreja Católica.
A Paz!
Prezada Melissa,
Salve Maria.
O modelo ‘tradicional’ (? – eu teria muitos exemplos a dar que contrariam essa noção generalizada nos meios tradicionais, como as grandes rainhas Branca de Castela e Isabel a Católica por exemplo), como dizia, o modelo tradicional, não é por mim «odiado», como você infelizmente afirma.
Simplesmente baseio-me numa visão muito mais completa e verdadeira do amor humano: o amor cumplicidade, o amor respeito. Se alguém ‘domina’, manda, ordena, a outrem, isso é paupérrimo em termos de amor conjugal.
Vocês podem usar os termos que quiserem, mas é um facto inquestionável que a Igreja já não os usa, nem sequer no seu catecismo oficial. Dom Rafael é especializado em direito canónico matrimonial – e já lhe enviei um e-mail com estas questões todas.
Do muito que li dele, colecciono os seus livros e devoro-os, tenho plena convicção de que está em total acordo comigo.
Discordo de vc quanto ao sustento. Eu sustento minha mãe? De modo nenhum. Eu trabalho fora e ela trabalha dentro. Eu dou-lhe o dinheiro que recebo e ela faz-me a comida, lava-me a roupa e etc.
Para mim, mulher sustentada pelo marido é mulher que não faz nada. Vc usa o termo que quiser, mas não considero que seja sustentada pelo seu marido. Sustentar alguém, pelo menos de acordo com a frase que escrevi, é dar a quem nada dá, a quem nada aporta, a quem não se pode valer de nenhum modo e explora. Foi esse o sentido que dei à frase de que vc não gostou.
De nenhum modo pretendi dizer que uma dona-de-casa é sustentada pelo marido, muito pelo contrário defendo a tese que já expliquei.
Acho muito sinceramente que um matrimónio baseado em relações hierárquicas (entre os cônjuges, porque entre pais e filhos tem de existir hierarquia – e esta é a única hierarquia familiar mencionada pelo catecismo da Igreja Católica! Pq será que a outra não é mencionada?), um matrimónio baseado em relações de superioridade hierárquica/subordinação é paupérrimo e, digam o que quiserem, tenho a plena convicção que sem amor!
Todos os casais católicos que conheço, posso assegurar que não têm claro esse ‘princípio’ e nunca lhes fez falta nenhuma, são muito felizes!
Andrea,
você sabe muito bem – e se não sabe deveria saber – que as frases de João Paulo II que a Luciana cita estão todas descontextualizadas. Imagino a ginástica que foi feita para legitimar aquilo.
Nunca se prova nada com desonestidade intelectual.
No mais, viva cada um a sua vida e não se tente impor padrões de comportamento aos outros, que esse puritanismo é intragável.
Cara Teresa,
Com estes comentários, a srta deixa ainda mais claro para todos o quão vulgar é. Primeiro, insulta as donas-de-casa de vagabundas, e completa a sandice alegando que a boa dona-de-casa é paga pelo marido, como se estivesse a se prostituir. O seu magistério vai provar isso também?
Não é à toa que ninguém te leva a sério. A srta, no momento presente, encontrou em mim uma catarse para toda a infestação de que sofre, e não consegue gritar outra coisa senão contra este puritanismo que inventou para si mesma. (até hoje aguardamos as definições papais, e nada… nunca virá, certo?).
Aguardo tranquilamente para ver como adjetivará o próximo, pois confesso que a srta tem certo senso de humor em seus delírios… deve ser muito duro para a srta, que tanto se achava “radical” em suas escolhas, ter encontrado quem a reduz à categoria de católica moderadíssima – eufemismo para liberal. Pois bem, hoje me chamas de puritana (o que não é assim tão eloquente), mas teve muito mais senso do ridículo quando ofendeu os seus antigos alvos de internet, como por exemplo, para citar palavras literais suas:
“Voltando às comunidades dos hipócritas fariseus, quem não conhece o convencido Rafael Vitola e a sua noiva a sofisticadíssima Aline Taddei? Ou o arrogante Carlos Eduardo Maculan e a insuportável Isabel Fillipi? (…)Essa Aline é, o que aqui em Portugal chamaríamos uma tia de Cascais (no Brasil, uma perua). ”
De fato, eras muito mais leve quando escolheu “Insuportável” ou “perua” para atingir os outros. E não falo por mim- porque me chama de puritana – mas falo de alguém muito maior do que eu, e para quem a srta terá de acertar as contas, depois. Pois se é verdade a sua teoria patética de que a dona-de-casa é paga pelo marido pelas tarefas domésticas que executa, vejamos que estás defendendo que Nossa Senhora foi paga por São José cada vez que lavou, limpou e coseu – de modo que a srta, Teresa Moreno, acaba de proferir uma blasfêmia tão grande que não vejo como não sente pesar na consciência.
Louvo para que recupere logo a sanidade, e principalmente, para que consiga viver consigo mesma até o dia em que Deus finalmente lhe mandar um marido (se é que está merecendo) – pois é bastante claro que a solidão está fazendo com que você eleja pessoas invisíveis para conviver. Definitivamente, eu não sou quem a srta deseja que eu seja, eu não quero conviver com a sua pessoa, e para a srta se livrar das minhas opiniões, basta não acessar mais o meu blog, de onde a srta insiste em não sair.
Em Jesus e Maria,
Luciana Lachance
Só se for um direito de vagabundas que não queiram trabalhar. Até uma dona-de-casa não é sustentada pelo marido, porque em casa, trabalha o suficiente para merecer ganhar dele o que come.
Teresa, vc ofendeu todas as donas de casa. VC tem que meter dentro da sua cabeça que a realidade do Brasil n é a sua realidade. Se ai na “zoropa” as creches são boas, aqui n é bem assim.
Eu n quero trabalhar, enquanto meu filho não tiver capacidade de se defender sozinho. Ele precisa mais de mim do que eu de dinheiro. Por isso sou vagabunda?
Meu filho tem 4 anos: reza o terço em latim, ama livros e gosta de música clássica, ensinariam isso na creche? Ou será que isso é coisa de vagabunda?
Matrimônio é sacramento!!! Não é acordo, contrato e nem indenização, portanto entretanto todovia n ganho prato de comida, divido comida com meu marido. Ele trabalha para sustentar a casa. Eu trabalho para que a casa funcione. Ele n me dá um prato de comida, dividimos a comida, quem dá a comida para ele sou eu(cozinho muito bem modéstia à parte).
N trabalho para meu marido, trabalho para o meu lar, tudo é nosso, afinal é a própria Bíblia quem diz: sereis uma só carne.
***********************
Absurda as ofensas que vc fez a Luciana, ele n merece isso, vc deveria desfrutar da amizade dela, aprenderia muito.
Salve Maria Santíssima!!
Caríssimas,
Peço que, por gentileza, envidem particulares esforços para manter o debate no plano das idéias, sem que as intervenções sejam levadas para o lado pessoal.
Obrigado,
Jorge
Modelo Tradicional de Família católica
Seis horas da manhã.
O despertador toca.
O esposo, guerreiro,levanta-se com disposição.
Hora de ir trabalhar.
Ganhar o pão.
Deixa, por entre os lençóis da cama, o corpo aquecido da mulher amada, que ainda dorme.
Ela, é a rainha do lar…
Logo nas primeiras horas da manhã, levanta-se agora, vai a cozinha preparar seu café.
Mamão papaia, mel, aveia e torradas com geléia.
No canto da mesa a foto do marido.
Suspira…
E pensa: Ele está no trabalho… Mas logo torna para os meus braços!!
A tarde é monótona.
O tempo, mescla as estações de outono e primavera, o que faz com que as tardes fiquem mais românticas…
Hora então de ir ao piano de calda exercitar os talentos.
Cabelos compridos, vestido longo, unhas perfeitas, embala uma balada…
Beatles nem pensar. É mundano.
Mozart é o mais acertado.
Pensa no marido…
Abre um sorriso de satisfação…
Olha o relógio e pensa: Falta pouco para o meu amor retornar do trabalho.
A noite, chega o esposo, um beijo recatado no cantinho da boca, sem malícia, como manda o figurino, e põe-se a mesa para o jantar.
Suco de laranja fresquinho e natural, carne de primeira, (de certo um T Bonne), arroz “prato fino”, e muita saladinha de rúcula e alface americana, tendo a sobremesa de framboesa com creme de leite suiço…Uma delícia!, tratam de comentar o dia…
Terminada a cerimonial, hora de ler filosofia, rezar o Terço e cama….
No outro dia, tudo recomeça.
Lindo…
Esse é o modelo de família católica tradicional?
Me perdoem a referencia, mas mesmo Cazuza que foi socialmente péssimo, disse uma boa verdade: São caboclos querendo ser Ingleses.
Olegário.
Engraçado, na história de minha família parece ser muito diferente!
Minha mãe me conta que minha avó e minha bisavó, trabalhavam em casa não só na função de toda esposa, cuidar do marido e dos filhos, como também o que se poderia dizer de “empresária do lar”.
Ambas (vovó e minha bisavó) cuidavam dos seus maridos e filhos, mas também tinham os seus negócios próprios.
Ambas costuravam e faziam doces, pratos e outras coisas da culinária caseira, e vendiam.
Costuravam para famílias com poder aquisitivo maior, e também faziam seus pratos para vender para trabalhadores nos seus momentos de intervalo.
Eu brincando com minha mãe disse que vovó juntou as duas coisas que para mim parece ser o ideal hoje em dia para toda mulher:
A glória de ser mãe, mulher, dona de casa, e ao mesmo tempo empresária sem sair de dentro de casa.
Minha avó teve 16 filhos.
Minha bisavó só teve minha avó como filha biológica, em compensação criou 5 filhos adotivos. Era muito comum vindo de famílias do nordeste, já que meus pais são do Maranhão. Mulheres, geralmente de famílias já imensas, criarem filhos de amigos que faleceram ou abandonaram seus filhos. Uma tradiçaõ bem católica por sinal!
Mas tem mais!
Vovó era praticamente uma contadora, já que, é natural, mexia com dinheiro e fazia as contas de sau casa. Vovó fazia contas como ninguém. Meu avô era torneiro mecânico, aparentemente era quem pegava no pesado.
As mulheres podem muito bem juntar as duas coisas de uma só vez: Ser dona de casa e trabalhar. E O QUE É MELHOR DENTRO DE SUAS PRÓPRIAS CASAS SEM TER QUE SE DESCUIDAR DA CRIAÇÃO DOS FILHOS E DOS CUIDADOS PARA COM SEUS MARIDOS.
Eu hoje constumo dizer, não só para mulheres, mas também para homens: Façam de suas casas os seus escritórios ou as suas empresas. Ainda mais hoje em dia que temos um governo que querinvador nossos lares e tomarem os negócios privados daqueles que já possuem.
E se juntassemos essas duas coisas ao meso tempo?
Lar empresa.
Lar escritório.
Começo achar que os exemplos de minha avó e minha bisavó é o mais adequado para os dias de hoje.
Luciana:
não vou baixar ao seu nível.
O que um dia possa ter dito dos que hoje são amigos meus, é algo que já conversei com as pessoas em questão e de que, julgo não dever dar-lhe qualquer satisfação.
É só isso que vc consegue usar contra a vastíssima argumentação que lhe dei na lista moda e modéstia?
Eu dou-lhe objecções, argumentos, e vc responde com ataques ad hominem? Isso diz muito da sua baixeza e da sua alegada moral.
Vc descontextualiza o magistério; vc tira frases do seu contexto; vc joga desonestamente com o magistério (porque, não sendo ignorante, faz isso inteligentemente); e não respondeu a uma sequer das minhas objecções na lista.
Para cúmulo, forçou-me a sair – como já antes tinha forçado a Maite – vc é antipática e insuportável, ninguém te aguenta!
E vc Ana, não devia precipitar-se, porque esta pessoa que vc agora defende pensa de mim o mesmo que pensa da nossa querida Maite. Experimente vc também a entrar na lista e verá: se discordar um milésimo, tudo será feito para que se sinta tão mal que deva sair.
Não tenho, Luciana, alvos preferenciais: apenas odeio a desonestidade intelectual e a publicidade enganosa. Dar opiniões é uma coisa; impor padrões de comportamento – a la puritana – e ainda por cima forçar o magistério é completamente desonesto e é enganar o próximo.
O seu puritanismo não é católico, mas nem aqui nem na China!
E, sinceramente, nem sei porquê perco tempo com estas sandices, pois qualquer pessoa com dois dedos de testa e que saiba ler – e que sobretudo tenha lido o post que aqui deixei para reflexão – sabe que estou a fazer uma defesa da dona-de-casa e não a atacá-la.
Não chamei vagabunda à dona de casa, se alguém enfiou a carapuça a culpa não é minha!
Chamei vagabunda a quem vive às custas do marido sem nada fazer para retribuir o trabalho dele.
Voltar à escola para aprender a ler não fazia mal a muitas.
***
Olegário, muito obrigada por ter compreendido bem o que eu realmente disse.
Jorge, prefiro as nossas discussões na lista, onde as puritanas não aparecem para estragar o bom ambiente.
Volto a colocar, para ver se a desonestidade intelectual que aqui superabunda se mantém:
http://a-dignidade-da-mulher-catolica.blogspot.com/2010/09/desmontando-mitos-e-falacias-uma-dona.html
Expliquei o que entendia pela palavra «sustentar». Podem fazer-se objecções; pode apresentar-se críticas sérias e credíveis ao meu conceito de «sustento», mas não pode fazer-se o que se faz com os documentos do magistério: que é eu dizer uma coisa e a sra. Luciana, desonestamente, me tentar «colar» ao que sabe bem que não disse.
Caro Jorge,
Gostaria de seguir suas recomendações, mas há de se reconhecer que o esforço é sobrehumano quando existe alguém determinado a ofender diretamente a sua pessoa em todos os meios virtuais que encontra espaço. Quando alguém lhe chama de burro, estúpido e desonesto, a tendência é a de querer responder alguma coisa inevitavelmente pessoal, pois uma vez que o comentário é aceito e publicado, torna-se aberta a ofensa.
Não gostaria que isso virasse uma arena que terminará tendo pouca relação com o seu post, mas que me sugere se vejo o meu nome sendo ligado à tais adjetivos – registrados aqui para quem quiser ver?
Garanto-lhe, Luciana, que não fui eu quem fez o comentário. Mas já vi no seu blog que alguém lhe deixou frases do Papa João Paulo II, a que a sua tão grande sabedoria doutrinal chamou catolicismo self-service!!!
Ora aí vc concorda comigo: O Papa realmente diz o que você não gostaria que ele dissesse, tanto isto é assim que, sem sequer pesquisar nada, apelidou logo o Papa de católico à-sua-maneira. Isto não diz muito da srta? Diga lá se o seu puritanismo não a leva a julgar-se acima do próprio Papa? Por quem sois!
São beatificados e canonizados casais onde a esposa não é o seu modelo. Vai aderir ao cisma? Vai ter crise de fé?
Luciana,
O que eu desejaria ardentemente é que as duas dessem-se as mãos como irmãs e, em clima de cordialidade e respeito, tentassem aparar as arestas e debater por amor à Verdade.
Em isso não sendo possível, eu sugeriria a prática evangélica do “dar a outra face” e afogar o mal na superabundância de bem, aproveitando para oferecer as injustiças porventura sofridas ao Deus Altíssimo em união às dores de Nosso Senhor no Calvário.
Em também isso não sendo possível, que cada um julgue diante da própria consciência quais são as ofensas que não podem, por questões de Justiça, ficar sem respostas, e exerçam portanto o seu direito de defesa, atentando contudo para não se exceder no uso da força e provocar, assim, um círculo vicioso de troca de farpas.
Se também isso não for possível, daí infelizmente eu vou ter que fechar os comentários.
Abraços,
Jorge
Jorge,
tenho muito respeito por vc e seu blog.
Se vc desejar, paro eu e não escrevo aqui mais nada.
Vc sabe que discutimos na lista, conversámos, debatemos, mas sem nunca chegar a este nível, a esta escandaleira pegada, e a esta agressividade nas palavras.
Pois eu tive de abandonar a lista Moda e Modéstia – como antes já tinha feito a nossa querida e muito bem educada amiga Maite – por causa desta senhorita sem modos e sem educação.
A diferença entre mim e a Maite é que a Maite é boa, é bondosa, é nobre, e eu sou má e tão longe da santidade…
Peço-lhe desculpa, Jorge, por de algum modo ter contribuído para este circo aqui no seu ilustre e por mim respeitabilíssimo blog.
Um abraço!
Srta. Teresa,
nada pode ser mais “baixo nível” do que chamar donas-de-casa de vagabundas; e a srta. de fato o fez.
É incrível como gente com sua mentalidade tem dificuldade de aceitar que não é o melhor em tudo. No fundo é gente que tem problemas sérios com hierarquia. Por isso não consegue aceitar que na família existe uma ordem que deve ser seguida, sob risco de arruinar-se tudo… E creio que por este problema, que em última instância é um problema de orgulho, não consegue aceitar que não seja sua a última palavra neste tema. E é isto que de fato está em questão.
E é por isto que não podemos ficar discutindo apenas no mundo das idéias.
É difícil para uma pessoa orgulhosa aceitar que a palavra dela nem sempre é a mais autorizada e verdadeira. É dificil acreditar que exista alguém mais estudado e preparado para tratar de certas coisas.
É dificil aceitar que o dinheiro que entra no lar não seja colocado lá diretamente por nossas mãos. Isto é orgulho. É aquela sensação de que estaria mendigando do próprio marido pelo simples fato de que o dinheiro não saiu diretamente de teu trabalho. Mas, como já disse a Ana Maria: não é assim. O salario do marido é familiar, e não dele, que ele repassa para ela por conta de uns “servicinhos” domésticos. O trabalho fora é dele.
Até este duro fardo você quer tirar de nós, homens? Até isto que o próprio Deus nos deu?
E você quereria que a mulher tivesse que passar pela mesma humilhação que nós homens, que temos que ouvir gritos, reclamações e pressão de chefes que pouco estão interessados se tivemos um péssimo dia?
A mulher comanda o lar. Ela não precisa ouvir um chefe mandar ela lavar, passar, cozinhar. Ela comanda o trabalho dela. Ela não precisa se humilhar como o pai de familia no trabalho fora. Esta função é dele, que tem uma estrutura psicologica muito mais forte para estas situações. Queira você aceitar ou não, isto é assim.
E ele manda em todos da casa.
Eu estava aqui lendo os comentário esperando o momento em que o ídolo – o moloch, o marduc, como preferirem – Maitê seria alegado como argumento. Esta é aquela sra. que acha o “biquininho” roupa muito decente? De fato, foi por isso que ela saiu indignadissima daquela lista.
Não me estendo mais. Para terminar só digo que estou rezando para que a srta. encontre um bom esposo que seja firme e decidido e saiba mandar no lar, ser um verdadeiro chefe como o foi São José. Porque, do contrário, com um marido mole, que deixa tudo a cargo da esposa, inclusive o trabalho fora, tua vida será bem penosa.
Animo, vence o orgulho e aceita sua condição: mulher, sê submissa ao seu esposo! E se ele te disser: não há necessidade de que você trabalhe; meu salário basta. Fica em casa e cuida de nossos filhos… que péssima esposa ela será se se enfurecer contra a sua própria carne, que é o seu esposo. Espero que o seu futuro esposo possa te diga estas palavras e você as aceite.