[Em complemento ao post anterior do Deus lo Vult!, permito-me reproduzir na íntegra um email enviado pelo Carlos Ramalhete à lista Tradição Católica no início do mês passado. Achei que ele já estava disponível em algum lugar da net e ia somente linká-lo ao final do post passado; procurando, no entanto, não o encontrei. O texto é bem longo, mas é precioso. Recomendo enfaticamente a sua leitura atenciosa.
Fiz questão de mantê-lo tal e qual foi enviado, com os exemplos pessoais que foram lá citados, por considerá-los muito úteis e extremamente didáticos. Apenas fiz ligeiras correções tipográficas.
Fonte: Tradição Católica e Contra-Revolução.]
Pax Christi!
>Não concebo, e outros comigo como já falarei, que no matrimónio um
>seja superior e outro inferior, como ocorre numa hierarquia.
Creio que esteja havendo um grave engano sobre o que signifique hierarquia.
Isto não é incomum, devido à perversão do termo pela modernidade, e que é provavelmente o que faz com que ele seja evitado, a não ser em algumas raras ocasiões em que há alguma analogia com as hierarquias modernas (por exemplo, ao tratar de hierarquia eclesiática, caso em que a confusão leva a coisas como a tentativa americana de responsabilizar o Papa por crimes cometidos por um padre, como se o padre fosse um subordinado hierárquico ***no sentido moderno*** do Papa).
Vamos então ver algumas das diferenças:
1 – Na compreensão clássica de hierarquia, “superior” e “inferior” não são categorias ontológicas (ou seja, “ele é meu superior” não significa em absoluto que ele seja melhor do que eu);
2 – Na compreensão clássica de hierarquia, não há autonomia decisória do superior (ou seja, ele não tem o direito de inventar nada. Ele não pode chegar e dizer “doravante tudo será assim ou assado”, exigindo obediência incondicional);
3 – Na compreensão clássica de hierarquia, não há autonomia individual a ser afirmada ou negada (ou seja, não se trata nem de impedir o outro de ser de uma maneira, como o sargento treinador impede os soldados, nem de poder ou não poder tomar decisões, como é a diferença entre um subordinado e um superior numa hierarquia moderna). Isto ocorre pq a noção de indivíduo que é empregada na categorização hierárquica moderna não condiz com a noção de indivíduo que é operante na hierarquia clássica.
Vamos, então, por partes. A hierarquia clássica é entendida como um modo de pertença perfeita a uma ordem que começa e termina em Deus. A autoridade do superior (e estou usando este termo no sentido clássico; até eu chegar na definição de “superior”, peço que leiam como se fosse uma palavra doida qualquer, sem sentido: “a autoridade do peteléquio”, sei lá) começa e termina num enquadramento nesta ordem maior. Não se trata de uma autoridade autônoma ou delegada no sentido moderno (como a autoridade do capitão é delegada da do major, coronel, general, presidente, povo). Há, assim, ao mesmo tempo, uma liberdade enorme e uma restrição igualmente enorme em relação à noção moderna de hierarquia.
Enquanto na noção moderna o superior tem uma “listinha” de ordens que pode dar (por exemplo, o capitão não pode mandar os soldados atirarem no próprio pé deles), na hierarquia clássica não há limites deste tipo (“listinha”) nas ordens que o superior (o “peteléquio”, se quiserem) pode dar. Só para ficar no meio militar, onde isso é mais claro e preciso, é pensar em Aníbal atravessando os Alpes com elefantes. Por outro lado, na hierarquia clássica há uma necessidade absoluta e premente de que tudo se encaixe na ordem maior, na “ratio divina” de que nos falava São Tomás, ordem maior esta que engloba basicamente tudo o que ordena o universo, da lei da gravitação universal à lei natural, passando pela proibição de roubar e pela adequação de enfeites brilhantes à natureza feminina (ou seja, proibir as mulheres de usar jóias foge à “ratio divina”), até cada pequeno ato de cada pessoa (por exemplo, o movimento dos meus dedos que me faz digitar “ratio” e não “artio”). ***É esta a razão de ser da hierarquia***.
Deste modo, a alternativa é entre hierarquia e caos, pecado, desordem (são sinônimos). Hierarquia é ordenação, mas não ordenação arbitrária como na noção moderna. Há nela autoridade, mas não uma autoridade de arbítrio pessoal como na noção moderna. A hierarquia é o “encaixe” em toda a ordem do universo, e existe em toda parte e em todo lugar. Não há nem poderia haver nada sem hierarquia; nem mesmo o Inferno é desprovido de hierarquia, porque a hierarquia, no sentido clássico, é sinônimo da ordem que, em seu mínimo, é necessária à subsistência (é a hierarquia das ligações atômicas que faz com que o ar não se torne subitamente venenoso) e, em sua perfeição (ou seja, quando a hierarquia passa plenamente de potência a ato) é sinônimo de santidade.
Assim, na hierarquia clássica, a posição do superior é ao mesmo tempo uma posição de serviço, mas não de serviço ao homem (como o capitão serve ao major) ou a uma idéia (como o presidente serve ao povo). O serviço é a uma ordem muitíssimo maior que aquela minúscula instância da Criação, dentro da qual compete ao superior encaixar aquilo que é de sua responsabilidade.
A idéia moderna, modernésima, irracional e herética, de uma igualdade completa é em seu âmago a negação da ordem. É, em sua essência, o brado satânico de “non serviam!”, “não servirei!”. Note que quem disse isso não foi a mosca do cocô do cavalo do bandido, mas o maior de todos os anjos. Não servir implica não só – dentro da noção clássica de hierarquia – em negar-se a receber ordens, mas também em negar-se a dá-las. Trata-se de uma negação ***da ordem***, da adequação do fim último ao princípio primeiro.
Como já escrevi alhures, ao escolhermos como arrumar os livros na estante ou as roupas no gaveteiro, estamos fazendo uma distinção hierárquica. Esta distinção, contudo, só é verdadeiramente hierárquica quando ela é conforme à “ratio divina”. Se um louco entrasse na minha biblioteca, com seus cento e muitos metros de estante, e arrumasse os livros por ordem de tamanho ou pela ordem alfabética da terceira palavra da quinta página, ele estaria criando uma falsa hierarquia (e estaria pedindo uma bela surra, que eu lhe aplicaria de muito bom grado!). Não importa se a arrumação por ordem de tamanho (que seria perfeitamente adequada se fosse um só metro de estante, aliás, ao invés de cento e muitos) está impecavelmente bem feita: ela não está conforme à “ratio divina”, por ordenar pelo acidente mais irrelevante e não pela essência. Não há arbitrariedade compatível com uma hierarquia perfeita; aquela só pode existir dentro de uma suposta igualdade.
Aí poderia vir alguém, com a cabeça inflada de idéias modernas, dizendo que a hierarquia é feia, chata, boba e má (ou, nas palavras do poeta, que “o mal é bom e o bem cruel”), porque impede um pleno desabrochar de cada um ao querer inseri-lo numa ordem que lhe seria externa. Ao que respondo que não, esta ordem não lhe é externa. É a mesma ordem que faz com que respire, coma e digira, ande, pense ou aja que lhe dá o lugar em que ele pode desabrochar plenamente. A igualdade completa entre pessoas é como a arrumação dos livros por ordem de tamanho: é tomar o irrelevante como ordenador do relevante. Só é relevante a igualdade entre as pessoas quando é necessário distingui-las de quem não é igual a elas. Assim, é relevante esta igualdade (que existe e é igualdade na dignidade humana) quando se quer tratar macacos como gente, quando se quer matar bebês dizendo que eles são “tecido indesejado”, ou quando se afirma que a mulher é equiparada a um animal. Ou seja: é relevante que a mulher é igualmente dotada de dignidade humana (e é nisso que ela é igual ao homem), é igualmente capaz de razão (e é nisso que ela é igual ao homem), é igualmente chamada à santidade (e é nisso que ela é igual ao homem) quando se afirma que ele é digno, racional e chamado à santidade, ***e se nega que ela o seja***.
Deste modo, é perfeitamente irrelevante esta igualdade, que é verdadeira, quando se trata da ordenação hierárquica de seres humanos dentro de um contexto não apenas natural, mas elevado à ordem sobrenatural pela instituição do Sacramento do Matrimônio. Se já havia uma necessidade de hierarquia (no sentido clássico: adequação à “ratio divina”) no matrimônio natural, mais ainda a há no Matrimônio cristão.
Como já lembrei, o matrimônio é o múnus da mãe (matri munus). A mãe, graças ao bom senhor Deus, difere do pai. E é pela diferença, não pela irrelevante igualdade, que se pode fazer a hierarquia. De que adianta reconhecer que todos os livros da estante são livros para que sejam ordenados?! A igualdade é irrelevante justamente por não ser possível a ninguém negá-la. Só cabe afirmá-la quando ela for negada ou não existir (“isto não é um livro, é uma caixa em forma de livro”). Ora, ela existe, e é pressuposto que sejam dois seres humanos que se casam, não um homem e uma cabra.
Assim, para a reta compreensão desta hierarquia, é necessário que se percebam ***as diferenças***, e que a ordenação (muitíssimo mais complexa e multi-nivelada que uma ordenação de livros numa estante) seja feita em função delas.
Se tomarmos características femininas e masculinas, fica mais fácil entender qual é esta hierarquia e como ela opera dentro do matrimônio. Façamo-lo.
O homem é naturalmente voltado para fora. Como já escrevi, só um homem teria a idéia de jerico (pela qual agradecemos e sem a qual não estaríamos aqui no Novo Mundo) de, ao ver um tronco atingido por um raio e tornado oco, empurrá-lo para a água, entrar dentro e ir ver o que há do outro lado da grande água. Este foco no exterior faz com que o homem tenda a ser mais indiscriminadamente agressivo, atacando mais do que defendendo.
Já a mulher, ela é naturalmente voltada para dentro, para o círculo de pessoas e coisas que ela tem como suas; aquilo, em suma, que ela ama. É ela quem chora ao ver que o homem, irredutível, enfiou-se na casca de tronco e se meteu água adentro. Enquanto o homem quer subir ao último galho da árvore, a mulher quer que o filho não se machuque, e não gosta de vê-lo subindo na árvore. Este foco no interior faz com que a mulher tenda a ser muito mais discriminada e impedosa em sua agressão, voltada para a defesa e não para o ataque. Uma mulher faz prodígios para defender um filho, ou mesmo o homem que ela ama.
Só para eu não deixar de mostrar o marido babão que eu sou, conto um prodígio da minha esposa. Morávamos em uma casa abaixo do nível da rua, com mais andares para baixo. A Carla estava cuidando de um canteiro no nível da rua, e eu estava na garagem (um andar alto abaixo, cerca de cinco metros), consertando a moto. Minha filhinha, então naquela fase em que os bebês engatinham para a frente e dão ré para descer degraus, sem que eu visse (eu estava a uns 4m dela) resolveu descer de ré pela lateral de uma escada que levava ao andar inferior. Coisa de três metros de altura, de onde cairia em degraus de cimento nu e áspero. A Carla a viu “mirando” o fraldão, e simplesmente pulou de onde estava (5m de altura!!), percorreu em dois passos a distância que ainda a separava da pequena, e a pescou. Se eu tentasse fazer isso, quebraria as duas pernas com certeza.
Ora, isto é magnífico. Magnífico e, se desordenado, perigosíssimo.
É este foco para o interior que faz com que a mulher consiga, ao contrário do homem, manter perfeitamente a ordem na casa. E é este mesmo foco que faz com que a mulher tenha uma dificuldade muito maior que a do homem em perdoar qualqer atentado àqueles que ama.
O homem, deixado sozinho, vai dirigir seu foco para o exterior. Um solteirão com a casa impecavelmente arrumada vai beber vitamina direto do copo do liquidificador, por exemplo. Já a mulher, deixada sozinha, vai dirigir seu foco para o interior, defendendo-o de tudo o que é exterior. Ai de quem ferir um filho seu! Ela nunca o perdoará.
É por isso que o homem é, como já escrevi, o “ministro das relações exteriores”. Ele é mais naturalmente capaz de ir lá fora, retirar agressivamente do mundo o sustento da casa, e, lá chegando, relaxar. Já a mulher é, como também escrevi, o “primeiro ministro”. Ela é mais naturalmente capaz de proteger e manter uma ordem perfeitamente adequada à “ratio divina”, sem atalhos ou deslizes masculinos.
Isto faz do homem o “cabeça do casal”, no sentido que é ele quem fala com o mundo, é ele quem ouve o mundo, é ele quem faz caretas e morde quando é preciso. Se a questão é o lugar da família no mundo, é dele a primazia. Vale perceber, inclusive, como os constantes conflitos entre noras e sogras decorrem, justamente, da atitude agressiva contra o exterior que ambas têm, com cada uma considerando a outra como externa ao seu círculo e afetando negativamente alguém que elas amam.
Por outro lado, o foco do homem no exterior faz com que ele não seja capaz de manter e construir um lar. Ele consegue até fazer um alojamento e mantê-lo, mas não um lar. Por isto, a primazia nos assuntos domésticos é e tem que ser da mulher; é ela o “coração” que bate e mantém a vida.
Eu mesmo, por exemplo, passei a tarde quase toda fora fazendo o que chamei de “gincana da patroa”, comprando coisas que ela afirma serem indispensáveis para a manutenção da casa (um sistema para puxar água para molhar plantas, basicamente; trocentas pecinhas, a comprar em várias lojas diferentes). A minha participação no processo decisório destas coisas é perfeitamente secundária, apesar de ser o meu dever arranjar o dinheiro para comprá-las e a força para instalá-las (no caso, temos um caseiro que pode fazê-lo… mas quem tem que pagar o caseiro sou eu; estou terceirizando).
A hierarquia doméstica, assim, tem mão dupla. O homem é sim o superior da mulher no sentido de que é dele a responsabilidade de ordenação daquele núcleo familiar à instância de ordem imediatamente superior, que é a sociedade (a rua, a cidade, o país). Isso é inegável, e seria perigosíssimo se fosse de outra maneira.
Isto não significa em absoluto nem que ele seja melhor do que a mulher (seria uma piada afirmar uma besteira dessas), nem que ele possa agir de forma arbitrária, nem que ele possa mandar nela como se ela fosse um cachorro (ou ele um sargento e ela um soldado), nem que ela não possa sair de casa, trabalhar, etc. Significa, sim, que é dele que se pode esperar, e é dele que se deve cobrar, que sejam feitas as relações primordiais do núcleo familiar com a sociedade como um todo: sustento, defesa, representação, etc. Ele não é alguém que decide e a família baixa a orelha, mas sim o seu representante, o encarregado, o que age não em função de si, mas da família. O fato de o homem ser o superior faz com que ele seja quem menos tem voz, na prática. Exatamente por ele ser o superior, por ser dele o múnus do pai (patri munus), é ele quem tem que – por exemplo – abdicar de seus desejos (por exemplo, de consumo, de viagem, de formação…) em prol da família. O sacrifício só pode ser exigido como dever de estado do homem, não da mulher.
Mas dentro de casa, dentro do núcleo familiar, dentro do lar, é da mulher a primazia. É ela, não ele, quem tem como dever decidir e fazer a perfeita ordenação da família à “ratio divina”. A manutenção desta ordem intrafamiliar é o múnus da mãe, o “matri munus”. E isso inclui, como lembrei várias vezes, não só uma arrumação de móveis num apartamento (apesar de que ela tem, sim, a autoridade para decidir sobre isso).
Como já escrevi, um dos horrores advindos da modernidade é justamente esta transformação do lar em uma caixinha fechada (apartamento, casa com quintal…), deixando de ser o lar, por definição, uma unidade de produção ***econômica***. A família clássica vivia não em uma caixinha da qual o homem se desloca para ganhar seu pão em outro lugar, mas em uma propriedade rural produtiva, ***gerida economicamente pela mulher*** (a “mulher virtuosa” dos Provérbios, por exemplo), da qual o homem é o representante junto à sociedade exterior (o Conselho dos Anciões dos Provérbios, no qual o marido da mulher virtuosa é bem recebido).
O modelo burguês, moderno, de pessoas vivendo em caixinhas e o homem tendo que sair do lar para ganhar o pão, é a raiz da escravização da mulher que tanto marcou (e marca ainda) a sociedade. De produtora rural, a mulher passou a tomadora de conta de caixinha. De alguém que vivia, trabalhava e produzia, a mulher passou a espanar móveis e fazer crochê. Ora, isso é absurdo! Uma mulher é muito mais do que isso!
Conheci uma senhora que conseguiu, em ambiente urbano, recriar o modelo clássico: ela era a proprietária de um posto de gasolina. Conheço outra, tabeliã, com o cartório no andar de baixo da casa, que fez o mesmo. São mulheres fortes, admiráveis, com muitos filhos e uma vida longa e feliz, que conseguiram o que é o mais correto: fazer com que o seu trabalho fosse um trabalho em prol ***do lar***, ocorrendo nele. “Vestiram a camisa” não de uma firma “lá fora” (o que causaria um conflito enorme entre dois círculos a defender, a firma e o lar), mas do lar como unidade econômica produtiva: lar-com-posto, lar-com-cartório. E poderia ser lar-com-consultório, lar-com-escritório, etc.
Nunca, em nenhum momento, elas deixaram de lado a verdadeira hierarquia.
Espero ter ajudado.
[]s,
seu irmão em Cristo,
Carlos
Prezado Jorge, Laudetur Dominus!
Que texto ótimo! Ramalhete é “o cara”! Hehe…
É triste que ele tenha que fazer um texto enorme explicando essas coisas. Conceitos simples, conclusões óbvias. Mas a verdade é que ele tem que escrever textos como esse, pois o feminismo e todo esse lixo revolucionário destruíram grande parte da capacidade de pensar das pessoas modernas.
A família, no modelo descrito pelo Prof. Ramalhete era uma espécie de “micro-estado”, verdadeira célula da sociedade e uma escola perfeita de cidadãos. A estrutura urbana não favorece esse tipo de interação harmoniosa. Na cidade tudo é agitado e bagunçado.
Um outro texto que fala de maneira genial sobre o papel da mulher, e sobre sua imensa dignidade dentro do matrimônio (que como o professor deixou indicado, e como está expícito no Catecismo Romano, tem esse nome justamente por causa da mulher), é este: “A Emancipação da Domesticidade” do G.K.Chesterton. Para aqueles que já conhecem Chesterton, não preciso dizer nada. Para aqueles que não conhecem, vale a pena ler com atenção.
Que a Sagrada Família possa abençoar todos os lares, hierarquicamente ordenados para a Maior Glória de Deus!
Pax et Salutis
O texto que a Juliana, eu e a Tamara nos esquecemos de colocar na lista – só o descobri agora. Pesquisando por hierarquia+matrimónio no site do Vaticano, nada encontrei; mas pesquisando sobre desigualdade+matrimónio, encontrei um texto valiosíssimo… para nós claro:
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/1980/documents/hf_jp-ii_aud_19800618_po.html
Este vai directíssimo amanhã para o meu blog.
Amei o texto… e olha que escrevi meu depoimento no outro post sem lê-lo.
Como disse o Captare, infelizmente se faz necessário um texto para dizer o óbvio.
Na verdade, durante um bom tempo isso não era óbvio pra mim. Como universitária cabecinha oca, fazia questão de bradar que não queria casar, que esse negócio de mulher que fica em casa é idiotice (embora minha mãe até hoje pense assim…). E olha que nunca fui dessas feministas de cueca!
Que a Sagrada Família seja o modelo para as famílias dos nossos dias.
Em minha humilde opinião, a hierarquia no Matrimônio deveria simplesmente ser: “Deus hierarquicamente superior e homem+mulher em um plano hierarquicamente inferior”. O homem ou a mulher não pode ser superior ou mais importante que o outro: cada um tem um papel relevante a desempenhar, concebido por Deus.
Assim, vamos fazendo do Matrimônio um “lugar” para ser feliz e para realizar nosso ideal de santidade.
Que Deus abençoe as famílias.
Um abraço fraterno,
Márcia
Falou tudo, Márcia!
Igualdade nas diferenças nada tem a ver com superioridade/inferioridade; superioridade/subordinação.
Por um matrimónio santo e feliz, lutar, sempre!
O problema Karine é que as pessoas hoje vivem em um mundo produzido pelo movimento abortista. Quem inventou o termo “emancipação da mulher” ou “empoderamento da mulher” foram as Fundações Ford e Rockfeller. Justamente porque assim, trabalhando, a mulher naturalmente teria menos tempo para cuidar dos filhos e, se ainda quisesse tê-los, seriam em número bem reduzido. E isto é outra coisa óbvia.
Essa é uma pesquisa muito interessante, de onde se pode tirar várias conclusões. As mulheres estão mais infelizes hoje e os homens mais felizes, e não é para menos…
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http://www.oarquivo.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=1657:porque-as-mulheres-estao-mais-infelizes&catid=73:qualidade-de-vida&Itemid=427
>>>
Eu costumo dizer que quem inventou o feminismo foram os homens… Porque, grosso modo, quem ficou realmente liberto pra fazer o que dá na telha foram eles.
Excertos:
“Um estudo feito nos Estados Unidos, o General Social Survey, detectou que as mulheres estão mais tristes do que estavam há três décadas – e mais insatisfeitas com suas vidas do que os homens.”
(…)
“Os homens, ao contrário, de menos felizes há 30 anos, hoje se declaram mais satisfeitos com suas vidas do que as mulheres.”
(…)
“A emancipação feminina também tirou das costas dos homens o peso da responsabilidade pelo sustento da família. Não sendo mais os únicos provedores, sentem-se mais livres e felizes.”
(…)
““Quando vemos o que ocorreu nestas últimas décadas, com as mulheres tendo mais liberdade, mais escolhas, mais oportunidades e mais dinheiro, temos que perguntar: o que está acontecendo?” Será que vai chegar o dia em que as mulheres vão amaldiçoar o feminismo?”
(…)
Ora, os homens estão muito felizes. Têm mulheres que fazem sexo de graça (as namoradas), têm uma delas com que contraem matrimônio e ainda sustenta a maior parte da renda familiar, têm os filhos que, ao separar-se só ela aguenta a falta de educação dos mesmos, enquanto isso, ele arranja outra para se escorar. O mundo virou um harém e as escravas ainda sustentam o marido.
Tá fácil.
Obs: não estou aqui querendo ofender ninguém. E falo de modo generalizado. Tendo consciência de que todos são vítimas dessa situação até porque essa é a cultura atual. O problema é que a realidade clama, enquanto a ideologia vinga.
Achei interessantíssimo o texto, e bastante esclarecedor, obrigado!
Entretanto, restou-me uma dúvida seríssima: o esquema do lar gerido economicamente pela mulher realmente era a regra antes, digamos, da baixa idade média, com o advento da burguesia? Creio que pouquíssimos historiadores concordariam… É certo que depois da 2ª guerra mundial a historiografia têm revelado mentirosas muitas idéias a respeito da idade média e da antiguidade, especialmente no tocante à Igreja e o cristianismo como um todo. Não obstante, dizer que a mulher antiga e medieval tinha ORDINARIAMENTE posição central na economia é tão contrário a tudo que se ensina nas escolas que não dá para passar sem evidências fortes das conseqüências dessa organização social — não apenas esta ou aquela baronesas. Essas evidências estariam no direito, em documentos da Igreja, na literatura, de uma maneira muito diferente do que geralmente se mostra. Acho que seria interessante completar esse assunto com um post que as contivesse.
Boa noite, amigos.
O texto é excelente mesmo! Inclusive do ponto de vista corporativo. Se hoje compararmos a noção de hierarquia apresentada pelo Carlos Ramalhete com o que se pratica de mais avançado em gestão de pessoas em corporações, vamos ver que o capitalismo levou séculos, mas, por questões práticas e de produtividade, chegou à mesma conclusão que o texto apresenta como concepção clássica de hierarquia.
Aplicado à família, então, o texto tem muito mais contexto, com o perdão do trocadilho.
Eu, que estudei um pouquinho de História medieval nos meus tempos de faculdade, só tendo a achar um tanto de idealização de cenário a parte em que o autor diz que o modelo burguês é responsável pela escravização da mulher. Me parece um pouco de “saudades da Idade Média”. Todo poder justo pode ser exercido de maneira injusta. Isso sempre foi assim e sempre será até o dia do Juízo. Sempre houve tiranos e sempre haverão. O mesmo vale para a ordem doméstica, para a hierarquia familiar. A responsabilidade pela escravização da mulher, em qualquer época, é fruto do abuso de poder do marido, que exerce sua autoridade de maneira injusta e ainda se aproveita da natureza de conciliação interna (dentro da família) e do amor da mulher para massacrá-la sem que ela reaja. Isso sempre existiu, não passou a existir só com a ascensão do modo de vida burguês. Nesse ponto o Carlos Ramalhete soou como o Titus Burckhardt. Por si só, o modelo burguês não é capaz de determinar a escravidão ou a liberdade da mulher.
E também não posso concordar que o único modo de uma mulher viver a hierarquia matrimonial de maneira excelente seja abrindo um posto de gasolina ou um cartório na porta de casa. Temos uma longa e saudável tradição de mulheres professoras, médicas, enfermeiras, só para citar algumas das muitas atividades que em nada prejudicam a hierarquia familiar.
Resumindo: texto fantástico, com alguma ressalva para os dois últimos parágrafos.
Apenas complementando:
“Por si só, o modelo burguês não é capaz de determinar a escravidão ou a liberdade da mulher.”
Prova disso é que o próprio autor do texto mostra ser possível viver uma santa hierarquia matrimonial dentro da sociedade de moldes burgueses em que vivemos. No fim, o que vale é a escolha pessoal, a opção por tentar viver corretamente.
Captare,
Deus te pague pelo link do Chesterton. É a primeira vez que leio um texto dele com o qual discordo de pelo menos algumas vírgulas, e isso me ensinou o que é ser confrontado com Chesterton quando se está do lado oposto. E foi ótimo! Discordar de Chesterton é algo como ser humilhado, mas ser humilhado com muita docilidade, e depois disso ainda sair feliz! Fujindo muito do tópico (me desculpem), sei que pode ser algo completamente subjetivo e louco, mas não tem uma só vez que leio Chesterton (a não ser alguns romances ou contos) e não termino a leitura com vontade de rezar (ou de dar cambalhotas e piruetas, como me dizia um amigo). A própria leitura se parece com uma oração, com uma reflexão sobre a normalidade absolutamente divina do mundo. Restaura o senso de normalidade ao mesmo tempo que nos mostra o quão incrível é o normal. É sempre mais que uma leitura, é uma experiência. Se santos fossem eleitos por aclamação popular, meu voto já estaria garantido para ele.
Forte abraço e desculpem pela ode fora de lugar!
É preciso ainda salientar alguns aspectos.
É perfeitamente lícito que a mulher exerça sua vocação profissional. Isso não vai contra, de forma alguma, seu papel de mãe.
Contudo, alguns fatos merecem ser destacados.
Um fato é que a Igreja sempre louvou famílias numerosas. E, quanto mais filhos uma mulher tiver – lembrando que cada filho é uma benção de Deus – menos tempo ela terá para dedicar-se as atividades profissionais. E é claro que para a criança, especialmente as menores, é extremamente importante a presença da mãe.
Então, é muito importante ter ideia de que o trabalho do lar é, sim, uma atividade que deve ser encarada, especialmente pela mulher, como uma vocação profissional, também! Uma mulher que não cuida do lar, não cuida de si nem da sua família.
Nossa Senhora é o exemplo mais excelso de mulher que existe, e dedicou-se aos trabalhos do lar. Eu tenho um carinho muito especial por quem se dedica a essas atividades, especialmente por exigir muita generosidade.
Conheço, inclusive, mulheres que tiveram muitos filhos e, em determinado momento, resolveram dedicar-se exclusivamente à educação deles. Acabaram optando por deixar uma carreira profissional brilhante, em alguns casos.
Claro que há várias e várias possibilidades, como por exemplo uma mulher ainda trabalhar, mas com uma carga horária reduzida, por exemplo. Enfim, é preciso muita, mas muita generosidade, para não se cair no erro – tentador, muitas vezes – de colocar a carreira profissional em um primeiro plano.
e este é, infelizmente, um dos mais graves problemas que assolam as famílias – e atinge, claro, os maridos, que mal têm tempo para os filhos, muitas vezes.
Nos excelentes sites do Opus Dei, bem como no meu insignificante blog – ao clicar no meu nome vão lá parar – há muitos testemunhos de mães com vários filhos – de cinco para cima – e com uma satisfatória vida profissional.
Procurem, no marcador, famílias numerosas ou no marcador vida profissional da mulher.
Nos sites do Opus Dei, tem muita coisa boa!
É só procurar e ter boa vontade que a gente acha.
Ah, e no portal da família – também site católico –
http://www.portaldafamilia.org,
e no site bíblia católica online.
Olá, Teresa.
Vale a pena a leitura de uma das mais convincentes passagens de S. Josemaria sobre a questão:
http://www.escrivaworks.org.br/book/questoes_atuais-capitulo-7.htm
Só que a impressão que dá é que vc fala do trabalho profissional extra-lar da mulher quase como uma necessidade. Não é.
Todos aqui, creio, já admitimos e louvamos essa possibilidade. Mas ela não é um imperativo, pelo contrário, é uma opção. Que se agrega à opção primordial, como vocação profissional da mulher, pelo trabalho doméstico, que foi nada menos que o trabalho de Nossa Senhora.
R.B, seu comentário ficou muito bom! De um bom senso e sensibilidade notáveis!
Vou contar uma cena que ocorreu comigo. Depois que meu filho começou a sentar e, principalmente, querer andar, não comprei mais fraldas “inteiras”, passei a usar somente as cavadas, para conforto dele.
Então uma vez, na loja, eu vi uma moça estava comprando fraldas do mesmo tamanho que meu menino usava, e veio me perguntar se eu conhecia e aprovava aquela marca. Eu respondi que não conhecia, mas achava que a fralda era inteira, e isso poderia atrapalhar o bebê.
Ela abriu um sorriso imenso e respondeu: meu filho não é um bebê. Ele já tem 11 anos. Ele não anda, então eu posso comprar dessas fraldas inteiras.
Aí, rapidamente, aquela jovem senhora me contou sua história. Ela tinha uma menina de 14 anos. A segunda gravidez ela perdeu o bebê, e ela achou que não conseguiria mais ter filhos. Quando ela soube que estava grávida de novo, o médico recomendou repouso absoluto.
O menino nasceu especial, e ela por um tempo ainda tentou conciliar os dois filhos e a profissão. Mas quando o médico falou que seu filho estava ficando com um desnível nas pernas por causa de fisioterapia mal feita, ela abdicou de seu emprego, lutou junto a conhecidos e foi para o Sarah Kubishek aprender a cuidar do seu filho e fazer todos os exercícios que ele precisava.
Naquele dia que encontrei com ela, ela não comprava apenas fralda, ela estava comprando o material escolar dele, que ele já estava todo feliz em voltar ás aulas, e amava desenhar e pintar.
Gente, eu me senti tão bem, tão bem aquele dia. O orgulho daquela mãe com um filhão de 11 anos praticamente do tamanho do meu menino de 1 ano e meio. Sua determinação em saber que era dela que o filho precisava, e não de médicos que tratariam seu filho como mais um… Ali eu tive a convicção de que ninguém nesse mundo substitui o papel de pai e mãe, e emprego/dinheiro nenhum no mundo são mais importantes que nossos tesouros.
Essa história toda só me faz pensar uma coisa: quando a sociedade moderna coloca na cabeça da mulher que ela só é alguém na vida se trabalhar fora, que cuidar de filhos é perda de tempo (não estou falando que o povo aqui disse isso, mas as feministas assim o falam), quando chegam os tesouros verdadeiros, e principalmente os tesouros especiais, a mãe que resolve “escolher a melhor parte” é sim, extremamente discriminada. E isso é extremamente injusto.
Oi R.B!
Se tirar uns minutinhos para ler com atenção os posts mais importantes no meu blog, vai com certeza compreender que eu bato precisamente nessa tecla: é opção!
Ficar todo o tempo em casa ou trabalhar fora é opção, é escolha livre da mulher.
Por um lado, nem as feministas radicais podem impor o trabalho profissional a ninguém que não o deseje; mas por outro – e é contra isto que me insurjo e sou frequentemente mal entendida – as puritanas (é o nome justo que merecem) também não podem impor, e isso nota-se em todos os seus discursos, a dona-de-casa a tempo integral a ninguém! É precisamente por causa das posições extremas(istas), é que se dão as mais horrendas revoluções.
E sim, o trabalho fora é uma necessidade para algumas mulheres, sendo também para elas uma vocação – ocasião de santificar o trabalho, de fazer apostolado no mundo, de ter, além dos filhos biológicos, filhos espirituais, humanizar a sociedade, etc., só para usar expressões do magistério. E, claro, para se realizarem em plenitude.
Assim como ficar em casa a tempo integral é uma vocação para outras mulheres.
A mulher casada é sempre, sempre dona da sua casa; mas nem sempre dona-de-casa, no sentido de executar o trabalho braçal.
É aqui que quero chegar e é precisamente aqui que se minimiza muito o que o magistério – sobretudo o mais recente – diz, em nome de posições ideológicas, quer para um lado quer para outro.
O trabalho pode sim ser uma vocação; de resto, deve. Não se deve trabalhar só para ganhar dinheiro.
A Igreja ensina que a vocação da mulher casada é a maternidade. A execução do trabalho braçal na casa, é livre opção da esposa e mãe.
Em Jesus e Maria!
Olá a todos,
Salve Maria!
tenho acompanhado esses posts e discussões a respeito da Família, do papel da mulher e da hierarquia familiar.
tenho gostado do que aqui tem sido debatido, posto e comentado, dá para aprender muito e sugiro ao Jorge, que dando continuidade a esse assunto escreva algo sobre planejamento famíliar, e métodos anticoncepcionas utilizados nas famílias “católicas” nos dias de hoje, já que não podemos tapar o sol com a peneira, pois infelizmente mais de 50% dos casais “católicos” utilizam esses métodos. poderia falr sobre o método Bilings.
mas sobre o assunto aqui comentado quero por minha opinião, que não tem lá muita importância,mas vamos lá:
penso que com o advento do feminismo, da revolução sexual, dos direitos das mulheres, de sua saída dos lares para disputar “pau-a-pau” o mercado de trabalho com os homens, quem perdeu com isso foi a família e por conseguinte toda a sociedade. não digo aqui nada contra as mulheres de família que são excelentes profissionais, e temos elas em diversos campos: medicina, pedagogia, artes e etc…
mas não deixo de me indiginar quando vou abastecer meu carro e me atende uma frentista mulher. penso que no,lugar dela poderia estar alí um pai de família, provendo daí o sustento para sua prole e para essa mesma mulher que me atendeu. não tenho como não ficar indignado quando vejo mulheres em profissões, caracteristicamente masculinas. muitas acabam, pouco a pouco perdendo sua feminilidade e belezas que nos são tão caras.
não deixo de ficar indignado quando pego um ônibus lotado e vejo dezenas de mulheres em pé, vindo de casa para o trabalho ou indo do trabalho para casa, pensando em seus filhos e maridos e contas a pagar no final do mês. mulheres que dividem espaço entre homens pouco ou nada educados.
Eu como homem não gostaria de ver minha mulher passando por situação semelhante, machista eu? será que é ser machista querer o bem de sua amada e de sua família?
fico sempre pensando (e isso me indigna) nos homens, justos e honestos em busca de emprego, em busca de um salário para poder sustentar sua esposa, sua família, mas não encontra emprego, pois, seja em um posto de gasolina, um mercado, um restaurante há uma mulher em seu lugar… será que no lugar dessa mulher alí trabalhando não poderia estar seu marido? quantos casamentos são desfeitos hoje por causa do desemprego?
quantas são as crianças que sem a presença da mãe caem no mundo das drogas e do crime, quando não raras vezes na devassidão do pecado? isso tudo por falta da presença de uma mãe?
assim nossa sociedade vai caminhado,
e no que isso vai dar?
penso também em muitas situações de pecados que muitas mulheres se encontram nesssa ida e vinda, nos lares destruídos, e em todas as vezes que terei que levantar do meu assento do ônibus para dar lugar para uma mãe de família sentar.rsrs..
por fim, São paulo nos dá um maravilhoso ensinamento sobre a hieraquia familiar em sua carta aos Efésios:
“Sujeitai-vos uns aos outros no temor de Cristo.
As mulheres sejam submissas a seus maridos, como ao Senhor,Pois o marido é o chefe da mulher, como Cristo é o chefe da Igreja, seu corpo, da qual ele é o Salvador. Ora, assim como a Igreja é submissa a Cristo, assim também o sejam em tudo as mulheres a seus maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela,para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a palavra,para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível.Assim os maridos devem amar as suas mulheres, como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.” ( Ef 5 22,28)
portanto, não sou nenhum reacionário, sei do papel tanto do homem com da mulher em nossa sociedade, e sei das dificuldades que muitos casais enfrentam hoje em dia para manter seu lar, mas se um homem puder manter seu lar e sua esposa, para que essa, que foi incubida por Deus a santificar seu lar precisa enfrentar o mundo lá fora?
Jesus, Maria e José,
rogai por nós.
Vcs pararam no tempo?
Hipátia,
Não, por quê?
Aliás, acho engraçado alguém usando o nome de uma pagã de 1600 anos atrás fazer uma pergunta dessas… =)
Abraços,
Jorge
Prezado(a) Hipátia, Laudetur Dominus!
Sim. Paramos. Por quê? O que há de errado nisso? :)
Pax et Salutis
Essas pessoas malucas não deviam fazer comentários anónimos. Isso fica chato para quem está aqui a defender posições sérias. Há-de haver outros malucos doentes que me vão atribuir o feito, querem ver?
Nunca entendi por que é que as pessoas não se identificam devidamente.
***
Jorge,
pq fechou o outro tópico? Eu e a Maite ficámos sem direito a defesa depois de supostamente terem colocado frases na minha boca, que por sua vez eram frases da Maite.
Não é justo que fiquemos as duas sem direito de resposta.
Por outro lado, talvez tenha sido melhor. por vezes é preciso saber calar!
Ótimo comentário Lúcio,
É isso o que quis dizer com o fato da mulher ter o direito de ser sustentada pelo marido. Complementando que, para a mulher, é uma violência separar-se de filhos ainda tão indefesos. Nenhuma mulher deveria ter de passar por isso, mas a cultura atual praticamente a obriga a fazê-lo.
E tem mais uma coisa: não é opção no sentido simples e natural do termo. Hoje em dia a mulher que opta por ser dona de casa é tratada como um extra-terrestre, ainda mais se ela tiver recebido uma cultura suficiente para ser uma ótima profissional. E eu nem digo em optar por ser dona de casa em princípio, mas em optar por resignar-se ante uma realidade que clama, que o tempo vai lhe propiciar, ante os filhos e/ou a harmonia conjugal, coisas que têm como consequencia o retorno ao lar.
Recentemente, o livro de uma autora comum, Maria Mariana, provocou alvoroço entre as mulheres “para frente” do mundo atual. Ela defendia a vida de uma dona de casa como sendo de uma felicidade e realização que ela não teria nunca se cultivasse uma carreira.
O blog do livro é:
http://confissoes10anosdepois.blogspot.com/
Um blog satirizando a autora é:
http://sindromedeestocolmo.com/archives/2009/05/maria_mariana.html/
É de impressionar o ódio dos últimos comentários sobre uma mulher que optou por ser dona de casa e escreveu sobre isso, dando um verdadeiro tapa na cara das mulheres perdidas do mundo de hoje. Talvez porque as mulheres hoje não estejam preparadas para ouvir a verdade sobre essas questões. E não estão porque são muito imaturas para enxergar essa realidade e também, é claro, porque a própria cultura as força a ser assim atualmente.
Teresa,
Fechei porque já tinha passado dos limites. Aquele disse-me-disse já não tinha mais nada a ver nem com o assunto original do post nem com o que surgiu no desenrolar dos comentários, além do clima não poder ser considerado um grande exemplo de exercício da caridade fraterna entre irmãos na Fé.
Como eu disse, quero ainda discutir algumas coisas contigo sobre o assunto, mas a gente faz depois. Deixa a poeira baixar um pouco.
Se tu ou (principalmente) a Maite (que é “parte externa” na conversa) fizerem questão de direito de resposta para alguma coisa que a Justiça assim exija (confesso não ter lido atentamente todos os comentários), eu abro lá para estas considerações e somente para elas – contanto que sejam radicalmente impessoais e não ensejem outras reivindicações correlatas por parte dos outros comentaristas. Mas o bate-boca puro e simples não está compreendido entre as propostas do Deus lo Vult!.
Abraços,
Jorge
Sr. Lucio,
Permita-me:
“penso que no,lugar dela poderia estar alí um pai de família, provendo daí o sustento para sua prole e para essa mesma mulher que me atendeu.”
E se essa mulher que o atendeu é uma mãe de três filhos, que foi abandonada por um marido covarde e irresponsável, que por conta disso precisa do trabalho para prover o alimento aos seus?
O trabalho não desqualifica a mulher como mãe e dona de casa.
a mulher pela sua natureza que lhe foi dada por Deus sempre será a rainha do lar.
O trabalho profissional exercido por ela – por outro lado – não visa tão somente o auxilo com as contas da casa.
Figura também como uma realização profissional, e isso creio eu, não a diminui perante Deus.
Que a mulher almeje cuidar dos filhos em tempo integral, ótimo.
Mas se tem profissão e queira exercê-la não vejo o porque não fazê-lo.
Sou casado e no incio de meu matrimônio passei por dias em que estava mais “duro que um coco”.
Minha esposa, então, com satisfação e alegria me ajudou financeiramente com o dinheiro do seu trabalho.
Superamos tudo.
Graças a Deus.
E eu, perdi a conta das vezes que preparei o jantar dos meus filhos e lavei “pias” de louças….
Vergonha isso?
Para mim não.
Que Deus o abençoe.
Olegário.
Salve
Hierarquia na vida e casamento.
Creio que seria tema para muito tempo de conversa entre irmãos. Não seria debate pois para debatermos algo sobre o que(se) não concordamos teríamos que primeiro ter certeza sobre o que concordamos.(conforme Chesterton)
Certa noite, fui convidado para o casamento de um amigo de meu filho, casamento celebrado por um pastor protestante em um restaurante, até aí nada de mais. Quando dirigia a palavra aos noivos disse o pastor
— Na Bíblia está escrito que a mulher deve ser submissa ao homem…. [breve silêncio] … mas isto era antigamente hoje já não é mais assim…
Na hora pensei com meus botões — E ele ainda vai cobrar para falar tamanha besteira!
Após a cerimônia estávamos eu, meu filho com sua futura esposa e minha mulher sentados à mesa e disse-lhes que
–A mulher desejar ser submissa (uso do amor) ao marido é o que pede a Igreja Católica e não pede que a mulher seja submetida (uso da força) pelo marido, que se uma mulher, via de regra mais fraca fisicamente que o homem, deixa o lar dos pais para sabe-se lá onde viver e dormir e ficar indefesa junto ao marido, ela tem que confiar nesta pessoa junto a quem pretende ter uma longa e frutífera vida em comum.
“Era assim que outrora se ornavam as santas mulheres que esperavam em Deus; eram submissas a seus maridos … … Do mesmo modo vós, ó maridos, comportai-vos sabiamente no vosso convívio com as vossas mulheres, pois são de um sexo mais fraco. Porquanto elas são herdeiras, com o mesmo direito que vós outros, da graça que dá a vida. Tratai-as com todo respeito para que nada se oponha às vossas orações. Finalmente, tende todos um só coração e uma só alma, sentimentos de amor fraterno, de misericórdia, de humildade.” (1Pedro 3)
Quando um pastor e talvez uma mulher acreditam que a Bíblia está fora de moda, então daquela cerimônia aproveitou-se apenas o jantar.( e estava bom)
Quanto à hierarquia ou ordenação, diria que esta hierarquia está cada vez mais de acordo com os planos de Deus quando ao nos colocarmos em nossas posições, nos sentimos mas ligados a Deus e felizes, se ao lutar contra a hierarquia alguém busca de forma honesta a felicidade ele será guiado para a ordem, como disse Chesterton que quando acreditava que estava criando uma grande e nova heresia, apenas estava se aproximando da Ortodoxia.
A ideia de não se submeter a nenhum homem e apenas a Deus e a forma protestante de ser contra toda ordenação, e é o primeiro passo para chegar ao momento de dizer “Não servirei”.
Na paz
“E se essa mulher que o atendeu é uma mãe de três filhos, que foi abandonada por um marido covarde e irresponsável, que por conta disso precisa do trabalho para prover o alimento aos seus?”
De fato, se o marido é um chupim, vide significado abaixo:
http://www.dicionarioinformal.com.br/buscar.php?palavra=chupim
Então, pobre mulher, vai ter de trabalhar e ser mãe e pai ao mesmo tempo.
O ideal é que os homens não se comportem como um “rola-bosta” e que as esposas sejam sustentadas pelos seus maridos, protegendo os filhos. O pior dos tempos atuais é que os homens se comportam como chupins e com muito orgulho…
Foi o calvinismo que promoveu o trabalho fora do lar entre as mulheres e foram nos países protestantes que o feminismo proliferou em princípio e espalhou seus erros pelo mundo. Atualmente, as mulheres agregam responsabilidades dos homens, expostas a muitas situações desagradáveis de assédio moral e sexual quando estão trabalhando e ainda têm a carga familiar. Nunca, em tanto tempo, as mulhers foram tão escravizadas e tão submissas… aos patrões!