[Comentava hoje, com uns amigos, sobre esta poesia da sra. Ivone Fedeli, que eu já conhecia há alguns anos e que sempre achei belíssima.
Rainha da Guerra! É um título audaz para ser dado à Virgem Santíssima, que – salvo grande engano – não existe na tradição católica. Há a “Auxilium Christianorum” de Lepanto, há Nossa Senhora da Vitória, e há a Virgem “terribilis ut castrorum acies ordinata”. Não há a “Rainha da Guerra”. Mas o título não deixa de ser bonito.
Que a Virgem Santíssima nos auxilie sempre. Ajude-nos em nossas batalhas. Inflame-nos sempre de um santo zelo pelas coisas sagradas. Faça-nos cruzados, como Deus quer e o mundo precisa.
Fonte: Legado Montfort]
RONDÓ DA GUERRA
Minha Mãe, não me deis paz,
Não me deis paz nesta terra.
Neste mundo que vos faz
Constante e terrível guerra,
Dai-me a guerra e não a paz.
Dai-me sempre o gesto audaz
E a palavra que aterra
Pela verdade que traz.
Dai-me coragem na guerra
E não me deis jamais paz.
A mentira que compraz
E que desculpa quem erra,
O golpe que volta atrás
E que teme entrar na guerra,
Não me deis nunca tal paz.
Nem o repouso fugaz
Que todo recuo encerra
Essa mansidão falaz
Não me deis, mas dai-me a guerra,
Porque me mata essa paz.
Oh Vós, Rainha da Guerra,
Que só na liça dais paz
A paz que não é da terra –
Não me deis morte na paz,
Mas dai-me a vida na guerra.
E Vós, Príncipe da Paz,
Que viestes trazer a guerra
Que toda verdade traz,
Dai-me a vitória na guerra
E, na luta, a vossa paz.
São Paulo, (não sei a data).
Maria Ivone Pereira de Miranda Fedeli
Mas é confuso isso tudo, para quem precise se apronfundar nessa mística. Olhemos:
“E Vós, Príncipe da Paz,
Que viestes trazer a guerra”
Jesus é o príncipe da paz por excelência. A guerra vem por parte daqueles que não o aceitam ou respeitam.
As aparentes contradições têm pleno sentido para mim.
Alexandre,
Mas as antíteses estão dispostas em versos subseqüentes exatamente em razão do estilo do poema, que é jogar com os contrários (note que “guerra” e “paz” são as terminações de praticamente todos os versos).
Além do quê, “Príncipe da Paz” é um título de Nosso Senhor, e que Ele “veio para trazer a guerra” é uma paráfrase do texto bíblico, onde Ele fala que veio trazer “a espada”.
E lembrando que Regina Pacis é também um título – este, sim, muito conhecido – da Virgem Santíssima. São exatamente os opostos que dão a beleza do poema!
Abraços,
Jorge
É um belíssimo poema da D. Ivone
Parabéns à D. Ivone.
Esse poema desenvolve bem as palavas de N. S. J. C. quando disse que não veio trazer a paz, mas a espada.
Com todo respeito, gostaria de fazer uma observação ao poema de Dª Ivone, o qual pode fazer pensar que a paz não seja necessária, enquanto que a paz é algo sem o qual não se pode viver bem, não se pode viver feliz. Mesmo quem faz guerra, o faz na esperança de que a paz seja encontrada. Fazer guerra sem visar a paz é algo diábolico, é visar fazer “guerra por fazer guerra”, é visar a destruição. Desejo apenas dissipar essa interpretação equivocada que penso que o poema pode induzir. Melhor é nos pautarmos pela oração de São Francisco, que nos leva a desejar a paz:
Oração de São Francisco
Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
Madre Teresa de Calcutá rezava todos os dias com as suas irmãs a oração de São Francisco.
É uma oração belíssima que nos ensina e leva à paz.
Alex,
Sim, perfeitamente. Mas note que o poema não fala em “guerra pela guerra”, e sim na guerra por Deus, pela Virgem Santíssima.
Note, inclusive, que ela fala que é na Guerra [obviamente, na Guerra Santa, na guerra por Deus] que se encontra a Paz verdadeira.
Abraços,
Jorge
Não é que isto seja de facto muito importante, mas deveria dizer-se correctamente:
dra. Ivone Fedeli
Não sra. ou dona, porque ela tem vários títulos. Tem doutorado, pelo que deve ser chamada pelo título correspondente, equivalente aos seus estudos.
Imagina chamar o professor Orlando de Sr. Orlando…
rsrss
Só uma pequena observação aos comentários, não me levem a mal!
Quanto à paz/guerra, é excelente o poema. Combater por Cristo e pela Igreja em nada compromete a paz; antes muito pelo contrário, aqui guerra e paz não são antagónicas, mas sim verdadeiramente interdependentes. A paz de Cristo, não sendo a paz maçónica modernista, é a paz que só se alcançará na ponta da espada: a espada da verdade, do combate católico sem tréguas aos inimigos da Fé.
-Prof. Dra. Maria Ivone Fedeli
Titulação: Pedagoga com especialização em Administração Escolar pela Universidade São Marcos
Doutora em Literatura pela FFLCH-USP
http://a-dignidade-da-mulher-catolica.blogspot.com/2009/09/grande-mulher-dra-ivone-fedeli.html
Jorge, obrigado pela explicação! Eu não tinha notado isso que você me explica.
Eu não quis dizer que o poema fala da “guerra pela guerra”. Só me pareceu que, ao falar da guerra como algo desejável, se poderia chegar a conclusões erradas, como que a guerra é uma coisa boa,entende?
Mas agora eu entendi o seu ponto de vista.
Obrigado!
Abraços, Alex.
Teresa
Salve Maria!
Perdoe a minha ignorância, mas eu nem sabia quem era a esposa do Prof. Fedeli. Apenas agora, com este post do Jorge, fiquei sabendo de seu nome. E, depois, com seu comentário, que ela é Doutora, etc.
Leve em conta que, para muito católicos como eu, certas figuras proeminentes do catolicismo ainda são muito desconhecidas.
Veja, eu moro no interior de Minas Gerais. O mundo católico tradicionalista ainda me é muito distante. Não que eu seja modernista. Mas aqui em minhas terras o catolicismo tradicionalista não existe. E, em consequências, os seus grandes nomes também são desconhecidos.
Há quem diga que essa belíssima oração não é de S. Francisco e que foi literalmente ‘inventada’ no século XX.
Quem tiver maiores imformações, agradece-se!
Quer seja para confirmar a veracidade da autoria da oração, quer para a desmentir.
Sobre Minas Gerais, não quis generalizar, por isso disse “no interior onde moro”. Sei que, por exemplo, em São João Dey Rei há uma expressiva comunidade tradicionalista, pois há missa tridentina lá. Mas sei apenas isso.
Aqui onde moro, na região do Alto Paranaíba, cidade de Patos de Minas, a Igreja vive em conformidade com o Vaticano II. Não se cultiva a Tradição da Igreja. As causas não sei quais são. Mas o fato que que os católicos da minha cidade estão extremamente dependentes, sem consciência disso, da Igreja Conciliar. Repito não quero fazer análises, por que não disponho de conhecimentos para isso, apenas apontar um fato.
Oi Alex!
N falava para vc em particular!!!
Dava uma informação a todos, pq todos estavam a chamá-la sra. ou dona. Não que isto seja importante, mas foi só uma observação irrelevante, para o caso de alguém não conhecer que ela tem de facto títulos académicos, merecendo de pleno direito ostentá-los (coisa que ela, por grande humildade, não faz!).
Oi, Teresa!
Eu sei que você não estava falando apenas para mim. Por outro lado, achei que o seu comentário foi muito oportuno para expor uma situação em que grande parte da Igreja no Brasil vive, a do desconhecimento da Tradição da Igreja, a vivência da fé num contexto conciliar, sem consciência do passado da Igreja, da Tradição da Igreja, entende por que quis falar de minha situação e da situação dos católicos em geral onde moro?!
Sobre a autoria da oração de São Francisco, há um excelente artigo no site franciscano CANTO DA PAZ:
“1. Como surgiu essa oração
Parece que surgiu pouco antes da Primeira Guerra Mundial. Suas origens são obscuras, seu autor é desconhecido, e parece que poucos lhe deram importância logo ao aparecer. “A Oração da Paz apareceu pela primeira vez em 1913 numa pequena revista local da Normandia, na França. Vinha sem referência de autor, transcrita de uma outra revista tão insignificante, que nem deixou sinal na história, pois não foi encontrada em nenhum arquivo da França” (3).
A Oração pela paz, entretanto, ganhou notoriedade depois que foi publicada no Osservatore Romano, em 20 de janeiro de 1916 e, alguns dias depois, em 28 de janeiro do mesmo ano, no conhecido diário católico francês La Croix. Em 1917, foi divulgada com um título chamativo: “Oração para uso dos que querem colaborar na preparação de um mundo melhor” (4).
http://www.cantodapaz.com.br/blog/2009/10/02/oracao-paz-sao-francisco/
“Igreja Conciliar”? Que raios vem a ser isto? É uma nova seita pentecostal? Que eu saiba, o que existe é a Igreja Católica Apostólica Romana, que existia antes de 1962 e continuou a existir depois do Vaticano II. Distinguir entre uma “Igreja Conciliar” e outra “Não-Conciliar” é inequivocamente apelar para o cisma. Pois se o que o fulano chama de “Igreja Conciliar” é aquela chefiada por Sua Santidade o papa Bento XVI e se coloca fora dela, ipso facto…
Quer dizer então que aí os fiéis cantam em latim as partes do Ordinário que lhes competem, como recomenda a Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium?
http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19631204_sacrosanctum-concilium_po.html
Dá pra se viver em conformidade com o Vaticano II sem cultivar a Tradição da Igreja? Dá pra cultivar a Tradição da Igreja sem se viver em conformidade com o Vaticano II? (uma vez que por “Tradição”, com letra maiúscula, entendem-se os ensinamentos não-escritos de Nosso Senhor, transmitidos oralmente pelos Santos Apóstolos à Igreja, e não alguma tradição teológica ou litúrgica em particular).
Houve um tempo em que a Igreja era forte porque, quando se perguntava de que religião eram seus fiéis, eles unanimemente respondiam: católicos apostólicos romanos! Hoje em dia o pessoal anda com o ego muito inflado e com muita necessidade de ser diferentes, e por isso existem um sem número de subtítulos para católicos: “católicos tradicionais”, “católicos carismáticos”, “católicos progressistas”, “católicos conservadores”, “católicos neoconservadores”, “católicos tico-tico no fubá”… Quando o Cristo voltar é capaz que Ele nos pergunte: «Não deixei eu uma única Igreja sobre a terra?»
E mais engraçado é essa tia portuguesa, desbocada a ponto de chamar vagabundas as donas de casa, feminista enrustida, pagando de lefebvrista… Só acredito porque testemunho; se me contassem, acreditaria ser piada de português…
Alex,
sugiro-lhe que ignore e não responda.
Escreva nos comentários o que desejar, mas ignore quem não está disposto a dialogar com respeito e cordialidade.
Nem sequer se dê ao trabalho de responder.
***
Curioso é que se defenda tanto, mas taaaanto o Concílio Vaticano II e se passe por cima dos documentos claríssimos dos Papas pós-conciliares sobre determinados assuntos. Se isto não é incoerência monumental, eu não me chamo Teresa Moreno.
E ainda se ataque uma prelatura pessoal, a única do mundo. Que grande fidelidade ao magistério e ao Sacrossanto Concílio Vaticano II!
Que os ultra-trads (mesmo ultra) ataquem de liberais os Papas, ainda vá; mas uma pessoa que defenda o Vaticano II? Não acatar o Magistério? Que feio!!!
Querida Teresa, obrigado pela demonstração de amizade!
***
Irmão Aparecido, o senhor está muito enganado a meu respeito! Não estou “inflamado”. O senhor é quem está. Mal me conhece e já vem me rotulando!
Eu não estou aqui para dar aulas a ninguém. Estou aqui para dialogar com respeito e cordialidade como bem expressou minha amiga Teresa.
Já que o senhor tocou no assunto, a Teresa não chamou as donas-de-casa de vagabundas. Ela quis dizer exatamente o contrário, que as donas-de-casa não são vagabundas.
P.S.: Para quem não sabe o que é uma pessoa vagabunda o dicionário explica. Vagabundo(a) é uma pessoa que vagabumdeia. Ora vagabundear é “andar por, ociosamente”, ou seja, é alguém ocioso; o que não é o caso das donas-de-casa.
P.S.2: DIALOGAR COM RESPEITO E CORDIALIDADE – UM REGRA MUITO BOA!
Já lhe disse que não vale a pena!
A iliteracia ainda não paga imposto; de contrário, muitos já estariam todos carimbados.
Voltemos à Dra. Ivone e ao seu belíssimo poema.
Guerra, intransigência e verdade; para que Cristo reine!
Que Cristo reine!
***
Você está certa, Teresa!
Obrigado pelo bom conselho!
Sr. Alex
Onde é que eu disse que o senhor está “inflamado”? Onde foi que eu te “rotulei”? Até parece que o senhor está tergiversando, porque o que eu fiz foi exatamente protestar contra os rótulos.
Leia com atenção o que escrevi:
Entendeu agora que isso é um protesto contra os rótulos?
Pois chamou sim, gerando inúmeros protestos aqui neste blogue. no dia 1o de setembro deste ano, às 5h08:
Aos queridos Irmãos do Deus Lo Vult trago-lhes uma carta aberta do Professor marcos Paulo do Nascimento Silva (Mestre em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco), e Professor da Universidade Federal Rural em Garanhuns-PE. Diante de tantas aberrações praticadas pelo Senhor Arcebispo de Olinda e Recife o mesmo escreveu esta carta endereçada ao mesmo. Se possível e for importante para esse apostolado publiquem.. Agradeço e Dominus vobiscum.
CARTA ABERTA A DOM SABURIDO. OU, ENSINANDO REZA A VIGÁRIO. OU, AINDA, UMA CORREÇÃO FRATERNA.
O que exige que falemos sem demora é, antes de tudo, que os promotores do erro já não devem ser procurados entre os inimigos declarados da Igreja; mas, o que é para deplorar e muito temer, se ocultam no seu próprio seio, tornando-se assim tanto mais nocivos quanto menos percebidos”.
(S. Pio X, Encíclica Pascendi Dominici Gregis, 08/09/1907)
Excia. Revma.
Dom Saburido, O.S.B.
Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife
Como vai no subtítulo, sem arrogância alguma de minha parte, vou dizer-lhe certas coisas que acredito V. Excia, não aprendeu no seminário. Afinal, V. Excia foi ordenado já em um momento em que a fumaça de satanás já havia entrado na Igreja segundo as palavras do próprio Paulo VI, o Papa querido dos modernistas: “Por alguma fissura, a fumaça de Satanás está no templo de Deus: a dúvida, a incerteza, o questionamento, a preocupação, a insatisfação, o afrontamento surgiram.”
Não são minhas intenções julgar as vossas, estas, só Deus as sabe e as julga corretamente. Não irei incorrer em juízo temerário. O que irei é comentar, à luz das Sagradas Escrituras, do magistério eterno da Santa Igreja Católica Apostólica Romana e do magistério dos Santos Doutores algumas ações e declarações públicas de V. Excia. que não estão “segundo a verdade do evangelho” (Gal. II,14).
Permita-me antecipar em minha autodefesa, em resposta aqueles que objetem minha insignificância ao escrevinhar estas linhas. Aqueles que me imputem desrespeitador de um príncipe da Igreja de Roma. Sei que da parte de Vossa Excia. Revma, que tem por lema episcopal, Secundum Verbum Tuum, não haverá espasmos de indignação, mas recolhimento para realmente viver o “segundo Tua palavra” divina (Fiat mihi secundum verbum tuum. (Faça-se em mim segundo a vossa palavra) (S. Lucas, I, 38).).
Alguns “católicos” dirão, antevejo, que é um absurdo um danado de um pecador, reles professor de coisas seculares querer se arrogar em apontar erros nos outros e mais ainda em um bispo. Dirão que este não é um tempo de imposições, de dogmas, mas sim um tempo de abertura, de acolhimento, de profetismo, de comunhão. Dirão que vejo ser o dono da verdade. Um absurdo! Ninguém é dono da verdade. Esta é uma construção coletiva. É comunitária. Não possuo a verdade, procuro permanecer nela, como prega Cristo. É para estes Vossa Excia. Revma. que antecipo os nomes de meus advogados. Os promotores de minha causa.
Miro-me em São Paulo, que, inferior hierarquicamente repreendeu publicamente a São Pedro. Em Catarina Benincasa, Santa Catarina de Sena que repreendeu rispidamente, mas respeitosamente, o Papa Gregório XI, fazendo-o voltar para Roma.
Tomei por parecerista o Doutor Angélico. Eis seu ensinamento:
Resistir na cara e em público ultrapassa a medida da correção fraterna. São Paulo não o teria feito em relação a São Pedro se não fosse de algum modo o seu igual (…). No entanto, é preciso saber que, caso se tratasse de um perigo para a Fé, os superiores deveriam ser repreendidos pelos inferiores, mesmo publicamente. Isso ressalta da maneira e da razão de agir de São Paulo em relação a São Pedro, de quem era súdito, de tal forma, diz a glosa de Santo Agostinho, que ‘o próprio Chefe da Igreja mostrou aos superiores que, se por acaso lhes acontecesse abandonarem o reto caminho, aceitassem ser corrigidos pelos seus inferiores (S. Tomás., Sum. Theol. IIa-IIae, q. 33, art. 4, ad 2m).
Excia. o senhor é tido, ao menos midiaticamente, como um moderado, um conciliador. O que viria a ser isto? Quererá um moderado a quadratura do círculo ou, a circularidade de um quadrado? Afinal de contas, é uma arrogância medonha um quadrado só ser quadrado, e o círculo ser somente circular. Não, um moderado tem de mesclar os dois. É a dialética diabólica. Como se dá isto no plano espiritual? Ouso uma conjectura. Seria conciliar as coisas de Deus e a coisas do mundo? (os valores de satanás) Um moderado em questões espirituais só pode agir assim desta forma.
Teriam os jornais e “católicos” progressistas alcunhado o senhor de moderado devido a esta declaração, que segundo o Jornal Diário de Pernambuco teria Vossa Excelência pronunciado:
A Igreja defende que o aborto deve ser evitado. Mas é claro que tem que ver as condições médicas. Se existe um risco muito grande, há um consenso nesse sentido, então é algo a se considerar. ”(http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/04/10/urbana8_1.asp)
Hum! Confesso que não compreendi Excia. Tendo sido realmente o senhor que pronunciou isto, pesa-me no coração dizer, mas o senhor não é mais católico, logo, não pode ser um Bispo da mesma Igreja Católica. Da “igreja” Universal, certamente.
Caro Dom Saburido, o senhor leu o que dizem que o senhor disse? Eu li. Não pode aquilo ali ter sido dito por um verdadeiro Bispo Católico Romano. O repórter foi incisivo nas perguntas. Mas o senhor foi tão evasivo, tão escorregadio, tão, como direi… MODERADO. O senhor diz que a Igreja “defende que o aborto seja evitado”. Isto soa tão romântico. Tão Concílio Vaticano II. Tão humano. Maldito respeito humano! A Igreja anatematiza e excomunga os abortistas e seus asseclas, e seus defensores, como o senhor. É isso. E nada pode ser acrescentado, nem retirado desta verdade.
O senhor diz mais. Quando perguntado se condenaria o abortamento, o senhor diz: “Essa é uma decisão médica, muito mais do que eclesial […] Depende do parecer médico, da situação. Não pode radicalizar também as coisas”.
Então o senhor está querendo dizer que Deus é radical, não é? Que uma verdade revelada por Deus está abaixo axiologicamente e ontologicamente de um parecer médico? Bendito sejas tu ò Deus, por não ser um moderado, como Dom Saburido.
Dom Saburido, os moderados são como a serpente: tem língua dupla. Bífida. São como os políticos que tem “currais” eleitorais. Dependendo da região que estejam, mudam seu discurso. Elegantemente isto se chama de sofistaria.
Pode parecer esnobe esta coisa de indicar leituras, que me vejam assim. Dom Saburido leia urgentemente a Carta Encíclica Vehementer Nos de São Pio X, que trata da relação entre Igreja e Estado, que é onde reside seu erro doutrinário e teológico. No Magistério deste Santo Papa, como qualquer Papa Pedro e Cristo redivivos, V.Excia. ainda encontrará a recomendação paterna e voltará a estudar a Teologia e Filosofia verdadeiras, a de Santo Tomás.
Dizem também os jornais, como o senhor é midiático, não é mesmo, que V. Excia. foi à uma passeata dos “excluídos”. Que V. Excia. foi o máximo orador desta passeata, que orgulho, não? O senhor é um Bispo de passeata? Fui ver quem eram esses excluídos e lá estavam, para resumir: abortistas (assassinos), homossexuais militantes, comunistas, sem-terra, PSOListas, CUTistas, PTistas et caterva. Salvo engano, todos estes defendem antivalores. São contrários e afrontam o que defende a Santa Igreja Romana, logo, o que Deus ordena. São mesmo, anticatólicos.
O senhor se crê amigo desses movimentos? Lembra o senhor qual o conceito de amizade para Santo Tomás? “Amigos são aqueles que desejam e rejeitam a mesma coisa”. V. Excia. Quer as mesmas coisas que eles querem? Um Bispo da Santa Igreja não pode ser amigo destes “excluídos”, pelas razões expostas acima. Ou será o senhor capaz de moderar este conflito de interesses ao ponto de fazê-los confluir para um mesmo fim? Isto é, moderar os interesses divinos com os diabólicos.
Esta passeata dos “excluídos” é de uma alogia asinina, excelência. Todos os seres criados, animados e inanimados tem, em certa medida uma ou mais exclusões nos seus acidentes em relação a uns com os outros. Uns são mais belos que outros, mais gordos, ou magros; com ou sem cabelo, com mais dinheiro, etc. É o que se chama de desigualdade material.
Dela diz Leão XIII na encíclica Quod Apostolici Muneris:
… a desigualdade de direitos e de poder provém do próprio Autor da natureza … “. Diz mais: “Por isso, assim como no Céu quis que os coros dos anjos, fossem distintos e subordinados uns aos outros, e na Igreja instituiu graus e diversidade de ministérios, de tal forma que nem todos fossem apóstolos, nem todos doutores, nem todos pastores (I Cor. 12, 27). Assim estabeleceu que haveria na sociedade civil várias ordens diferentes em dignidade, em direitos e em poder, a fim de que a sociedade fosse, como a Igreja, um só corpo, compreendendo um grande número de membros, uns mais pobres que os outros, mas todos reciprocamente necessários e preocupados com o bem comum.” (Leão XIII, Quod Apostolici Muneris, no 15, 17 e 18).
Entendeu, Excia? Estes “excluídos” com quem V. Excia. Fez coro não lutam por dignidade alguma, eles querem e dizem abertamente isso é igualdade. Querem a igualdade material que Deus não quer. O que devemos combater, principalmente os bispos, é que esta desigualdade material seja transformada em ideologia para fazerem crer que os homens foram criados com naturezas diferentes, havendo espíritos e espíritos. É combater a idéia gnóstica de que Deus necessita de nós para completar sua obra. Medite o que diz ainda Leão XIII, Humanum Genus:
… se considerarmos que todos os homens são da mesma raça e da mesma natureza e que devem todos atingir o mesmo fim último e se olharmos aos deveres e aos direitos que decorrem dessa comunidade de origem e de destinos, não é duvidoso que eles sejam iguais. Mas, como nem todos eles têm os mesmos recursos de inteligência, e como diferem uns dos outros seja pelas faculdades do espírito seja pelas energias físicas; como, enfim, existem entre eles mil distinções de costumes, de gostos, de caracteres, nada repugna tanto à razão como pretender reduzi-los todos à mesma medida, a introduzir nas instituições da vida civil uma igualdade rigorosa e matemática.” (Leão XIII, Humanum Genus, no 22).
Em suma, devemos lutar pela semelhança e não pela igualdade.
Será que o senhor acredita que quando Deus fala da pobreza na Bíblia ele quer se referir simplesmente à pobreza material? Quem ensinou a vossa excelência exegese bíblica? Terá sido Gutierrez? Leonardo Boff? Lubac? Hans Küng? Ou, algum outro celerado dessas teologias da danação?
O senhor não pode ser tão ingênuo ao ponto de não perceber quem são os patrocinadores destes gritos dos excluídos. Pegam pobres miseráveis e manipula-os para servirem a causas espúrias que não ousam dizer o nome, se passando por defensores dos excluídos e explorados. Não direi o nome de cada um destes, posto serem rebanho, mas posso repetir a definição destes segundo o Santo Papa São Pio X: “Pestífera espécie de homens.”(Sacrorum Antistitum).
Vossa Excelência lembra-se do Decretum Contra Communismum (Decreto Contra o Comunismo), do Papa Pio XII? Já na sua primeira questão pergunta-se e responde-se a seguir:
Q. 1 Utrum licitum sit, partibus communistarum nomen dare vel eisdem favorempraestare. (Acaso é lícito dar o nome ou prestar favor aos partidos comunistas?) R. Negative: Communismum enim est materialisticus et antichristianus; communistarum autem duces, etsi verbis quandoque profitentur se religionem non oppugnare, se tamen, sive doctrina sive actione, Deo veraeque religioni et Ecclesia Christi sere infensos esse ostendunt.
Nas questões seguintes responde-se que a pena é a excomunhão, Excia, latae sententiae. Procure seu confessor, caro dom Saburido. Arrependa-se! Caso contrário o senhor estará impossibilitado de ser admitido nos sacramentos. Estará destituído de sua autoridade episcopal. Acredite, é com pesar que escrevo estas coisas.
Por fim, repito Pio XI, que por sua vez repete o magistério da Santa Igreja desde sempre: “Socialismo religioso, socialismo cristão, são termos contraditórios: ninguém pode ao mesmo tempo ser bom católico e socialista verdadeiro.” (Pio XI)
Então, de que lado o senhor ficará?
Por favor, Excia. Não faça coro com os que dizem que a Igreja modernizou-se. Ah, não. Excelência, Deus não faz upgrades, aggiornamentos. Quem fez isto foi o Concilio Vaticano II, um Concílio herético e meramente pastoral, logo, não obrigatório em suas decisões para os católicos.
Lembra-se do Quo Vadis Domine?( Onde vais Senhor?) de São Pedro à Cristo (João 16,5)? Humildemente pergunto-lhe: onde vais, Dom Saburido? Volte para a Barca de Pedro. Não tema ser rechaçado por este mundo. Não tema ser humilhado pela maioria. Não tema ser crucificado com o Rei dos Reis, o mais excluído dos excluídos, posto que lhe é negada a adoração devida pela maioria dos do seu clero. Lembra da Ladainha da humildade? Ensinaram-na no seminário? […] Do receio de ser humilhado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser desprezado, livrai-me, ó Jesus. […] (Cardeal Merry del Val)
Excelência de tua própria vontade escolhestes o maior dos fardos, atendendo a um chamado Divino. Escolhestes ser pescador de almas. Escolhestes ser o sal da terra. O senhor esqueceu o que diz Santo Afonso Maria de Ligório, em seu A Selva, sobre a responsabilidade e dignidades de um de um sacerdote quanto à salvação ou danação das almas de seu rebanho?
Sou sacerdote, a minha dignidade está acima da dos anjos.
Um Deus digna-se de obedecer à minha voz; com melhoria de razão devo obedecer à sua.
O respeito humano e as amizades mundanas desonram o sacerdócio: logo devo ter-lhes horror.
Só devo procurar a glória de Deus, a minha santificação e a salvação do meu próximo; a isso, pois me devo dedicar, até com o sacrifício da minha vida, se tanto for necessário.
Reafirmo minha indignidade em apontar erros em qualquer ser humano, principalmente os de um Bispo, mas é que os fatos são gravíssimos, são escandalosos. Uma coisa é um escândalo provindo de um miserável pecador como eu, outra coisa é vindo de um pecador, como todos somos, Bispo. Não restam dúvidas que o escândalo se torna mais pernicioso. É lição de seu irmão de episcopado, Santo Afonso, no mesmo A Selva: “Ensina Santo Tomás que o pecado dos fiéis é mais grave que o dos infiéis, precisamente porque os fieis conhecem melhor a verdade ora; as luzes de um simples fiel são bem inferiores às de um sacerdote.”
Seu modelo deve ser Cristo, São João Maria Batista Vianney; o Santo Pe. Pio de Pietrelcina; deve ser aquele pároco de uma pequena cidade, com batina preta com sol a pino, demonstrando seu luto por este mundo corrompido pelo pecado adâmico, nossa herança desgraçada.
Não pense que com estas heréticas concessões o senhor estará trazendo de volta as ovelhas desgarradas, não! Estas atitudes só atraem as hienas, os chacais para agredirem, desde dentro, a Santa Igreja.
Excia. Revma. o Senhor é um beneditino. Permita lembrá-lo do Capítulo 5 (da obediência) das regras do patriarca São Bento:
O primeiro grau da humildade é a obediência sem demora. É peculiar àqueles que estimam nada haver mais caro que o Cristo; por causa do santo serviço que professaram, por causa do medo do inferno ou por causa da glória da vida eterna, desconhecem o que seja demorar na execução de alguma coisa logo que ordenada pelo superior, como sendo por Deus ordenada. Deles diz o Senhor: “Logo ao ouvir-me, obedeceu-me”. E do mesmo modo diz aos doutores: “Quem vos ouve a mim ouve.
Obedeça a Deus, obedeça ao Santo Padre; Desobedeça os pareceres de médicos abortistas (assassinos), desobedeça os “excluídos”, desobedeça os homens. Caso contrário, nós católicos é que deveremos por amor a Deus, por dever de consciência exercer o nosso direito à desobediência. Pedindo sua benção, despeço-me, in Corde Jesu et Maria, Semper.
P.S. Caso tenha errado aqui em qualquer comentário, se Fugi ao magistério infalível da Santa Mãe Igreja de Roma, penitencio-me e desde já recuso o que escrevi.
Marcos Paulo Nascimento Silva.
manoel carlos do nascimento silva
setembro 12, 2010 em 8:05 pm
Quando eu falei da necessidade de se apronfundar numa mística específica, eu considerei a dificuldade que alguém pode ter para diferenciar (na sua subjetividade) a paz de Cristo de um outro tipo de paz qualquer. Algumas expressões do poema contribuem para isso: “[…] Dai-me a guerra e não a paz. […] E não me deis jamais paz. […] Não me deis morte na paz, […]”
Teresa escreveu:
Em seu livro “A Oração de São Franscico”, se não estou enganado, Leonardo Boff fala disso. O texto, não lembro bem, talvez seja nos moldes daquele artigo que está no site franciscano CANTO DA PAZ indicado por Alex A.B.
Irmão Aparecido,
vc implicou mesmo comigo!
Pq, por honestidade, vc não me citou a frase completa?
Vá lá, cite a frase completa, sem a parte que vc propositadamente tirou. Cite lá. No resto da frase está a explicação do que defendo, mas vc retirou de propósito. Isso é desonesto.
Tb n vou ser eu a colocar a frase aqui. Mas ficou evidente a sua má fé. Pq retirou partes da frase?
Porque com a frase completa n podia sustentar o que queria provar, né?
Fique com Deus
Alexandre e Alex,
obrigada!
Vou ler o texto indicado, logo que tenha um tempinho. Não sabia onde encontrar informação sobre essa oração (Leonardo Boff não serve rsrss, nada do que ele diz tem crédito kkk).
Quanto ao poema da Dra. Ivone, reafirmo que é belíssimo. É muito bom para o combate e também para reflectirmos: o que é a verdadeira paz? Podemos ter paz enquanto Jesus é crucificado, ofendido, vilipendiado, ultrajado nos sacrários? Podemos falar em paz sem a guerra ao erro?
A paz do mundo é a paz maçónica da ONU, nada tem a ver com a paz de Cristo: a paz que nos obriga a fazer violência às nossas paixões desordenadas.
Por isso achei o poema genial: paz e guerra são totalmente interdependentes. Uma anda sempre com a outra.
Teresa,
Você tem algum problema muito sério com o quesito honestidade. Ou teve uma formação que lhe estimulava a “vencer sempre os joguinhos, mesmo que trapaceando” para alimentar um orgulhozinho bobo. Assim, não consegue enxergar as consequencias das idéias pelas quais você luta e nem estabelecer um pingo de coerência entre elas.
Você chamou as donas de casa de vagabundas sim. E lendo tudo o que disse (basta acessar o link exposto), se chega a mesma conclusão que lendo somente esta parte. Ou a conclusões piores quando iguala a dona de casa a, praticamente, uma empregada doméstica.
O pior é que você é tão obstinada em suas idéias sem embasamento algum que insiste nessa história até hoje. Através de julgamentos superficiais da realidade.
Nenhum dos exemplos das santas que trouxe trabalhavam e, ao mesmo tempo, tinham tantos filhos. Você se contradizia até nos exemplos de mulheres comuns que escolheram ter uma família numerosa.
Isso é tão óbvio que uma das grandes sacadas do movimento abortista no mundo foi justamente estimular o trabalho da mulher fora do lar para que ela não quisesse mais ter filhos e procurasse se ocupar de sua “realização profissional”. Você sabe mais do que eu como a Europa está cedenta de europeus. E como existe uma leva de muçulmanos em ascendência no seu continente. Muçulmanos filhos de donas de casas.
E tem mais uma coisa: esse blog é do Brasil. Você não entendia nem as piadas sem graça do Olegário, porque você não é daqui. Tome cuidado com isso também.
Quer um outro conselho? Dê uma volta em torno de si para ter uma visão tipo “360º” do que se passa. E caia um pouco na real. Páre de ficar “chutando” (falando opiniões à toa, sem reflexão) o tempo todo suas idéias absurdas. Isso cansa qualquer um.