[Agradeço ao Alex Borges pelo envio do texto abaixo, que é muito rico e espiritualmente proveitoso. Vale uma leitura e meditação.
Teria uma única ressalva a fazer com relação à expressão “desintelectualizar”, que pode dar margens a interpretações errôneas e sugerir uma oração de caráter meramente sentimental; no entanto, o próprio texto deixa claro que o encontro com Deus dá-se “acima da sensibilidade” e, portanto, não imagino que haja espaço para alguém defender, com base nele, um fideísmo irracional. Deixo apenas o comentário à guisa de alerta. O texto é, no geral, excelente.]
Tu és nada
por Carlo Carretto
A grande riqueza do noviciado no deserto do Saara é, sem dúvida, a solidão e a alegria da solidão, o silêncio, um silêncio, o verdadeiro, que envolve tudo, que invade todo o ser, que fala à alma com uma força maravilhosa e nova, certamente desconhecida ao homem distraído.
Para aprender a viver tal silêncio, o mestre de noviços permite-nos sair a fim de viver alguns dias “de deserto”. Uma cesta de pão, um pouco de tâmaras, água, a Bíblia. Caminhada de um dia. Uma gruta. O sacerdote celebra a santa missa e a seguir deixa a gruta, sobre um altar de pedras, a Eucaristia. Ficaremos a sós com a Eucaristia exposta dia e noite, durante uma semana. Silêncio no deserto, silêncio na gruta, silêncio na Eucaristia. A natureza rebela-se com todas as forças. A sensibilidade, a memória, a fantasia, tudo se sente mortificado. Somente a fé triunfa; e a fé é dura, é escura, é nua.
“Não dá gosto adorar a Eucaristia”, dizia-me um noviço. Mas é justamente a mortificação do gosto que faz com que a oração se torne forte e verdadeira. É o encontro com Deus acima da sensibilidade, acima da fantasia, acima da natureza. Este é o primeiro aspecto do despojamento. Enquanto minha oração permanecer ancorada no gosto, haverá altos e baixos; depressões irão se seguir a entusiasmos efêmeros. “É necessário despojar a tua oração”, disse-me o mestre de noviços. “É necessário simplificar, desintelectualizar. Põe-te diante de Jesus à semelhança de um pobre: sem idéias, mas com fé viva. Permanece imóvel num ato de amor diante do Pai. Não procures alcançar a Deus com a inteligência: jamais o conseguirás. Alcança-o com amor: isso é possível.”
Após algumas horas – ou alguns dias – de tal ginástica, o corpo se aplaca. Já que a vontade lhe recusa o prazer sensível, não mais o procura: torna-se passivo. Os sentidos adormecem numa mansão silenciosa e pacífica. A oração, então, transforma-se numa coisa séria, ainda que dolorosa e árida, mas tão séria que se torna indispensável. A alma passa a participar do trabalho redentor de Jesus.
Ajoelhado na areia, diante do rude ostensório que continha Jesus, estava meditando sobe o mal do mundo: ódios, violências, torpezas, impurezas, mentiras, egoísmos, traições, idolatrias, adultérios. Ao meu ver, a gruta tornara-se tão vasta quanto o mundo, e interiormente contemplava a Jesus oprimido sob o peso de tantos males.
Qual era a minha situação em confronto com a dele?
Pensara eu, durante muitos anos, em ser “alguém” na Igreja. Chegara a ponto de considerar este edifício sagrado e vivo como um templo sustentado por muitas colunas pequenas e grandes, e sob cada uma delas os ombros dos cristãos. Acreditava eu que também sobre os meus estivesse o peso de uma delas, ainda que pequena. Mas, enquanto meu primeiro mestre dissera-me: “Primeiro em tudo para a honra de Cristo-Rei”, o último, Charles de Foucauld, sugeria-me: “Último de todos por amor de Jesus crucificado.”
Encontrava-me agora lá, de joelhos, sobre a areia da gruta que assumira as dimensões da própria Igreja, sentindo sobre meus ombros a célebre coluneta de militante. Talvez houvesse chegado a hora de ver claramente. Após vinte e cinco anos, percebera que sobre os meus ombros nada se firmara e que a coluna era falsa, postiça, irreal, criada pela minha fantasia, pela minha vaidade. Todo o peso do mundo estava sobre Cristo crucificado. Eu nada era, nada de verdade.
C. CARRETTO, Cartas do deserto,
Edições Paulinas, Caxias do Sul, 1969, pp. 23-28 passim.
(Revista Mundo e Missão, Setembro 2003, p.26)
De fato, é um texto muito rico. Chama-me a atenção a questão do silêncio! Ora silêncio e solidão, embora possam ser considerados sinônimos e em algumas circunstâncias possam ser equivalentes de fato, não são a mesma coisa.
O silêncio pode ser um prazer, uma alegria quando é expressão de paz interior. Por outro lado, pode ser um tormento, quando é uma imposição exterior; quando me isolam, por exemplo. Vejam o exemplo dos presos que ficam nas solitárias. Ou os idosos abandonados em seus lares ou asilos. Ou mesmo pessoas jovens sem amigos. E aqui chego a uma questão que pode ser útil para todos, apesar de nem sempre fácil. Santa Teresa de Ávila dizia “fazei da necessidade virtude”. Então, se o silêncio se tornar uma experiência difícil para nós, porque não estamos habituados a fazer silêncio ou porque ele nos é imposto pela solidão, tentemos tirar algum proveito dele, ou melhor, vamos tentar ser docéis a Deus e deixar que Ele tire do mal da solidão ou da dificuldade de fazer silêncio um bem maior. Assim seja para a maior glória de Deus!
Muito interessante. Semana retrazada fiz um retiro de silêncio e eu vivi um pouco do que o texto explica. Claro que a sensação de deserto num deserto é muito mais intensa, mas estas experiências que a Igreja nos possibilita são únicas e não podemos desperdiçar.
Excelente!
Ainda prefiro o próprio Charles de Foucault.Há uns textos do Carreto muito marcados pela leitura social da religião.
Parabéns pela divulgação!
No texto “Tu és nada” Carlo Carretto escreveu:
O Papa Bento XVI discorda disso, não é? Existe algo “definido” nesse sentido? Se bem que o Papa, invés de falar de “inteligência” e “Deus”, fala de “razão” e “Verdade”…
Para compreendermos bem o texto de Carlo Carretto, devemos levar em conta que ele fala de sua experiência de oração na solidão e silêncio do deserto, fala como contemplativo, como místico, não como um filósofo. A sua linguagem não é a linguagem da filosofia, é a linguagem do místico, do homem de oração. É claro que como católico e religioso que é Carretto não quer negar que se pode chegar até Deus pela razão. O próprio catecismo nos ensina isso. Deus pode ser conhecido pela razão. Mas o conhecimento de Deus pela razão ainda é um conhecimento muito limitado, que não toca o “coração”. Por isso, deve-se entender que Carretto quer dizer que Deus não é alcançado pela inteligência fechada à fé, Deus não é acessível pelo racionalismo, pela inteligência fechada em si mesma. É isso que ele quer dizer e podemos entender pelo seu contexto.
Convém notar ainda que o conhecimento místico,contemplativo de Deus é algo que não se consegue expressar pela inteligência humana, pela racionalidade humana, como nos explicam os místicos São João da Cruz, Santa Edith Stein. São exemplos que me ocorrem agora. E também São Tomás Aquino no final de sua vida teve uma visão de Nosso Senhor Jesus Cristo e viu como tudo aquilo que ele tinha escrito era pobre diante da grandeza de Deus, embora fosse verdade. O Papa Bento XVI comentou essa pasagem da vida de São Tomás em sua catequese sobre o Doutor Angélico.
Cito São João da Cruz, na NOITE ESCURA:
“É que na noite escura, – verificando-se a palavra do profeta: ‘Luzirá tua luz nas trevas’ (Is 58,10), – Deus iluminará a alma, dando-lhe a conhecer não somente a própria miséria, mas também sua divina grandeza e excelência.” 1N 12,4
“O Senhor, por meio desta noite escura e seca de contemplação, vai instruindo (a alma) sobrenaturalmente em sua divina sabedoria, como não o fizera até então pelos gostos e sabores sensíveis.” 1N 12,4
Mais de São João da Cruz e da NOITE ESCURA:
“As almas, porém, que hão de passar a tão ditoso e alto estado como é a união de amor, por maior pressa com que Deus as leve, ordinariamente costumam permanecer muito tempo nestas securas e tentações, como a experiência comprova.” 1N 14,6
“Estes pedaços de contemplação obscura nunca chegam a ser tão intensos como o é aquela horrenda noite de contemplação de que vamos falar, e na qual põe Deus a alma propositadamente a fim de levá-la à divina união.” 2N 1,1
Mais um exemplo da linguagem que fala das realidade espirituais, da relação da alma com Deus. É São João da Cruz quem nos fala na NOITE ESCURA:
“Deus há de tirar das trevas profundos bens, e fazer jorrar luz das sombras da morte, como diz Jó. (Jó 12,22).” 2N 7,3
Sobre a relação entre fé e razão, a Encíclica Fides et Ratio de João Paulo II é magistral, apesar de muito difícil de compreender; pelo menos eu achei muito difícil de entender, mas li com muito interesse.
Sobre a relação entre razão e Deus, se assim posso me expressar, tem um discurso também magistral de Bento XVI na Universidade de Ratisbona (Regensburg em alemão).
Vejam.
DISCURSO DO SANTO PADRE
Aula Magna da Universidade de Regensburg
Terça-feira, 12 de Setembro de 2006
Fé, razão e universidade: Recordações e reflexões.
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2006/september/documents/hf_ben-xvi_spe_20060912_university-regensburg_po.html
O exemplo de São Tomás de Aquino. Catequese do Papa Bento XVI, 26 de junho de 2010.
“Os últimos meses da vida terrena de Tomás permanecem circundados por uma atmosfera particular, diria misteriosa. Em Dezembro de 1273 ele chamou o seu amigo e secretário Reginaldo para lhe comunicar a decisão de interromper todos os trabalhos porque, durante a celebração da Missa, tinha compreendido, a seguir a uma revelação sobrenatural, que tudo aquilo que tinha escrito até então era apenas “um monte de palha”. É um episódio misterioso, que nos ajuda a compreender não só a humildade pessoal de Tomás, mas também o facto de que tudo o que conseguimos pensar e dizer sobre a fé, por mais elevado e puro que seja, é infinitamente ultrapassado pela grandeza e pela beleza de Deus, que nos será revelada plenamente no Paraíso. Alguns meses depois, cada vez mais absorvido numa meditação reflexiva, Tomás faleceu enquanto viajava para Lião, aonde ia para participar no Concílio Ecuménico proclamado pelo Papa Gregório X. Veio a falecer na Abadia cisterciense de Fossanova, depois de ter recebido o Viático com sentimentos de grande piedade.”
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/audiences/2010/documents/hf_ben-xvi_aud_20100602_po.html
Mais um testemunho de um santo, de uma santa sobre a dificuldade humana em perceber e exprimir as realidades espirituais. Cito algumas palavras de Santa Edith Stein na sua introdução da Ciência da Cruz.
“A incapacidade de apreendermos intimamente os fatos segundo seu verdadeiro valor e de reagirmos adequadamente a eles” é uma conseqüência da nossa natureza humana decaída. p.12
“Essa insensibilidade e inflexibilidade interiores nos incomodam a ponto de nos fazer sofrer.” p.12
“Sobretudo no campo religioso, torpeza e insensibilidade são dolorosamente sentidas. Muitos fieis sentem-se deprimidos ao notarem que os fatos do plano da salvação não os impressionam mais, nem lhes servem, como deveriam, de norma e fonte de energia para a vida.”
“Quando de fato se crê, as verdades da fé e as obras maravilhosas de Deus tornam-se conteúdo da vida, a ponto de as demais coisas perderem importância ou receberem também a marca desse conteúdo.”
A objetividade dos santos é a capacidade da alma renascida pelo Espírito Santo de receber “as verdades da Fé e as obras maravilhosas de Deus” tornando-as “conteúdo da vida.”
A Objetividade dos santos designa “a receptividade interna e primária da alma, renascida pelo Espírito Santo.” p.12
Essa receptividade interna e primária da alma renascida pelo Espírito Santo é que a faz receber “as verdades da Fé e as obras maravilhosas de Deus”, tornando-as conteúdo da vida.
P.S.: As palavras de Edith Stein estão entre aspas.
Sobre a possibilidade de fazermos retiros espirituais, onde estaremos em silêncio e “solidão” (num sentido positivo, ainda que às vezes possa ser um tanto difícil e até mesmo doloroso), gostaria de ressaltar o que disse o Vinícius de aproveitarmos as oportunidades que a Igreja nos dá. De fato, através dos mosteiros, conventos, casas de retiro, a Igreja nos dá oportunidades de fazermos retiros espirituais, estando em silêncio e “solidão”, condições importantes para escutar a palavra silenciosa do Espírito Santo. Gostaria de recomendar a busca pelos mosteiros como lugar de retiro. Muitos mosteiros oferecem a oportunidade de fazermos retiros espirituais. São lugares de oração e de trabalho (ora et labora é o lema de São Bento e dos monges beneditinos), onde podemos encontrar silêncio e a orientação de um monge ou sacerdote.
P.S.: Cito alguns mosteiros, lembrando que para fazer um retiro num mosteiro, antes se deve agendar com o monge responsável pelos hóspedes. Portanto, antes se deve entrar em contato com o mosteiro, através de e-mail ou telefone, e combinar uma data para fazer o retiro. E também se deve levar uma contribuição (o que a pessoa puder, o que a sua generosidade permitir) para as despesas no mosteiro.
http://www.mosteirotrapista.org.br/
http://www.abadiaitaporanga.org.br/
http://www.mosteiroitatinga.org.br/Acolhimentodehospedes.html
http://www.mosteiroitatinga.org.br/
Os Conêgos Regulares da Santa Cruz também dão retiros, para leigos e sacerdotes. Uma característica da sua espiritualidade é a devoção aos Santos Anjos.
http://www.opusangelorum.org/pt/
Outro mosteiro onde se pode fazer retiros é a Cela São José, do beneditinos da Abadia São Geraldo do Morumbi, São Paulo.
http://www.celasaojose.org.br/
Hoje, 25 de setembro, sábado, é a beatificação da jovem italiana Chiara Badano, também focolarina.
Ela era uma jovem “comum” que gosta de esportes, teatro, mas teve um osteosarcoma (um câncer nos ossos) que a fez sofrer muito, mas com muita fé.
http://www.misericordia.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=895:jovem-falecida-em-1990-sera-beatificada-neste-sabado&catid=1:noticias&Itemid=96
http://www.portalcatolico.org.br/main.asp?View=%7BDBEC6604%2D4789%2D441D%2DB4E5%2DE462BB0DBE81%7D&Team=¶ms=itemID=%7BDDC841A1%2D5D9B%2D467C%2D86C5%2D50F4D456E266%7D%3B&UIPartUID=%7B2C3D990E%2D0856%2D4F0C%2DAFA8%2D9B4E9C30CA74%7D
http://www.evangelhoquotidiano.org/main.php?language=SP&module=saintfeast&localdate=20100925&id=13368&fd=0
Treeeeeeeeeeeevas
Éeeeeeee se cada movimento – fruto do CVII – precisa ter um membro no altar com as “ministras” da Eucaristia para garantir a seriedade, então, estamos sitiados!
Por que não canonizam DOM VITAL?
O desgraça de tempo que vivemos!! Cidadão faz NADAAAAAAAA pela Igreja e ainda usa a fama da “batina”, teoricamente padre teria que usar – não acredito que eu disse isso, te-o-ri-ca-men-te. Não! Está no Código de Direito Canônico… Deixa pra lá – devo ser mesmo uma medievalista como dizem por aí.
Quem será o santo dos rccistas? Ninguém responda, só para dar sequência no texto! Obrigada!
Nossa! Fico feliz e renova as minhas esperanças quando leio a vida dos santos, vou repetir VIDA DOS SANTOS.
Antigamente era assim: um santo fazia da sua vida a Igreja, hoje está assim, movimentos hereges vindo do nada, ou melhor, do dogmático CVII(éeeee tem um dogma OMISSÃO) fazem da Igreja um cartel de sentimentos baratos, ecumenismo de mão única e chiliques de “cai-cai” no repouso, sabe-se lá de que espírito.
SE a gente não abrir os olhos e tentar manter a serenidade, vamos perder a saúde mental, como muitos por aí já perderam regredindo – tem hora que acho que é essa a intenção – não vamos ter nada para contar para os nossos netos!!
http://sucessaoaapostolica.blogspot.com/2010/09/treeeeeeeeeeeevas.html
Prezado Renato, veja bem, a Chiara Badano viveu heroicamente a sua fé ao aceitar com paciência os sofrimentos que um câncer de ossos lhe trouxe, doença que também ceifou sua vida ainda muito jovem. Isso não é ser santo?! Eu acho que sim.
Veja o que diz o editorial da Rádio Vaticano deste dia 25 de setembro:
“Chiara nasceu em Sassello, Itália, no dia 29 de outubro de 1971 no seio de uma família simples que a educou na fé. Era uma jovem de muitos amigos, bonita, desportiva, uma jovem absolutamente normal. Entrou a fazer parte do gen (Geração Nova) do Movimento dos Focolares, onde descobriu Deus como Amor e ideal de vida, e empenhou-se em fazer por amor, em cada momento, a Sua vontade. Seu sonho era ir para África para, como médica, cuidar das crianças; um sonho interrompido no meio do caminho. Aos 17 anos, foi-lhe diagnosticado um tumor ósseo. Diante do sofrimento repetia: «Se Tu o queres, Jesus, também eu quero». Apesar do sofrimento comunicava serenidade, paz e alegria. A inesquecível Chiara Lubich já afirmara que ela lançou uma mensagem aos seus coetâneos: “Os jovens são o futuro. Eu já não consigo correr, mas gostaria de lhes passar a chama como nas Olimpíadas. Eles têm só uma vida, e vale a pena gastá-la bem”, dizia a nova Bem-aventurada. No dia 7 de outubro de 1990, despedindo-se da mãe, disse: “Seja feliz, porque eu sou feliz!”.
A vida dessa jovem foi simples, e na sua simplicidade, extraordinária. Um exemplo aos jovens de hoje, sedentos do amor de Jesus, e muitas vezes perdidos no emaranhado de propostas fúteis e sem sentido que a sociedade de hoje oferece. O que torna extraordinária a sua breve vida é o seu testemunho de um “sim” incondicional ao amor de Deus um “sim” que soube transformar a doença num caminho luminoso até à plenitude da Vida. Uma jovem bela, cheia de vida, atleta, ativa de sorriso contagiante. Uma jovem normal, uma cristã. Parecia apenas mais uma entre tantos jovens, como se diz na Itália, “a jovem da casa ou da porta ao lado”, sem nada de excepcional. Durante a sua doença, com a perda do movimento de suas pernas, Chiara Lubich lhe escreve: “Deus tem um amor imenso por você e quer penetrar no íntimo da sua alma e fazer com que você experimente gotas de céu”. Apesar das dores intensas, recusa a morfina para se manter consciente de seus atos e explica: “Não quero perder a lucidez, porque a única coisa que posso fazer é oferecer a dor a Jesus. Quero compartilhar com ele, ainda por um pouco, a sua cruz”.
[…]
Como escreve Abbé Pierre: “Os santos não estão limitados a um catálogo, e nós, certamente, cruzamos com eles todos os dias”. Chiara Luce era um desses santos da normalidade.”
http://www.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=425351
Lembremos também de Santa Teresinha do Menino Jesus, que o Papa João Paulo II, declarou Doutora da Igreja.
Santa Teresinha viveu a chamada “pequena via”, ensinando-nos que podemos viver heroicamente a nossa fé praticando “pequenas coisas”.
Senhor Alex A.B., o senhor conhece o movimento Focolares?
Se não, fique sabendo que esse movimento é um movimento socialista enrustido de catolicismo.
Tente saber sobre a fundadora desse movimento Focolares, Chiara Lubich.
Prezado Sr. Renato, não conheço o movimento dos Focolares, quero dizer, conheço apenas uma senhora focolarina, da mesma paróquia que eu, que entrega na minha casa a “Palavra de Vida” (mensagens ou reflexões de Chiara Lubich).
Senhor Alex A.B., então procure saber sobre o movimento focolares e veja as palaçadas socialistas que eles tentam passar por cristianismo.
Vejam o belíssimo artigo de Dom Orani, intitulado “A quem servimos”. Destaco este trecho:
“Jesus quer que não nos acomodemos com esta busca desenfreada, mas que ganhemos a experiência da vida plena em Deus. Esta sede infinita que tenta se satisfazer pela posse não é exclusiva de uma classe social ou mesmo de um sistema econômico, mas encontra-se no SER do homem. O sistema em nossa volta tem, entretanto, o poder de nos seduzir. Os apelos pelo TER desenvolvem essa tendência pelo acumular. Aí sim entra em choque o nosso discernimento.
Queremos preencher um vazio interior do sagrado pela posse das coisas. A ganância e a ânsia pelo ter são drogas aprovadas socialmente falando. Embriagam-nos e nos entorpecem, impedindo-nos de ver a realidade do transcendente em nossa vida. Jesus nos quer atentos a isso.
Numa sociedade onde a busca monstruosa pelo dinheiro é predominante, não há espaço para Deus. Só há espaço para os clientes, para a venda, pelo mercado, pelo sucesso, pelo lucro fácil. Não percebemos a riqueza em Deus, mas somente a riqueza na conta bancária.
Devemos acreditar que hoje o mais urgente é a vida plena que Deus quer nos proporcionar. O nosso trabalho justo e honesto não pode ser uma busca apenas pelo ter, um desespero exagerado pelo acúmulo de coisas, dinheiro, prazeres. Nosso trabalho deve ser humanizado. Não pode ser apenas baseado no sucesso comercial, mas no crescer como pessoa. Somente um mecanismo de sucesso deve nos mover: alcançar a plenitude do ser humano aos olhos de Deus.” Dom Orani, O. Cist.
http://www.misericordia.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=897:a-quem-servimos&catid=27:palavras-do-sacerdote&Itemid=92
D. Orani é seguidor da TL!
Vegonhosamente aparece naquele Forum Social Mundial que é recanto de esquerdistas.
É uma pena que Dom Orani tenha “aparecido” no Forum Social Mundial que é uma reunião de esquerdistas, marxistas, adeptos da TL, etc.
Quanto ao texto dele que citei, ele não diz nada de errado; tudo o que ele diz está correto, não consegui notar algo errado.
Talvez ele tenha apenas algumas influências da TL, mas não seja um seguidor propriamente dito da Teologia da Libertação.
Alex A.B., pior são esses sacerdotes que fazem joguinho duplo como D. Orani!
Quando um irmão seu no episcopado (se não me engano um bispo de Curitiba) falou na última Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil sobre assuntos sérios que a CNBB gosta de se omitir, D. Orani correu para a imprensa (como esses bispêcos gostam da mídia!) para dizer que esse bispo não fala em nome da Igreja Católica!
Caros
Vejo que essa discussão está indo por um caminho perigoso.
Primeiro uma desancada num Concílio Ecumênico que já foi mais do que discutido. O nosso Santo Padre já falou dos tesouros não explorados (ou mal explorados) do CVII. Invalidar o CVII por conta de pessoas que o interpretam erroneamente é jogar fora a água do banho com o bebê junto.
Segundo, a Teologia da Libertação é uma teologia válida (basta procurar saber), o problema foi uma vertente dessa TL que floreceu especialmente na América Latina com temperos marxistas. Então não podemos simplesmente detonar a TL pois o JPII já falou que ela foi mal interpretada e que devemos tomar muito cuidado com esses corruptos.
Terceiro, acusações ao D. Orani, Bispo consagrado, são acusações à própria Igreja. Se existe alguma coisa errada na sua ação pastoral e seu discurso provem. Senão vão falar mal de Jesus que andava com um monte de prostituas e corruptos!
Quarto, insinuar que o movimento focolares está contra os ensinamentos da igreja, é socialista, é chamar a Igreja de burra! Ou então estamos infiltrados até na causa dos Santos.
Estou impressionado com a Teoria da Conspiração que vocês defendem dentro da Igreja.
Dava para disputar com Dan Brown.
Prezado Sr. Leandro, parece que o senhor não leu direito os meus comentários.
Em momento algum, eu neguei o Concílio Vaticano II, mesmo porque a Igreja o aprovou, e eu obedeço à Igreja e ao Papa; nem falei mal do Concílio Vaticano II.
Quanto à Teologia da Libertação, essa expressão ou nome designa habitualmente uma heresia. O que o Papa João Paulo II disse é que deveria haver uma teologia da libertação em sintonia com o Magistério da Igreja. Ora a dita Teologia da Libertação comumente conhecida por essa expressão é uma ideologia marxista e não uma teologia ortodoxa abraçada pela Igreja; se há uma teologia da libertação ortodoxa é a Doutrina Social da Igreja.
Quanto aos focolares, já disse que não os conheço bem. E, portanto, me eximo de proferir juízos sobre esse movimento.
Ah, e quanto, ao Dom Orani, eu também não disse nada contra ele, pelo contrário. Citei até um texto dele com elogios.
Quanto a minha conversa com o Sr. Renato, estou apenas buscando a verdade seja ela qual for, me agrade ou não. É apenas a verdade que estou buscando.
Se Dom Orani ou os focolares têm alguma coisa de errado, não devemos fingir que não tem.
Caro Leandro,
Desculpa a intromissão, mas essa de tentar salvar até um movimento comunista como a TL, alegando que foi só uma vertente latina que se corrompeu, mas que a TL, em si, é boa, não dá.
Esse é o mesmo discurso que usam os comunistas quando se lhes fala sobre os milhões de pessoas mortas pelos comunistas nos quatro cantos do mundo: “Ah, aquilo não era ainda o comunismo. Foi uma deturpação, etc”.
Assim se salva tudo e nada é condenável.
Não é que a Igreja seja burra. Ela é paciente. Ela é mãe e às vezes demora a agir, para tentar salvar o maior número de almas possíveis e evitar cismas indesejáveis.
Foi assim com o movimento Sillon, que foi elogiado e depois condenado pelo Papa São Pio X (salvo engano). O próprio Papa São Pio X disse que fora enganado pelo Sillon. Ser enganado não é o mesmo que ser burro. Tenho certeza que você não acusaria o grande São Pio X de ter sido burro.
Eu, particularmente, acho que a Igreja já deveria ter condenado com anátema todos esses movimentos ruins (TL, Carismatismo, etc, etc, etc… muitos etcéteras). Mas quem sou eu?
Além do mais, parece que depois do Concílio Vaticano II não se condena mais nada e não se excomunga mais ninguém (com exceção de D. Lefebvre). Com os hereges e inimigos é só diálogo, diálogo, diálogo…
Um abraço.
Carlos.
Um exemplo heróico de dedicação monástica
http://www.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=438467
http://www.bbc.co.uk/portuguese/multimedia/2010/11/101110_monge_georgia_fn.shtml