OFF – All the lonely people

Registre-se para perpétua memória: eu estive no show de Paul McCartney do Morumbi. Em um impulso de prodigalidade, mandei-me às pressas para São Paulo. Fui. Vi. Voltei. Escrevo já em Recife, com apenas ligeiras horas de sono durante o vôo, mas ainda com as músicas da noite nos ouvidos. Valeu cada centavo, cada hora de sono perdida, cada músculo do corpo dolorido.

Entrei no Morumbi (pista) quase às nove e meia, pouco antes do show começar. Ao meu redor, todas as arquibancadas lotadas. À minha frente, todo o campo do estádio tomado de gente. Arrisquei-me ir até quase o meio do campo; mais para frente, estava complicado de passar. Os telões e o (excelente) sistema de som encarregaram-se de garantir a qualidade do show. A enorme lua cheia, perfeitamente redonda, enfeitava a noite dando-lhe um clima festivo. E eu, no meio do Morumbi junto com mais algumas dezenas de milhares de pessoas, esperávamos o Paul entrar.

Ele não nos deixou esperar quase nada: a pontualidade inglesa venceu o tradicional atraso brasileiro. Sorridente, blazer azul, sotaque britânico: durante as quase três horas do show, Paul McCartney teve o Morumbi inteiro nas mãos.

Porque um Beatle é um Beatle é um Beatle: é impressionante. Bastava a introdução de uma música conhecida para fazer o estádio reverberar. Qualquer sorriso, aceno ou piscadela do Paul arrancava aplausos da enorme platéia. Bastava-lhe um gesto para um lado do estádio e, de repente, toda a arquibancada daquele lado levantava-se em braços erguidos. Bastava-lhe cantar um “yeah, yeah” no microfone que, no instante seguinte, todo o Morumbi cantava com ele.

Cantar “Let it Be” com o isqueiro aceso no alto; admirar os fogos de artifício sincronizados com a música; repetir incontáveis vezes o “na-na-na-nanana-ná” de “Hey Jude”; dançar e pular quando, após ensaiar uma despedida, Paul voltou com uma grande bandeira do Brasil e tocou “Day Tripper”; cantar “All my Loving” a plenos pulmões! A noite foi espetacular. Difícil até de descrever, para quem não estava. A lua subia rápido no céu, mais rápido do que o costume. As horas passavam depressa, e queríamos que não passassem. O espetáculo foi primoroso.

O homem tem quase setenta anos e, mesmo assim, fez um show memorável. Não interrompeu o espetáculo em nenhum momento; apenas duas rápidas tradicionais saídas, para voltar em seguida levando ao delírio a multidão que gritava o seu nome. Corria pelo palco, arriscava dançar, passava do violão para o piano e, deste, para o bandolim e o violão novamente. Fez todo mundo cantar e dançar a noite inteira! E eu, lonely person no meio da multidão, concedia-me o inefável prazer de cantar alta e desafinadamente as músicas das quais gosto, com o meu péssimo inglês, dançando do meu jeito desengonçado. Viera de Recife, não podia perder esta chance. Thank you, Paul!

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

378 comentários em “OFF – All the lonely people”

  1. Se me permite fazer uma pequena análise do que está acontecendo neste blog.

    Olhe, eu não sou ninguém para julgar os irmãos nem para dizer o que é correto. De forma muito humilde gostaria de dizer ao dono do blog, e me perdoe se estiver errado, o seguinte:

    O problema é que você tem um público que todos os dias passam em seu blog para serem informados sobre assuntos da Santa Igreja, assuntos que favorecem a Fé e também sobre as novidades na Igreja, sendo boas ou ruins. Ninguém espera acessar um blog católico tão bem conceituado como este, para ver que o dono gosta de ver um show de rock… Me perdoe novamente.

    A questão é que, este blog sempore ensina, de forma brilhante, muitas coisas sobre como podemos ser Católicos melhores… Creio que seja por isso que um post como este surpreende mesmo, até por que num show desses não acontecem coisas boas para a Moral, para a Fé e para a vida de quem participa.

    Por isso, mesmo contrario aos comentários ofensivos, creio que seja por isso a revolta de alguns…

    Mais uma vez me perdoe se entrei em questões pessoais.

  2. Será que eu precisarei avisar quando estiver sendo ironico? :)

    Chega disso, irei dançar a minha música folclórica renascentista com todo o recato exigido a um católico.

  3. Hey Jude,
    don’t be afraid.
    Take your sad song,
    and make it better!

  4. A questão é muito simples. O público deste blog procura artigos católicos… Se eu quisesse saber de rock eu iria a outros sites ou blogs especializados.

  5. Olha a descrição deste BLOG que achei…

    “…mantenho este BLOG sem nenhuma pretensão a não ser contribuir um pouco para fazer a Igreja de Cristo mais conhecida neste mundo que, d’Ela, tem tanta necessidade. Vinte e poucos anos, aqui não almejo senão trabalhar – na medida das minhas parcas capacidades – para a expansão do Reino de Deus na terra.”

    Onde entra o show de rock????

  6. ” irei dançar a minha música folclórica renascentista com todo o recato exigido a um católico”

    exato… não somos contra o lazer, desde que se faça segundo os critérios cristãos e não mundanos.

    Porque, ainda que cheguemos a subtrair todo o mal contido nessas determinadas condições de show de um ex-beatle, ninguém vai num espetáculo de tamanha evergadura mundana apenas por recreação, mas sim por afeto, o que por si só é um mal, segundo s. francisco de sales.

    Agora, se acrescermos a isso, as ocasiões anti-cristãs, é algo totalmente pecaminoso.

    Dois bailes, os melhores, não prestam.

  7. Sr. McBingo,

    Essa é a típica argumentação “OBLADI-OBLADA”, ou seja, não diz nada com nada.

    Desculpe-me. Escrevi-a em uma “hard day’s night”. Vou tentar ser mais claro.

    [e]m primeiro lugar, os direitos não são iguais filhinho

    Não estou falando de todo e qualquer direito no caso geral. Estou falando no caso específico, onde a menina lá quer assistir uma “missa balada” e eu quis assistir o show do Paul McCartney. Estes direitos (que, aliás, foram exatamente os direitos que eu citei) são exatamente iguais: o que eu posso ela pode (= ir ao show) e, o que ela não pode, eu não posso (= fazer missa balada).

    Poder não é dever

    Brilhante conclusão filosófica com a qual eu não posso deixar de concordar.

    (…) O erro é que católicos PODEM, mas não DEVEM frequentar botecos, muito menos tomar todas. Acho que deu para entender.

    Não, não deu, e isto me cheira a puritanismo. Católico “não deve” (= “é-lhe ilícito”) frequentar barzinho, cinema, show? É isso que tu estás dizendo?

    Se for, não posso concordar menos.

    Para um fã do ex- beatle, essa questão deveria ser relativa, George. Direitos iguais? Onde estão eles?

    Como eu já disse, estava respondendo a esta menina e, portanto, é dentro deste escopo que a minha resposta deve ser analisada.

    Abraços,
    Jorge

  8. Sr. Pedro,

    Você pode dizer que o frequentador desse espetáculo mundano deu algum sinal de ser discipulo de Cristo, convertendo os outros presentes?

    Posso responder com tranqüilidade de consciência que me comportei de maneira condizente com a minha condição de discípulo de Cristo, obrigado. E posso dizer também que muitas outras pessoas por lá comportavam-se da mesma maneira.

    Quanto a “converter os outros presentes”, acho que foge um pouco ao escopo de um show. Se alguém se converteu ao me ouvir cantar desafinado (pensando, talvez, que chegara o Apocalipse), não voltou para me contar.

    “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais, qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus”

    Será que está incluso aí esse esptáculo mundano?

    Não tenho a menor dúvidas de que sim, está incluso.

    Será que o frequentador dessa aberração fez para a glória de Deus ou satisfação das próprias paixões?

    Meu caro, não existe nada de intrinsecamente desordenado em ouvir música. Satisfazer-se e dar glória a Deus não são coisas mutuamente excludentes. Gentileza ler Santo Tomás de Aquino (Summa, II-IIae, q. 168, a.2), onde o Doutro Comum (citando Santo Agostinho) explica que “convém que o sábio relaxe de vez em vez o rigor de sua aplicação às coisas que deve fazer”, de tal modo que convém que o sábio e o virtuoso recorram, alguma vez, a atividades de recreação.

    Portanto, meu caro, let it be!

    Abraços,
    Jorge

  9. Você pode dar o sinificado que você quiser a esse ato mundano que você faz questão de exaltar, isso só nos mostra os católicos que o CV II formou.

    O monte da perfeição é altíssimo.

    “Satisfazer-se e dar glória a Deus não são coisas mutuamente excludentes.”

    Claro que não. Segundo as orientações cristãs e não mudanas…

  10. Sinceramente, eu tenho nojo de ver uma coisa dessas sendo defendias publicamente. Encerro aqui minha participação.

    E para não dizerem que sou contra o lazer ou recreação, muito ao contrário. Sou contra esses espetáculos mundanos que afastam as pessoas da verdade religiosa, enfraquecem os fortes, fazem pecar os fracos, torna-mse indiferentes àqueles que tinham uma faísca de fé, etc.

    É injustificável qualquer defesa dessa aberração.

  11. saudações a todos,
    quero contribuir de alguma forma com o que vou dizer!

    o Rock em si, como música é apenas um estilo musical.
    como cultura é uma afronta!
    então não irei falr sobre a cultura rocs e me aterei tão somente a música.

    falo por experiência própria pois durante muito e muito anos, fui um por assim dizer “metaleiro”, “headbanger”.

    hoje ainda, gosto de alguma coisa, principalmente ao que remete ao Classic Rock, porém não podemos compactuar com muitas das ideologias passadas em certas letras de músicos e principalmente em ideologias passadas por certos grupos musicais.

    existem muitas divisiões e sub-divisões ao termo rock.
    e temos aí o Metal e outras coisas mais…

    a música é uma expressão artística, e existe a liberdade artística, sendo assim um bom músico pode utilizar de seu dom para exprimir suas idéias. e tocar seus instrumentos de forma magistral, poderia aqui citar inumeros músicos fantásticos!

    existem muitos músicos maravilhosos e catores fenomenais (se alguém aí ouvir o finado Ronnie James Dio cantando e disser que o homem não canta uma maravilha, posso dizer que não entende nada de música!)

    assim, quem houve o baterista do Rush tocar e não ficar boquiaberto com sua tecnica, não entende nada de música. da mesma forma podemos nos impressionar com a música de um Bethoven ou Bach!

    (e tem gente que prefere coisas como o forró do pará, o funk do Rio, e o axé da Bahia, tudo lixo!)

    o que quero expressar também, é o quanto as idéias passadas pelas canções podem afetar a nossa fé, aí é que o “bixo” pega.

    se sou fã de uma banda de Black Metal, (podemos chamar de rock satânico) é óbvio que eu serei influenciado a deixar o cristianismo.

    outro ponto é se um cantor ateu ou budista, fizer canções de amor que nada refletem suas idéias religiosas, nesse ponto suas músicas não tem poder nenhum de afetar minha crença religiosa.

    se assim fosse, como cristãos não pderíamos ouvir nada que viesse de nenhum artista, que apesar de confessar uma fé diferente da nossa, fizesse música que nada tem haver com o que ele acredita.

    vou ser mais específico: se minha vizinha é costureira e evangélica, eu não poderia estar usufruindo de seu trabalho para remendar minhas calças.

    se meu dentista fosse espírita eu não poderia me tratar com ele.

    se o médico daquele hospital for budista eu nem deveria me arriscar a operar com ele.

    se agisse dessa forma, poderia perder minha fé?

    é claro que não!

    Tudo me é licito, mas nem tudo me convém!

    convém ouvir rock? se temos nosssa fé bem consolidada e o que ouvimos não agrida nossa fé, não há blasfêmia nem heresias naquilo que ouvimos, o que nos impediria de ouvir?

    ora por favor, chega de tanto puritanismo!

    ir a um show de Rock?

    depende.

    depende de fatores dos quais a alma pode ou não estar preparada. se eu sei que estou em uma ferrenha luta contra determinados tipos de pecados e tentações, que mudam de formas diversas de alma para alma, é melhor se abster do show, pois lá a alma que é fraca em certas situações poderá cair.
    se a pessoa conhece sua alma e sabe que aquilo não a afeta ela poderá pensar em ir.

    eu mesmo me conhecendo, mesmo gostando de certas bandas ou músicos, evito de ir a shows, pois conheço minhas fraquezas.

    assim com o alcolatra deve evitar o primeiro gole, certas almas devem evitar certas coisas.

    aposto que o Jorge e outras pessoas evitam certas coisas que eles sabem que podem prejudica-los mais que o show do Paul Mccartney.

    no mais, as expressões artísticas musicais podem dizer muitas coisas, por exemplo fatos históricos, narrativas fantasticas, histórias mitológicas e até fatos biblicos, e isso não expressa nehuma forma de viver a espiritualidae cristã, é apenas história narrada em música.

    dou o exemplo de duas bandas que vivem a narrar feitos épicos, sejam reias ou imaginários : temos o Grave Digger e o Blind Guardiam e por aí vai…

    histórias amigos, em belas canções… temos apenas que saber colher o que é bom e queimar o que é mal.

    eu por exemplo passo longe de muita coisa que eu ouvia quando era “rockeirão doidão”, tem coisas que me dão agonia.

    hoje minha alegria e felicidade é o Senhor, é a Santa Missa, o Santo Terço e meu livros espirituais, mas isso não quer dizer que eu vá viver ouvindo canto gregoriano e música clássica (que gosto muito) todos os dias!

    já pensou: ” ei, hoje é aniversário da minha filha, vamos lá em casa vai rolar um canto gregoriano da hora, depois a gente pode tomar uma cervejinha ouvindo aquela composição do Thaikovisk…”

    pô, assim não dá ne´?

    tem certas coisas que mais parecem o puritanismo dos calvinistas, tá doido!

    Jorge vc gosta do Huriah Heep?

    paz a todos!

  12. Que bobajada que li aqui! Curtam a vida! Até Cristo ia em festas!

  13. Eu não pagaria R$700,00/R$800,00 para ver um EX-BEATLE. Um deles disse que queria ser mais paopular do que Jesus Cristo. E os outros??? Se calaram… Afinal, quem cala consente!

  14. Eu não pagaria R$700,00/R$800,00 para ver um EX-BEATLE. Um deles disse que queria ser mais popular do que Jesus Cristo. E os outros??? Se calaram… Afinal, quem cala consente!

  15. Sempre achei os rad-trads mais próximos de Calvino do que de Pedro e, após esse thread, passo a ter certeza disso.

  16. “Um deles disse que queria ser mais paopular do que Jesus Cristo. E os outros??? Se calaram… Afinal, quem cala consente!”

    É verdade, Juliana. O sujeito não professa a fé católica, fez parte de um grupo de rock que queria ser mais popular que Jesus e ainda consideram tudo bem.

    São os ventos primaveril do CV II

    S.João em uma de suas epístolas manda que sequer saudemos aquele que não traz a doutrina de Jesus, para não tomarmos parte de suas obras más,

    Hoje, negin, pega avião e tudo, percorre longas distâncias, apenas para participar de um espetáculo mundano.

    É colocar um tijolinho na cidade dos homens… aquela que faz oposição a Deus.

    E pensam não tomar parte das obras más daqueles mesmos que blasfemaram o nome de Jesus e fazem letras de muito mal gosto.

  17. O próprio autor do artigo se condena:

    “Bastava a introdução de uma música conhecida para fazer o estádio reverberar. Qualquer sorriso, aceno ou piscadela do Paul arrancava aplausos da enorme platéia. Bastava-lhe um gesto para um lado do estádio e, de repente, toda a arquibancada daquele lado levantava-se em braços erguidos. Bastava-lhe cantar um “yeah, yeah” no microfone que, no instante seguinte, todo o Morumbi cantava com ele.”

    Quer descrição mais diabólica de adoração e idolatria mundanas do que essa?

    Um individuo, no palco, e um monte de bobalhões o adorando e idolatrando na plateia. Muita razão tem Bento XVI quando disse, ainda cardeal:

    “O rock é uma expressão básica das paixões que, em grandes platéias, pode assumir características de culto ou até de adoração, contrários ao cristianismo.”

    A descrição do autor do artigo manifesta ou não a expressão báscia das paixões, que numa grande platéia, quase 70 mil dizem, assumiu caracteristicas de culto e adoração, contrários ao cristianismo?

    Simples, basta a palavra do Papa, então cardeal, para dar fim a essa palhaçada demoniaca.

    O lazer e a recreação cristãs são totalmente diferentes do que esse ‘apologeta’ da fé católica tenta descrever.

    Querer levar a outros católicos, que isso pode ser comportamento normal de vida cristã é um escândalo.

    Que tivesse permanecido quieto, sem querer propagar isso.

  18. Os “seguidores” se voltaram contra o “seguido”; Sandra e Jorge concordaram em um post de forma geral. Por essas eu não esperava…

    Quem diria.

  19. O que alguns acham a respeito dos católicos “tradicionais”( na verdade todo católico se quer sê-lo não pode ser outra coisa senão tradicional) não interessa mas sim o que Nosso Senhor Jesus Cristo pensa.Em vez de responderem aos questionamentos usam de subterfúgios ofensivos para nos desqualificar.

    Se é assim então os padres da Igreja (que chegavam ao ponto de proibir danças e adornos ) estavam errados …lembro aqui do Papa Zacarias que na idade média proibiu as danças campestres típicas das áreas rurais europeias pois representavam perigo grave para a fé a a moral católica…Lembro também de São João Crisóstomo proibindo seus fiéis de frequentarem os teatros e espetáculos públicos de sua época…mas para os neocons “católicos” tanto o papa como o santo são puritianos demais – é preciso “abertura” ao mundo , aos novos tempos!!!

    E tenho a certeza limpida e clara que Nosso Senhor não se agrada desses shows infames regados a excessos dos mais variados.

    Um católico pode e deve ser divetir mas tem que saber escolher o que lhe convém e rock definitivamente não convém.

    Será que agum católico sério educaria seus filhos ao som de Beatles e Rolling Stones ? Mesmo sabendo que ambos veiculam a cultura da rebeldia e da liberalidade?

  20. Caro Jorge, tem muita gente aqui com desvios puritanos…
    Agora uma coisa parece que muitos esquecem, “com a medida com que medirdes sereis vós medidos”

  21. Para quem possa se interessar, uma letra dos beatles:

    “http://letras.terra.com.br/the-beatles/73527/traducao.html”

    Não é o modo como você sorri
    que tocou meu coração
    Não é o modo com que você me beija
    que me deixa em pedaços

    Será que na época que a música foi composta, uma época que foi principalmente o advento do amor livre nos anos 70, se pensava numa relação santa, no matrimônio?

    Duvido muito…

    http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,AA1315882-7084,00-DIVORCIO+DE+PAUL+MCCARTNEY+VIRA+UM+PESADELO.html

  22. De fato, Chesterton estava certo ao dizer que se comete pecado de idolatria não somente ao inventar falsos deuses, mas ao inventar falsos diabos. E está aí toda a discipulada de Calvino pra fazer coro. Sinto-me ridículo por tentar, com os católicos de bom senso, defender o óbvio mais chão, mas aí vai:

    1. Confundem obra com autor. Se o autor não é católico, a obra é má. Esquecem, por exemplo, do dogma definido no Concílio de Trento: “Nem todas as obras dos infiéis são pecados” (Denzinger, §817). Logo, dizer que Paul só escreve porcarias anticristãs porque é infiel – piora quando dizem que porque ele usou drogas suas obras são ruins, ou porque seu amigo Lennon se arrogou importância maior que Cristo, etc -, é negar um dogma definido solenemente em Trento. Péssimo início de conversa, aliás.

    2. Semelhantemente aos protestantes, não admitem que fora das obras com intenção claramente religiosa, pode encontrar um católico recreação legítima. Seria bom explicarem porque o Santo Padre gosta tanto de Mozart, que era um maluco pior que o que Paul já foi, tendo escrito inclusive uma obra dedicada à Maçonaria, e não comete pecado ao querer se deleitar tocando suas músicas. Aliás, a Igreja, muitíssimo antes do CV II, já permitia as composições de Mozart na Missa. Poderíamos chegar a Bach, que era protestante -infiel portanto -, etc.

    3. Confundem o que é lícito na liturgia com o que é lícito fora dela. Se não é lícito tocar bateria na missa, é pecado tocar bateria em qualquer lugar; se não pode dançar música secular na liturgia, não se pode fora. O argumento, assim exposto, se autorrefuta.

    Seria, alías, um choque tremendo se vivessem no século áureo da Idade Média, quando Santo Tomás de Aquino ousou defender as idéias filosóficas de um pagão e sodomita e incorporar várias delas na sua síntese filosófica. Aí dirão “ah!, mas é Santo Tomás”… e perdem novamente o ponto.

    Abraços.

  23. Postagem infeliz.
    Mas continue seu trabalho que tanto
    nos ajuda.
    Se estas postagens de crivo pessoais que
    de certa forma não promove cristianismo
    aparecerem com frequencia por qui, certamente
    este trabalho vai perder a boa credibilidade que
    já tem.
    Abraço!

  24. Bem dizia o Márcio que os neocon nos atribuem posições que não temos…

    “não admitem que fora das obras com intenção claramente religiosa, pode encontrar um católico recreação legítima.”

    Claro que pode. Por certo, não esse espetáculo barulhento com um monte de bocós a adorar um ídolo.

    Fica por último a doutrina de s. joão que sequer prestemos uma saudação a quem não traz a doutrina de Cristo.

  25. “Logo, dizer que Paul só escreve porcarias anticristãs porque é infiel”

    Ninguém disse que o Paul só escreve porcarias anticristãs porque é infiel.

    O que se disse é que ele escreve porcarias anti-cristãs. Ponto. Isso já seria o suficiente para um católico querer distância.

    Tbm n foi dito que ele só escreve porcarias anti-cristãs, algumas letras são perfeitamente neutras.

    Desonestidade intelectual…

  26. Os rad-trads certamente tem bastante influência da mentalidade revolucionária, haja vista a tentativa de moldar o mundo segundo convicções pessoais que sequer dizem respeito à Fé Católica.

    Que puritanismo louco é esse, crianças???

    Esses que reclamam da ida do Jorge a um show musical, talvez seriam os mesmos a criticarem o fato de Nosso Senhor consumir bebida alcóolica e participar de festa(um casamento que dura dias certamente é uma grand festa, talvez com grande possibilidade para o pecado), caso vivessem em Seu tempo. A eles fica a resposta do próprio Senhor:

    “O Filho do Homem vem, come e bebe, e dizem: É um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e dos devassos. Mas a sabedoria foi justificada por seus filhos. (Mateus 11, 19)”

    Como diria meu amigo Dave Matthews “So Much to Say”, mas é desanimador responder tanta burrice de pessoas que saem vomitando aquilo que pensam estar relacionado com a Sã Doutrina, sem o mínimo de prudência e humildade, realmente prestando um deserviço geral, aliando-se ao puritanistas protestantes.

    O mal dos tempos atuais é, em grande parte, o puritanismo.

    “But think twice, it’s alright…”

  27. “O que importa para você?
    Quando você tem trabalho a fazer
    Você tem que fazer direito
    Você tem que mandar os outros pro infeeeeeerno

    Caro Pedro,

    Você está certíssimo! Cheio de razão!
    Alegra-te!

    A nossa maior dor, meu caro Pedro, é ver que tantos católicos não conseguem enxergar todo esse erro e mal… NADA, absolutamente, NADA nesse mundo pode ser motivo para ofender a Deus.. mas hoje as razões existem aos montes e são defendidos pelos próprios soldados de Cristo!

    Por demorar em uma conversa vã, Santa Francisca Romana levou uma fortíssima bofetada em face do seu anjo da guarda (que lhe era visível e responsável pela sua santificação). Imagine!

    Que Santa paciência tem Nosso Senhor com este mundo..

    Nosso Senhor é claro: “Quem não é por mim é contra mim, e quem comigo não ajunta, espalha” . Oremos para que o Jorge redobre suas forças na fidelidade do seu apostolado de salvar almas, já que tantas serão dispersas a partir de hoje.

    Uma pessoa proxima me chamou para ir a este show, e no mesmo dia li esta linda admoestação (http://a-grande-guerra.blogspot.com/2010/05/cuidado-com-as-amizades.html) .. quem a chamará puritana?

  28. Preesada Renata, o pior não é nem a ida ao show, mas sua divulgação e exaltação, o que pode ser visto no próprio artigo do autor. Longe de querermos julgar A ou B por determinados atos. Não somos juizes, mas querer divulgar isso num site católico e levar os outros a acreditar que isso seria um comportamento correto a um católico, é inaceitável.

    O pior de tudo é que eles tentam justificar esse espetáculo mundano e barulhento, com caracteristicas de culto e adoração, a fatos da vida de nsjc.

    Mentalidade pequena. Defendem o indefensável, e ainda por cima distorcem o evangelho p/ dar razão a suas paixões.

  29. o Jorge sabe que eu discordo dele em muitas coisas.

    Mas dizer que ele errou ao ir a um espetáculo musical, que feriu os princípios Católicos é um ABSURDO!

    Nada tem nada ver uma coisa com a outra. Ele é um jovem, aparentemente saudavel, que gosta de música ( acredito que deve ter um gosto musical eclético )

    Ele vem em seu “blog” que na verdade é um lugar onde conversa com amigos e seus próprios amigos se viram contra ele pelo simples fato dele gostar de um determinado artista!

    Esse tipo de “policiamento” religioso é nefasto.

    Aliás todo tipo de “policiamento”religioso é pernicioso.

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