“A verdade sobre os preservativos”

[Reproduzo trechos de um artigo (de 2004) do pe. Martin Rhonheimer, porque é bastante esclarecedor sobre as atuais polêmicas envolvendo o Papa e os preservativos. O texto na íntegra está disponível no Oblatvs. Todos os grifos são meus.]

A verdade sobre os preservativos

Martin Rhonheimer

Mas o que dizer das pessoas promíscuas, dos homossexuais sexualmente ativos e das prostitutas? O que a Igreja Católica lhes ensina é que simplesmente não deviam ser promíscuos, mas fiéis ao único parceiro sexual; que a prostituição é um comportamento que viola gravemente a dignidade humana, principalmente a dignidade da mulher e, portanto, não devia ser praticada; e que os homossexuais, como todas as outras pessoas, são filhos de Deus e amados por Ele como todos são, mas que eles deveriam viver me continência como toda e qualquer pessoa solteira.

Mas e se eles ignoram este ensinamento e correm o risco de contrair o HIV, deveriam eles usar preservativos para impedir a infecção? A norma moral que condena a contracepção como intrinsecamente má não se aplica a estes casos. Nem pode haver um ensinamento da Igreja sobre isto; é simplesmente um non-senso estabelecer normas morais para tipos de comportamento intrinsecamente imorais. Deveria a Igreja ensinar que um estuprador nunca deve usar preservativo porque ao fazer isto, além do pecado de violência sexual, ele estaria desrespeitando “o recíproco e completo dom pessoal de si e, portanto, viola o Sexto Mandamento”? Por certo que não.

O que devo dizer, como padre católico, a pessoas promíscuas ou homossexuais soropositivos que usam preservativos? Procurarei ajudá-los a viver uma vida sexual moral e bem ordenada. Mas eu não lhes direi que não usem preservativos. Simplesmente não falarei disto com eles e presumirei que se eles escolheram fazer sexo, manterão ao menos um senso de responsabilidade. Com tal atitude, respeito plenamente o ensinamento da Igreja Católica sobre contracepção.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

125 comentários em ““A verdade sobre os preservativos””

  1. Muito bom essse texto!

    Mostra como o Santo Padre não disse nada de errado!

    VIVA BENTO XVI!!!

  2. Boa reflexão!

    É ridículo como uma prostituta exigir que seus clientes não usem preservativo porque sua religião não permite. O que causa estranhamento é que, no mais obscuro pecado, ainda existe algum tipo de luz. Poderia um pecador tão empedernido ainda ter alguma virtude? Santo Tomás acha que pode.

  3. não é surpresa alguma que não há verdade alguma.
    apenas política de controle e poder sobre o corpo e a sexualidade dos católicos.
    muito me espanta que o sr, Jorge, e os demais presentes, ainda precisem, depois de adultos, de uma tutela.
    livre-se dessa tirania, desse autoritarismo barato e viva.

  4. “Procurarei ajudá-los a viver uma vida sexual moral e bem ordenada. Mas eu não lhes direi que não usem preservativos. Simplesmente não falarei disto com eles e presumirei que se eles escolheram fazer sexo, manterão ao menos um senso de responsabilidade.”

    Ora manter um senso de responsabilidade não é , nesse caso , abster-se do sexo ?

    Não consigo conceber como o uso da camisinha pode levar uma pessoa promíscua a tomar consciencia de seu pecado; aliás eu penso estão dando muito peso a uma delcaração do Papa que em suma é apenas uma opinião pessoal e não uma declaração oficial da Igreja sobre o assunto.O papa não é infalível quando dá entrevistas- então por que fazer disso algo de tamnha importancia?

    Agora fato é que não é deixando de usar a camisinha numa relação com uma prostituta que se pecará menos…

  5. O exemplo do prostituto dado pelo Papa (já foi observado que, no original alemão, a palavra usada está no masculino: “prostituto”) é para falar das pessoas que têm alguma doença sexualmente transmissível e usam a camisinha para não transmitir a doença. Ora isso é um ato bom! Não se pode negar que fazer algo para não contagir um parceiro sexual com uma DST é um ato bom, mesmo que seja no contexto da prostituição. Além do mais, quem está falando, ainda que não seja ex catedra, é uma pessoa extremamente sábia, culta, erudita e experimentada e isso deveria ser extremamente levado em conta. A imprensa laica dá mais valor no Papa neste ponto ou questão que muitos católicos que ficam apegados a questíunculas rídiculas! Como se tivesse alguma importância o Papa ter dito isso num intrevista ou ex catedra. O importante é que ele disse a verdade! Isso sim é importante! Se ele não tivesse dito algo verdadeiro, aí sim seria importante se ele o tivesse dito onde quer que seja, seja numa entrevista ou ex catedra; pois o que não é verdade não tem valor!
    VIVA O PAPA BENTO XVI!!! COLABORADOR DA VERDADE!!!

  6. Para você ler e meditar neo-conservadorzinho Jorge.

    Argumentos em favor do uso do preservativo — por um teólogo do Opus Dei
    Sidney Silveira

    Na acepção filosófica do termo, “argumento” não é um amontoado de idéias desconexas entre si, fruto de impressões fugidias, mas o procedimento (de caráter dialético) de estabelecer premissas claras a partir das quais se buscam extrair os corolários necessários. Não se trata, pois, de impressões esparsas nascidas de paixões, e muito menos de slogans publicitários.

    Pois bem, de tudo o que li e ouvi até hoje em favor da fala do Papa Bento XVI sobre o uso da camisinha por prostitutos(as), quase nada se aproveitava, pois em geral não eram propriamente “argumentos”, e sim tentativas de defender a qualquer custo uma posição heterodoxa. Posição que, ademais, representa na prática uma moral humanista, naturalista e, ao fim e ao cabo, aporética, como o são todas as morais que excluem Deus do seu horizonte formal — as quais acabam por descambar ora no pragmatismo, ora no formalismo, ora no idealismo, ora no apriorismo moral categórico de cunho kantiano, quando não em puro e simples imoralismo.

    Depois de Santo Tomás, nenhum teólogo digno deste nome ousaria, sob o risco de passar por ridículo, contrariar a seguinte tese: a norma suprema da moralidade é Deus, fonte de onde provêm todos os bens e todas as verdades. Em razão do público que nos lê, em geral composto de católicos, dou por pressuposta a tese, para não perder o fio da meada. Então, duas observações podem servir-nos de preâmbulo:

    a) a norma formal suprema da moralidade é a lei eterna, sobre a qual já se falou em vários textos;

    b) a norma formal próxima da moralidade é a reta razão humana, ou seja, a razão quando harmoniza-se com a lei eterna e, com isso, atualiza em si a lei natural — que está para a lei eterna como o efeito está para sua causa formal. Santo Tomás mesmo definira a lei natural como “participação da criatura racional na lei eterna”.

    Assim, diga-se que qualquer ato contra a lei eterna é, de per si, imoral, além representar também um ato contra naturam intellectus, ou seja: a razão humana desvincula-se de qualquer regra extrínseca de ordem superior e se desnatura, pois o natural da inteligência é adequar-se formalmente aos entes (que são entes, lembremos, por participação no Ser divino), sendo a verdade justamente essa adequatio, que pode conduzir-nos de verdade em verdade até a fonte de todas as verdades: o Próprio Ser. Em resumo, a essência divina — o Ipsum Esse Subsistens — é o fundamento metafísico da essência de todas as demais coisas; por esta razão, qualquer moral que não se refira a Deus como ao seu fim último e ao seu princípio fundamental acaba por envolver-se em contradições insanáveis. A história da filosofia nos dá provas inequívocas disto.

    Repita-se, pois, antes de prosseguir: qualquer ato contrário à lei eterna é intrinsecamente imoral, pois é ela a norma suprema da moralidade.

    Pois muito bem. Enviaram-me agora o texto de um teólogo do Opus Dei, o padre suíço Martin Rhonheimer — texto esse veiculado pelo Oblatvs —, no qual se defende, com argumentos, o uso do preservativo em casos excepcionais. Estes são de fato argumentos, mas vejamos se se sustentam, e o façamos arrolando algumas premissas em que se apóia o texto do padre, que é professor de Ética e Filosofia Política da Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma.

    Ei-las:

    Ø Não existe ensinamento magisterial oficial sobre preservativos, pílulas anovulatórias ou diafragmas.

    Ø Preservativos não podem ser intrinsecamente maus, pois somente os atos humanos podem sê-lo.

    Ø Se pessoas promíscuas, prostitutas ou homossexuais (todas em grupos de risco de contrair o vírus HIV) ignoram o ensinamento da Igreja, deveriam elas usar preservativos para evitar a infecção? Diz Martin Rhonheimer: a norma moral que condena a ação intrinsecamente má não se aplica a estes casos. E acrescenta: “Não pode a Igreja estabelecer normas morais para comportamentos intrinsecamente imorais”. Faz ainda uma indagação especiosa o nosso teólogo: “Deveria a Igreja ensinar que um estuprador nunca deve usar preservativo, porque, ao fazer isso, além do pecado de violência sexual, ele estaria desrespeitando o Sexto Mandamento”?

    Ø Um homem casado soropositivo que usa o preservativo para proteger a esposa da infecção não está agindo a fim de tornar a procriação impossível, mas para prevenir a infecção. Se a concepção é evitada, isto será um efeito colateral não-intencional, e, portanto, não determinará o significado moral da ação como um ‘ato contraceptivo’.

    Agora, vejamos as proposições e as comentemos:

    Ø Não existe ensinamento magisterial oficial sobre preservativos, pílulas anovulatórias ou diafragmas.

    Aqui, como sempre, é de bom alvitre antes de tudo começar pela definição: Magistério é o carisma participado por Cristo à Igreja, nas pessoas do Papa e dos Bispos, para ensinar as verdades da fé — sejam verdades explicitamente reveladas, sejam verdades que, embora não tenham sido reveladas de forma explícita, estão de tal forma vinculadas àquelas que devem também ser ensinadas e defendidas, com exclusão das suas proposições contrárias e/ou contraditórias. O Magistério é, como se dizia antigamente, carisma veritatis certum, na medida em que por seus atos se ensinam e se preservam, com grau de certeza absoluta, as verdades relativas à fé e aos costumes à luz da fé.

    Neste contexto, cumpre dizer que o Magistério da Igreja não é uma espécie de compêndio de casuística, ou seja, não á a aplicação ad infinitum de princípios a casos específicos, pois se assim fosse seria um Magistério materialmente interminável e antieconômico, dado que o mal é potencialmente infinito. Assim, 2+2=4; qualquer outra resposta é potencialmente errônea ao infinito.

    Postas estas coisas, será mesmo verdadeiro dizer que o Magistério não se pronunciou de nenhuma forma sobre preservativos, pílulas anovulatórias, diafragmas, etc.? Pois bem, concedamos, a título de procedimento dialético, que o Magistério não se tenha referido materialmente a estes instrumentos contraceptivos. Ora, mesmo neste caso, isto não implica absolutamente que as condenações magisteriais de todos os atos contrários ao uso do sexo conforme a lei divina e a regra da reta razão não tenham abarcado, a fortiori, o uso destes instrumentos citados. Assim, se o sexo tem como fim primário a prole, dentro do matrimônio, quaisquer outros de seus usos que contrariem esse fim serão, para a doutrina católica, pecaminosos e imorais. Leia-se o que diz Pio XI em Casti Conubii: “(…) qualquer uso do matrimônio em cujo exercício o ato [conjugal] seja destituído (…) de sua natural virtude procriadora vai contra a lei de Deus e contra a lei natural”. Alguém teria coragem de dizer que esta claríssima proposição magisterial não abarca todo e qualquer meio contraceptivo, seja preservativo, diafragma, pílulas anovulatórias ou o que quer que seja? Não é necessário, pois, citá-los expressamente para que estejam formalmente proibidos ipso facto em razão da norma geral, da mesma forma como é desnecessário ao 5º mandamento (“Não matarás”) especificar se se trata de mortes cometidas a faca, a bala, por envenenamento, etc.

    Repitamos: o Magistério não é um compêndio de casuística. E a proposição do nosso teólogo destacada acima parece pecar por excessivo apego à letra, em detrimento do espírito. Porém concedamos que materialmente estas coisas não tenham sido mencionadas pelo Magistério, mas ainda assim estão formalmente proibidas pela norma geral que se orienta pelos fins primários do ato sexual dentro do matrimônio (deixemos para adiante a objeção de que, nos casos de sexo fora do matrimônio, a norma geral não se aplicaria).

    Ø Preservativos não podem ser intrinsecamente maus, pois somente os atos humanos podem sê-lo.

    O mal é, no plano metafísico, uma privação, razão pela qual afirma Santo Tomás no magnífico De Malo, em resposta a uma objeção — obra que tivemos a honra de editar pela Sétimo Selo, em seu primeiro volume — o seguinte: “As trevas não são o contrário da luz, mas a sua privação” (De Malo, I, art. 1, ad. 5). Portanto, o mal em si não é algo, mas aquilo a que sucede uma coisa má é algo, pois o mal não é senão a privação de bem num ente particular. Em resumo, o mal é sempre um parasita do bem, pois depende ontologicamente do bem para manifestar-se. Assim, um dente cariado pode ser dito mau sem jamais deixar de ser dente, donde se vê com clareza que o mal é a corrupção de um bem particular na substância, mas ele mesmo não possui substância, nem essência, nem natureza, como a propósito mostrou Santo Agostinho no opúsculo De Natura Boni, também editado pela Sétimo Selo.

    Pois bem, estabelecido este princípio, diga-se primeiramente o seguinte: no tocante ao mal que é o pecado (a corrupção do ato humano por um defeito na vontade), certas circunstâncias podem não apenas agravar a espécie do pecado, como podem até mudar o seu gênero. Mas o que é uma circunstância? Ouçamos novamente Santo Tomás: “Chama-se circunstância ao que cerca um ato, como se fosse um ato exterior considerado como extrínseco ao ato principal. Isto se dá por parte da causa final, quando consideramos por que se produziu algo; por parte do agente principal, quando consideramos quem o produziu; e por parte do instrumento, quando consideramos com que instrumento ou mediante que meios o ato se produziu” (De Malo, I, art.6, resp.). Neste luminoso artigo, o Aquinate mostra que a circunstância pode, sim, agravar o pecado dentro de uma mesma espécie, e até fazê-lo mudar de gênero.

    Aqui, portanto, nos referimos à camisinha justamente como circunstância instrumental que serve materialmente ao pecado de onanismo. Tanto é assim que o uso do preservativo já foi chamado com muita razão por alguns teólogos do século XX de “onamismo artificial”, enquanto o “onanismo natural” seria o coitus interruptus com vistas a não permitir a ejaculação do sêmen no vaso natural apto a recebê-lo. Ademais, diga-se ainda no caso da camisinha que o fim para o qual ela foi inventada é intrinsecamente mau (impedir a contracepção, tendo como efeito colateral estimular uma vida hedonística em que o sexo vira um fim em si, portanto totalmente contrária aos costumes cristãos). Aqui, trata-se de um instrumento feito para contribuir materialmente com um ato humano contrário à lei eterna e à lei natural, pois perverte não apenas o sexo, no que diz respeito aos seus fins, mas alcança também a parte física, na medida em que o sêmen é impedido de alcançar a função natural para a qual Deus o fez.

    Ademais, um instrumento feito para servir à ação má pode ser dito — sim! — mau. Para deixar as coisas ainda mais claras, tomemos como exemplo um produto erótico de um sex shop que, embora possa causar acidentalmente um bem (o gozo físico, o qual não pode ser dito mau em si), o faz de forma desordenada e totalmente contrária à lei divina e à lei natural, captada pela razão humana quando esta não está desvirtuada ou obnubilada por vícios. Ou algum teólogo católico ousaria dizer que um produto de sex shop não pode ser dito intrinsecamente mau do ponto de vista moral? E o mesmo se pode indagar acerca de um símbolo satanista, etc.

    Outra coisa: embora o mal que é o pecado só se possa dar nos atos humanos, o mal que é a privação de bem na substância pode dar-se também nas coisas, na medida em que estas se corrompem em seus princípios entitativos. Ao nosso teólogo escapou esta distinção, pois certamente se a manejasse não concluiria que o mal se dá apenas nos atos humanos, porque sob outro prisma pode dar-se também o mal nas coisas. No caso da camisinha, podemos ainda acrescentar que ela, embora não seja o mal em si (que não existe), é má em seus fins. Considerá-la boa com relação aos meios (mesmo acidentalmente, como no caso de servir para evitar um contágio por vírus HIV) é justificar os meios pelos fins… E o problema que suscitou toda essa polêmica mundo afora, lembremos, é que o Papa Bento XVI dissera o seguinte: em alguns casos, o uso do preservativo pode ser considerado o primeiro passo rumo à moralização. Mas perguntemos: no contexto de que moral? Uma moral descatolicizada que não se subordina in primis à lei eterna, ou, quando o faz, é acidentalmente — e uma subordinação acidental é na verdade uma não-subordinação essencial.

    Cada vez mais me convenço de que ser católico hoje, dentro da Igreja, requer boa dose de heroísmo, quando não de teimosia…

    Ø Se pessoas promíscuas, prostitutas ou homossexuais (portanto, inseridas em grupos de maior risco de contrair o vírus HIV) ignoram o ensinamento da Igreja, deveriam elas usar preservativos para evitar a infecção?

    Ao fazer-se esta indagação o nosso teólogo conclui apressadamente que “sim”, pois, em sua opinião, a norma moral que condena a ação intrinsecamente má não se aplica a estes casos. Além do mais, acrescenta o professor suíço uma proposição que, para mim, é um verdadeiro enigma esfíngico: “Não pode a Igreja estabelecer normas morais para comportamentos intrinsecamente imorais”. Deus do céu! Se as normas morais têm, entre outras coisas, justamente o fim de desaconselhar os comportamentos intrinsecamente imorais, como não se podem estabelecer normas morais em relação a eles? Aqui o teólogo do Opus Dei realmente mete os pés pelas mãos, como sói acontecer quando se cai no humanismo naturalista, ao abandonar-se o princípio fundamental acima citado: todo ato contrário à lei divina — que é a norma suprema da moralidade — é de per si ilícito e, portanto, pecaminoso. Veja-se que todo o arrazoado do professor suíço parece ter como fim claro estabelecer uma moral que se baseie em razões meramente humanas (no caso, salvar a vida: fim natural), mas sem vincular tais razões à salvação da alma (fim sobrenatural) e aos meios de que dispõe a Igreja para realizar este fim último querido por Deus para os homens. Aqui, os planos natural e sobrenatural estão separados por uma vala intransponível.

    Com relação à pergunta “Deveria a Igreja ensinar que um estuprador nunca deve usar preservativo, porque, ao fazer isso, além do pecado de violência sexual, ele estaria desrespeitando o Sexto Mandamento?”, simplesmente abstenho-me de comentá-la…

    Ø Um homem casado soropositivo que usa o preservativo para proteger a esposa da infecção não está agindo a fim de tornar a procriação impossível, mas para prevenir a infecção. Se a concepção é evitada, isto será um efeito colateral não-intencional, e, portanto, não determinará o significado moral da ação como um ‘ato contraceptivo’.

    Aqui estamos diante de uma sutil petição de princípios, que é quando se afirma exatamente o que se quer provar. Isto pelo seguinte: para dar-se o que diz o nosso teólogo (alguém usar a camisinha sem intenção de impedir a concepção, mas apenas para proteger a cônjuge do contágio, o que “não determinaria o significado moral da ação como ‘ato contraceptivo’”), seria necessário que a pessoa que o realizasse desconhecesse totalmente que o uso do preservativo impede a concepção. Conhecendo este fim, não é possível que a contracepção seja, como quer o professor suíço, apenas um ‘efeito colateral não-intencional’. O que acontece nesta hipótese é que o agente, conhecendo o fim primário o exclui no ato, subordinando-o ao fim secundário culpavelmente. É como uma mulher grávida que, para curar um dor de estômago, tomasse um remédio sabendo que, além de ser um forte analgésico, é um abortivo. Neste caso, também não se pode dizer com propriedade que o abortar foi efeito colateral não-intencional apenas porque a intenção primária foi curar a dor de estômago, a menos que a mulher desconhecesse totalmente que o tal remédio é abortivo. Aqui, o significado moral da ação é igualmente especificado pela exclusão consciente do fim último em relação aos fins intermediários. Ora, o pecado consiste exatamente nisto: numa desordem na ação humana que se desvia do fim último e, em geral, também dos fins intermediários em cada ordem de coisas.

    Supor o contrário é, ademais, privar o ato humano da dinâmica das relações que nele se dão entre a inteligência a vontade, que se move sub ratione boni (pois a forma intelectiva de um bem é o que a faz apetecer isto ou aquilo, como se explica no primeiro DVD da série A Síntese Tomista). Neste contexto, o pecado acontece justamente quando a vontade, movendo-se por um bem particular, não o subordina ao bem superior de acordo com a ordem da reta razão.

    Portanto, para dar-se o que quer o nosso teólogo na hipótese aventada, a vontade precisaria ser absolutamente cega no ato da escolha (electione), o que não é verdadeiro, ou desconhecer que a camisinha impede a gravidez — salvo no caso excepcional em que ela arrebente in actu exercito fornicacionis… Mas, venhamos e convenhamos, nenhum lunático faz uso da camisinha desconhecendo que ela tem o efeito direto de impedir a concepção.

    Em tempo: No plano conceitual teológico e filosófico, todos os desvios e adaptações eclesiásticas ao mundo moderno se dão em razão do que o Pe. Calderón chama de giro antropocêntrico da doutrina magisterial. A perda do vínculo entre o natural e o sobrenatural, na doutrina, continua a acarretar verdadeiras tragédias litúrgicas e pastorais, e também teológicas, dado o avanço de uma moral que de católica pode até ter o nome, mas se a esmiuçarmos veremos que se trata de um humanismo, de um naturalismo com roupagem de fé…

    P.S. O livro “Sobre o Mal” (De Malo), acima citado, pode ser solicitado à editora pelo email rosangela@edsetimoselo.com.br. Ele não está na loja virtual do site porque estamos resolvendo uns problema técnicos. Mas está no catálogo.

    http://contraimpugnantes.blogspot.com/2010/11/argumentos-em-favor-do-uso-do.html

  7. Aproveito a situação pra perguntar algo aos irmãos: o que a Igreja diz sobre o sexo oral? Não consigo ver isso como pecado, mas ao mesmo tempo é uma forma de sexo que impede a concepção. Então gostaria que me esclarecessem essa dúvida.

    E outra dúvida: na Canção Nova fala-se muito de um método Bilings (coisa assim), que seria mais ou menos uma tabelinha aprimorada. Então a dúvida: se o casal tem relações apenas nos dias em que a mulher não pode engravidar isso não é pecado também? Porque eles escolhem ter relações em dias que sabem que a mulher não vai engravidar. Não vejo diferença entre fazer isso e usar camisinha ou anticoncepcional.

    Ainda sou solteiro ,as já penso no meu casamento. Não teria condições de ter um filho cada ano e acredito que minha esposa não gostaria disso (afinal, estamos no séc XXI), mas também não quero pecar contra a Lei de Deus e da Sua Igreja.

    A Paz de Cristo e o Amor de Maria.
    Agradeço a quem me esclarecer essas dúvidas.

  8. Prezado Will, suas perguntas são muitas. Vou tentar responder pelo menos a primeira.

    Sexo oral é pecado e pecado grave, pois é uma forma de sexo que se fecha à procriação, é uma forma de sexo que excluiu as dimensões de união e procriação que todo ato sexual tem de ter. Dom Estevão Bettencourt, OSB em algum lugar que li dizia que o sexo oral e anal são aberrações!
    A masturbação também é pecado grave e em alguns autores é chamada de pecado solitário.

  9. A propósito, não deixe de divulgar o que você aprendeu Wiil. Divulgue as explicações do Pe. Lodi e tudo o que você aprendeu que é verdade.
    Deus o abençõe pelas mãos de Maria Santíssima!

  10. Parecem-me corretas as reflexões do texto do Contra Impugnantes, é uma boa resposta a esse texto.
    Nunca me rotulei como tradicionalista, mesmo porque frequento as Missas do rito novo, mas me parece bem evidente que o uso da camisinha jamais pode conduzir alguém a uma vida moral.

  11. “É ridículo como uma prostituta exigir que seus clientes não usem preservativo porque sua religião não permite. O que causa estranhamento é que, no mais obscuro pecado, ainda existe algum tipo de luz. Poderia um pecador tão empedernido ainda ter alguma virtude? Santo Tomás acha que pode.”

    Imoral é usar um meio para continuar pecando. Santo Tomás acha que pode, mas não no caso de alguém que usa um meio para continuar um vício, isso é absurdo.

  12. Vamos deixar de farisaísmo e acharmos que somos melhores do que os outros só porque não cometemos os pecados que aquelas pessoas cometem!!!
    Será que, se estivéssemos na mesma situação que as pessoas que se prostituem, não nos prostituíriamos também ou não faríamos coisa pior, como matar para roubar?!
    É repugnante a falta de caridade e de bom senso de tantas pessoas que se dizem cristãs ou católicas!

  13. Alguém que se prostitui, seja mulher ou homem, e que usa camisinha para não infectar seu parceiro ou não engravidá-la se for um prostituto, mostra sim que tem consciência moral e é essa a questão principal e não a hipocrisia farisaica de julgar levianamente quem peca mais ou menos, escondendo os próprios pecados.

    Observação: Embora se diga que a camisinha, evita o contagio com o HIV é discutível isso, pois o HIV é muito menor que as moléculas do látex e pode transpó-las facilmente segundo pesquisas científicas.

  14. Will, não conheço o senhor “Um cristão em penitência”, mas devo discordar dele. Por este motivo, não divulgaria os conteúdos de doutrina que ele sugere. Minhas razões são as seguintes.

    No que tange à questão do “sexo oral”, na qual vou me limitar, as carícias orogenitais, como são conhecidas, podem sim ser utilizadas por um casal cristão (casado obviamente, mas não é demais antecipar), sem qualquer problema moral. Como se afirma na ética e na moral teológica, a relação conjugal precisa terminar aberta à vida e valorizando o aspecto unitivo deste mesmo ato (Casti Connubii, 5; Humanae Vitae, 12).

    Alguns podem afirmar, o que ocorre ordinariamente, que as carícias orogenitais não são naturais, que o fim da genitália é o prazer genital e que tais carícias são contra a natureza desses órgãos. Costuma-se argumentar que a boca tem funções comunicativas e de sobrevivência (alimentação e respiração), mas nem por isso há qualquer escândalo ético ao se ver casais se beijando e alguém que dá o ósculo da paz (como os primeiros cristãos) não está caminhando para o Inferno. Diz-se também que as pernas foram naturalmente desenhadas para andar, mas utilizá-las no nado não é imoral, antes pode ser um modo de preservar a vida, sendo, portanto, ato meritório.

    Um dos problemas da noção de “sexo oral” é que a expressão sugere que o ato sexual termina em si mesmo. Se for assim, como disse o senhor “Um cristão em penitência”, é ato moralmente reprovável e pecado gravíssimo, pois separa o ato conjugal de seu fim imediato, a procriação, ainda que atenda ao seu outro fim próximo, a satisfação do apetite sexual. Mas se por esta expressão quer se exprimir atos preparatórios ao ato conjugal, não há impedimentos morais. Caso alguém discorde e negue os argumentos, e entenda que estes atos não são próprios da cópula conjugal, proibindo-os, deverá ato contínuo também proibir os beijos na relação sexual, pois a boca não foi feita para beijar.

    De modo mais claro: o ato de se alimentar precisa apenas cumprir o fim de alimentar. Se no processo de preparo e deguste, se alcança algum prazer, nada há de mal. Analogamente, o ato sexual, para ser moralmente lícito, deve apenas ter em vista dois princípios: a abertura à vida e a união dos cônjuges. Se algum ato do casal atentar contra um ou ambos os princípios, deverá ser rejeitado por qualquer homem, mais ainda se este for cristão. Mas se no ato de alimentar-se o agente impede que, do ato de comer, advenha a alimentação e a consequente saciedade, este ato é moralmente ilícito, caracterizando a gula; no ato sexual, analogamente, se as práticas escolhidas tentam explicitamente impedir a vida ou a união do casal para estender indefinidamente o prazer que decorre dessa prática, seja por carícias orogenitais ou não, pode se estar pecando por luxúria.

    Will, leia os argumentos, os citados documentos e julgue com justiça.

  15. O papa disse prostituto. Um prostituto, hoje, é um homossexual. Vi muito entristecido uma foto de inúmeros universitários acendendo velas em protesto contra a intolerância em face da homossexualidade. Uma coisa é a violência e a intolerância contra o pecador, outra coisa é intolerância imprescindível e urgente contra o pecado. Esta última não deve faltar. Nossa Senhora, não me lembro se em Fátima ou se em La Sallete, disse às videntes que o pecado contra a castidade era (e é) o que mais levava almas para o inferno. Era isto que o Papa deveria ter dito. DEVERIA SEMPRE SE RESUMIR A ISTO, COMO UM NOVO SÃO JOÃO BATISTA. Ou como Jesus, deveria dizer sempre: “vá e não peques mais”. Assim, como o que excede ao “sim, sim, não, não” vem do demônio, o que excede da primazia do juízo pós-morte, dos novíssimos, a qual deve sempre estar impressa no discurso de um confessor e de um moralista da Igreja, para ele, deve vigorar como uma artimanha ou do demônio ou da soberba da carne. Vejam que, por detrás da campanha pela homossexualidade ou da homofilia que se disfarça de combate à homofobia, há flagrante intenção de sepultar de vez o mandamento ou fundamento da castidade. A castidade é a maior prova do combate para o domínio da alma. Ela vence a soberba da carne e nos faz vencedores sobre a dor porque vencedores sobre o prazer. Viram que o ENEM, a partir da resposta correta à questão polêmica (“polêmica” para nós apenas), considerou que tal catolicidade aperou uma demonização do corpo ou do orgasmo pela Doutrina católica. As feministas, com ódio, sempre disseram que a Igreja quis cassar das mulheres o orgasmo. São Judas Tadeu disse na sua carta que no fim viriam homens que viveriam apenas para os prazeres e São Paulo o acompanhou ao dizer que seriam feitos de apenas “estômago e sexo”. Vejam a gravidade. Vejam a seriedade do ponto que divide as águas e que faz “viver” da carne ou viver do espírito. Pois, é “o espírito que dá (ou tem) a vida”. A carne não conhece o espírito. Não concebe uma realidade além da fome e da ânsia. Agora, vejam se me fiz entender de que como o papa foi infeliz. Por ser papa, influencia sempre e pode causar maiores confusões com maior facilidade. Vejam se não foi incauto. Deus tenha misericórdia do papa. Por certo, o relativismo começa ao se separar a lei natural da lei eterna, ao se aeparar a moral dos homens ou para os homens de Deus. E Deus ordenou e não apenas cativou: “vá e não peques mais”, pois muito pior que morrer pelo apedrejamento, ser-lhe-ia morrer a segunda morte, por morrer em pecado grave. Eu me confessava com um santo confessor, filho de Santo Afonso Maria de Ligório. Ele sempre gritava nas confissões: “você não continue com isso, porque atravessa a rua e morre atropelado em pecado grave e aí? Aí, vai para o inferno!” Ele já morreu há alguns anos. Está no Céu. Era santo. Lembro-me de cada uma de suas palavras no seu zelo pela minha salvação. É um pastor assim que todo mundo espera ter. Aquele que vive para lutar contra o pecado com toda santa violência. Ninguém quer um pastor para dar colo, passar a mão na cabeça ou deixar nossa salvação para mais tarde. O mundo usa a homossexualidade para acabar com a castidade e por causa de uma doença corporal ou por causa da morte do corpo, pastor nenhum não deve, nem minimamente, descuidar da morte da alma.

  16. Prezado Sr. Robson Oliveira, confesso que não entendi a sua lógica em aprovar o sexo oral. Parece que, por dar um nome mais bonito a tal prática sexual, o senhor acha que ela está justificada.
    Então para o marido e a mulher também estão permitidos masturbarem-se um ao outro como preliminar à penetração ? ou fazerem sexo anal também como preliminar à penetração? Ora isso é ilógico! Tais atos são intrinsecamente desordenados! O sexo oral e anal e a masturbação são atos desordenados, que não tem justificativa moral!

    Quanto às minhas referências, elas são bem claras e abalizadas. Dom Estevaão Bettencourt foi um dos maiores teólogos brasileiros (e ainda é!). O Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz é um grande conhecedor de bioética, tendo mestrado em bioética.

  17. Meu nome é Robson Oliveira; o nome do senhor eu não sei. Não tenho nada a esconder. Quanto a suas referências, conheci D. Estevão Bettencourt, muito bem e proximamente, aliás. E digo mais que o senhor: era um homem venerável!!!!! Um dos mais honestos e dedicados que conheci. E o Pe. Lodi, tive a honra no último semestre, quando veio a minha cidade assistir a uma palestra organizada pelo grupo de que faço parte, aqui no Rio.

    No lugar do senhor, eu meditaria mais sobre os princípios mencionados (com as fontes citadas), já que em nenhum momento fiz referências casuísticas, exceto ao específico tema “sexo oral”. Na minha opinião, penso que o problema é o senhor achar que o ato, equivocadamente denominado de “masturbação”, terminará sem a cópula do casal.

    Respeitosamente.

  18. Não há problema algum em usar um pseudônimo. E se o senhor conhecia as minhas fontes, por que me criticou?!

    Respeitosamente,

  19. Ademais o senhor não citou várias fontes, mas apenas uma.

  20. Sr. Robson, não tive intenção alguma de ofendê-lo. Se o fiz, não foi minha intenção. Peço suas desculpas.

    Sinceramente.

  21. Eu agora estou abismada!
    Em que documentos da moral católica,
    Robson Oliveira, vc afirma que a Igreja Catolica não afirma que o sexo oral não é um ato desordenado e condenável? Por favor, sem malabarismo inteclectual, quero que cite documentos da igreja que afirma que o sexo oral não viola a castidade.

  22. Olá!
    Agradeço a todos os que responderam pois esclareceram bastante minhas dúvidas. Ficou bem claro pra mim o porque de não ser pecado ter relações nos dias em que a mulher é infértil.

    Eu não conhecia esse aspecto unitivo e procriativo. Mas isso me gerou uma outra dúvida: porque é imoral separar os dois aspectos? Pra mim não está evidente a imoralidade disso.

    Sobre o sexo anal nem perguntei pois me parece ser bem evidente a imoralidade de tal ato. Só não vê quem não quer.

    Agora me desculpem o que vou dizer, mas é o que me disse um amigo quando, uns dias atrás, eu disse pra ele que iria pesquisar a opinião da Igreja sobre o sexo oral. Ao dizer isso, ele me disse algo como: “Você vai pedir dicas de como dirigir pra alguém que só ouviu falar disso ou pra alguém que sabe dirigir? Igualmente, você vai querer se informar sobre sexo com quem já o praticou ou com aqueles que provavelmente nunca praticaram (padres e afins)?”

    Desculpem o que escrevi acima, mas eu achei isso interessante, então pergunto a vocês: como um padre que nunca fez sexo pode ficar dizendo o que um casal pode ou não fazer? Se ele pudesse ter relações, será que ele se imporia tantas proibições? Ou a hierarquia impõe proibições justamente porque não pode ter relações? Não levem a mal as perguntas, mas é que eu gosto de dar boas respostas sobre a fé católica, inclusive já tampei a boca de muitos protestantes em assuntos como os deuterocanônicos, imagens e Nossa Senhora.

    Novamente, agradeço aos que responderam. Eu falei para um outro amigo o que vocês falaram sobre sexo oral e ele não ficou muito feliz… confesso que também não fiquei…

    Ainda tenho uma dúvida quanto isso. Sobre o que se disse que a boca não foi feita para sexo oral, não se pode dizer também que a boca não foi feita para beijos? Creio que ninguém irá dizer que beijar é pecado. Porque beijar (que não faz parte da alimentação e nem da fala, ou seja, das “finalidades” da boca) não é pecado mas o sexo oral é?

    Não seria melhor que cada casal estebelecesse seus limites sem que outros tenham que opinar sobre o que eles devem ou não fazer na cama?

    Claro, essas perguntas se enquadram dentro de um matrimônio, pois fora dele me parece ser bem óbvio o que é pecado.

    Novamente, agradeço aos que responderem, pois essas resposats são bem importantes pra mim. Acho que a sexualidade deveria ser mais falada em encontros da Igreja e não permenecesse um tabu, pois é um aspecto muito importante da vida humana e, num mundo infestado pelo erotismo e pornografia, faz-se muito necessário que os cristãos conheçam o que é correto para serem luz nesse mundo de trevas.

    Gostando ou não, sei que devo me adequar à vontade de Deus. Mais vale sofrer um pouco na Terra mas salvar a alma do que gozar dos prazeres do mundo e sofrer depois na eternidade.

  23. Sr Will

    Sobre o aspecto unitivo e procriativo eles são essenciais e são o que garantem a licitude do ato sexual do casal (sempre casados, claro).
    Se separarmos os aspectos teremos desvios dos fins do sexo e do próprio casamento.
    Levando em conta somente o aspecto unitivo deixando o procriativo de lado poderíamos levar em conta os preservativos, pílulas e outras imoralidades.
    Se pudermos atender somente o aspecto procriativo e deixarmos o unitivo de lado teríamos argumentos à favor da fertilização in vitro.

    Somente o sexo feito com fins unitivos e procriativos ajuda o casal a atingir o fim último a que estão destinados de crescer e multiplicar.

    Sobre o sexo oral e anal leia novamente a argumentação do Robson sobre sexo oral, que é o mesmo argumento para o sexo anal.
    Os moralistas (no caso estudiosos da moral) em geral não condenam as carícias ou atos preparatórios para o ato sexual (penetração vaginal).

    Uma relação sexual que tenha as preliminares (incluindo sexo oral ou anal) e que termine com a penetração vaginal é lícita.
    Nota importante! Essas preliminares devem atender ao estímulo do casal. Não pode ofender a nenhum dos dois. Logo nenhum dos dois deve ceder à algo que não se deseja somente para satisfazer o parceiro(a).

    A paz

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