Pe. Demétrio no “Trocando idéias” – Moral conjugal

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Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

68 comentários em “Pe. Demétrio no “Trocando idéias” – Moral conjugal”

  1. Maria das Mercedes, Anonimous e outros intrigados comigo. ;)

    Que foi? Toquei na ferida? Doeu? Desculpem, não tive intenção de abrir chagas. Só quero entender. Não é porque sou o que sou que sou burro. Antes pelo contrário.

    O que vejo e me confunde são os tantos casais católicos com prole tão limitada.

  2. Ainda não há um documento papal sobre o assunto, mas já se desenha o que seja “caso grave”, sim.

    Desculpe, Carlos, mas é fundamental dar as fontes de sua pesquisa. Para mim, é muito estranho o que está dizendo. Afinal, o apetite sexual assemelha-se aos outros apetites humanos. Mas ninguém se acusa de gula porque, saciado o apetite, procura o prazer gustativo sem que este ato contenha qualquer função nutritiva. Por que então afirmar que o ato sexual – ainda que não cumpra uma função procriativa – é imoral?

  3. Caro Humanitatis,
    Eu não disse que o ato sexual é imoral. De onde você tirou isso?
    O que eu disse foi que separar artificialmente a função unitiva da procriativa é pecado. Aliás, a Igreja é que diz isso.
    Eu acho que não entendi essa comparação com a função nutritiva. Aliás, acho que é impossível comer sem se nutrir.
    Em todo caso, se já está saciado o apetite e a pessoa continua comendo apenas pelo prazer gustativo, creio que está incorrendo em gula, sim senhor.
    Era mais ou menos isso o que faziam os pagãos, nas suas orgias. Comiam e bebiam até não caber mais. Depois enfiavam uma pena na garganta e vomitavam tudo para poderem continuar comendo e bebendo, tudo pelo prazer gustativo.

    Um abraço.

    Carlos.

  4. Não sei se é frutuoso mais um nesta discussão, mas como solicitaram a presença de uma mulher…Aqui estou para reiterar os argumentos do Jorge e de Humanitatis.
    O magistério da Igreja orienta claramente sobre Paternidade Responsável.
    A resposta sobre o uso dos métodos naturais está na Humanae Vitae. Lá está muito claro a licitude da utilização dos períodos infecundos, desde que o casal não faça o método natural por capricho, por exemplo.
    Sobre as razões graves, de fato estas precisam ser vistas caso a caso. Não é possível a ninguem aqui definir o que sejam motivos graves e se o fizesse poderia estar agindo como aqueles fariseus do Evangelho de hj.
    Por outro lado, precisamos sim, como famílias católicas, relembrar aos vocacionados ao matrimônio que os filhos são conseqüência natural deste chamado e que devem ser queridos, sob pena de nulidade do próprio ato de contração do matrimônio.

  5. Caro Humanitatis,
    Vamos às fontes.
    E, sem mais delongas, vamos direto à Humanae Vitae:

    “Liceidade do recurso aos períodos infecundos
    16. Contra estes ensinamentos da Igreja, sobre a moral conjugal, objeta-se hoje, como já fizemos notar mais acima (n. 3), que é prerrogativa da inteligência humana dominar as energias proporcionadas pela natureza irracional e orientá-las para um fim conforme com o bem do homem. Ora, sendo assim, perguntam-se alguns, se atualmente não será talvez razoável em muitas circunstâncias recorrer à regulação artificial dos nascimentos, uma vez que, com isso, se obtém a harmonia e a tranqüilidade da família e melhores condições para a educação dos filhos já nascidos. A este quesito é necessário responder com clareza: a Igreja é a primeira a elogiar e a recomendar a intervenção da inteligência, numa obra que tão de perto associa a criatura racional com o seu Criador; mas, afirma também que isso se deve fazer respeitando sempre a ordem estabelecida por Deus.
    Se, portanto, existem MOTIVOS SÉRIOS para distanciar os nascimentos, que derivem ou das condições físicas ou psicológicas dos cônjuges, ou de circunstâncias exteriores, a Igreja ensina que então é lícito ter em conta os ritmos naturais imanentes às funções geradoras, para usar do matrimônio só nos períodos infecundos e, deste modo, regular a natalidade, sem ofender os princípios morais que acabamos de recordar (20).”

    Seria preciso agora ver como os moralistas católicos entendem a expressão “motivos sérios”, mas isso fica para uma outra ocasião.

    Um abraço,
    Carlos.

  6. Muito bem Carlos, obrigado pela citação dessa encíclica, agora mais que nunca é que devo lê-la…

    porém, eu já vi setores tradicionalistas criticarem abertamente a Humanae Vitae.

    sempre discordei disso, e infelizmente não é só essa encíclica por eles criticadas.

    bom, lembro agora de um livro lançado há algum tempo, contendo várias catequeses do saudoso e agora Venerável Papa João Paulo II, se não me engano chama-se “Homem e mulher Deus os criou”. penso que esse livro pode jogar luzes sobre esses assunto, tem também um livro do Prof.Felipe Aquino, chama-se : “A vida Sexual do Casal”.

    tem também os livros do Pe.João Mohana.

    agora gostaria muito da participação nesse debate de casais ou mulheres que praticam o método Bilings.

    abraços.

  7. Anônimus,
    Você disse:

    muita gente hoje dentro a ala mais tradicional, vive a proclamar a lei e exaltar códigos e mais códigos, encíclicas e mais doutrina… porém esquecem da misericórdia, e vejo nisso um excesso de zelo que mais parece farisaísmo!

    Amigo, me entristece muito ler isso!
    Foi o próprio Deus quem disse para sermos fecundos e encher a Terra, e que veio para dar vida em abundância. Eu gosto de crer nisso.
    Ademais eu vejo que o controle da natalidade não é fonte de misericórdia e de uma paternidade responsável, pelo que consta o número grande de jovens se afundando em vícios, em relativismos, etc. Sobretudo outros problemas para própria Igreja, porque países que foram de maioria católica e que tiveram inúmeros santos, hoje estão ou se secularizando ou se islamizado progressivamente.

    Eu não tiro sua razão sobre os problemas sociais serem gravíssimos.
    Mas apesar disso tudo, eu insisto que não vou duvidar do plano de Deus.
    É importante lembrar que são os intelectuais e políticos que causam essas situações por pretender ensinar como a vida deve ser e como devemos nos comportar perante o mundo, quanto será nosso piso e teto salarial, quantos filhos devemos ter, quem deve cuidar dos nossos filhos, quanto custa mantê-los, etc.
    Deus não fez pobreza e nem escassez. Nosso planeta é rico em recursos, e há espaço mais do que suficiente para todos os filhos que Deus mandar. Isso sem contar na riqueza insondável do universo que, segundo estimativas, possui mais estrelas do que os grãos de areia em todas as praias!

    Aí sim está a misericórdia, pois não creio que o Deus que fez isso tudo não vai nos alimentar, vestir, etc.
    Se alguma coisa está errada, com certeza são os planos de alguns homens e não os planos de Deus.

    A Humanae Vitae causa polêmica porque a Casti Connubii havia promulgado que nenhuma razão, por mais grave que seja, pode fazer com que o que é intrinsecamente contra a natureza se conforme à natureza e seja honesto. Porque o ato do casamento é, por sua própria natureza, destinado à geração dos filhos, e aqueles que deliberadamente se aplicam em lhe tirar sua força e sua eficácia, agem contra a natureza e fazem uma coisa vergonhosa e intrinsecamente desonesta.

    E segundo a Gaudium Et Spes: Quando se trata, portanto, de conciliar o amor conjugal com a transmissão responsável da vida, a moralidade do comportamento não depende apenas da sinceridade da intenção e da apreciação dos motivos; deve também determinar-se por critérios objectivos, tomados da natureza da pessoa e dos seus actos; critérios que respeitem, num contexto de autêntico amor, o sentido da mútua doação e da procriação humana. Tudo isto só é possível se se cultivar sinceramente a virtude da castidade conjugal. Segundo estes princípios, não é lícito aos filhos da Igreja adoptar, na regulação dos nascimentos, caminhos que o magistério, explicitando a lei divina, reprova.

    A polêmica não é atoa, não é mesmo?

  8. Benjamin Bee escreveu:

    mas a força máxima do desejo, aquela que conduz à posição vertiginosa acontece no período fértil.

    O que, exatamente, aqui, foi chamado de posição vertiginosa?

    (resposta com pudor, por favor; os demais agradecem)

    O pecado da gula não está apenas na extravagância com as quantidades dos alimentos ingeridos. Está mais visivelmente aí, mas não se refere somente a alimentos. Porém, vamos aqui nos ater aos alimentos.

    Se eu como sem necessidade – ainda que pouco, e mesmo algo que não alimente bem (tal como um cofeito ou um chiclete) -, é claro pra mim que peco por gula, na concuspcência do paladar.

    Também é claro pra mim que peco por gula se eu como apenas o suficiente para me alimentar mas se o faço com excessivo apreço em experimentar muitos sabores ou comida refinada ou exageradamente custosa. Em outras palavras: degustar um vinho excessivamente caro, no meu entendimento, também é gula.

    No entanto… sei que o significado comum, do povão, para “gula”, tende a ser apenas: “o guloso é aquele que se empaturra”. Infelizmente! Por que, acredito, de outro modo a distribuição dos alimentos tenderia a ser mais justa.

    Pode-se achar vídeos do Pe. Demétrio no Youtube; uma palestra sobre o “O que é o Amor” (incluindo o “amor conjungal”), e as participações dele nos programas Trocando Idéias (Ricardo Sá) e Escola da Fé (Prof. Felipe Aquino).

  9. Oi, Carlos.

    Essa citação eu conheço. Gostaria de saber de onde tirou que guerra é razão grave. Nunca li isso em lugar algum do Magistério. Dê-nos sua fonte.

    Que a Humanae Vitae afirme que por motivos de saúde e outros os esposos podem utilizar os dias inférteis, é sabido. O que precisa ser dito é que “outros” são esses.

    Victor, a Casti Connubii também diz o seguinte, no seu número 22:

    Não se pode dizer que agem contra a ordem da natureza os esposos que fazem uso de seu direito, seguindo a reta razão natural, ainda que por certas razões naturais, seja pelo tempo, seja por outros defeitos, não se siga dele o nascimento de um novo vivente. Existe, pois, tanto no matrimônio como no uso do direito matrimonial, fins secundários – verbigracia, o auxílio mútuo, o fomento do amor recíproco e a diminuição da concupiscência -, cuja consecução de modo algum está vedada aos esposos, sempre que permaneça a salvo a natureza intrínseca do ato e sua subordinação ao fim primário.

    Perceba que não há contradição entre o número 20, citado por você, e o 22. A prole é fim primário do ato conjugal. No entanto, em vista destes fins secundários, o casal pode buscar a satisfação do apetite sexual, licitamente, desde que sem violar a lei natural, isto é, sem tornar infecundo um ato que seja fecundo. Todavia, se o ato for naturalmente infecundo, nada há de errado.

    Além disso, se admitíssemos a iliceidade do ato conjugal porque ele é infecundo, mesmo que o homem não intervenha para torná-lo assim, teríamos que condenar como onanismo os atos conjugais dos que contraem o matrimônio e são naturalmente inférteis. Afinal, esses atos nunca serão fecundos, a não ser pela ação amorosa de Deus. Quem diria que Zacarias e Izabel pecaram até dia que João Batista foi concebido, por obra de Deus?

    Abraço, pessoal!

  10. Anonimus…pq vc quer a participação de uma mulher que faça o metodo billings? Sou mulher, casada e vivo o método billings.
    Deseja aprender? Quer conhecer mais?
    Aqui no RJ há um Instituto criado por D. Rafael Llano Cifuentes (este bispo tem vários livros para casais..procure no google): http://www.institutoprofamilia.org.br/
    Escrevi um pequeno artigo acerca do Billings em
    http://humanitatis.net/?p=1920

    Não pretendo entrar em discussões porque tenho certeza de que estou fazendo a vontade de Deus e vivendo em obediência aos ensinamentos da Igreja.

    Sobre as razões graves, repito: Ninguem pode dizer ao casal quando e quantos filhos eles devem ter. É uma decisão deles com Deus. Por isso, se vc e sua futura esposa estiverem em oração, querendo fazer sinceramente a vontade de Deus, é o que importa.

    A paz!

  11. Priscila escreveu:

    Aqui no RJ há um Instituto criado por D. Rafael Llano Cifuentes (este bispo tem vários livros para casais..procure no google): http://www.institutoprofamilia.org.br/
    Escrevi um pequeno artigo acerca do Billings em
    http://humanitatis.net/?p=1920

    Biografia de Dom Rafael Llanos Cifuentes – Canção Nova Notícias

    Rafael Llano Cifuentes – Wikipédia

    Dom Rafael Llano Cifuentes fala sobre o Programa de Distribuição de Preservativos – ZENIT

    Método da Ovulação Billings – Paternidade Responsável
    familiadenazare.com.br

  12. Caro Humanitatis,
    Quando eu li sobre isso, há muito tempo, tenho certeza de que a guerra era citada como um dos motivos justos. Mas, sinceramente, não me lembro mais em que livro li isso.
    Mas parece sintomático que a guerra é um dos motivos justos, não?
    Aliás, se a guerra não for um bom motivo para o espaçamento de filhos, o que mais seria?
    Imagine viver um país invadido, sofrendo ataques constantes e, de quando em quando, tendo que abandonar a própria casa em busca de refúgio. Ou mesmo tendo que lutar ocasionamente em algumas batalhas.
    Na guerra cristera, por exemplo, os homens católicos iam combater o exército maçônico do México, enquanto as esposas e filhas ficavam em casa, assumindo, além das próprias tarefas, o trabalho do campo, antes reservado aos homens, pois do contrário morreriam de fome.
    Parece óbvio que este não é o “clima” mais apropriado para uma gestação.
    Um abraço.
    Carlos.

  13. Caro Humanitatis,

    Eu não disse que havia contradição na Casti Connubii.
    Mas você me mostra que não há contradição na CC, e depois não tem certeza se há contradição entre CC e HV!

    Como assim, colega? Essa eu não entendi…

  14. Oi, Victor. Então não entendi. Fiquei confuso por causa do seguinte trecho do seu texto:

    A Humanae Vitae causa polêmica porque a Casti Connubii havia promulgado que nenhuma razão, por mais grave que seja, pode fazer com que o que é intrinsecamente contra a natureza se conforme à natureza e seja honesto…

    Achei que estava opondo Humanae Vitae e Casti Connubii. Desculpe o equívoco de minha parte.

    Ah, não estou em dúvida. Pelo menos neste ponto não há contradição.

    Até mais, pessoal!

  15. Carlos, não duvido que tenha lido isso. Só queria eu mesmo ler. Você entende, né? Estudo esses assuntos e gostaria de ver a importância da fonte.

    Além disso, você acima disse que o Pe. Demétrio e o Prof. Felipe estavam errados porque não sabiam que a guerra era um dos poucos motivos graves. Ora, se você afirma que eles ignoram a doutrina, mas você não lembra onde leu isso, penso que caberia um pedido de desculpas, não acha? É uma questão de justiça. Ou apresenta as fontes e procuraremos outros sacerdotes para nos formar.

    É só uma opinião, tá.

    Abração fraterno!

  16. Humanitatis,
    Sim, veja esse trecho que você citou da CC, e esse trecho da HV:

    Se, portanto, existem motivos sérios para distanciar os nascimentos, que derivem ou das condições físicas ou psicológicas dos cônjuges, ou de circunstâncias exteriores, a Igreja ensina que então é lícito ter em conta os ritmos naturais imanentes às funções geradoras, para usar do matrimônio só nos períodos infecundos e, deste modo, regular a natalidade, sem ofender os princípios morais que acabamos de recordar.

    Ironicamente muitos santos nasceram em famílias numerosas e na maioria das vezes em condições extremas!
    Será que é um sinal?

  17. Oi, Victor. Pode ser um sinal, sim. Mas veja que há sinais maiores.

    Por exemplo, quando veio à luz o Precursor, aquele maior que todo homem nascido de mulher, o Senhor não quis utilizar um casal fértil, que utilizara seu período infértil, para gerá-lo. Não, Ele utilizou de um casal idoso e estéril!

    Quando o Senhor quer e precisa, Ele não apenas ultrapassa condições extremas. Ele simplesmente vence condições impossíveis. Cabe ao casal católico cuidar do possível e deixar para Deus o difícil e o impossível, penso eu.

    Abração!

  18. Caro Humanitatis,
    Eu não disse em nenhum momento que o Pe. Demétrio e o Prof. Felipe estavam errados “PORQUE NÃO SABIAM QUE A GUERRA ERA UM DOS POUCOS MOTIVOS GRAVES”. O que eu disse foi que eles “esqueceram” de dizer que os métodos naturais só se admitem em situações extraordinárias. E citei também a doença e a miséria – e não apenas a guerra.
    Sinceramente, não entendo porque você insiste tanto em falar só desse ponto (guerra), como se fosse essa a questão principal da polêmica.
    Digamos que eu tenha me enganado e que a situação de guerra não seja uma dessas exceções. Não muda nada. Teria sido só um exemplo infeliz meu. O importante é frisar que a contracepção, mesmo por métodos naturais, é sempre excepcional e sujeita a motivos graves.
    Por isso, eu não vou pedir desculpas ao Padre e ao Prof. Aquino. Eles é que deveriam pedir desculpas aos católicos por omitirem um ponto tão importante em moral. A mensagem que eles passam aos católicos é que, se for através de métodos naturais, um casal pode passar a vida toda evitando filhos. E isso é bem errado.
    E eu também não disse que eles ignoram a doutrina. Sei bem que eles não a ignoram, tanto que eu disse que eles “esqueceram” de dizer tudo (e coloquei o “esqueceram” entre aspas). Aliás, o fato de eles não ignorarem a doutrina só piora a situação deles.
    Um abraço,
    Carlos.

  19. É, Carlos. Você novamente está “equivocado”. Se tivesse visto o vídeo com atenção, teria percebido que o sacerdote frisa que deve haver motivos graves para o uso dos métodos naturais. Logo, eles não ignoram o tema nem levaram o povo de Deus ao erro. Veja os vídeos com cuidado e não seja injusto.

    Abração fraterno!

  20. Não tenho o costume de participar de debates em blogs, entre outras razões, porque estou cansado de ver pessoas, mormente fiéis leigos, levantando-se e achando-se no direito de julgar o Magistério da Igreja e todo o mundo.

    Em alguns dos comentários acima, o sr. Carlos, lamentavelmente, apareceu acusando um sacerdote de Cristo – a quem provavelmente não conhece – de ensinar uma doutrina diferente da que recebemos da Igreja. O que me parece algo extremamente grave, visto que fere a própria essência do meu ser sacerdotal.

    Caríssimo sr. Carlos, o fato de não se afirmar em um trecho do vídeo que deve haver motivos sérios para o espaçamento da gravidez de um casal (os inúmeros casais que atendo poderiam muito bem dar testemunho que sempre o ensinei!), não quer dizer que se esteja ensinando algo contrário. Foi-me pedido responder a perguntas pontuais, e não fazer um tratado sobre a paternidade responsável. O que se perguntava em concreto era acerca da EFICÁCIA do método, e a isso respondi.

    Também omiti diversos outros temas capitais de moral conjugal, que não vinham ao caso das perguntas em questão. Estaria, assim, aprovando-os?

    Por favor, caríssimo, não saia por aí denegrindo a imagem dos sacerdotes. Se falar mal de um sacerdote – ou de quem quer que seja – mesmo com motivos razoáveis, já é algo abominável para um cristão, quanto o mais denegrir publicamente a imagem de um sacerdote – e também do Prof. Felipe – que, apesar de todas as limitações naturais, não querem outra coisa senão a glória de Cristo e a salvação das almas.

    Deus abençoe,
    Pe. Demétrio.

  21. Bem lembrado, humanitatis
    Um casal naturalmente estéril, idoso e que:
    Tcharam!
    Queria ter um filho, pelo o que se entende da frase do anjo Gabriel: “Não temas, Zacarias, porque foi ouvida a tua oração: Isabel, tua mulher, dar-te-á um filho…”.

    Eis aí outro caso interessantíssimo!

    Abraço

  22. Caro Humanitatis,
    Eu vi o vídeo duas vezes para não cometer injustiça. Sinceramente, não me lembro de algum deles falando em “motivos graves”. Você poderia, por favor, me dizer a partir de que minuto eles tratam disso? Se eu estiver errado pedirei perdão com muito gosto.
    Um abraço.
    Carlos.

  23. Caro Padre Demétrio Gomes,

    Pedindo sua bênção sacerdotal, passo a comentar a mensagem que o senhor enviou em razão das minhas intervenções.

    O Senhor diz que está “cansado de ver pessoas, mormente fiéis leigos, levantando-se e achando-se no direito de julgar o Magistério da Igreja e todo o mundo.”

    Olha, Padre, sinceramente, eu não me acho no direito de julgar o Magistério da Igreja. Eu jamais julguei o Magistério da Igreja. Pelo contrário. Eu o acato inteiramente. Foi justamente em defesa do Magistério da Igreja que eu reclamei da omissão que houve no programa, sobre um ponto importante do Magistério da Igreja.

    “Em alguns dos comentários acima, o sr. Carlos, lamentavelmente, apareceu acusando um sacerdote de Cristo – a quem provavelmente não conhece – de ensinar uma doutrina diferente da que recebemos da Igreja. O que me parece algo extremamente grave, visto que fere a própria essência do meu ser sacerdotal.”

    Padre, eu nunca disse que o senhor – a quem realmente não conheço – ensina uma doutrina diferente da que recebemos da Igreja. O que eu disso foi só – e somente só – que ao falar sobre contracepção via métodos naturais se omitiram de ensinar uma coisa importante. Eu não disse que o que ensinaram explicitamente é contra a doutrina da Igreja.

    E mesmo que eu tivesse dito o que o senhor afirma, isso não feriria a essência do seu ser sacerdotal. O senhor é sacerdote para sempre e nada que eu diga modifica isso. Está cheio de padres por aí ensinando inteiramente contra a doutrina da Igreja e nem por isso deixam de ser sacerdotes.

    “Foi-me pedido responder a perguntas pontuais, e não fazer um tratado sobre a paternidade responsável. O que se perguntava em concreto era acerca da EFICÁCIA do método, e a isso respondi.”

    Se é assim, menos mal. Mas o certo é que o senhor e o Prof. Aquino responderam perguntas e algumas vezes frisaram que o método bilings não contraria a moral católica. Logo, o assunto parece que não era APENAS a eficácia dos métodos, mas também a moral católica. Falar de métodos contraceptivos e de moral católica e não esclarecer que a moral católica é, de regra, contra toda contracepção, me parece uma omissão grave.

    “Também omiti diversos outros temas capitais de moral conjugal, que não vinham ao caso das perguntas em questão. Estaria, assim, aprovando-os?”

    É claro que o senhor não estava obrigado a falar sobre todos os temas capitais de moral conjugal. Mas, com todo o respeito, já que o assunto era contracepção, acho que o senhor estava obrigado a esclarecer que a Igreja é contrária à contracepção e que só a tolera em situações excepcionais.

    “Por favor, caríssimo, não saia por aí denegrindo a imagem dos sacerdotes. Se falar mal de um sacerdote – ou de quem quer que seja – mesmo com motivos razoáveis, já é algo abominável para um cristão, quanto o mais denegrir publicamente a imagem de um sacerdote – e também do Prof. Felipe – que, apesar de todas as limitações naturais, não querem outra coisa senão a glória de Cristo e a salvação das almas”

    Padre, eu apenas quis alertar os católicos que lêem esse blog sobre um tema do Magistério, e o fiz apenas repetindo o Magistério. Não saí por aí denegrindo a sua imagem nem a do Prof. Aquino.

    Infelizmente, para fazer isso, tive que afirmar que houve sim uma omissão importante sobre o tema. Isso é fato. Não é opinião minha nem fofoca.

    Espero que não me guarde rancor, Padre. E peço que reze por mim.

    Respeitosamente,
    Carlos.

  24. Caro Humanitatis,
    Apenas para evitar confusão e excesso de escrúpulos nos católicos, é importante esclarecer que o ato sexual pode ser praticado sem que se vise a prole. Pode-se praticá-lo até desejando no íntimo que não produza prole naquele momento. O que não se pode é FAZER algo que impeça artificialmente a concepção (v.g., tomar pílula, usar preservativo, interromper o ato propositalmente etc).
    Um abraço.
    Carlos.

  25. Caríssimo Carlos, Jesus lhe guarde!

    Certamente não lhe guardarei rancor, e se volto aqui não é para discutir, mas apenas para clarificar alguns pontos.

    Sobre o “ferir a essência do sacerdócio”, não quero entrar em questões de ordem metafísica, pois certamente o caráter ontológico do sacerdócio não é jamais alterado. Um padre é padre para sempre, seja no Céu, na Terra, ou no Inferno. Afirmei que a “suposta” – consideremos assim – afirmação de que estava negligenciando algo sério acerca da doutrina afetava a essência do meu sacerdócio pois tudo aquilo que faço – o meu agir sacerdotal – deve estar de acordo com aquilo que sou – operare sequitur esse. Se não transpareço a Cristo Sacerdote através do munus docendi a mim confiado, comprometo de algum modo, sim, a sacramentalidade do sacerdócio. Já não estaria agindo visivelmente – e o sacramento é um sinal visível – como Cristo.

    Perdoe-me a digressão, mas acho que era necessária.

    Voltando ao nosso tema. O que afirmamos acerca do método Billings é verdade. Apesar de não ser o método da Igreja Católica, ele não contradiz per se Sua doutrina moral. Sim, isso pode acontecer com o uso indevido dele, por exemplo, quando não há razões sérias para espaçar a gravidez; neste caso o seu uso pode ser ilícito, mas não o método.

    Considero extremamente louvável sua atitude de trazer à colação algo que não foi falado neste programa, e que tantas vezes repeti (como não deveria ser diferente para um sacerdote): algo tão importante quanto é dizer que as razões para o uso de tais métodos devam ser sérias (vou descontar aqui o extremo da guerra…).

    O problema não é esse. O problema é dizer que os entrevistados “deveriam pedir desculpas” por não terem tocado no tema. O pedido de desculpas supõe um erro, e um erro doutrinal para quem deveria ser arauto da Verdade é algo muito sério, não? Porém, como já afirmei, tratavam-se de respostas a perguntas pontuais – e, em concreto, sobre a eficácia de tais métodos -, não de uma palestra sobre a paternidade responsável.

    Junto a esta, houve muitas outras omissões. Por exemplo, não falei dos métodos que, embora naturais, ferem a moral católica, como no caso do onanismo – o que é muito sério. Teria que pedir desculpas por isso? Não, pois – como disse – isso não estava em questão.

    Bem, tudo isso foi apenas para pedir – não só para o sr., mas para todos os que lêem estas linhas – que não julguem assim facilmente a atitude de um sacerdote, nem de qualquer outra pessoa, pois uma vez comprometida sua boa fama fica difícil recuperá-la.

    Sei que não foi sua intenção, mas as palavras me pareceram inadequadas.

    Também espero que leia com simpatia estas palavras e, como pediu, ofereço minha oração.

    Um cordial abraço,
    Pe. Demétrio.

  26. Carlos, sobre sua pergunta a respeito de “posição vertiginosa”, tentarei comentar depois quando meu tempo permitir e após esmorecer a discussão aqui presente. Para não falar de “off topics”…

    Por outro lado eu gostaria de dizer, a despeito de eu ser tão intrigante, que eu penso que o ato conjugal não pode ser praticado com o intuito de ter ou não ter filhos. Ao meu ver, ele deve simplesmente acontecer em celebração da união entre cônjuges promovida por Deus, pelo Amor. Se dessa celebração acontecerem filhos, perfeito, maravilhoso, e, se não, se não acontecer uma gravidez consequência da celebração, também está perfeito.

    Não é mais desejável e agradável entregar esse acontecimento, o da geração de um outro, nas mãos de Deus?

  27. Caríssimo Padre Demétrio, Sua Bênção!

    Fiquei bastante feliz e aliviado com sua última mensagem.

    Agradeço muito por não guardar rancor. Isso revela a sua grandeza de alma e a sua humildade. Porque só as almas pequenas se apegam a ninharias. E só os orgulhosos se magoam seriamente até com gente sem importância – como é o caso deste miserável pecador aqui.

    Gostei muito de sua digressão sobre a essência integral do sacerdócio. Concordo inteiramente. O Sr. mostra que é um Padre que estudou muito e com seriedade. É bom saber que ainda há padres sérios e estudiosos.

    Concordo também com o restante da mensagem e não há nenhum motivo agora para reacender a discussão.

    O que me deixa mais feliz é saber que o Sr., nos atendimentos que faz aos casais, ensina que as razões para o uso dos métodos contraceptivos naturais devem ser sérias.

    E isso me deixa feliz, mas também confuso comigo mesmo.

    É que eu disse que o Sr. deveria pedir desculpas pela omissão no programa, e vejo que quem tem que pedir desculpas sou eu.

    Acho que fui mesmo impulsivo. Quando o caro amigo Humanitatis disse que eu deveria pedir desculpas ao Sr. e ao Prof. Aquino, eu respondi de chofre que os senhores é que deveriam pedir desculpas aos católicos pela omissão do tema. Agora o Sr. explica que o tema do programa era apenas a eficácia dos métodos naturais e que, portanto, não cabia entrar em todos os pormenores.

    Como o Sr. mesmo diz, o pedido de desculpas supõe um erro, e um erro doutrinal para quem deve ser arauto da Verdade é algo muito sério.

    Assim, só me resta agora pedir ao Sr. que me perdoe.

    Espero sinceramente não ter comprometido sua boa fama, Padre.

    Declaro a todos que sou um simples leigo católico e que NÃO ACUSO O PADRE DEMÉTRIO E O PROFESSOR FELIPE AQUINO DE ERRO DOUTRINAL ALGUM PELO QUE DISSERAM NESSE PROGRAMA. E declaro mais: se alguém errou fui eu, não doutrinariamente, mas por palavras inadequadas, pelas quais peço perdão a todos e, especialmente, ao Padre Demétrio e ao Professor Felipe Aquino.

    Conte com minhas orações, Padre.

    E, por caridade, reze por mim também.

    Um filial abraço,

    Carlos.

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