Sobre agredidos e agressores

A notícia chegou controvertida. O Globo falou em três homens, o Fratres in Unum disse que 1800 protestaram mas só dois chegaram às vias de fato, o Cardoso falou em 1000 fanáticos (!) invadindo a galeria. O fato é que, graças a Deus, alguém finalmente teve o bom senso de destruir a “obra” blasfema do sr. Andres Serrano que consistia em um crucifixo submerso em um pote de urina. Se foram dois, três ou mil, pouco importa.

E quem são os agressores aqui? São os cristãos que resolveram agir com violência após se terem esgotado todos os meios pacíficos (a maldita “obra” já vinha sendo exibida deste 1989; já existe um abaixo-assinado contra ela com mais de oitenta mil assinaturas), ou é o irresponsável que julga poder agredir desta maneira a fé de milhões de pessoas ao redor do mundo? O agressor é quem reagiu à ofensa prolongada contra a sua Fé, ou é o fulano que, do nada, arrogou-se o “direito” de ofender a Fé dos outros?

Quando um pastor queima um Alcorão nos Estados Unidos, acto contínuo dezenas de pessoas são mortas em “protestos” do outro lado do mundo. Quando um cretino expõe uma obra blasfema, são necessárias duas décadas e incontáveis protestos para que o saldo da fúria dos fanáticos fundamentalistas cristãos seja… uma obra avariada. É preciso uma total falta de senso de proporções – ou um tremendo mau-caratismo – para comparar minimamente o fanatismo islâmico com este “fundamentalismo” cristão.

Não conheço as leis francesas. Lá deve haver, no entanto, alguma espécie de legislação para proteger os símbolos nacionais, à semelhança do que acontece no Brasil. Oras, então os símbolos da França não podem ser desrespeitados, mas os símbolos da Fé Cristã o podem? Protegem-se os símbolos que identificam uma nação com alguns milhões de habitantes, mas pode-se ofender à vontade o símbolo da Fé de mais de um bilhão de pessoas? Não se podem agredir os símbolos de repúblicas humanas, mas agressões aos símbolos de Deus são permitidas à la volonté? Bem se vê que isso foge a qualquer razoabilidade!

Tem o direito de exigir civilidade quem se porta com civilidade. Contra quem só sabe agredir é até possível reagir pacificamente, mas isto não pode ser nunca um princípio a exigir-se semper et ubique – como se a culpa recaísse sobre quem reage razoavelmente a uma agressão, e não sobre o agressor. A paz não é simplesmente a ausência da violência, e sim a tranqüilidade da ordem. É um absurdo hipócrita condenar as pessoas pela violência necessária à legítima defesa.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

93 comentários em “Sobre agredidos e agressores”

  1. “Fundamentalismo cristão”… tb não força a barra Jorge…

  2. Paulo,

    Não fui eu quem forçou a barra. Veja no Tumblr do Cardoso acima: ele que chamou os cristãos de “fanáticos” e fez a analogia totalmente descabida com o islamismo.

    Abraços,
    Jorge

  3. Desde 1989 essa obra é exibida… 22 anos para acabar cm essa afronta, enquanto não foram precisos nem 12 meses para retirar das ruas dos EUA o cartaz que denunciava a quantidade absurda de abortos realizados contra crianças negras, por ser “racista” (?!?!).

    É, o mundo está de cabeça para baixo. Volta, Jesus!

  4. Ok, pensando por esse lado concordo com vc, não dá pra comparar as duas coisas, só não acho q um ato de agressão moral justifique um outro de mesmo nível ou pior…

  5. Incrível como você produz pensamentos falaciosos para justificar qualquer atitude dos cristãos. Por mais que você considere que a obra em questão era imoral ou seja lá o que for (e não é, é arte, mas não é isso que está em discussão), isso não dá o direito de pessoas invadirem o museu para destruí-la. Isso é simples demonstração de fanatismo religioso, Jorge. Não foi o seu Deus que mandou dar a outra face? Ele é tão pequeno a ponto de se incomodar com a foto de um toco de madeira mergulhado em mijo? Fazia tempo que eu não me irritava com o que você escreve por aqui, você anda bem mais racional e “justo” na defesa de seus interesses, mas essa superou todo e qualquer limite. O mesmo tipo de asneira pseudo-lógica que você usa para justificar as atitudes VÂNDALAS dos invasores podem ser utilizadas para justificar qualquer coisa, inclusive guerras santas. Você passou dos limites da racionalidade, Jorge. Fico triste.

  6. Mallmal,

    Rapaz, em primeiro lugar, eu não estou justificando QUALQUER atitude dos cristãos. Estou justificando ESTA, especificamente, o que é coisa muito distinta. O específico é diferente do geral.

    Em segundo lugar, é fora de qualquer dúvida que a tal “obra” é agressiva. Isto não é o que eu “considero”, isto é um dado objetivo ao alcance de qualquer pessoa que mantenha sua capacidade de julgamento com mínimos níveis de imparcialidade. Se tu não aceitares nem isso, não adianta continuar a discutir.

    Em terceiro lugar, antes de falar do direito de invadir um museu para destruir a ofensa, que tal falar no “direito” à ofensa? Porque o fulano tem o direito de ofender a Fé dos cristãos e os cristãos não têm o direito de fazer nada contra ele?

    Em quarto lugar, está totalmente fora de discussão se Deus “Se incomoda” com a “obra” blasfema ou não. O fato aqui, ao alcance de qualquer pessoa (que tenha Fé ou não), é que os cristãos se incomodam com ela.

    Consigo imaginar diversas maneiras impublicáveis de se utilizar a imagem da mãe ou da irmã de fulano em uma “obra de arte” para se ofender profundamente a fulano, não consigo imaginar como alguém possa advogar um “direito inalienável” a isso e nem tampouco como seja possível condenar fulano que, após a agressão prolongada contra a qual nada foi feito, resolve simplesmente destruir a tal “obra” – nem muito menos como fazer a mais remota comparação entre isso e sicrano que, em condições iguais, saiu tocando fogo e matando os parentes e/ou conterrâneos do autor da “obra”.

    E, portanto, esta destruição da “obra” blasfema na França é perfeitamente justa.

    Abraços,
    Jorge

  7. Este ataque contra este abuso da “arte” foi providencial.

    Todo e qualquer desrespeito contra a fé católica, deve ser destruído de imediato e sem chance de defesa destes vermes, que desejam usar sua liberdade de forma burra. E estes mesmos vermes que não querem ver viados e ateus sendo ofendidos pelos cristãos, farão passeatas contra a intolerancia católica.

    Atacar cristãos PODE! Bichas, comunistas, ladrões, assassinos, pedófilos, abortistas e ateus a lei tem que proteger.????

  8. “E, portanto, esta destruição da “obra” blasfema na França é perfeitamente justa.”

    Pelos seus conceitos, matar um assassino é justo, então?
    Afinal, pelo que você tenta insinuar, a retaliação deve ser proporcional à agressão causada, ou seja, violência se resolve com violência.

    Você deveria viver nos tempos de Talião, Jorge.
    Se os católicos queriam ser “justos” e principalmente, se queriam ser coerentes com seus princípios, deveriam ter exigido a retirada legal da obra do museu por “injúria religiosa” ou sei lá que crime besta qualquer. Perceba apenas, que esse tipo de raivinha que você advoga e acha justa e corretíssima é muito semelhante à retaliação contra a sociedade que o PL 122 tenta fazer.

    Você está repetidamente falhando em ser coerente e – surpreendemente para mim – resolveu começar a usar dois pesos e duas medidas quando conveniente.

    A atitude não foi “justa”, foi pura violência e irracionalidade de uma turba enfurecida, movida por fanatismo religioso da pior espécie, que é o não defender idéias, mas TOCOS DE MADEIRA. Esperneie o quanto quiser, não há nada em sua bíblia que justifique a sacralidade de TOCOS DE MADEIRA. São nada mais que souvenires criados na baixa idade média a fim de angariar fundos.

    Nada houve de justiça ali, Jorge. Eu teria vergonha, se fosse católico.

  9. Precisou nascer uma pessoa para dar um chute nessa obra nojenta…

  10. Pelos seus conceitos, matar um assassino é justo, então?
    Afinal, pelo que você tenta insinuar, a retaliação deve ser proporcional à agressão causada, ou seja, violência se resolve com violência.

    Primeiro, vamos descontar as gritantes e absurdas diferenças na comparação: destruir uma coisa é totalmente diferente de matar uma pessoa, todo mundo tem direito à vida enquanto ninguém tem direito a agredir os outros, é possível impedir um assassino de continuar assassinando simplesmente trancando ele numa cela, etc.

    Mesmo assim, vamos imaginar uma situação de um assassino que seja minimamente análoga à da exposição prolongada da blasfêmia: teria que ser um assassino continuamente assassinando pessoas por vinte anos sem que ninguém se preocupasse em fazer nada para impedi-lo a despeito de todos os protestos das pessoas assassinadas e que, no ato do assassinato, fosse impedido de o consumar porque outra pessoa chegou lá e o matou primeiro. Neste caso, sim, é justo. É claro que é justo.

    Se os católicos queriam ser “justos” e principalmente, se queriam ser coerentes com seus princípios, deveriam ter exigido a retirada legal da obra do museu por “injúria religiosa” ou sei lá que crime besta qualquer.

    Você não viu o abaixo-assinado anterior à agressão que eu citei aqui?

    Perceba apenas, que esse tipo de raivinha que você advoga e acha justa e corretíssima é muito semelhante à retaliação contra a sociedade que o PL 122 tenta fazer.

    Quer comparar com os gays? Ok. Vamos comparar com os gays. Imagine uma foto de um travesti exposta ao público dentro de um pote de urina sob uma inscrição de “Mije no traveco!”. Quanto tempo tu achas que ela duraria?

    É óbvio que isso é uma agressão gratuita e é óbvio que o primeiro gay que passasse diante dela estaria mais do que correto em tentar destruir a “obra”.

    Você está repetidamente falhando em ser coerente e – surpreendemente para mim – resolveu começar a usar dois pesos e duas medidas quando conveniente.

    Onde os dois pesos e duas medidas, Mallmal?

    Esperneie o quanto quiser, não há nada em sua bíblia que justifique a sacralidade de TOCOS DE MADEIRA. São nada mais que souvenires criados na baixa idade média a fim de angariar fundos.

    Mallmal, tu podes estrebuchar o quanto tu quiseres, que permanece o fato óbvio e universalmente incontestável de que crucifixos são símbolos do Cristianismo. E um símbolo, por definição, simboliza alguma coisa, e agredir o símbolo é agredir a coisa nele simbolizada (dá agonia ter que escrever as coisas neste bê-a-bá como se estivesse explicando para um retardado, mas tu me forças a isso). Se as cruzes foram esculpidas pelo próprio Deus e entregues a Moisés no monte Sinai ou se foram souvenires criados na baixa idade média a fim de angariar fundos, é totalmente irrelevante para o fato de que, hoje, crucifixos simbolizam a religião cristã.

    Nada houve de justiça ali, Jorge. Eu teria vergonha, se fosse católico.

    Como não és católico, tu podes sentir o que tu quiseres aqui.

    Eu, ao contrário, tenho é orgulho.

    Abraços,
    Jorge

  11. Mallmal,

    No teu caso específico, somente a rudeza e crueza de uma comparação pode, talvez, servir: como você agiria se no bar da faculdade o dono resolvesse colocar a foto de sua mãe em uma jarra de mijo com uma placa dizendo “piss” sob o argumento de que é uma obra de arte e após você
    tentar de todas as formas pacíficas possíveis tirar tal “objeto de arte” de lá tais tentativas tivessem se mostrado infrútiferas?

  12. Blog Mallmal

    “Não foi o seu Deus que mandou dar a outra face? Ele é tão pequeno a ponto de se incomodar com a foto de um toco de madeira mergulhado em mijo…”

    Tenho certeza que num universo de milhões de Católicos são poucos os que pensam em “sair à luta” por causa de um imbecil que cria uma “obra de arte” como essa.!

    ela estava exposta há 22 e eu nunca tinha ouvido falar nela! Como eu tenho certeza que a maioria dos católicos ignoravam sua existência.

    O pior para um artista é ter sua obra ignorada.

    Nem sei se foram, realmente, Católicos que fizeram isso, não acredito que seriam tão burros de dar notoriedade a um “artista” tão pequeno.

  13. Boa noite, dona Sandra, é o seu advogado: Sandra, por curiosidade: qual teria que ser o “tamanho” de um artista para que sua ofensa a algum símbolo religioso gerasse manifestações em contrário? Ou sendo um estado laico qualquer manifestação artística é válida? Como mensurariamos isso?

  14. Wagner

    Mallmal. se comporta de forma a podermos imaginar que ele exporia a própria mãe, numa bacia de mijo se com isto pudesse ofender a Igreja.

  15. “Atacar cristãos PODE! Bichas, comunistas, ladrões, assassinos, pedófilos, abortistas e ateus a lei tem que proteger.????”

    Ninguém pode atacar ninguém, mas todos querem esse direito, como fosse deixou claro. O seu desejo por atacar as pessoas que se encaixam como pecadoras é gritante. Quantas pessoas são atacadas na rua por ser cristão?

    Ninguém pode sair por aí destruindo objetos que não lhe pertence. Sendo diferente, ateus poderiam destruir a biblia e as igrejas, pois são repulsivas para eles.

  16. Gustavo.

    Em que planeta você vive, não é preciso relacionar os ataques contra a Igreja, nos últimos 22 anos, bastariam os últimos dias.

    20 Apr 2011 … Spanish police detained a man suspected of starting a fire at the Basilica of the Holy Family in Barcelona. The fire destroyed the sacristy …

    A igreja de Nossa Senhora da Salvação, em Bagdá, foi invadida ontem por um grupo islâmico que fez 120 fieis de reféns. Depois da ação da polícia para libertar as pessoas, o saldo de mortos chegou a 52.

    A escola da Divina Providência, em Tilakwadi, na diocese de Belgaum (Estado de Karnataka), foi atacada na noite de 22 de fevereiro por vândalos. Eles destruíram os vidros da escola e danificaram suas estruturas.

    No dia 27 de Março um suposto grupo de feministas assumiu na página web saboteamos.info a autoria da queima da porta principal da paróquia San Vicente de Sarriá.

  17. Wilson Ramiro

    Tudo que você sitou são ações deploráveis que mão e injustificáveis. Volto a dizer, ninguém pode destruir o que não lhe pertence. Sou totalmente contra qualquer ataque a igreja, templos, mesquitas e …
    Também repudio com vemencia ataques a religiões ou pessoas, existem regras de convivencia que devem ser respeitadas.

  18. “Quer comparar com os gays? Ok. Vamos comparar com os gays. Imagine uma foto de um travesti exposta ao público dentro de um pote de urina sob uma inscrição de “Mije no traveco!”. Quanto tempo tu achas que ela duraria?”

    Gostei dessa, Jorge!

    E já que o Mallmal (e também o Gustavo) querem sempre um pretexto para propagandear a gayzisse e defender os gays (como sói poderia), ficaria melhor assim:

    “Quer comparar com os gays? Ok. Vamos comparar com os gays. Imagine uma foto de do Mallmal ou do Gustavo exposta ao público dentro de um pote de urina sob uma inscrição de “Mije no traveco!”. Quanto tempo tu achas que ela duraria?”

    Que tal?

  19. Fiquei profundamente abismado com o caso (muito mais com os vândalos do que com o artista), porém ainda mais revoltado de que tal ato encontra apoio em um blog como este.

    A começar, o artista. Realmente não compreendo qual é a desses artistas modernos, cuja arte é mais para polemizar do que para expressar algum conceito relevante. Os franceses prezam imensamente a liberdade de expressão, mas jamais devemos abusar desta liberdade como fez o artista. Apesar do efeito na sua obra ter ficado bonito (vamos admitir: se jamais soubéssemos que era urina, nós realmente apreciaríamos a sua obra), o uso da urina é 1) inútil, pois qualquer outra substancia atinge o mesmo efeito estético e 2) desnecessariamente provocador. Tem muitas outras formas mais inteligentes de se criticar uma coisa do que simplesmente injuriando o seu símbolo. Um artista pode distorcer a bandeira do Brasil com formas surreais para tentar criticar algo, mas se ele jogasse fezes por cima dela aí seria algo digno de processo judicial.

    E é isso que deveria ter acontecido: processo judicial por Injúria, Calúnia & Difamação (não necessariamente os três, é que este é o termo usado). Não sei se houve isso na França (supostamente sim) mas, mesmo tendo os acusadores perdido, existe apelação. E, sobre a nova derrota, creio, ainda outra apelação. E se eles não ganhassem pela força da justiça propriamente dita, talvez ganhassem pelo teste de paciência. Mas, se todas as ações fracassassem, se o governo francês se decidisse em manter a obra, por mais injusto que isso possa parecer, os religiosos não tem o direito de fazer mais nada. Perderam, e seu único protesto agora é simplesmente boicotar a obra.

    Invadir uma galeria de arte e vandalizar uma obra que, supostamente, foi considerada pelos tribunais como digna de ser exibida, não é somente absurdo mas puro barbarismo. Pensar que isso aconteceu na França, um país crido como equilibrado e civilizado, me faz refletir se o fundamentalismo realmente não irá dominar o mundo. Tantas formas mais racionais de se protestar (ao que parece, elas foram feitas), tantas mais criativas (boicotes, que parece que não funcionaram muito bem), tantos meios legais (não sei se houve) e o povo finalmente recai na animalismo e retalha uma obra. Justo ou não, ninguém pode se outorgar o direito de executar a justiça com as próprias mãos, em absolutamente nenhum caso, por ideologia alguma.

    Pior ainda é quando eu leio comentários sobre os movimentos islâmicos que causam barbarismos graças a profanação de seus símbolos. O ato da profanação é estúpido? É. É inútil? Claro. Mas a ação deste povo não somente é mais inútil e estúpida como só reforça preconceitos que os estrangeiros tem contra eles. Muçulmanos se matam por um livro que foi queimado a milhares de quilômetros de distância, matam pessoas que não tinham nada a ver com o caso, matam estrangeiros pelo simples fato de eles serem estrangeiros! Que seja um insulto ou uma blasfêmia! Mesmo se não houver mais nenhum meio legal de se protestar, em que a religião deles foi afetada? A fé deles é tão vacilante a ponto de encontrar tamanha ebulição em um ato tão insignificante, realizado por um homem ainda mais ridículo? Já soube do caso em que um programa de TV local nos EUA realizou uma sessão de mijo na bandeira do Brasil. Medidas formais foram adotadas e o programa foi multado, além de obrigado a pedir desculpas formais. Mas finjamos que nada aconteceu. Finjamos que os atacantes continuaram impunes. O que nós, brasileiros, perdemos pela estupidez de um ianque sem noção? Nosso PIB caiu? O índice de homicídios subiu? Os militares tomaram de novo o poder? Não! Não somos íntegros o suficiente para continuar nossas vidas sem nos afetarmos por esses atos imbecis e meramente ocasionais?

    Nenhum símbolo, religioso ou patriótico, com 10 ou 4000 anos de idade, está acima da lei e da civilidade. Além do mais, religiosos reclamam que são hostilizados todos os dias e que não sofrem amparo da justiça. Ora, por favor! Não existe grupo mais poderoso do que o composto pelos religiosos, e só porque o mundo avança contra seus dogmas (fazer o quê, bem-vindos ao mundo moderno), mesmo contra aqueles mais absurdos, os religiosos (sem distinção de religião), gemem e fazem beicinho, se dizendo perseguidos. Se esquecem também de que eles queimaram, pelo mundo todo e abertamente, livros como “Deus, um Delírio” ou “O Código da Vinci” e não sofreram punição alguma, pois seus atos foram encarados como simples protestos (atos estúpidos, assim como a queima do Alcorão, mas com a mesma intenção de protesto).

    No caso de todos os meios legais falharem, e de todos os boicotes se provarem ineficientes (o que mostra que o povo está mesmo interessado na arte), resta aos religiosos o protesto silencioso, não o barbarismo inaceitável que se mostrou na França. O que eles trouxeram para si próprios? Seriam tão estúpidos a ponto de não refletir sobre as consequências de fazer tal coisa em um país dominado por ultra-conservadores? Mais leis repressivas serão propostas e mais dores de cabeça serão criadas para combatê-las tudo graças à estupidez animalesca dos vândalos.

    E encontrar gente que apoia tal ato, aqui no Brasil…! Que bela democracia!

    http://www.youtube.com/watch?v=YKX8jYVgtMs

  20. Os comentários do Diogo…
    Ai, que preguiça!
    Essa postura relativista, esse posicionamento olímpico: só faltou o velho clichê “eu posso não concordar com o que vc diz, mas defenderei o direit blablabla”.
    O video do youtube é ridículo: o besta diz que “ninguém tem o direito de ficar chocado ou de não ser ofendido”. Mais relativismo. Que mundinho que vivemos…
    Que mundinho morno, de pessoas mornas…

  21. Alien

    Nós católicos, por ensinamento de nosso Mestre Jesus, não não somos agressivos.

    Não acredito que foi obra de católicos, foi isso e somente isso que eu disse.

  22. Sandra,

    Defender o que nós é sagrado não nos torna agressivo.
    É uma atitude legítima.
    O contrario disso nos torna, morno, fraco, covarde.
    Voce, por exemplo se defende sempre na justa medida em que é atacada por aqui.
    Que dirá de nós, não sermos valentes quando a honra de Nosso Senhor não for ultrajada.
    Nesse caso, filha, não cabe nunca dar a outra face…

    PS.: Aproveito e desejo a voce e a todos que aqui visitam uma Santa Pasacoa.
    Que Nosso Senhor reine sempre!

    Olegario

  23. Ah, esqueci…
    Acrescentem também o nome Diogo Cysne no meu comentário anterior.

  24. Caro Xico,
    Essa postura pretensamente neutra e equilibrada da militância gay que se manifesta aqui é pura hipocrisia.
    É como disse o Jorge. Se um “artista” encher um balde de urina, colocar dentro uma foto de algum ícone gay e uma plaquinha com os dizeres “Mije no Traveco”, pode ter certeza que na mesma hora o mundo vem abaixo, os gays destroem o local e pedem a condenação do artista à pena de morte. E conseguem!
    Bando de hipócritas!

  25. Caros Xico e Carlos,

    não se preocupem. O mundo que vocês almejam, com pessoas defendendo até o fim as suas crenças religiosas, existe! Um mundo onde as pessoas não são “mornas” nem “relativistas”. Que horrível não poder fazer justiça com as próprias mãos, não é?

    Este mundo fascinante é o Oriente Médio. Se quiserem, eu pago uma passagem para vocês. Só de ida, é claro, porque vocês não gostam deste mundo “morno” em que vivemos.

    Atenciosamente,
    Cysne.

  26. Pois é, Sandra mas: e as Cruzadas na Idade Média, por iniciativa da Iegreja Católica? Elas foram um erro?

  27. Carlos

    Sua comparação é absurda, primeiro porque um pedaço de madeira não é uma pessoa e sim um objeto.
    Defendo mesmo o direito dos gays não serem agredidos, sou uma pessoa segura da minha sexualidade, que não precisa demonstrar odio contra os outros.

  28. Caro Diogo,
    Pois eu também pago a sua passagem para o Oriente Médio. Vamos ver se você tem coragem de defender o gayzismo e essas “obras de arte” lá. Aqui é fácil. Vai lá no Irã pedir tolerância com essa sua heterofobia postiça. Cê vai, Diogo? Vai nada, né?

  29. Gustavo,

    Minha comparação não é absurda.

    Absurdo é o seu raciocínio, porque uma foto de um gay também não é uma pessoa e sim um objeto.

    Mas que um “artista” experimente colocar uma foto sua ou do Diogo no lugar do crucifixo e escrever “Vamos mijar em gay” para ver se no outro dia ele não estará condenado à morte.

    E você e o Diogo, tão tolerantes e equilibrados, tão favoráveis à liberdade de expressão, estarão aplaudindo a sentença e comemorando a execução numa parada gay qualquer.

    E, para fim de conversa, eu também defendo o direito dos gays não serem agredidos. Eu nunca agredi um gay. Aliás, quem aqui falou que alguém pode ou deve ser agredido por ser gay? Pense antes de escrever.

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