A Unidade dos Cristãos

Fui informado por um leitor do Deus lo Vult! – a quem agradeço – que houve recentemente na Arquidiocese de Olinda e Recife uma “Celebração Ecumênica” durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Sobre o assunto, teço alguns breves comentários:

– A “unidade dos cristãos” significa simplesmente o retorno dos hereges e cismáticos à Igreja Católica Apostólica Romana da Qual eles nunca deveriam ser saído. É isto que se busca com as orações “pela unidade dos cristãos” (antigamente chamadas pro haereticis et schismaticis), e isto não se pode perder de vista sob nenhuma justificativa. As orientações do Vaticano neste sentido são claríssimas e não deixam margem para más interpretações. Pra ficar em um só exemplo, o Bem-Aventurado João Paulo II na Ut Unum Sint diz que “[a] Igreja Católica, tanto na sua praxis como nos textos oficiais, sustenta que a comunhão das Igrejas particulares com a Igreja de Roma, e dos seus Bispos com o Bispo de Roma, é um requisito essencial — no desígnio de Deus — para a comunhão plena e visível” (UUS 97). Os grifos são meus.

– Exatamente para evitar quaisquer confusões neste assunto de tão grande importância, é altamente recomendado que não sejam chamadas de “igrejas” as seitas protestantes, que não guardam nem Sucessão Apostólica e nem o mistério da Eucaristia. Neste sentido, também é bastante clara a Dominus Iesus: “As Comunidades eclesiais, invés, que não conservaram um válido episcopado e a genuína e íntegra substância do mistério eucarístico, não são Igrejas em sentido próprio” (DI 17).

– Assim sendo, frases como as seguintes não dizem nada e só fazem aumentar a confusão do (já tão carente de formação) povo de Deus:

  • “Unir-se em torno do ensinamento dos apóstolos chama as Igrejas a se constituírem como Igrejas pascais, abertas à missão e capazes de dialogar com o mundo atual”.
  • “A comunhão fraterna e a repartição do pão recordam que a vocação da Igreja cristã é ser profecia de um mundo novo e de partilha”.
  • “Meu sentimento é que como povo de Deus somos um. Somos parte do corpo de Cristo, que nos faz um. Nós somos irmãos”.

Particularmente a última frase, dita por um pastor protestante, é simplesmente errada. Um herege protestante não faz parte do Corpo de Cristo, exatamente por não fazer parte da Igreja Católica que é o Corpo Místico de Cristo.

Para que se reze pedindo alguma coisa ao Todo-Poderoso, é mister saber com clareza o que se está pedindo. Não havendo clareza na separação que existe entre a Igreja de Cristo, os hereges e os cismáticos – i.e., não havendo consciência da Unidade ideal que foi perdida -, não é possível haver consciência da unidade que Nosso Senhor deseja e, portanto, não é possível pedir por ela. Este tipo de “celebração ecumênica”, portanto, não apenas não serve nada para as [verdadeiras] orações “pela unidade dos cristãos” como, ao contrário, confunde o povo de Deus e, assim,  age contra o próprio fim da Semana de Oração que a Igreja promove.

– Causa, por fim, perplexidade a informação de que o “liturgista” [da Arquidiocese, depreende-se, ou pelo menos convidado pela Arquidiocese para esta “celebração”] é o padre Reginaldo Veloso, sacerdote amasiado que largou o ministério há décadas para se juntar com uma mulher e que, como ele mesmo diz, até hoje celebra sacramentos ilícitos (ou inválidos) nas comunidades do Morro da Conceição, em Recife. Certamente não foi este o tipo de “unidade” pela qual rezou Nosso Senhor!

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

54 comentários em “A Unidade dos Cristãos”

  1. “Mas o fato é que acreditamos no “inferno”, apenas não cremos que um filho de Deus possa ficar lá pela eternidade. Acredita-se que o arrependimento sincero das faltas (que só Deus poderá medir) possa proporcionar ao indivíduo uma outra chance de, verdadeiramente, tentar se melhorar e evoluir como espírito”

    Pois é, foi o que eu acabei de escrever…
    Peca-se miseravelmente a vida toda, e quando se faz necessária a Justiça divina de pagar pelo que se fez, o pecador pode, pela doutrina espirita, ter uma nova chance…
    Ainda que no inferno…( que aliás, não existe..)
    Que maravilha!
    Quem vai adorar essa tese é o Zé Dirceu, Palocci, Lula, Genoino…
    Eu de minha parte, prefiro o mágico de Oz.
    É mais divertido.
    E tem mais coerencia.

    Olegário.

    Em tempo: Ricardo, faça o bem hoje. Agora mesmo. Viva o amor de Deus na Sua lei.
    No inferno não existe ENEM.
    Lá não se elima matérias.

  2. Ricardo, sua pergunta é interessante mas , na minha opinião, fica praticamente impossível deduzir, de maneira coerente, como sua mãe vai se comportar e sentir diante de uma nova realidade visível (e novidade!!!). Recaímos naquela velha questão: “Quem voltou do além para contar algo?”. E como somos únicos, como poderemos saber se sua mãe vai ficar triste ou não pela sua ausência. Ainda mais sabendo que esta foi uma escolha sua livre e espontânea. Isso é bem particular… Daí vemos que sua pergunta é irrelevante até porque todas as revelações divinas se ocupam basicamente da nossa salvação e o que se fala da vida no céu é bem geral, sem maiores detalhes. Então não posso dar uma resposta satisfatória para sua pergunta (esta só Deus pode). simplesmente acredito que, com Deus, seremos felizes. EU CREIO nisto e ponto.

    Mas se você não gostou da minha tentativa, enquanto católico leigo e de pouca instrução, de dar alguma satisfação ao seu questionamento, você pode consultar a Mariana pois ela parece ter todas as respostas. Veja que ela afirmou com toda certeza que A Igreja Católica não tem resposta (ignorou que não só de homens é composta a Igreja) para sua pergunta, pensa que nós desconhecemos a doutrina espírita e ainda tem “A” resposta para sua pergunta!!! Não é o máximo?

    Na última frase fui irônico para me alinhar um pouco a você.

  3. Lucas,

    Meu bom amigo.

    Eu o tenho na mais alta conta.
    Espero que voce não se incomode das nossas brincadeiras…
    Se eu errar, por favor, me corrija.
    Forte abraço!!
    Fique com o bom Deus.
    Olegario.

  4. E mais:

    Dona Mariana,
    No começo da prosa a senhora disse que “nenhum católico daria uma resposta” ao enigma proposto pelo consulente Ricardo, e que somente o espiritismo poderia responde-lo adequadamente.
    Pela forma imperativa que a senhora escreveu, fiquei ressabiado…
    Quem é esta que vem de maneira tão firme decifrar os “enigmas da fé”…?
    E sua resposta – para minha decepção e surpresa – foi puramente especulativa…
    Nada alem de um mero “opinacion”…

    Pois veja:

    “Que uma suposta mãe vai para o céu, e lá, roga pelo filho no inferno a misericórdia de Deus, e que Ele, dará ao filho uma nova chance, em virtude dos rogos da mãe…”

    Tudo suposição com medidadas cavalares de “achômetro”.
    Bem no estilo:

    Eu acho que amanhã faz sol.
    Mas pode chover.
    Ou dia vai ficar nublado.
    Ou se chover de manhã, à tarde o sol pode vir…

    Olha dona Mariana, eu acredito que o homem possa sim evoluir.
    Mas em vida.
    E desejo isso, de coração, a senhora.
    Fique com o bom Deus.

    Olegario.

  5. Não, Olegário, o mundo não está piorando, ao contrário do que vc disse. O fato de sabermos mais rapidamente das notícias do mundo todo e, consequentemente, das desgraças que nele ocorrem, não significa que está piorando. Essa é uma falsa impressão. O mundo já melhorou e muito, apesar de estarmos longe do que disse Jesus: “Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou os profetas: não os vim destruir, mas cumpri-los: – porquanto, em verdade vos digo que o céu e a Terra não passarão, sem que tudo o que se acha na lei esteja perfeitamente cumprido, enquanto reste um único iota e um único ponto. (S. MATEUS, cap. V, vv. 17 e 18.)”

  6. Mariana, obrigado pela resposta.

    Lucas, na verdade, eu falei que quem “vai” se perder sou eu (eu disse “Como ela [minha mãe] poderia ser feliz lá **sem mim**, sabendo que **eu** estaria torrando no tridente de satanás?”. Mas obrigado por sua preocupação.

    Disse isso porque eu, tendo ciência do que eu já escrevi sobre a doutrina católica, recuso-me a tornar a ser católico, que não sou mais. Não acredito em salvação e nem na necessidade disso.

    Começa que não acredito em pecado original e não acredito que precisamos de um salvador. Não, não sou o Ricardo ateu, eu não fico trollando em lugar nenhum e não sou ateu. Mas também não tenho religião nenhuma.

    Eu até acredito que haja algo como o inferno, mas se houvesse alguma espécie de “salvação” seria pelas obras. Pois acredito que o que importam são nossas ações, especialmente aquelas que nós fazemos e ninguém, além de Deus, vê. Ele é que sonda os corações e sabe a intenção de cada ato nosso. Não tenho medo de Deus e procuro sempre ter minha consciência tranquila diante dele.

    Às vezes fico pensando se existe alguma vida após a morte. Ontem uma prima minha morreu de câncer
    (só tinha uns 30 e poucos anos) e fiquei muito pensativo quanto a isso… De qualquer forma, rezem pela alma dela e, mais ainda, pelos dois filhos dela, que foram abandonados pelo pai e agora estão praticamente órfãos.

    Vejam, não estou trollando. Há muita coisa que admiro na Igreja. Em certos aspectos sou bem mais católico que muitos por aí. Eu aprecio muito a arquitetura das Igrejas antigas (as modernas são uma decepção…). Gosto de canto gregoriano e acho o ritual da missa interessante, por sua riqueza de simbolismos.

    Acredito que Jesus tenha existido, mas não acredito em sua divindade e demais aspectos divinos de sua vida (como ter nascido de uma virgem, feito milagres…). Eu acho que ele foi um homem sábio e isso não me decepciona. Eu o aceito assim, sem milagres, sem promessas de felicidade eterna, sem promessas de prosperidade fácil… Admiro muito as coisas que ele disse a busco praticá-las em minha vida. As que concordo, claro. Honro sua memória por ter sido um grande homem.

    Também gosto demais das obras de São João da Cruz. Ele sempre me ajuda e me dá luz na minha “Subida ao monte”. Em diversas situações aprendi com ele o valor do desapego e desprendimento de todas as coisas… E entendi recentemente que esse meu desprendimento não pode ser uma forma de tentar comover Deus a realizar meus desejos… O que ganho com o desprendimento é a liberdade interior. E é tão bom quando, em certas situações, vejo que alcancei isso… Nem queiram saber o que aconteceu pra eu entender isso, se não vocês mesmos é que vão querer dar o chute que vai me empurrar para o abismo eterno kkkk.

    Bom, eu realmente recomendo que vocês leiam as obras de São João da Cruz. Aquela freira Kelly Patrícia fez várias músicas com trechos das obras dele.

    Uma das músicas: http://www.youtube.com/watch?v=F6d3WJaoTJc
    A melodia não é lá muito boa, mas a letra é bem interessante…

    E achei muito interessante o que você escreveu, Rodrigo R. Pedroso.

  7. *Ricardo,
    ao contrário de alguns por aqui, não pretendo convence-lo a ser espírita, como eu. Não limito a chamada salvação pela religião que temos, isso seria soberba.
    Fico muito feliz pelo que você falou sobre salvação pelas obras, sobre seguir as palavras de Jesus. Isso, para mim, é o principal e, pelo que você falou, entendo que você está em um bom caminho. Eu, particularmente, escolhi seguir a doutrina espírita por ser a que me completa em termos de ensinamentos, crenças, enfim, é a que me melhora como pessoa.

    *Olegário, eu não acho simplesmente, tenho certeza. O que escrevi sobre a situação que o Ricardo falou é apenas um exemplo que, quer você acredite ou não, ocorre. Agora, pelo que você escreveu EU ACHO que você não entendeu bem o que falei sobre inferno. Não neguei que se pague pelos pecados e erros, não neguei que haja sofrimento, angústia das piores, vale de lágrimas, nada disso. Apenas disse que, a menos que o indivíduo o queira por sua vontade, não ficará lá por toda a eternidade. Que tipo de Pai amoroso seria Deus se negasse a um filho VERDADEIRAMENTE arrependido uma chance de se melhorar? Respeito sua crença, mas, perdoe-me, isso para mim é absurdamente incoerente, é como negar que Deus é AMOR. De qualquer forma, concordo quando você diz que os bons atos devem ser feitos enquanto estamos vivos, encarnados, isso é pura verdade para mim.
    Paz a todos.

  8. Em tempo, eu já falei isso por aqui, mas vamos de novo:

    Toda ofensa é proporcional ao ofendido, e não ao ato da ofensa. Assim, se eu der um soco em um cara da minha idade, este ato carrega uma culpa. Se o mesmo soco, ao invés de ser dado em alguém da minha idade, for dado em um velho, a culpa é maior. Se o velho em questão for o meu pai, a culpa é maior ainda, e assim sucessivamente. Portanto, mede-se a ofensa pelo ofendido.

    No caso do pecado, o ofendido é Deus, que é infinito e, portanto, a culpa é infinita. É isto, em resumo, que é o inferno: a justa punição – infinita – devida por uma ofensa infinita, i.e., o pecado – a ofensa do homem a Deus que é infinito.

    É exatamente por isto, ainda, que o Sacrifício de Cristo na Cruz é necessário e é necessário que Cristo seja Deus: o homem, ser finito, nada pode fazer para satisfazer à Majestade Divina infinita ofendida pelo pecado. Só Nosso Senhor, que é Homem – e, portanto, pode representar a humanidade diante do Todo-Poderoso – e é Deus – portanto, detentor de méritos infinitos – pode efetivamente quitar a culpa dos homens e os tornar de novo amigos de Deus – somente Ele é capaz de tirar os pecados do mundo.

    Esta compreensão demonstra também, por si só, a falsidade da doutrina espírita: ainda que um homem reencarnasse um milhão de vezes, isto ainda seria um número finito e, portanto, ínfimo, irrelevante, incapaz de perdoar um único pecado que fosse.

    É ele que nos perdoou todos os pecados, cancelando o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam. Aboliu-o definitivamente, ao encravá-lo na cruz. (Cl 2, 13b-14)

    Abraços,
    Jorge

  9. “Toda ofensa é proporcional ao ofendido, e não ao ato da ofensa. ”

    Na verdade, acho que a ofensa é proporcional ao ofendido *e* ao ato de ofensa. Não fosse assim, todos os pecados teriam a mesma gravidade, pois o ofendido é o mesmo Deus, segundo você, Jorge. Isso não é verdade, pois a própria Igreja divide os pecados em veniais e mortais, além de outros pecados que ela considera mais terríveis como os “pecados que bradam ao Céu e clamam a Deus por vingança” (com um nome desses, parece ser claro que a Igreja os considera piores). Assim, a ofensa também é proporcional ao ato de ofensa.

    Que é proporcional ao ofendido, não discuto, pois, por exemplo, estuprar uma criança é pior do que estuprar uma pessoa adulta, devido à maior vulnerabilidade da criança. Mas em qualquer caso é um ato terrível, claro.

    E Jorge, o que significa dizer que Deus é infinito?

  10. Ricardo,

    Na verdade, acho que a ofensa é proporcional ao ofendido *e* ao ato de ofensa

    Sim, naturalmente a culpabilidade da ofensa depende também da ofensa, havendo ofensas mais graves do que outras.

    E Jorge, o que significa dizer que Deus é infinito?

    Não entendi a pergunta.

    Abraços,
    Jorge

  11. Veja.
    O que significa dizer que Deus é onipotente?
    Significa que ele pode tudo, que nada lhe é impossível etc.

    Perguntei sobre ser infinito porque isso pra mim não faz sentido. Pelo que já li, “infinitude” é algo que existe na mente, uma abstração matemática. Podemos dizer que os números naturais são infinitos, mas não se encontra na realidade algo que seja infinito (infinitude de números é algo que só existe na mente).

    Quando você diz que Deus é infinito, você quer dizer em “tamanho”, por exemplo (mas não acho que tenha sido isso)? Ou por infinito você quis dizer apenas que não há limites para a ação de Deus?

    É confuso. Acho que mais ainda por ser um conceito que existe apenas na mente, mas não na realidade.
    Em matemática pode-se provar que existem infinitos maiores que outros. É confuso, mas demonstrou-se ser assim com os números reais. Mas não há representação de tal conceito na realidade.

    Se não entender, ignore a pergunta. É que eu queria entender o que você pensa quando diz que Deus é infinito, pois pra mim não tem significado nenhum.

  12. Dona Mariana,

    Peço sua permissão para colocar-mos os “pingos nos is”.
    E começo por apontar-lhe que seu discurso é conflitante com sua intenção, pois veja o que a Sra. escreveu texto acima:

    “Não limito a chamada salvação pela religião que temos, isso seria soberba.”

    E antes disso, um outro discurso:

    “Não, Ricardo, a Igreja Católica não tem resposta para a sua pergunta. Ainda que venha alguém aqui tentar explicar de algum modo, não o conseguirá, eu tenho toda a certeza do mundo.”

    Considerar – mesmo que não se creia – que uma instituição nascida há dois mil anos não tenha resposta a uma questão de fé, e que a doutrina espirita, muito vaga e contraditória, criada séculos depois, possa ter, é ou não uma ato de soberba?

    Precavido que sou, curiosamente esperei a prova dessa sua certeza daquilo que ” ninguem nesse mundo conseguiria explicar”…
    E a resposta que a Sra. nos deu foi essa:

    ““Que uma suposta mãe vai para o céu, e lá, roga pelo filho no inferno a misericórdia de Deus, e que Ele, dará ao filho uma nova chance, em virtude dos rogos da mãe…”

    Ou seja, mera especulação doutrinária legislando em causa própria.
    Nada de novo no front…
    Todos os dias nascem milhares de seitas pelo mundo “achando isso ou aquilo” do ceu do inferno e da salvação…
    E a Sra não é diferente deles nessa questão. Desculpe…
    E ainda digo-lhe mais: Essa posição da Sra. acreditar no inferno – ainda que como uma breve estadia – é tese oposta da maioria espirita, pois esses não acreditam definitivamente nesse lugar de danação eterna.

    E o curioso dona Mariana, é que para o espiritismo se a pessoa faz o bem aqui na terra, pode sim, ganhar o paraíso; por outro lado se faz o mal e peca terrivelmente ( não se arrependendo), não existe o inferno…!
    E se existe, ele ( a pessoa) vai e volta. Isso segundo a Sra…
    Mas eu pergunto: E a JUSTIÇA, dona Mariana, onde entra nesse “vai e vem”?
    Ela não se aplica?
    Ou Deus é só “caridade” ?

    Vamos prosseguir com a prosa…

    No melhor das hipoteses ( isso segundo sua doutrina) se o condenado ir para o inferno, eis lá o que pode ocorrer:

    “Apenas disse que, a menos que o indivíduo o queira por sua vontade, não ficará lá por toda a eternidade.”

    Ah é!!?

    Dona Marina a senhora imagina alguem que tendo a desgraça e o infortûnio de conhecer o inferno queira ficar por lá por toda eternidade?
    Sofrendo a pena terrivel da dor por todos os séculos dos seculos…?
    Se até em Cuba de Fidel, que não é o inferno ( é quase), as pessoas fogem de lá atravessando o oceano sentado numa câmera de pneu de caminhão, quem admitiria estadia junto do diabo eternamente?
    É claro que no primeiro dia de “visita” o condenado vai pedir o “penico” e querer voltar pra traz..;
    E se o inferno – segundo a senhora – depender de hóspede de “boa vontade” para o almoço, jantar e happy hour , já esta fadado a bancarrota.
    Pode fechar aquilo e entregar o prédio para a imobiliária. Ninguem vai querer ficar lá…uai!
    Olha, dona Mariana, até o Zé Dirceu se ali estivesse se arrependeria de seus erros negando o comunismo até mil vezes por minuto…
    E se ele voltasse ao mundo para “evoluir”, tenha certeza: Ele dava um “repeteco” no mensalão…
    Por isso dona Mariana, creia no AMOR de Deus, mas considere tambem a Sua JUSTIÇA.

    Por ultimo, uma consideração sua a respeito de Deus:

    “Que tipo de Pai amoroso seria Deus se negasse a um filho VERDADEIRAMENTE arrependido uma chance de se melhorar? Respeito sua crença, mas, perdoe-me, isso para mim é absurdamente incoerente, é como negar que Deus é AMOR”

    Minha filha, Deus nos dá toda a oportunidade de arrependermos de nossas falta nessa vida.

    Nos deu Sua Igreja.
    Os sacramentos.
    Os santos como modelo de vida e virtude.
    Nos deu genios como São Tomaz de Aquino e Agostinho para que entendessemos Sua doutrina.
    Se o homem peca…ele se confessa. Arrependido, é perdoado.
    Vai à missa, comunga do Corpo de Cristo, reza e recebe de Deus toda graça para manter-se firme.
    Se cair, novemente busca a Deus no confessionário…
    Perdoado, continua sua luta.
    E assim sucessivamente…
    Ate no leito da morte, dona Mariana, se o pecador contumaz, antes do último suspiro pedir perdão a Deus, isso lhe será concedido…

    Mas a senhora, como porta voz do espiritismo, ainda quer mais…
    Quer somente o amor de Deus…Sua paciência…Sua mansidão…
    A senhora pensa que Deus é frouxo?
    Não brinque com isso!
    Filha, essa sua posição imaginária de que no inferno a pecador arrependido pode voltar ao mundo e salvar, me soa como aquele comerciante de carros que lhe vende uma “bixeira” com o motor avariado, batendo biela e válvula, prometendo que se a senhora adquirindo o bem, não querendo mais e se arrependendo da compra, pode tornar a loja e desfazer o negócio, que ele lhe devolverá o dinheiro…
    A senhora leva o veiculo e no outro dia, arrependida, torna a loja e lá já não o encontra mais…
    Assim é o inferno.
    Assim é o diabo.

    Que o bom Deus, que é AMOR e JUSTIÇA, lhe guie pelo caminho do bem, e que Nossa Senhora te guarde de todo o mal.

    Olegario.

  13. Ricardo,

    O infinito divino não tem nada a ver com a “infinitude” matemática. Infinito é aquilo que não tem limites (e o conjunto dos números naturais tem óbvios limites; por exemplo, as letras do alfabeto estão fora dele). Diz-se que os números são infinitos apenas por analogia.

    Dizer que Deus é infinito significa dizer que Ele não possui matéria (e sim pura forma), que nada O contém, que todas as Suas perfeições existem em grau infinito, etc.

    Aliás, logo no início da Summa tem uma questão sobre a infinitude de Deus:

    http://hjg.com.ar/sumat/a/c7.html

    Abraços,
    Jorge

  14. Olegário, a resposta que eu dei àquela pergunta do Ricardo foi a reencarnação como prova da misericórdia INFINITA do Pai. A historinha, como qualquer exemplo, foi uma mera ilustração. Quanto ao inferno, o Espíritismo acredita sim, muito embora você já possa ter ouvido de alguns que não, apenas se dá outra denominação. Está em todas as obras básicas da Doutrina, inclusive, uma delas chama-se O Céu e o Inferno. Outra coisa, em relação à reencarnação, para mim, é o contrário do que você disse: pura Justiça Divina. Não se trata de a pessoa (José Dirceu, por exemplo) simplesmente se arrepender no inferno e ter novas chances. Em verdade, acaso ocorra o referido arrependimento verdadeiro (que só Deus o sabe), há uma preparação e um novo planejamento reencarnatório, então, a depender da falta cometida (veja bem, essa é apenas uma explicação simplória do que explica o Espiritismo), retorna-se com várias limitações, seja de saúde, seja de ordem financeira, algo que, de algum modo, proporcione a reflexão pelo sofrimento, tudo isso ainda como resultado do mal que se praticou anteriormente. Só isso, Olegário, explicaria tantas diferenças nas vidas dos seres humanos. Coloco aqqui alguns questionamentos e, se você puder, responda-me: 1) Se a nossa existência atual é que, só ela, decidirá da nossa sorte vindoura, quais, na vida futura, as posições respectivas do selvagem e do homem civilizado?; 2) O homem que trabalhou toda a sua vida por melhorar-se, virá a ocupar a mesma categoria de outro que se conservou em grau inferior de adiantamento, não por culpa sua, mas porque não teve tempo, nem possibilidade de se tornar melhor?; 3) O que praticou o mal, por não ter podido instruir-se, será culpado de um estado de coisas cuja existência em nada dependeu dele?; 4) Trabalha-se continuamente por esclarecer, moralizar, civilizar os homens. Mas, em contraposição a um que fica esclarecido, milhões de outros morrem todos os dias antes que a luz lhes tenha chegado. Qual a sorte destes últimos? Serão tratados como réprobos? No caso contrário, que fizeram para ocupar categoria idêntica à dos outros? e 5) Que sorte aguarda os que morrem na infância, quando ainda não puderam fazer nem o bem, nem o mal? Se vão para o meio dos eleitos, por que esse favor, sem que coisa alguma hajam feito para merecê-lo? Em virtude de que privilégio eles se vêem isentos das tribulações da vida?.
    Por fim, Olegário, peço desculpas se pareceu soberba aquele meu primeiro comentário, não quis que parecesse, foi uma falha. É que já fui católica e, para mim, vários questionamentos se apresentavam sem resposta, o que apenas a doutrina espírita foi capaz de responder. Sei que existem vários mistérios, como de onde vem Deus, dentre outros, que não nos cabe saber, outros porém, foram respondidos. Ademais, apesar de ser uma doutrina nova, ela traz em si vários conceitos antigos, como a reencarnação (antiquíssimo e que consta na bíblia), bem como o Evangelho de Jesus, que é a sua base.

    Se você quiser continuar nossa conversa, meu e-mail é mariana.marques.adv@gmail.com, pois talvez seja incoerência da minha parte vir a um site católico tradicional e, de certa forma, remar contra a maré. Não quero desrespeitar a crença de ninguém. Também te desejo toda a sorte de bençãos.
    Mariana

  15. Dona Mariana,
    Permita-me usar da franqueza.
    E ela é bem necessária nesse momento.
    Eu não tenho condições de responder suas perguntas por pura falta de conhecimento doutrinário.
    Creio que nossa prosa debandou para o ponto da filosofia e nessa matéria eu sou um ZERO a esquerda…
    Aliás, vou além…
    Meus conhecimentos acerca do catolicismo é bem comezinho.
    Diria que é o básico dos básicos.
    Por isso, terei que depor armas.
    A ter que ficar opinando sobre matéria que desconheço com sobra de causa, prefiro usar da sinceridade e dizer a verdade: Não tenho respostas aos seus questionamentos.
    Mas quero que a senhora saiba que o fato de eu não ter satisfeitos suas inquisições por ignorância, não significa que a IGREJA não possa definir a questão com propriedade.
    Eu sou meramente um católico simples…
    Já a Igreja é soberana.
    Fazendo uma analogia sensata, se o catolicismo fosse um quartel militar composto de generais, capitães e sargentos, eu seria um recruta qualquer.
    Enquanto os bravos saissem para o campo de batalha eu ficaria na cozinha descascando batatas.
    E depois iria medicar e tratar das feridas alheias…
    Veja que se a senhora adicionar meu nome no canal e busca desse sitio vai perceber que eu só participo de questões simples, que não envolvam assuntos mais delicados.
    Conheço meu papel e sei dos meus limites.
    Recruta é recruta. General é general.
    Tenho certeza que muitos por aqui, e isso inclui o articulador do blog, tem condições para satisfazer suas inquisições…
    Anotei seu email e agradeço pela sua boa educação.
    Se me permitir rezarei pela senhora.
    Se não permitir, rezarei do mesmo jeito :))
    Que Deus te abençoe, minha filha.
    Olegario.

  16. Caro Ricardo,

    Sinto pela sua prima que Deus a tenha.
    Sinto tb por ter sido católico e ,hoje, infelizmente não quer ser mais…lamento muito.
    Não conheço este Jesus q vc cita.Vi q o Jorge e outros estão argumentando com muito mais ciência.
    Espero q vc um dia recupere a alegria de ser católico apostólico romano !

    abraços,
    lucas

  17. Olegário caríssimo !

    A recíproca é a mesma de verdade.
    Gosto muito das suas traquinagens, gosto muito do lucas “skywalker”. ( confesso q sou fã de guerra nas estrelas) Somente quis deixar claro o meu “lado negro” :)

    fortíssimo abraço,
    do seu amigo,
    lucas “skywalker”

  18. Caro Jorge,

    Sua explicação sobre a infinitude de Deus me parece bem satisfatória mas quero lhe dizer que os números naturais são infinitos, não exatamente por analogia, mas por simples construção mental. E acredito que que a infinitude de Deus não só contém toda a Matemática (conhecida e não conhecida) como a supera.

    Desculpe pela intromissão no assunto. Quis apenas colaborar com o bom entendimento do tema.

  19. Mariana e Olegario,

    Desculpem a intromissão na vossa discussão mas pretendo responder ao questionário da Mariana com o meu entendimento limitado, tendo em vista colaborar com a defesa da fé católica e respeitando as posições contrárias.

    “1) Se a nossa existência atual é que, só ela, decidirá da nossa sorte vindoura, quais, na vida futura, as posições respectivas do selvagem e do homem civilizado?”

    Respondo: Quem se salva ou se condena não está relacionado com ser selvagem ou civilizado. Do “civilizado”, imagino que não precisamos comentar. Agora do “selvagem”, note que ele não fere o primeiro mandamento se não sabe da existência de Deus. Porém os demais… Aquela chamada regra de ouro, “não faça aos outros o que não quer que lhe façam”, que é, pelo que sei, anterior à encarnação do Verbo, dá uma base para entendermos que, selvagem ou não, o homem faz suas escolhas. Mas sob que circunstâncias? Aqui entra a onisciência de Deus, que conhece cada um de nós. Portanto quem vai posicionar o homem na vida futura, selvagem ou civilizado, é Deus.

    ” 2) O homem que trabalhou toda a sua vida por melhorar-se, virá a ocupar a mesma categoria de outro que se conservou em grau inferior de adiantamento, não por culpa sua, mas porque não teve tempo, nem possibilidade de se tornar melhor?”

    Respondo: Em Mateus 20:1-16 há uma explicação muito boa para isso e portanto, sugiro que o leia.

    ” 3) O que praticou o mal, por não ter podido instruir-se, será culpado de um estado de coisas cuja existência em nada dependeu dele?”

    Respondo: Por acaso somos culpados pelo pecado de Adão? Não, é claro, mas somente pelos nossos. Porém sofremos as consequências do pecado original.

    ” 4) Trabalha-se continuamente por esclarecer, moralizar, civilizar os homens. Mas, em contraposição a um que fica esclarecido, milhões de outros morrem todos os dias antes que a luz lhes tenha chegado. Qual a sorte destes últimos? Serão tratados como réprobos? No caso contrário, que fizeram para ocupar categoria idêntica à dos outros?”

    Respondo: Meio vaga essa sua pergunta… Mas entendo o que quer dizer. Ficar esclarecido apenas não garante salvação. Para os que não alcançaram a “luz” (usando os seus termos) mas Deus sabe que alcançarão, há o Purgatório. Leia I Coríntios 3:9-19.

    ” 5) Que sorte aguarda os que morrem na infância, quando ainda não puderam fazer nem o bem, nem o mal? Se vão para o meio dos eleitos, por que esse favor, sem que coisa alguma hajam feito para merecê-lo? Em virtude de que privilégio eles se vêem isentos das tribulações da vida?.”

    Respondo: Ora quem não pratica o mal por incapacidade e mantém o coração puro (é o caso que você cita), este é o privilégio. O que o impede de ser eleito? Por que teríamos que sofrer igualmente? Mateus 20:1-16 também explica isso.

    Observe que na Bíblia há várias passagens explicitando que não é por nossos méritos que Deus nos salva. É pela fé praticada a qual se traduz em boas obras. Mas não quaisquer boas obras e sim as oriundas da autêntica fé. E isto só conseguimos se trilhamos o caminho de Cristo.

    Mariana, gostei do tom do seu último comentário ao qual estou respondendo e penso que você deveria ter entrado desde o início desta forma, expondo suas opiniões sem atacar nem desrespeitar ninguém. Se todos os opositores agissem assim, teríamos discussões de mais alto nível.

    Estejamos na paz de Cristo!

  20. Sobre o conceito de infinito na matemática, não é necessário que um conjunto seja ilimitado para que possua ininitos números.

    Exemplo: No intervalo [0,1] dos números reais (ou seja, todos os números reais que são estão entre 0 e 1 ou são iguais a 0 ou 1), há infinitos números. Este conjunto, porém, é limitado superiormente pelo 1 e limitado inferiormente pelo 0.

    E de fato, os números são infinitos por construção, não analogia.

    Caso alguém entenda matemática um pouco mais avançada, pode ver isso facilmente pela Propriedade Arquimediana:

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Propriedade_arquimediana

    E é bem clássica e simples a prova de que existem infinitos números primos (pode ser vista aqui http://pt.wikipedia.org/wiki/Prova_por_contradi%C3%A7%C3%A3o ). Como os números primos são um subconjunto dos naturais, segue facilmente que os naturais são infinitos.

    Caso alguém se interesse, leia também sobre os números transfinitos ( uma palha: http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAmero_transfinito ).

    Ricardo, orarei pela alma de sua prima e pela sua também, que talvez precise até mais de oração do que a dela.
    Que Deus o guarde e abra seus olhos espirituais.

  21. Lucas, agradeço por me desejar o que você acredita ser o melhor pra mim. Não acredito que isso seja o melhor, mas entendo sua boa intenção. Que Deus o guarde.

    Carlos, aproveite e ore pelo meu corpo também, pois minha graduação tem me consumido muito e estou só o pó…kkk.

    Sim, quero ter sempre meus olhos “espirituais” bem abertos pra que nunca mais me deixe enganar tanto novamente.

    E Lucas, quanto ao “meu Jesus”, na verdade não me importa se ele existiu ou não, pra mim não faz diferença. Como diz a Santa Palavra de Deus: “Examinai tudo: abraçai o que é bom.” (1 Tes 5, 21).

    Extraio coisas boas dos evangelhos (e do que mais eu ler, como as obras do Dalai Lama). Descarto os excessos (como multiplicação dos pães, por exemplo) e outras coisas que não acredito. E aí sobra o “meu Jesus”. Não, não é o “filho de Deus”, o Messias, O Cristo… Não é o meu salvador. Pode ser só um mero mortal ou até um personagem criado por alguém. Não me importa. Aprendo com esse Jesus, assim como aprendo com as obras de Saramago, Dostoiévski, Aristóteles, Descartes, Kant…
    É isso.
    Que Deus guarde todos vocês e “abra seus olhos espirituais”…

  22. Ricardo, respeito sua opinião apesar de discordar dela mas te desejo o mesmo.

    Fiquemos na Paz de Cristo, mesmo que você o enxergue de modo distinto do meu.

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