Aborto: curtas

Nota sobre debate [sobre o aborto] na OAB-Niterói. “Segundo até relato do próprio Padre Anderson após o debate, o público presente demonstrou a opinião da sociedade. O público presente não fora formado apenas de homens ou da cúpula da Igreja. Havia homens e mulheres, jovens e idosos, advogados e outros profissionais, ou seja, era um auditório heterogêneo que em sua maioria era desfavorável ao aborto, e que não aceitou engolir goela abaixo os argumentos mais uma vez fracos, ou melhor, fraquíssimos e por vezes infundados daqueles que defendem ao aborto”.

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Dez feministas, nenhum segredo. “De uma maneira geral, podemos sim dizer que o Brasil está sendo chefiado por uma comissão abortista – colocada no poder pelos eleitores do ‘maior país católico do mundo'”. Também n’O Possível e o Extraordinário: em entrevista, TODAS as ministras de Dilma apoiam aborto.

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Rede Cegonha. “A primeira presidenta abortista do Brasil, Dilma Rousseff, quer maquiar ainda mais sua imagem pró-aborto e fazer as pazes com a Igreja. […] Recuo estratégico, é o que me parece. Espero que essa rede cegonha funcione!”.

Até logo, Salvador!

Despedindo-me de Salvador, após ter estado aqui desde a sexta-feira. Meu vôo parte amanhã bem cedo para Recife; uma (triste) curta noite de sono me espera. Oferecemo-la, no entanto, ao Altíssimo como sacrifício de Quaresma. Até porque valeu bastante a pena.

As fotos, eu as mostro depois; por agora, apenas palavras. De agradecimento à cidade pela hospitalidade (e, naturalmente, ao meu caríssimo e cultíssimo Cicerone: obrigado, Dionísio!), de deslumbramento pelas coisas que vi e ouvi ao longo desses dias. Salvador é uma cidade bonita, que merece – e muito – ser conhecida.

Graças a Deus, pude ver bastante coisa! Muitas curiosidades históricas, como p.ex. sobre o piso das ruas do centro histórico (original até hoje preservado) ser chamado de “Cabeça de Nêgo” em referência aos escravos que o fizeram. Ou sobre as paredes das casas antigas não terem sido jamais construídas literalmente com óleo de baleia, e sim com o dinheiro arrecadado da (alta) taxação que este produto possuía. Ou sobre a casa dos jesuítas cedida ao governo que, durante um tempo, abrigou as “viúvas envergonhadas” rapidamente expulsas quando elas começaram a promover bingos. Ou sobre o Palácio Rio Branco ter também um Salão dos Espelhos em referência ao de Versailles, bem como pinturas nas paredes descobertas após a remoção de camadas e mais camadas de tinta. E muito mais.

Alegrei-me com a posse do novo primaz do Brasil. Entristeci-me com a destruição da antiga Sé, na década de 30, para dar passagem a uma linha de bonde. Vibrei com as histórias da resistência dos baianos aos hereges holandeses, que cá chegaram e rapidamente foram escorraçados. Emocionei-me com a história de Madre Joana Angélica, mártir da Fé, assassinada por tentar impedir um grupo de soldados de entrarem no convento da Lapa. Encantei-me com uma pequena igreja do século XVII defronte ao farol de Humaitá, sobre cujo pórtico a Imaculada Conceição da Virgem é louvada com dois séculos de antecedência de sua promulgação dogmática. E outras coisas mais, que agora não tenho tempo para escrever mas sobre as quais voltarei a falar em tempo oportuno.

Salve, Salvador! Até breve (estarei de novo aqui por ocasião da beatificação de Irmã Dulce). Volto para Recife com boas lembranças, com uma maior bagagem (também literalmente…) e com esperanças sobre o futuro… Uma cidade dessas merece mais. Que a Virgem da Conceição da Praia interceda pela cidade de São Salvador. E que o futuro reserve páginas mais gloriosas para a Sé Primaz do Brasil.

Novo primaz da Terra de Santa Cruz

Fui ontem à posse do novo Arcebispo de Salvador. Talvez alguém pudesse perguntar o que é que um recifense estava fazendo tão longe de sua terra natal. Qual o interesse que um fiel da Arquidiocese de Olinda e Recife pode ter pela Arquidiocese de Salvador? O quê um bispo que inclusive faz parte de outra regional da CNBB (Nordeste III, quando Olinda e Recife pertence à Regional Nordeste II) tem a ver com um católico de outro estado?

Oras, isto é simples de responder. Eu vim de Recife para oferecer o meu preito ao novo primaz desta Terra de Santa Cruz – expressão que, graças a Deus, foi relembrada diversas vezes ao longo da cerimônia. Vim de Recife porque, sendo católico, faço parte da totalidade da Igreja de Cristo que, embora espalhada ao longo de toda a terra, é Una. Vim de Recife para suplicar ao Altíssimo que tenha misericórdia de Salvador, e digne-Se conceder a esta Sé um santo bispo, um santo cardeal, um santo primaz.

São Salvador da Bahia de todos os santos, salvai Salvador! Por diversas vezes repeti a prece. Que, pela intercessão de Nossa Senhora da Conceição da Praia, ela possa ser ouvida. Que o Altíssimo Se compadeça desta Sé primacial.

A cerimônia, embora longa, foi em sua maior parte digna. A posse deu-se dentro da celebração da Santa Missa. Após a (longa) procissão de entrada – seminaristas, diáconos permanentes, padres e bispos -, dom Murilo imediatamente iniciou a celebração: “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. E eu gostei. Comentei com um amigo que estava ao lado: “ele não deu nem ‘boa noite'”. Faço notar que isto não é antipatia, nem falta de educaçao, nem nada: é simples respeito às normas litúrgicas, segundo as quais a saudação do sacerdote é “a graça e paz de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco”, feita após a invocação da Trindade Santa – e não “olá”, nem “boa noite”, nem “desejo-vos uma boa celebração”, nem nada do tipo. E Dom Murilo cumprimentou o povo exatamente como um sacerdote, dentro da Santa Missa, o deve cumprimentar.

A Catedral estava repleta! Os bancos iniciais, reservados às autoridades (eclesiásticas, civis e militares); os bancos da metade pro fim da basílica, reservados aos fiéis que chegaram cedo (coisa que eu não fiz). Foi em pé, ao fundo da igreja, que eu acompanhei toda a celebração. Que, como eu disse antes, foi em linhas gerais uma digna celebração.

Começando pela procissão de entrada, quando alguns militares (alunos de CPOR, quiçá; não sei ao certo) formaram duas fileiras na entrada da basílica, para dar passagem ao cortejo eclesiástico. Prestando continência – belíssima imagem, dos poderes seculares homenageando o poder sagrado! A espada temporal a serviço da espada espiritual. Permita Deus que o gesto amistoso possa se traduzir em gestos concretos ao longo do tempo.

Falou o cardeal Magella. Foi feita a leitura da bula de nomeação de Dom Murilo Krieger. Falou o senhor Núncio Apostólico – que fez o gratíssimo favor de lembrar aos presentes o tríplice múnus episcopal, de ensinar, santificar e reger. O báculo foi entregue, pelo núncio e pelo cardeal, ao novo Arcebispo de São Salvador da Bahia. Entoou-se então o Gloria in excelsis Deo (falo metaforicamente; não foi exatamente este o hino de louvor). Dom Murilo só veio falar após a leitura do Evangelho, durante a sua homilia.

Na Festa da Anunciação, coisa que o novo primaz fez questão de lembrar. Lembrou também que aquela era a primeira (e, por muito tempo, foi a única) diocese desta Terra de Santa Cruz. E disse que era uma grande honra ser chamado a uma cidade que, no seu próprio nome – Salvador! – prestava uma homenagem a Nosso Senhor Jesus Cristo. Acrescento eu: para desespero dos laicínicos de plantão. A sua homilia esteve dentro do esperado e, para mim, por um ou outro detalhe, foi bastante positiva. Falou em colaboração com o Estado no mútuo respeito aos limites de cada um. Falou na importância dos colaboradores do bispo – em particular, do clero – para viabilizar a governabilidade de qualquer diocese; e aproveitou para dizer ao clero que lhe seria como “um pai” ou um “irmão mais velho”. Falou que ia trabalhar em sintonia com o papa Bento XVI, o qual poderia confiar nele. E falou ainda outras coisas que, agora, me fogem à memória.

Deus Caritas Est é o seu lema episcopal. É este também o nome da primeira carta encíclica de Sua Santidade, o Papa Bento XVI gloriosamente reinante. Que esta pequena coincidência possa ser um indicativo de proximidade entre a Bahia e o Vaticano; que a Sé de São Salvador do Brasil possa ter um digno e santo primaz.

O altar-mor da igreja, infelizmente, estava (aparentemente) em reformas e, por isso, estava coberto. Mas o crucifixo que foi colocado no alto, por trás do altar, é – segundo me disse um amigo baiano – aquele que foi trazido na nau de Tomé de Souza quando da fundação da Bahia. São pequenos detalhes aos quais gosto de me apegar, e que vislumbro como excelentes sinais de que uma mudança de ventos está em curso. Aliás, mais um: havia um belo coral cantando ao longo de toda a liturgia. E, durante a comunhão, a antiga igreja dos jesuítas ouviu o Panis Angelicus.

Nem tudo são flores, é claro. É bem verdade que a representante dos leigos falou que estes preferem o calor humano à frieza das normas e das leis, e o representante do colégio dos consultores falou em respeito às diversas maneiras de expressão religiosa do povo baiano (cito de memória e não ipsis litteris, mas o sentido era exatamente esse). Y otras cositas más sobre as quais não vale a pena falar… Isto, no entanto, só mostra uma coisa que nós todos já sabemos: Salvador é uma Arquidiocese complicada. No entanto, é a Sé Primaz. Que não pode continuar entregue àqueles que trabalham pela destruição da Igreja. Dom Murilo terá muito trabalho por aqui, disto eu não tenho dúvidas. Mas estou certo de que terá graças de estado para fazer um bom governo. Que ele as saiba reconhecer e aceitar.

Enfim, está empossado o novo primaz do Brasil. Que Deus o ajude! Que a Virgem Santíssima interceda pela primeira Sé desta Terra de Santa Cruz. E que São Salvador da Bahia de todos os santos possa salvar a arquidiocese de Salvador. Abaixo, algumas fotos que tirei durante a cerimônia. Não estão as melhores possíveis (estive em posição pouco privilegiada), mas dá para ter alguma idéia da cerimônia.

Salve, Salvador!

Cheguei hoje à noite à cidade de São Salvador da Bahia de Todos os Santos. Viagem ligeira, só até o domingo; rever alguns amigos e, principalmente, (tentar) participar da posse do novo arcebispo primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, que se dará amanhã (festa da Anunciação) à noite.

O vôo é curto. Lá de cima, no entanto, olhando pela janela, contemplando o meu Recife do alto, lembrei-me de uma excelente metáfora que ouvi de um piedoso sacerdote na missa do último final de semana. Falava ele sobre a importância de se elevar a alma por meio da oração. E exemplificava dizendo que, num vôo que fizera recentemente, pudera ver – do alto – o horizonte muito mais amplo, o céu e o mar, de uma maneira muito mais clara do que via quando estava no chão. E, assim como se pode ver melhor o horizonte físico quando o avião está no ar, analogamente a alma consegue enxergar melhor os horizontes sobrenaturais quando se eleva por meio da oração. Elevar a alma é enxergar mais. E mais distante. E de modo mais amplo.

É Quaresma, e é tempo de oração. Rezemos mais, e ampliemos assim os nossos horizontes. Que o Altíssimo Se compadeça de nós. Que bons ventos – verdadeiramente do Espírito Santo – possam soprar sobre esta Arquidiocese Primaz. Que a Virgem Santíssima, Nossa Senhora Aparecida, interceda pelo Brasil.

Ateísmo: religião que deu errado

Na esteira do texto sobre a parede vazia atéia aqui publicado recentemente, um dos comentadores do blog trouxe um texto sobre os supostos respeito e consideração que os ateus têm para com as religiões. Como foge demasiadamente das questões sobre a imposição da simbologia atéia nos órgãos públicos (texto original), passo a comentá-lo aqui. Em vermelho e itálico, o texto comentado; em fonte normal, os meus comentários.

Um erro comum aos ateus, todavia, é demonizar completamente as religiões.

Este erro é mais do que “comum”, é virtualmente onipresente, mas vamos lá…

Não; a religião não é boa nem é má.

Começou mal…

A religião é indubitavelmente boa, pelo menos considerando o fim ao qual ela se presta, qual seja, o de religar o homem à divindade. Naturalmente, os que rezam conforme o credo ateu não são capazes de perceber este aspecto incontestavelmente positivo do fenômeno religioso, mas isso pouco importa. As coisas não mudam o seu ser para agradar às visões parciais e distorcidas de um subconjunto (e ainda ínfimo, diga-se de passagem) da humanidade.

Ela assume a característica que damos a ela: podemos usar a religião como desculpa para atos vis, ou como influência para grandes bondades.

Isto aqui são outros quinhentos.

Mutatis mutandis, podemos dizer que a linguagem é uma característica humana indubitavelmente boa, porque ela se presta a tornar possível a comunicação entre os homens, o intercâmbio de idéias, a expressão do pensamento, et cetera. E, naturalmente, alguém pode usar a linguagem para inventar mentiras, para caluniar, para ofender. Isto é uma distorção da linguagem, uma traição àquilo que é o seu fim precípuo.

Seria uma profunda insanidade dizer que, por conta disso, a linguagem “não é boa nem é má”! A linguagem, em si, é boa, ponto. O que não a impede de ser mal utilizada.

Já a religião (pelo menos a esmagadora maioria das religiões) não prescreve jamais “atos vis”, e sim somente atos virtuosos. Alguém “usar a religião como desculpa para atos vis” só é possível (na esmagadora maioria dos casos, ao menos) por meio da desobediência aos próprios preceitos da religião. Portanto, não faz o menor sentido fazer um juízo de valor negativo (ou “neutro”) das religiões por causa de coisas que são feitas à revelia delas.

A religião não é uma aberração; como estaria, então, presente em todas as culturas humanas?

Perfeitamente.

O que muitos ateus radicais precisam entender é que a religião nada mais foi do que o primeiro fazer-científico da humanidade. Como os egípcios, por exemplo, poderiam explicar os fenômenos ao seu redor? Como os primeiros humanos explicariam o fato de serem tão mais desenvolvidos que os demais animais? Como poderíamos entender, nesse tempo, a natureza da “consciência”?

Já isto aqui é um perfeito absurdo.

A religião nunca teve como objetivo (somente) a explicação de eventos empíricos [e, nas vezes em que ela fez isso, foi apenas de modo acidental]. A religião (considerada em si) é a resposta do ser humano à afirmação da sua consciência de que existe uma divindade, existe um transcendente, com o qual ele [o ser humano] tem o desejo de se relacionar. É este o problema que a religião “se propõe a resolver”. O problema das leis da matéria e dos fenômenos naturais é um outro problema.

Tanto que as duas coisas (religião e fazer científico) sempre coexistiram, não apenas “nos primórdios da humanidade” (o homem primitivo que tinha provavelmente religiões anímicas é o mesmo que inventou a roda e aprendeu a fazer fogo) como em todos os tempos, povos e culturas.

O conhecimento primitivo impulsionou a criação de mitos e crenças, tanto que as maiores religiões do planeta se originaram em eras de pouco conhecimento científico.

Bobagem completa. O Cristianismo converteu o mundo romano e o helênico, perto dos quais a virtual totalidade dos atuais inimigos da religião são de uma pobreza intelectual sofrível.

Outrossim, e apenas como ad hominem, é interessante: muitos gostam de exaltar o avanço científico de civilizações antigas, como por exemplo dos Maias, ou dos egípcios que construíram pirâmides sem que até hoje saibamos como, et cetera, et cetera. No entanto, todos esses povos foram sempre profundamente religiosos…

O problema da religião é que ela se infiltrou demais na cultura humana; somos seres naturalmente “religiosos”, mas deveríamos ir abandonando a religião conforme conhecemos a elegância do funcionamento das coisas, desde a física à biologia.

Outro completo absurdo. Se somos seres “naturalmente religiosos”, é óbvio que a cultura humana deve estar impregnada de religião. Estranho seria se fosse diferente. É como (de novo, mutatis mutandis) dizer que somos seres naturalmente comunicativos e lamentar, depois, que a linguagem tenha penetrado demais na cultura humana…

E a segunda parte do período padece, de novo, do mesmo erro de base ao qual já fiz referência acima: o objetivo da religião não é, e nem nunca foi, explicar “o funcionamento das coisas”.

A humanidade, porém, levou a religião muito “à sério”:

O que é uma coisa perfeitamente natural, considerando que a religião é inerente ao ser humano.

religião e ciência se tornaram coisas antagônicas, quando na verdade a religião nada mais é do que a primeira expressão científica do ser humano. É uma ciência rude, primitiva, mas é um tipo de ciência (os próprios religiosos fundamentam suas crenças em argumentos e desenvolvem teorias teológicas).

Isto aqui é o samba do crioulo doido.

Em primeiro lugar, religião e ciência só “se tornaram antagônicas” na cabeça de alguns religiosos fundamentalistas (e incluo aqui os adeptos da religiosidade atéia, como Dawkins, p.ex.). Ciência e Religião são perfeitamente compatíveis, como sempre o foram, e como qualquer pesquisa elementar sobre o assunto é capaz de mostrar.

Em segundo lugar, como já foi dito, é simplesmente falso que a religião tenha sido “a primeira expressão científica do ser humano”. Isto está errado, o objetivo da religião é outro, sempre foi. Enquanto os ateus continuarem tratando a religião sob este prisma desfocado, não terão a menor idéia do inimigo que se propõem a combater.

Em terceiro lugar, “teorias teológicas” não têm nada a ver com ciência, e não se faz a menor idéia de como isto veio parar aqui.

Mas é uma ciência que sobrevive apenas pela metafísica (uma forma de filosofia inteiramente subjetiva, baseada em especulações e pensamentos, não em observação analítica) e pelo fundamentalismo (a antítese moderna da razão).

Mais absurdos…

A religião não sobrevive “apenas” (!) pela metafísica, mas também pela filosofia em seu sentido mais amplo (da qual a metafísica é uma parte) e pela História. Estou, propositalmente, desconsiderando os fatores internos ao fenômeno religioso que o fazem sobreviver.

Depois, a (boa) filosofia em geral (e a metafísica em particular) é e sempre foi baseada na observação da realidade (tendo sido apenas a filosofia moderna quem rompeu com este princípio). “Metafísica”, aliás, foi um termo cunhado precisamente por Aristóteles e cujo estudo foi posto, em seus escritos, logo em seguida aos tomos que tratavam da física – e tendo esta por base, acrescente-se.

Ainda: não existe nenhum problema em tratar as coisas por meio de “especulações”. A menos, é claro, que se negue a capacidade da razão humana de atingir a verdade, pressuposto que no entanto faria toda a ciência experimental moderna cair por terra.

Ademais, a acusação de “fundamentalismo” é totamente gratuita.

A religião é o apêndice da ciência: foi útil para a humanidade em seus primeiros “passos”, mas se tornou, naturalmente, ultrapassada e inútil.

De novo: a religião tem objetivos diferentes da ciência. Enquanto esta se preocupa com os fenômenos naturais, aquela se preocupa com o transcendente e a sua relação com os homens. São dois campos de ação totalmente diferentes.

E a relação dos homens com Deus não se tornou, de modo algum, “ultrapassada e inútil”. Os homens continuam precisando se relacionar com Deus, hoje como nos primórdios da humanidade.

A recusa sistemática em tratar a religião da maneira como ela é – aliás, da maneira como ela se apresenta! – é típica do fundamentalismo irracional dos paladinos da nova religião atéia.

Ou, como diz Hitchens, “a religião é uma ciência que deu errado”.

Parafraseando (e corrigindo) Hitchens: o ateísmo, este sim, é uma religião que deu muito errado!

E #QuantosEuTeAmo…?

Amor de mãe é incondicional. Porque não depende daquilo que o filho tenha para oferecer. Não depende do que o filho possa vir a se tornar no futuro. Não depende dos dotes estéticos que o filho possua. Não depende de nada. Amor de mãe é incondicional porque simplesmente ama.

E todo filho é digno de ser amado. Não importam as limitações que ele porventura tenha. Não importam as deficiências que ele apresente. Não importa o tempo durante o qual ele esteja entre nós. Não existem vidas mais dignas do que outras. Porque toda vida é inviolável.

Muito já foi falado sobre este assunto. Talvez seja verdade que as palavras convencem, mas os exemplos arrastam. Eis, portanto, os exemplos. Em apenas três minutos. Quem pode dizer que não vale a pena…?

Se você acha que é válida a reflexão, passe-a adiante!

Porque o direito à vida é inalienável. | http://bit.ly/hgCmeP #QuantosEuTeAmo

Porque a intensidade é mais importante do que a duração. | http://bit.ly/hgCmeP #QuantosEuTeAmo

Porque até mesmo um curto espaço de tempo pode ser inesquecível. | http://bit.ly/hgCmeP #QuantosEuTeAmo

Porque quem é mãe, ama. | http://bit.ly/hgCmeP #QuantosEuTeAmo

#QuantosEuTeAmo são necessários para que uma vida mereça ser vivida? | http://bit.ly/hgCmeP

#QuantosEuTeAmo uma mãe pode dizer para um filho? | http://bit.ly/hgCmeP

#QuantosEuTeAmo podem ser ditos em quinze minutos? | http://bit.ly/hgCmeP

E #QuantosEuTeAmo valem a pena dizer… ? | http://bit.ly/hgCmeP

Que a Virgem Santíssima, Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira das Américas e dos nascituros, seja em nosso favor. Que Ela, que é Virgem e Mãe, nos ensine o valor de uma vida. Que Ela nos faça entender que os mais fracos devem ser protegidos, e não eliminados. Que Ela interceda pelo Brasil.

A atéia parede vazia

Os símbolos religiosos (nas repartições públicas inclusive) refletem a cultura de uma sociedade. E, queiram ou não queiram os ateus, não existe uma sociedade atéia natural. Nem nunca existiu, nem nunca é possível que exista, porque o elemento religioso é parte integrante da cultura humana.

O ateísmo é profundamente anti-natural, uma vez que o conhecimento de Deus pertence à natureza humana. Nas palavras de Santo Agostinho, “criastes-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração vive inquieto enquanto não repousa em Vós”. Nas palavras de São Paulo, “as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras” (Rm 1, 20). E, nas palavras do Primeiro Concílio do Vaticano, a Igreja “crê e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão humana, por meio das coisas criadas” (Vaticano I, Seção III, Cap. II).

É preciso um profundo ato de “fé” irracional para negar a existência de Deus e, deste modo, professar positivamente o ateísmo. Por isso, embora haja (e sempre tenha havido) ateus individuais, nunca foi possível haver uma civilização atéia. Aliás, “ateísmo” e “civilização” são termos contraditórios entre si, uma vez que uma civilização se constrói com base no reto conhecimento, e não na ignorância; sendo o ateísmo ignorância do Deus Verdadeiro, não pode subsistir enquanto elemento civilizatório. Vivemos (ainda) em tempos (relativamente) civilizados apesar do ateísmo, e jamais por causa dele.

Estranhamente, o ateísmo costuma padecer da mesma sanha proselitista cuja alegada presença, nas religiões, ele gosta de atacar. Por ser irracional, no entanto, o discurso ateu pretende impôr-se por meio da força e da agressão, e jamais pela razoabilidade dos argumentos. Exemplos não faltam. Basta olhar, p. ex., para o sr. Richard Dawkins: neste exemplo belíssimo de argumentação racional (seguido pelos estúpidos aplausos da plebe ignara), ou nesta (mais recente) fanfarronice estúpida do ano passado da qual até mesmo os ateus mais razoáveis devem se envergonhar. Como o ateísmo jamais terá poder de penetração real em todas as camadas da sociedade (ou sequer em uma parte considerável delas), resta-lhe a sanha doentia de fazer o maior estrago possível por meio da imposição, a toda a sociedade, das suas crenças absurdas.

Talvez um dos mais claros exemplos desta intolerância atéia seja a luta encarniçada, travada a ferro e a fogo, contra os símbolos religiosos nas repartições públicas daquilo que o ateu gosta de chamar de “estado laico”. Esquece-se, contudo, ou finge esquecer, que a laicidade se caracteriza precisamente pelo respeito a todos os credos, e não pela eliminação deles. Esquece-se, ou quer esquecer, que o ateísmo também pode, em certo sentido, ser encarado como uma religião – às avessas, mas ainda uma espécie de religião -, a qual não pode receber nenhum favorecimento estatal. Esquece-se, ou reza para esquecer (e para que as outras pessoas não percebam), que a parede vazia é também ela um símbolo de um credo: no caso de um anti-credo, do espaço que não pode ser ocupado por Deus, da crença que confina a religião à esfera privada, da intolerância que nega a Deus o direito à cidadania.

Ao contrário do que pretendem fazer acreditar os inimigos da religião, não há menos ideologia nas paredes vazias do que nos crucifixos pendurados. Em se tratando de algo tão inerente ao ser humano como o fenômeno religioso, não há neutralidade possível. A escolha necessariamente precisa ser entre a cultura tradicional de um povo e a irracional imposição dos descrentes. Ou o símbolo religioso, ou a parede atéia – e terceira opção não existe.

Deus nos tribunais europeus

Sexta-feira passada (18 de março, véspera do dia de São José) saiu o resultado do caso Lautsi. Por 15 votos contra 2, o Tribunal Europeu aprovou os crucifixos nas escolas públicas italianas. A Sala de Imprensa da Santa Sé saudou a decisão: “A nova sentença do Tribunal Europeu é bem-vinda também porque contribui efetivamente para restabelecer a confiança no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos por parte de muitos europeus, convictos e cientes do papel determinante dos valores cristãos em sua própria história, mas também na construção da unidade europeia e na sua cultura de direito e liberdade”.

Fico sem dúvidas feliz com a notícia, porque os direitos de Deus foram reconhecidos por um tribunal – e mais ainda por um tribunal europeu, da triste Europa que vem, a cada dia, esquecendo-se de suas raízes cristãs e caindo, como disse o Papa João Paulo II certa vez, em uma “apostasia silenciosa”. Mas fico também triste e apreensivo, porque chegou-se ao terrível ponto de Deus ser colocado no banco dos réus, e da instância inferior – a justiça humana – ser chamada para julgar a instância superior, o Deus Altíssimo.

O problema é de princípios. Os direitos de Deus não são passíveis de serem conferidos (ou, pior ainda, negados) por tribunais humanos, é lógico. Os direitos de Deus são para serem reconhecidos e exercidos. A partir do próprio momento em que alguém cogita a possibilidade de montar um tribunal humano para decidir se um crucifixo pode ou não ser exibido… a loucura já está plenamente instaurada, e a doença é já gravíssima. Claro que ficamos felizes com o veredito do tribunal europeu. Mas nos entristecemos por ter sido necessário que as coisas chegassem a este ponto.

Porque os direitos de Deus não podem depender dos caprichos dos tribunais humanos, mutáveis e inconstantes. Hoje, a justiça dos homens confere às escolas italianas o direito de ostentar crucifixos. Mas quem garante que amanhã isso continuará assim? Quem garante que, amanhã, não será um dos muitos inimigos de Deus a julgar a causa do Onipotente? E será que podemos simplesmente aceitar, sem mais, a mera possibilidade da iniqüidade assumir vestes de justiça?

Saudamos o bom senso do tribunal europeu, sem dúvidas! Mas negamos o princípio blasfemo de que Deus possa ser julgado pelos homens. Rejeitamos abertamente a pretensão absurda de que o menor tenha poderes sobre o Maior. E, enquanto o mundo enlouquece, nós fazemos questão de dizer, bem claro e bem alto, que Deus é Deus, fonte de toda autoridade, Juiz Supremo que a todos julga e que não é julgado por ninguém. Mesmo que, na insensatez moderna, pretendam levá-Lo a juízo. Nos Céus, o Altíssimo ri-Se deles.

Líder pro-aborto: “Não vamos recuperar o terreno perdido”

[Tradução (bem) livre do original publicado em “Notifam” no final do mês passado. Às vésperas do dia da vida (também aqui), é muito interessante conhecermos esta auto-crítica feita pelo movimento pró-aborto.]

WASHINGTON, Distrito de Colômbia – 28 de fevereiro de 2011 (Notifam). Frances Kissling, ex-presidente das “Católicas pelo Direito de Decidir” (Catholics for Choice) e uma importante figura dentro da comunidade pró-aborto, aconselhou ao movimento pró-aborto que não continue ignorando a humanidade do bebê concebido, antes que a onda popular pró-vida leve por água abaixo [tire por la borda] todas as leis pró-aborto.

Uma coluna de opinião escrita para o jornal “Correio de Washington” (The Washington Post) dos Estados Unidos da América [escrita por Kissling] tinha por título “Direito ao aborto sob ataque – enquanto os ativistas a favor da opção pelo aborto encontram-se aprisionados [atrapados] em outra dimensão do tempo”. Na citada coluna, Kissling disse que os argumentos pró-aborto sobre a “privacidade” da mulher estão perigosamente obsoletos.

“Nós dizemos que o aborto é uma decisão que se toma em privado, e que o Estado não tem poder sobre o corpo de uma mulher. É possível que estes argumentos tenham sido eficazes durante a década de 1970, mas hoje em dia não nos servem [mais]. A idéia de nos mantermos focados nele faz com que nos arrisquemos a perder todos os sucessos [logros] que alcançamos”, ela assinalou. “A marca ‘pró-aborto’ desgastou-se consideravelmente”.

A mentalidade pró-aborto, advertiu Kissling, está-se vendo, mais e mais, como uma mentalidade cruel e indiferente quando comparada com a cultura pró-vida. “Já não podemos fingir que o feto é invisível”, ela disse. “Temos que pôr um fim à ficção de que o aborto às 26 semanas de gestão não se diferencia do aborto às seis semanas de gestação. O feto é mais visível naquele momento, mais do que antes. O movimento pró-aborto precisa aceitar sua existência e seu valor”.

“É possível que o mesmo não tenha um direito à vida, e que seu valor não seja igual ao de uma mulher grávida. Sem embargo, o ato de terminar com a vida do feto não é um evento de pouco significado moral”.

Kissling disse que a opinião popular tende a reconhecer a obrigação de proteger a vida do bebê concebido, [ainda] mais quando [ele] cresceu o suficiente para poder sobreviver fora do ventre materno – sendo [este] um fato que os defensores [proponentes] do aborto ignoram por sua conta e risco. “O aborto não é somente um assunto médico. E, nesta alegação, está presente uma crueza não intencionada”, ela disse.

Ela disse [também] que uma parte importante da nova estratégia é não ser demasiado ambicioso. “Desafortunadamente, não vamos recuperar o terreno perdido”. Portanto, os defensores pró-aborto devem, “de modo claro e firme, rechaçar os abortos passada a viabilidade [rechazar los abortos pasada la viabilidad][!! o termo parece se referir à “viabilidade legal” de se praticar um aborto nos EUA (NT)], exceto em casos extremos”. Segundo Kissling, estes devem incluir os abortos eugênicos de crianças incapacitadas, ou quando a gravidez “ameaça seriamente” a saúde da mulher, de modo a agravar sua “condição médica ou psiquiátrica”.

Kissling exortou seus colegas a que deixem um pouco de lado [relajen su agarre] o conceito de aborto por demanda.

“Alguns de meus colegas no movimento a favor do direito ao aborto resistem a que haja sequer uma pequena mudança nos abortos durante os três primeiros meses, temendo que um compromisso [aqui] seja sinal de debilidade”, ela assinalou. “Se o movimento pró-aborto não muda, o controle da política pública sobre o aborto permanecerá nas mãos daqueles que o querem penalizar”.

Kissling também fez um chamando para que se regulamentem os abortos tardios, a fim de assegurar que haja razões adequadas para obtê-los. Também advogou a favor de umas normas de observância mais estritas para as clínicas de aborto. “Devemos também trabalhar para que as clínicas de aborto cumpram com as normas necessárias. Não é questão de proibir o acesso às mesmas, mas sim de assegurar que estejam presentes as devidas medidas de proteção”.

No mês passado, a indústria do aborto foi objeto de uma atenção indesejada, quando foi preso o aborteiro Kermit Gosnell na cidade de Philadelphia, nos Estados Unidos, junto com alguns dos seus empregados sem licença. A eles foram imputadas acusações pelo assassinato de uma cliente e de várias crianças recém-nascidas. Foi informado que Gosnell provocava o nascimento dos bebês concebidos, passada sua viabilidade [(NT) de novo, aparentemente, isto significa “passada a possibilidade do aborto (dito) legal”, pelo fato da gravidez já estar avançada], e então lhes cortava as medulas espinhais.

Quando a polícia entrou no edifício, deparou-se com uma cena de sujeira por todos os lados, de pisos ensangüentados, de mulheres parcialmente conscientes e gemendo, colocadas sobre móveis sujos, e de restos desmembrados de crianças concebidas, abarrotados no congelador que ficava no piso de baixo e em outros cantos da clínica.

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Cobertura relacionada de Notifam:

Líder pro-vida: Tratar a los niños no nacidos como no-personas es clave para la agenda de Paternidad Planificada

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Abortero brutalmente asesinó cientos de recién nacidos vivos: empleada de la clínica

“Montones” de víctimas de la abortista “Casa del Horror” hablan de abortos forzados, de lesiones para toda la vida

Outros links:

Un análisis sobre la organización Católicas por el Derecho a Decidir – Vida Humana Internacional

No rechazaremos el aborto hasta que no lo veamos cara a cara – Sacerdotes por la Vida (advertencia: en esta página cibernética se puede acceder a unas fotos de abortos realizados durante los nueve meses de embarazo)

Versão do original em inglês:

http://www.lifesitenews.com/news/top-pro-abort-were-not-going-to-regain-the-ground-we-have-lost

Dois investigadores à caça de falsos milagres nos arquivos vaticanos: fracasso absoluto

[Ofereço tradução livre de interessante artigo divulgado originalmente no Religión y Libertad. Vale a leitura.]

Dois investigadores à caça de falsos milagres nos arquivos vaticanos: fracasso absoluto

É o sonho de todo ateu ou cético: demonstrar que o que ontem a medicina não podia explicar, hoje já pode. Contudo, não.

[Religión en Libertad] A cada ano, a Sagrada Congregação para as Causas dos Santos oferece um curso (Studium) de dois meses no Vaticano para formar postuladores de causas de beatificação e canonização, [aberto inclusive] a todas as pessoas que tomam parte neste tipo de processos.

Este ano [o curso] ocorreu entre janeiro e março, e concluiu-se na sexta-feira passada [11 de março de 2011], com uma assistência de oitenta alunos de doze países: leigos, sacerdotes, religiosas e advogados civis e canônicos receberam formação naquilo que, nas palavras do secretário da Congregação e professor do curso, é «um processo judicial que deve seguir um procedimento estrito, porque uma pessoa que é beatificada – e ainda mais se é canonizada – converte-se em um “bem público” para a Igreja». As formalidades jurídicas que aprendem os participantes do curso «não são simples formalidades, mas garantem ao máximo [aportan las máximas garantías] a seriedade do processo».

E uma parte fundamental [do processo] são os milagres, requisito para todas as causas (à exceção das dos mártires), e que em sua esmagadora [abrumadora] maioria consistem em curas inexplicáveis.

Neste sentido Patrizio Polisca, presidente da comissão médica da Congregação e médico pessoal do Papa, revelou um fato de grande importância. Após explicar que os cientistas que participam dos processos não julgam sobre milagres, «porque um milagre é um juízo teológico», mas que se limitam a afirmar, se procede, que um fato «não tem explicação natural», o doutor Polisca contou que dois investigadores recentemente estiveram estudando a fundo os arquivos da Congregação.

Tratava-se de desenterrar [desempolvar] casos antigos que os médicos de seus tempos haviam considerados inexplicáveis, e que haviam servido para beatificar ou canonizar alguma pessoa, para averiguar se, no estado atual da medicina, estes casos teriam encontrado [alguma] explicação. A conclusão foi clara: «não se encontrou nenhum caso que, em outros tempos, foi considerado inexplicável e que tenha, hoje, uma explicação médica».

Uma prova a posteriori do rigor com o qual a Igreja trata estes casos. De fato, sublinhou monsenhor Bartolucci, para a cura de casos de câncer a Congregação exige um mínimo de dez anos sem recaídas para começar a estudar seu suposto caráter milagroso, prazo que se estende ainda mais para o caso de tumores cerebrais.

De fato, as normas seguidas [nestes casos] não mudaram desde que foram estabelecidas por Bento XIV em 1734: a enfermidade tem que ser grave, não deve estar catalogada entre aquelas que se curam espontaneamente, a cura não pode ser atribuída a tratamento algum e deve ser completa e duradoura.

Os avanços da Medicina nestes três séculos não permitiram desmentir nenhum dos juízos emitidos desde 1734.