Dois avisos urgentes

Primeiro: amanhã (09/11), na Universidade de Brasília, haverá um debate sobre o Estatuto do Nascituro com a Dra. Lenise Garcia, presidente do Movimento Brasil Sem Aborto. O evento é aberto e todos estão convidados. Os detalhes são os seguintes:

O Estatuto do Nascituro
(PL 478/07)

O que diz, e qual a importância da sua aprovação?

Palestrante: Profa. Dra. Lenise Garcia (IB/UnB)

Data: 09/11/2011 (quarta-feira)
Horário: 12h30
Local: Sala AT 141 – ICC/Sul
(Antigo auditório do IB – Instituto de Biologia)

Quem estiver em Brasília não pode perder!

* * *

Segundo: hoje (08/11) começam os 30 dias de preparação para a Consagração Total à Virgem Santíssima que ocorrerá na próxima festa da Imaculada Conceição. Os detalhes podem ser encontrados no Consagra-Te!:

Seguindo os passos do Beato João Paulo II, chegamos agora ao auge da nossa “II Campanha Nacional de Consagrações a Virgem Maria”, e centenas de pessoas, espalhadas em grupos por todo o Brasil, se preparam para fazer ou renovar a sua Consagração Total a nossa Mãe Santíssima, pelo método de São Luis Montfort, no dia 08 de Dezembro de 2011 (Solenidade da Imaculada Conceição)!

Vejam lá as orações e as recomendações da campanha. Não percam a chance de fazer esta consagração tão importante, à qual o Inferno tem tanto ódio e que é tão necessária nos dias que correm. Façam-se escravos de Jesus Cristo, escravos da Virgem Imaculada! As graças virão em abundância. E isto concorrerá maravilhosamente para a maior glória de Deus e a salvação das almas.

Impressões do Congresso pró-vida

Eu acho que histórico é a melhor palavra para descrever o II Congresso Internacional pela Verdade e pela Vida. O evento (cuja “parte leiga” ocorreu nos últimos dias 05 e 06 de novembro, à qual estive presente) superou todas as minhas expectativas. Uma estrutura de primeira e uma minuciosa organização proporcionando um encontro de gigantes: foi portentoso.

O Prof. Hermes Rodrigues e o Coronel Paes de Lira apresentavam os palestrantes. O pe. Shenan Boquet, presidente da Human Life International, expunha o território inimigo e mostrava-nos, em linhas gerais, os fronts nos quais ocorre a guerra. Veteranos experientes – como o Matthew Hoffman, do LifeSiteNews.com, ou o Mario Rojas, diretor da seção latino-americana da HLI, ou o dr. Piero Tozzi, advogado do Alliance Defense Fund – contavam as suas valiosas histórias de combate. Combatentes desta terra de Santa Cruz – como o bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini – eram publicamente condecorados. Outros – como o pe. Lodi – compartilhavam a sua experiência bélica. Os agentes da contra-inteligência expunham as táticas do inimigo: o Mons. Sanahuja denunciava a tentativa de dominação global do Religions for Peace, enquanto o Dr. Jorge Scala desmascarava com maestria os ideólogos de gênero e o pe. Paulo Ricardo punha a descoberto a eficaz tática do marxismo cultural para esvaziar a Fé Católica. O pe. Juan Carlos Aguilar colocava o nosso combate na perspectiva espiritual que é necessária, e o eloqüente Raymond de Souza traçava a nossa estratégia em três pontos: rezar, estudar e agir.

Rezar, porque não é meramente contra homens de carne e osso que combatemos e temos a certeza de que (como eu pus desde o início na coluna lateral do Deus lo Vult!) se o Senhor não guarda a cidade em vão vigiam as sentinelas. Rezar, porque esta é a alma de todo apostolado e, sem oração, todo o resto é vão e infrutífero.

Estudar, porque a crise pela qual atravessa a Igreja hoje é uma crise de Fé e, como nos disse o primeiro Papa, devemos estar sempre prontos para responder aos que nos pedem a razão de nossa esperança. Estudar, para entendermos a posição na qual nos encontramos e conhecermos as nossas reais possibilidades de ação.

E, por fim, agir, porque a vida cristã – como nos diziam as paredes do Mosteiro de São Bento onde estávamos – é feita de ora et labora, de rezar como se dependesse somente de Deus e trabalhar como se dependesse somente de nós. Agir, porque os canhões já ribombam ao nosso redor e já nos encontramos em meio à guerra encarniçada que Satanás trava contra os filhos da Virgem Santíssima. Agir, porque a isto o Senhor dos Exércitos nos chama, a isto somos vocacionados e, quanto a isto, podemos e devemos responder que Deus o quer.

Nós, congressistas, colhíamos com atenção cada palavra. Ficávamos entusiasmados com aquela santa confluência de combatentes calejados unidos a jovens aspirantes querendo fazer valer a sua condição de membros da Igreja Militante. E saímos de lá com um desejo que era também ao mesmo tempo um propósito: consumir as nossas vidas por esta causa, que é a mais nobre de todas as causas por ser a causa do Deus Altíssimo.

Aproveitamos cada momento. Das palestras aos corredores, das mesas de autógrafos aos coffee-breaks, das noites em nossos aposentos à Santa Missa celebrada quase ao raiar do dia, das pizzarias às padarias, da chegada à partida. E vivíamos esta sensação que bem pode ser descrita como que uma manifestação sensível da comunhão dos santos, uma sensação de que não estávamos sozinhos e podíamos salvar o mundo porque estamos juntos, somos muitos e Deus está a nosso favor, e (ainda que nem sempre o percebamos!) marchamos sob o estandarte da Virgem Santíssima – que é Auxilium Christianorum e tem experiência em batalhas suficiente para nos dar a vitória também desta vez.

Encontro de gigantes! Atrás: Gabriel Leão, Edson de Oliveira, Prof. Ivanaldo Santos, Juliana Lima, Antonio Amoedo, Pe. Paulo Ricardo, Jorge Ferraz, Matheus Cajaíba, Gustavo Souza, Frederico Viotti e Wagner Moura. Na Frente: Ari Ferreira, Luiz Fernando Favaro, Rafael Volpato, Fabrício Lombardi, Luís Guilherme Pereira e Zezé.

Sim, repito: histórico! Peçamos a Deus que os santos desejos inflamados neste congresso não esmoreçam. Que nos empenhemos sinceramente em rezar, estudar e agir, a fim de que os frutos deste II Congresso Internacional pela Verdade e pela Vida possam aparecer o quanto antes. Ad majorem Dei gloriam. Pelo bem das almas. Para o nosso próprio bem.

P.S.: Ver também n’O Possível e o Extraordinário: Rezar, estudar e agir em defesa da vida.

Aviso

Viajo dentro (muito!) em breve para São Paulo, a fim de participar do Congresso pró-vida da Human Life International deste fim de semana. Não tenho certeza de como estará o meu acesso à internet durante o evento; vou me esforçar para manter as atualizações em dia. Volto na segunda-feira. Até lá, unamo-nos em oração.

Volto a dizer que o congresso pode ser acompanhado pela internet aqui. O evento está muito bem feito, com bons temas e excelentes palestrantes. Não percam esta oportunidade.

Sobre hereges, cismáticos, batismos e vínculos com a Igreja

Do Vaticano II:

“Pois [os] que crêem em Cristo e foram devidamente baptizados, estão numa certa comunhão, embora não perfeita, com a Igreja católica” (Unitatis Redintegratio, 3).

Do Ludwig Ott:

“Como el carácter bautismal, que obra la incorporación a la Iglesia, es indestructible, el bautizado, por más que cese de ser miembro de la Iglesia, no queda completamente fuera de ella de suerte que quede roto todo vínculo con la misma” (OTT, Ludwig; Manual de Teologia Dogmática, p. 467. Ed. Herder, Barcelona, 1966).

Qualquer semelhança não é mera coincidência. Fica – mais uma vez – a dúvida: se há o sentido ortodoxo, o que justifica interpretar o texto no sentido heterodoxo?

Arcebispo condenado a pagar indenização milionária

Vejam esta matéria. Ela contém a íntegra de uma carta de Dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre, a respeito de uma condenação judicial sofrida por ele e que o obriga a pagar quase um milhão de reais a título de indenização para «uma família de São João da Boa Vista, em São Paulo, por danos morais». E esta indenização milionária não é por conta de supostos abusos sexuais cometidos ou acobertados, nem por uma campanha massiva de difamação perpetrada por Sua Excelência, nem nada do tipo. Nas palavras do arcebispo:

Eis o fato: Na década de 90, no Município de Mogi Guaçu, SP, concluiu-se um clamoroso processo judiciário que, por razões que chamei de falta de lisura, demorou mais de 10 anos. Sob ameaça de intervenção, foi decretada uma indenização milionária, dez vezes acima do real.

Diante da calamidade pública, alguns cidadãos recorreram a mim, como Bispo da região. – Lembre-se o provérbio que, diante de problemas insolúveis, se manda queixar-se ao Bispo – Trouxeram-me o volumoso processo, que li estarrecido. Escrevi, em conseqüência, diversos artigos, fazendo ponderações em defesa do Município. Não agi em causa própria. Em reconhecimento o Município outorgou-me, solenemente, o título de Cidadão. A sociedade aplaudiu minha intervenção. A família envolvida, porém, me entregou pessoalmente, na Igreja da Imaculada, uma carta, declarando-se atingida, mesmo que não a tivesse nomeado. Respondi, em carta particular, reconhecendo ser justo reivindicar o que de direito, mas não dez vezes mais. Tinha em mãos o relatório das dificuldades das negociações. Adverti que seus advogados, com suas invectivas, “não me deixavam a impressão de lisura”. Por esta expressão, nesta carta não publicada, sou condenado a pagar R$ 940.000,00, a título de danos morais. É justo?

Ou seja: aparentemente não é só xingar muito no Twitter que está com os dias contados. Ao que parece, não se pode mais nem lançar em privado dúvidas sobre a lisura de advogados, sob pena de se receber condenações milionárias.

O Arcebispo é taxativo: «Se me quiserem prender – conforme o Advogado querelante há 14 anos preconizava, – estou às ordens. Só assim o mundo saberá quanto nosso Judiciário é corrupto e arbitrário.» Não creio que o assunto vá tão longe. Mas só o fato de existir uma decisão dessas já revela, de per si, o nível do nosso Judiciário. Que Deus nos proteja.

Começa hoje – II Congresso pela Verdade e pela Vida!

Começou hoje em São Paulo – no Mosteiro de São Bento – o II Congresso Internacional pela Verdade e pela Vida. Dividido entre dois “públicos”, hoje e amanhã o evento será voltado para seminaristas e sacerdotes. Sábado e domingo, para leigos.

Repito o convite que já foi feito aqui: vamos a São Paulo! Participar do congresso, encontrar as pessoas que, conosco, estão no front cibernético da defesa da vida e da família e receber informações que nos permitam exercer mais eficazmente este encargo (tão importante que o nosso parco empenho nele nos faz estremecer…) que tomamos sobre os nossos ombros. O combate se impera, e Deus o quer.

Para os que não puderem estar presentes, o Congresso será transmitido ao vivo pela internet. Não há, portanto, desculpas para perder.

Conferências: Redes Sociais e Anencefalia

Dando continuidade à série de videoconferências promovidas pelo II Congresso Internacional pela Verdade e pela Vida (a outra foi sobre morte encefálica), hoje às 21:00 (horário de Brasília) a procuradora-geral de Justiça do Maranhão, dra. Fátima Travassos, abordará a questão do aborto de anencéfalos que, como sabemos, deve ter a sua constitucionalidade julgada em breve pelo Supremo Tribunal Federal. Quem nos informa é o Setor Juventude da CNBB (cliquem na imagem para acessá-lo).

A notícia pode ser também encontrada em ACI Digital: «“O Brasil é signatário do Pacto de São José da Costa Rica que afasta a aplicação de qualquer dispositivo que venha a negar a personalidade do nascituro. É preciso que isso seja compreendido: os fetos anencefálicos não são descartáveis”, diz a procuradora-geral de Justiça do Maranhão, Fátima Travassos, que falará, pela primeira vez, sobre a Argüição de Descumprimento do Preceito Fundamental nº 54 – que pode vir a legalizar o aborto de anencéfalos -, durante a videoconferência para a qual foi convidada».

Para assistir, basta clicar aqui. Haverá também uma apresentação sobre redes sociais, feita pela jornalista catarinense Fabíola Goulart e transmitida às 20h (horário de Brasília) no mesmo canal. Em resumo:

O quê? Videoconferências II Congresso Internacional pela Verdade e pela Vida
Quando? Hoje, terça-feira, 1 de novembro
Temas? “Redes sociais pela Verdade e pela Vida”, apresentação da jornalista Fabíola Goulart, às 20h. “Anencefalia e Direito à Vida”, apresentação da procuradora-geral de Justiça do Maranhão, Fátima Travassos, às 21h.
Onde? Aqui.

O valor das entrelinhas

Encontra-se por vezes mais eloqüência nas entrelinhas do que nos grandes discursos. Aceitar esta premissa é diferente de abraçar uma visão esotérica do mundo (ou – o que é bem parecido – de teoria da conspiração), onde o sentido verdadeiro das coisas seria contrário à sua “versão oficial” (ou, pior ainda, ao seu sentido público) e estaria escondido sob pequenas “pistas” (ou atos falhos) invisíveis ao espectador médio porém perceptíveis aos mais iluminados (ou perspicazes).

Não defendemos tal coisa. Dizemos que as entrelinhas e os gestos têm significado, por certo. Em se tratando da Igreja Católica, contudo, quem quer permanecer católico não deve sustentar que estes tenham um significado contrário à Doutrina Católica. E, se é verdade que por vezes as entrelinhas pesam mais do que as linhas, aquelas nunca poderão desdizer estas.

Vamos às entrelinhas. Falava-se recentemente aqui no blog sobre a Mortalium Animos de Pio XI. Embora eu já tivesse falado sobre o assunto aqui e aqui, ia voltar a dizer hoje que a questão, esquematicamente, é bastante simples:

1. hereges e cismáticos, historicamente (mais precisamente, no início do século XX) passaram a desejar uma unidade visível entre si;

2. este desejo de unidade visível é em si bom;

3. historicamente, tal desejo foi buscado concretamente por meio de associações entre diversas seitas, totalmente descompromissadas com a verdade objetiva;

4. como era óbvio, a desejada unidade visível nunca se concretizou por estes meios;

5. como era igualmente óbvio, a Igreja fulminou este entendimento irenista de “unidade” sem Verdade (em particular, na Mortalium Animos);

6. historicamente, a Igreja ofereceu a Sua resposta a este desejo de unidade dos hereges e cismáticos;

7. como é óbvio, esta proposta da Igreja é e sempre foi que eles encontrem a unidade cum Petro et sub Petro;

8. historicamente, embora signifiquem coisas diversas (e até contraditórias), as coisas expostas em 3. e em 6. acima foram chamadas pelo nome de “Ecumenismo”;

9. por conta disso, houve historicamente falsificadores da Doutrina Católica que, de boa ou má fé, confundiram os dois conceitos e disseram a) ou que o “ecumenismo herético” (ponto 3.) é na verdade uma coisa boa e a Igreja, após o perceber, reviu a Sua opinião; b) ou que a Igreja passou a ensinar o “ecumenismo herético” e, por conta disso, deixou de ser Igreja (ou o Concílio deixou de ser Concílio, ou o Magistério deixou de ser Magistério, ou a teoria que se deseje colocar aqui);

10. com a confusão que perdura até os dias de hoje, fica por vezes difícil distinguir entre o “ecumenismo herético” e o legítimo ecumenismo católico (pontos 6. e 7.).

Posto o esquema, volto às entrelinhas. Lembro-me de que muitas das “provas” dos esotéricos ou teóricos da conspiração baseia-se no “silêncio” com o qual a Igreja trata os textos dos Papas anteriores ao Concílio do Vaticano II. Em particular, a encíclica Mortalium Animos não se encontrava online em português, existindo na internet somente em sites como a Montfort ou disponíveis em versões não-oficiais de sites de compartilhamento de arquivos.

Pois bem: a Mortalium Animos está disponível em português no site do Vaticano. E esta tradução é recente, pois eu próprio me recordo de que até há bem pouco tempo atrás não era possível encontrá-la. Há, portanto, esforços da Santa Sé no sentido de tornar acessíveis aos católicos documentos do início do século XX que, até bem pouco tempo atrás, não estavam disponíveis (ao menos não em todos os principais idiomas). E, se isto está sendo feito, é porque estes documentos permanecem válidos, são importantes e devem ser conhecidos. Esta é uma excelente resposta aos que diziam ter a Igreja mudado a Sua Doutrina. É uma ótima forma de afirmar a continuidade do ensinamento da Igreja.

Aliás, de todas as encíclicas de Pio XI, apenas cinco estão atualmente traduzidas para o português: a Divini Illius Magistri (31 de dezembro de 1929), a Divini Redemptoris (19 de março de 1937), a Mortalium Animos (6 de janeiro de 1928), a Quadragesimo Anno (15 de maio de 1931), e a Vigilanti cura (29 de junho de 1936). E estas não são “as cinco mais antigas” ou “as cinco mais novas”, nem “as cinco na ordem em que aparecem no site do Vaticano” e nem nada do tipo: o que nos permite acreditar que os primeiros documentos que estão sendo traduzidos são os mais relevantes para os tempos atuais (ou, no mínimo, que certamente são aplicáveis aos tempos atuais). E estas cinco encíclicas tratam respectivamente sobre a educação cristã da juventude, sobre o comunismo ateu, sobre a verdadeira unidade de religião, sobre a restauração e aperfeiçoamento da ordem social (no aniversário da Rerum Novarum) e sobre cultura e meios de comunicação em massa (especificamente o cinema). Nada surpreendentemente, temas que muitos (mesmo católicos!) insistem em considerar “ultrapassados” – e, não obstante, nós católicos que desejamos ser fiéis sempre insistimos em dizer que eram válidos e aplicáveis aos dias correntes.

Volto ao que eu dizia no começo: para os católicos, não vale dizer que a Igreja “diz uma coisa e faz outra” ou que Ela passa “ensinamento tácito” (contrário ao que se dizia antigamente) por meio das coisas que cala. Atualmente (e à primeira vista), o “ecumenismo” está tanto condenado quanto promovido no site do Vaticano. Os inimigos da Igreja – e somente estes – podem dizer que Ela é contraditória. Os católicos fiéis, contudo, bem como os honestos intelectualmente, devem se perguntar se Ela não está falando de coisas distintas nos dois documentos. Devem conceder-Lhe ao menos o benefício da dúvida.

Um programa, um objetivo, um fim almejado

Esta foto está também no Fratres in Unum; encontrei-a aqui, onde tem algumas outras fotos do encontro de Assis (em particular esta aqui, que retrata a mesma situação e mostra o altar que está defronte ao Papa).

Trata-se do Vigário de Cristo junto com alguns líderes religiosos (não sei dizer se estavam aqui todos presentes) ao fim do encontro, na cripta de São Francisco, rezando diante do Santíssimo Sacramento.

O senhor de púrpura à esquerda da foto é o Dr. Rowan Williams, chefe da Igreja anglicana, prostrado de joelhos diante de Cristo Eucarístico. Ecumenismo de verdade é isso aí! É claro que, provavelmente, os diversos líderes religiosos aí presentes estão fazendo somente bom-mocismo diante do Rei dos Reis; mas a foto tem a força de um programa, de um objetivo a ser buscado, de um fim almejado pelo qual vale a pena trabalhar. Sim, queremos todos os homens reunidos, mas os queremos assim: reunidos aos pés de Cristo! E, como o estar sob o sol queima a pele ainda que não se atente para isso, oxalá o colocar-se diante do Sol da Justiça possa conceder algumas graças para estes homens que estão diante de Cristo e ao lado do Seu vigário – ainda que não o saibam.

Hoje celebramos o que já não existe

image

Hoje, no calendário antigo, celebra-se a festa de Cristo Rei. Tenho a impressão de que os modernos católicos pouco ou nada sabem sobre o significado do dia de hoje; afinal, para quê serve esta festa? Por exemplo, a Páscoa existe para testemunhar ao mundo que Cristo ressuscitou, e Corpus Christi foi instituído para combater os que negavam a presença real de Nosso Senhor na Eucaristia. E quanto à solenidade de Cristo Rei?

Causar-nos-ia espanto sabermos que o dia de hoje existe precisamente para combater o Laicismo, e foi instituído para testemunhar o poder (também temporal!) d’Aquele a Quem todo poder foi dado nos Céus e na Terra? Surpreender-nos-ia descobrirmos que a solenidade hoje celebrada é para dizer aos católicos e ao mundo que Cristo-Homem é Rei em sentido próprio, tanto dos indivíduos quanto das sociedades?

Hoje celebramos o que já nāo existe, mas deve existir: os povos e as nações devem submeter-se ao senhorio de Cristo! Digo melhor: hoje celebramos o que sem dúvidas existe (afinal, Cristo é Rei), mas as pessoas agem como se não existisse. A festa de hoje não foi eliminada e nem ressignificada: seria, portanto, um grave engano supormos que aquilo ensinado por Pio XI não seja mais aplicável aos nossos dias. Ora, é claro que é aplicável: tanto porque a festa continua a ser celebrada quanto porque hoje – mais do que nunca! – o senhorio de Cristo é negado por tantos, na teoria e na prática. Devemos, portanto, celebrar o reinado de Cristo, testemunhá-lo ousadamente neste mundo que lhe é tão hostil.

Cristo não reina nos corações e nem nas sociedades. É por conta dos nossos pecados. Se o mundo não sabe que Cristo é Rei, é também porque nós celebramos mal o dia de hoje: revertamos este triste quadro! Que os católicos defendam abertamente o reinado de Cristo. Que combatam as impiedades modernas contra as quais foi instituída a festa de hoje. Que encham as igrejas para cantar, com júbilo, o Christus Vincit, Christus Regnat, Christus Imperat solene. Que Ele nos ouça. Que reclame o que é Seu. Vinde, Senhor, não tardeis.