Interessante e muito oportuno este artigo do pe. Anderson Alves sobre filhos e sua educação. Destaco apenas um trecho, que ilustra bem a suprema incoerência dos “valores” atualmente pregados, que se nos apresentam “evoluídos” (isto quando não se pretendem auto-evidentes!) e com base nos quais querem que a sociedade seja regida:
S. Freud, na sua época, sonhava o dia em que fosse separada a geração dos filhos da estrutura familiar, algo que a partir de 68 vem se tornando frequente. Desde então, procura-se incutir nos jovens a idéia de que os filhos são um obstáculo, algo que tolhe a liberdade, a autonomia e que impede a realização pessoal. Os filhos passam a ser considerados como uma ameaça e a gravidez como uma espécie de doença, que deve ser evitada a todo custo. E às pessoas que não são tão jovens, transmete-se a ideia de que os filhos são um “direito”. Desse modo, os filhos passam a ser considerados ou como uma “ameaça” ou como um “direito”, não mais como um dom.
Parece bastante óbvio que a desagregação das famílias vai se seguir ao império de valores tão criminosamente relativistas (e errados tanto num extremo quanto no outro). E é ao inexorável desenrolar deste processo que nós estamos assistindo atônitos, muitas vezes até nos perguntando onde foi que erramos. Como costuma acontecer, os erros são de base: corrigi-los sempre dá muito trabalho, mas precisa ser feito, quando menos por uma questão de sobrevivência, porque uma sociedade não pode subsistir se é solapada em suas bases mais fundamentais.