Com a devida vênia, não gosto da expressão “Papa emérito” e imagino que não a devamos empregar para se referir a Bento XVI. Ao contrário, penso que “Bispo Emérito de Roma” é suficientemente descritivo e deve ser preferido àquela.
A razão é simples: “Papa Emérito” me parece uma imprecisão terminológica. O adjetivo “emérito” implica em conceder ao que o detém algumas características ou privilégios do substantivo ao qual ele se refere. Um “bispo emérito” continua sendo bispo, e aqui a expressão se justifica; um “Papa emérito” não é Papa sob nenhuma circunstância, e aqui chamá-lo assim induz ao erro.
Logo após a renúncia de Bento XVI ter sido anunciada, ZENIT publicou uma interessante reportagem do [padre?] Manuel Jesus Arroba, dizendo que um Papa Emérito não podia existir. A justificativa dada pelo professor de Direito Canônico da Lateranense é esta: «Juridicamente só existe um Papa. Um “papa emérito” não pode existir: o cargo ocupado por ele é supremo, ou seja o mais alto em responsabilidade». Poucos dias depois, o anúncio de que Bento XVI seria Papa Emérito pegou a todos de surpresa e – alguém poderia dizer – fez o professor da Lateranense morder a língua. Eu penso que não.
Porque o sentido em que se pode chamar Bento XVI de “Papa Emérito” é um sentido todo particular, sui generis, e justamente por isso eu penso que ele deveria ser evitado. Dizer “Emérito” a Sua Santidade é dizer, simplesmente, que ele fora Papa e agora já não é mais; ao contrário dos outros casos, aqui não cabe falar em nenhum privilégio próprio do ministério petrino que Bento XVI tenha mantido após renunciar. O Papado não é como o Sacramento da Ordem, que imprime caráter indelével na alma de quem o recebe: um bispo validamente ordenado nunca deixa de ser bispo, mas um Papa validamente eleito pode deixar de ser Papa caso renuncie. Os dois casos não são nem minimamente análogos e, portanto, chamar a um e a outro de “emérito” é insinuar um paralelismo totalmente descabido.
Parece que João Paulo II teria dito não haver “lugar na Igreja para um papa emérito”, e penso que ele tinha razão. Não sei quem determinou que Bento XVI fosse chamado de “Papa Emérito”; e quando a notícia saiu eu pensei simplesmente em ignorá-la. No entanto, tenho visto da semana passada pra cá muitos usos da expressão, o que – pelas razões que expus acima – pode confundir. Assim, convido a todos a usarem outra forma de se referir àquele que foi Papa e ainda está vivo: simplesmente “Bento XVI” ou mesmo “o bispo emérito de Roma, Bento XVI”. A expressão é um pouco mais longa, mas é mais rigorosa e mais precisa – e por isso vale a pena usá-la.
Caro articulista, não existe a figura de “bispo emérito”. Existe, sim, bispo emérito de tal ou tal outra diocese. O bispo continua sendo bispo da Igreja católica, mesmo após renunciar à sua diocese. Portanto, não vejo como erro chamar Bento XVI de “papa emérito”. “Emérito” aqui diz suficientemente que já não o é mais em exercício, mas o foi um dia, assim como um bispo emérito de X já não é bispo de X, mas o foi um dia, embora continue sendo bispo da Igreja católica.
E o mais importante. A expressão papa emerito abre a possibilidade para o inicio de um pontificado de periodo determinado e não maisa vitalicio. Se há a possbilidade de um papa emrito porque não poderia haver outros? Sem dúvida a concessão do titulo foi infeliz e traz muita confusão. A Igreja nunca poderá ter dois papas vivos nem mesmo emerito. E Bento XVI só deveria ser chamado de Bento XVI depois de morto. Em quanto vivo como papa que rencunciou deveria ser chamado Cardeal Ratzinguer.
Quem decidiu assim chamar-se foi o próprio Bento XVI, que deve entender alguma coisa de teologia e direito canônico… Afora o fato de que o papa emérito consultou peritos antes de tomar sua decisão.
O comentário do Gaudium de veritate tocou no ponto certo: emérito se refere àquele que se aposenta, mas ainda mantém as honras inerentes ao cargo, no caso do papa, vestir-se de branco e manter o nome pontifício, por exemplo. Não exerce mais o múnus petrino, mas já o exerceu um dia. É esse o significado do emérito após “papa”.
Emérito não possui nenhuma relação com o sacramento da ordem, como vc mesmo pareceu indicar em seu texto, mas é relacionado ao posto ocupado por determinada pessoa.
Bispo emérito recebe esse título em relação à última diocese que dirigiu, não importando de quantas dioceses tenha sido titular no decorrer do episcopado, assim como os prefeitos da Cúria Romana, ao terem seu pedido de renúncia aceito passam a ser ‘prefeito emérito’.
Sem querer, de modo algum, ser grosseiro, o que você gosta ou pensa sobre como Bento XVI deve ser chamado é irrelevante: ele decidiu que será chamado de Papa emérito e Romano Pontífice emérito e assim é como oficialmente constará no Anuário Pontifício daqui em diante.
Chamá-lo de bispo emérito de Roma é referir-se a uma figura que simplesmente não existe na hierarquia da Igreja, e eu espero, de coração, que vc não o chame assim nos seus textos.
Henriqueross,
Eu não sei se “foi o próprio Bento XVI” quem cunhou a expressão “Papa Emérito” e, ainda que tenha sido, é completamente irrelevante. As razões das minhas reticências com a expressão constam neste texto, e elas independem de quem a tenha inventado.
A confusão gerada com este inusitado título está bem expressa no teu próprio comentário (grifo meu):
Como assim, “por exemplo”? Quer dizer que há (ou pode haver) outras “honras inerentes ao cargo” que Bento XVI mantém? Que honras são essas? Onde está a lista exaustiva delas, para que a gente saiba com clareza o quê, exatamente, Bento XVI levou do papado e o quê deixou quando depôs a tiara? Afinal de contas, o Papa é uma figura muito importante na Igreja para que nos reste dúvidas sobre qual(is) do(s) seu(s) privilégio(s) é(são) dele e de mais ninguém e qual(is) pode(m) ser compartilhado(s) com o(s) emérito(s).
Como foi colocado, o bispo emérito da Diocese X é emérito daquela Diocese. E o Papa é emérito de onde? Pela lógica, dever-se-ia dizer “da Igreja”: “Papa emérito da Igreja”. O que mantém todos os problemas originalmente apontados, uma vez que “Papa emérito” não é Papa e, portanto, o paralelismo com “bispo emérito” induz à confusão.
Pois é exatamente assim que eu pretendo chamá-lo, e me parece bastante óbvio que não existe erro algum na expressão.
A propósito, se não ficou claro, eu não estou dizendo que a expressão “Papa Emérito” seja herética, errada ou coisa do tipo, uma vez que é uma questão de formas de tratamento e não de doutrina.
A questão não é portanto de “certo x errado”, e sim de conveniência, e eu (eu, Jorge Ferraz) não considero “Papa Emérito” o título mais conveniente do mundo, pelas razões que foram expostas. Naturalmente, ninguém está obrigado a concordar comigo.
De fato, neste sentido, o que eu gosto ou penso «sobre como Bento XVI deve ser chamado é irrelevante», e eu concordo completamente com o comentarista acima.
Abraços,
Jorge
Foi ele sim quem decidiu se chama assim, após consultar alguns colaboradores.
http://www.guardian.co.uk/world/2013/feb/26/benedict-pope-emeritus-after-resignation
Tem também a coletiva do porta-voz da Santa Sé, do dia 26 de fevereiro:
http://theratzingerforum.yuku.com/topic/516/Benedict-XVI-in-the-News?page=307#.UTUMvDDvvlw
Não acho que esse fato seja irrelevante, justamente porque quem tomou a decisão não é alguém que tenha pouco conhecimento de direito canônico para justificar sua decisão.
“E o Papa é emérito de onde?”
De lugar algum, porque se, uma vez no cargo, ele é simplesmente “o papa”, uma vez não mais no cargo, ele é simplesmente papa emérito, não é algo muito difícil de entender.
Eu compreendo o estranhamento que ter um papa no cargo e um papa emérito gere, mas isso não muda o fato de que o Sucessor de Pedro, Bispo de Roma é um só, e ele não é o emérito. Vc deve saber que o papa só é papa porque é Bispo de Roma, não sabe? Então, se ele poderia ser chamado Bispo emérito de Roma, a lógica de papa emérito me parece bastante razoável.
“Pois é exatamente assim que eu pretendo chamá-lo, e me parece bastante óbvio que não existe erro algum na expressão.”
Se vc considera chamar alguém por um título que não existe como algo obviamente certo, aí é uma questão de gosto pessoal. Mas vai escrever uma pérola na linha das que a gente lê na imprensa laica: “ordenar fulano cardeal”, “o cardeal emérito de tal lugar”…
Repito: no anuário pontifício (que diz quem é quem na hierarquia da Igreja) aparecerá: Sua Santidade Bento XVI Romano Pontífice Emérito ou SS Bento XVI, Papa Emérito. É assim que a Santa Sé chama oficialmente Bento XVI. Evidentemente que isto não é uma questão de fé, pelo contrário, é algo totalmente acessório e protocolar, mas não vejo o porquê de chamar Bento XVI de maneira diferente daquela que o próprio Vaticano está fazendo.
Seria muito bom se, no momento oportuno, a Santa Sé explicasse o motivo da decisão, inclusive com explicações baseadas do direito canônico, para que os fiéis possam ser bem orientados, e não incorram no erro (ainda que meramente protocolar) de chamar Bento por um título que ele não tem.
Henriross,
De fato, o texto do The Guardian diz que foi o próprio Papa quem escolheu ser chamado de “Papa Emérito”. Obrigado.
Como eu falei antes, é irrelevante porque eu jamais disse haver algum problema canônico.
Como foi dito, todo bispo emérito é emérito de ‘Tal Lugar’. “Bispo Emérito de Roma” não causa nenhuma dúvida: ele era bispo de Roma e agora é bispo somente. Mantém tudo o que é próprio da plenitude do sacramento da Ordem (= “bispo”), mas não detém mais nada do que era próprio do cargo (= “emérito de Roma”).
Não vejo como as coisas sejam minimamente análogas, uma vez que existem bispos eméritos mas não existe ordenação cardinalícia.
E a expressão “bispo emérito de Roma” é conveniente pelas razões que expus acima.
De fato, utilizá-las ou não é questão de preferência pessoal. Também é fato que, provavelmente, o Anuário Pontifício trará “Papa Emérito”, e que esta será a “forma oficial” de tratamento reservada a Bento XVI.
Sem dúvidas.
Sinceramente, este não é o maior risco aqui. A possibilidade de erro maior reside exatamente na única pergunta do meu comment anterior sobre a qual tu guardaste um cômodo silêncio:
Não estou preocupado com questiúnculas protocolares, e sim com a possibilidade de erro concreto quanto ao Governo da Igreja.
Abraços,
Jorge
Jorge,
Eu citei esses exemplos a título ilustrativo: usar a batina branca e o nome papal são honrarias, somente. Outras “honrarias” seriam o uso da residência de Castel Gandolfo (de uso dos papas) , o tratamento por “Sua Santidade”, nada mais que isso. Vc que está procurando pelo em ovo na expressão que eu usei. Não confunda honraria com função de governo ou de jurisdição. O próprio Bento XVI afirmou que ele não terá nenhum papel no governo da Igreja daqui em diante:
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/audiences/2013/documents/hf_ben-xvi_aud_20130227_po.html
“Possibilidade de erro concreto quanto ao Governo da Igreja”. Não há nenhuma possibilidade de erro quanto ao governo. Ele não é mais o Bispo de Roma, Sucessor do apóstolo Pedro, Vigário de Cristo: não possui mais o dom da infalibilidade, nem jurisdição de governo sobre a Igreja: o “poder supremo, pleno e imediato sobre a Igreja universal” (Christus Dominus, 9) não pertence mais a ele.
Papa é um título que é dado ao bispo de Roma. O papa só é papa porque é bispo de Roma, e não o contrário, e acho que vc não entendeu isso. A Sé de Pedro é a Sé de Roma, assim, quem é titular desta Sé é sucessor de Pedro e recebe, entre outros, o título de papa. De acordo com o anuário pontifício, a lista oficial dos títulos do Papa, é: “Bispo de Roma (Episcopus Romanus), Vigário de Jesus Cristo (Vicarius Iesu Christi), Sucessor do Príncipe dos Apóstolos (Successor principis apostolorum), Sumo Pontífice da Igreja Universal (Summus Pontifex Ecclesiae Universalis), Primaz da Itália (Primatus Italiae), Arcebispo Metropolitano da Província Romana (Archiepiscopus metropolitanus provinciae Romanae), Soberano do Estado da Cidade do Vaticano (Superanus sui iuris civitatis Vaticanae), Servo dos Servos de Deus (Servus Servorum Dei). Lembrando que Bento XVI aboliu o título de “Patriarca do Ocidente”, que fazia parte desta lista de títulos honoríficos até 2005.
Papa é apenas UM dos títulos a que o Bispo de Roma tem direito. Bento XVI escollheu o de Papa e Romano Pontífice (eméritos). O título de papa não tem, canonicamente falando, nada a ver com o governo da Igreja, porque o supremo comando da igreja é aquele do Bispo de Roma, Sucessor do apóstolo Pedro. O conceito que vc está utilizando pra justificar seu raciocínio [Mantém tudo o que é próprio da plenitude do sacramento da Ordem (= “bispo”), mas não detém mais nada do que era próprio do cargo (= “emérito de Roma”)] não serve nesse caso.No caso um bispo diocesano comum, que não tem nenhum outro título, dá pra pensar assim. O bispo de Roma, ao contrário, por suas peculiaridades de ministério, tem outros títulos, por isso, na hora de decidir como chamá-lo, a lógica é diferente daquela dos outros bispos.
Por isso que eu digo: se o papa só é papa porque é bispo de Roma, se ele fosse chamado de Bispo emérito de Roma, por lógica, se deduz que os títulos de Papa emérito e Romano Pontífice emérito são igualmente cabíveis, pois elas são devidas somente a quem foi titular da Sé de Roma. Se ele ocupou essa Sé, faz juz ao emérito. Como Bento XVI, ainda no ofício de papa, escolheu os títulos como quer ser tratado, é, no mínimo, uma questão de educação e delicadeza de nossa parte, para com nosso amado Bento XVI, tratá-lo como ele mesmo desejou. Assim o fará a Santa Sé (de maneira oficial, sem aspas), incluindo o novo Papa, assim deveriam fazer todos os fiéis católicos, na minha modesta opinião.
Lembrando a declaração da renúncia de 11 de fevereiro: “Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.” Ele foi bem claro ao especificar que renuncia ao ministério de Bispo de Roma, sucessor de São Pedro. Não colocou esses títulos por acaso, porque sabe que é esse o cargo que dá a ele jurisdição sobre toda a Igreja. Vamos supor que ao invés de renunciar ao título de Patriarca do Ocidente, ele renunciasse ao título de papa: continuaria bispo de Roma do mesmo jeito, e, portanto, Chefe Supremo da Igreja Católica na terra.
O cerne da questão, ao meu ver, é explicar aos fiéis qual a origem do título papa, e que não é esse título que dá ao Chefe visível da Igreja os poderes de seu singular ministério. Ter um papa emérito e um papa no ofício do cargo é estranho, mas algo com o que teremos que nos acostumar. O importante é ter muito claro que Bispo de Roma, Sucessor do apóstolo Pedro e chefe da Igreja universal só há um, e é aquele que sairá do próximo conclave.
Concordo com você! O que faz alguém Papa é o Ministério Petrino, não se é Papa de per si. É uma investidura! Parece que o título “Papa Emérito” é quase um atestado dq que os cardeais se envergonharam ou ficaram desconcertados pelo gesto do então Bento XVI, na verdade agora apenas Joseph Ratzinger…
Assim, como o Lula é chamado até hoje de presidente de honra do PT (mas, que honra?), Papa emérito soa como se os cardeais tivessem arranjado um “canto” onde Joseph Ratzinger não o pudessem mais incomodar, me dando ainda mais a impressão de que eles não aceitam que um Papa pode se resignar antes da morte.
Bispo Emérito de Roma: está aí uma boa alternativa. Ou, na minha displicência, eu arriscaria um nada ortodoxo Venerável, Honorável (que sei bem que não é aplicável canonincamente), algo que remeta aos grandes serviços que J. Ratzinger, nosso Pastor até agora há pouco, prestou à Santa Igreja…
Henriqueross,
Não faz a menor diferença que o Bispo de Roma tenha outros títulos. É fato inconteste que “Papa” é o mais conhecido, e é exatamente este o motivo pelo qual o uso dele provoca mais confusão.
O «nada mais que isso» (sobre os privilégios pontifícios que caberiam a um “Papa Emérito”) fica rigorosamente por sua conta, uma vez que não há previsão alguma para isso no Direito ou na praxis da Igreja. Dizer que não há “nenhuma possibilidade de erro” (!) em um termo inédito e ambíguo é uma afirmação bastante ousada, de cujo otimismo eu gostaria sinceramente de compartilhar. A mim, parece que delimitar um termo por conta própria é uma forma bastante cômoda de resolver o problema; mas não o faz deixar de existir, uma vez que ele consiste precisamente na imprecisão do título e na possibilidade de que outros o interpretem de maneira mais larga ou mais estreita. De novo: emérito não significa simplesmente “ex”, não denota simplesmente que fulano era alguma coisa e deixou de sê-la. Ao contrário, significa que fulano detém ainda alguma coisa daquilo que era. Nestório não é “bispo emérito de Constantinopla”, e um professor emérito não é exatamente a mesma coisa que um ex-professor.
Ainda, é bastante óbvio que o poder do Papa vem do cargo que ele ocupa, e não do nome “Papa” que ele se dá (!). Sobre isto, sim, é que eu tenho certeza absoluta de que ninguém teve jamais a mínima dúvida. Bento XVI disse que renunciava «ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro», mas se ele tivesse dito que renunciava “ao ministério de Vigário de Cristo, ao Sumo Pontificado” é óbvio que renunciaria do mesmo jeito.
O problema aqui não decorre dos títulos considerados em si mesmos, e sim dos estreitos laços semânticos entre alguns títulos e alguns cargos – particularmente, entre “Papa” e “Bispo de Roma”. Dizer que «[o] título de papa não tem, canonicamente falando, nada a ver com o governo da Igreja, porque o supremo comando da igreja é aquele do Bispo de Roma, Sucessor do apóstolo Pedro» não explica rigorosamente nada, porque a possibilidade de confusão à qual estamos nos referindo desde o começo reside justamente no fato de que o Bispo de Roma é e sempre foi o Papa, e o Papa é e sempre foi o Bispo de Roma!
Bento XVI chamar-se “Papa Emérito”, “Vigário Emérito de Cristo”, “Sucessor Emérito do Príncipe dos Apóstolos” dá rigorosamente na mesma. Em qualquer um dos casos tem-se o uso de um título exclusivo do Bispo de Roma por alguém que não é [mais] Bispo de Roma, meramente acrescido de um adjetivo – “emérito” – que não guarda paralelo com os outros “eméritos” dentro da Igreja. Creio que isso é bastante indiscutível. E, em essência, é somente isso que se está dizendo aqui.
Abraços,
Jorge
Data vênia ao amigo autor do artigo, esse tipo de vereda sim cria mais confusão que elucidação. Santa Sé disse que é Papa Emérito, Papa Emérito é. Simples assim.
Finalmente vejo alguém expressar exatamente o que penso sobre o assunto. O trtamento mais conveniente deve ser o de Bispo Emérito de Roma.
Prezado Jorge, salve Maria.
Obviamente que você está coberto de razão em seu artigo. Papa emérito seria como que “circulo quadrado”. Ora, se é quadrado não pode ser circulo, e se é emérito, com todo o rigor que esta expressão implica, não pode ser papa, ainda que tal terminologia seja usada a título secundário, “de honra”, como tencionou nosso bom amigo Ebrael.
É práxis da Igreja, desde São Pedro, evitar toda terminologia menos precisa que possa introduzir erros e confusões entre os fiéis. Tal norma e maneira de agir inclusive foi afirmada pelo Papa Pio VI no Sínodo de Pistóia em termos parecidos com estes que seguem: a Igreja não pode, seja em qual assunto for, usar linguagem que não seja absolutamente precisa, e muito menos dúbia onde o sentido não fique absolutamente claro. Ainda mais quando o assunto é teologia, a matéria dela por excelência. Tal situação só demonstra aquilo que todos nós sabemos: estes bispos e cardeais conciliares se afastaram anos luz do tomismo e de tudo o que tem “cheiro” católico.
A minha expectativa é que o próximo eleito seja realmente um modernista que, ao contrário de Bento (que possui verniz conservador), escancare a todos as suas abominações de modo a não deixar dúvida de que ele na verdade seja o anti-cristo.
E assim, como diria um grande amigo meu, a vacância ficará “evidente” (como se já não fosse), até a estes católicos um pouco menos, digamos, perspicazes, que vêem “papas” realizarem encontros de Assis e plantarem árvores para Lutero (o elogiando como “grande homem [sic] do evangelho”) e não constatam (pasme), que ali está, na verdade, um inimigo da fé!!!!!
Ou seja, prezado Jorge: se vier o que está predito em Fátima e La Sallete, em breve sedevacantistas, tradicionalistas e conservadores formarão o pequeno rebanho verdadeiramente unido na fé contra o verbo de Lúcifer encarnado. A perseguição fará com que Deus derrame graças especiais a todos, em especial no clero inerte que assiste a destruição da Igreja de camarote. Eles, por assim dizer, que hoje são como pedras, serão os instrumentos humanos que “salvarão a Igreja”. Porque das pedras Deus pode suscitar filhos de Abraão!
Abraços e até breve, meu amigo, brevemente verdadeiramente unidos na fé, sem Vaticano II, sem falsas liberdades, sem colegialidade maçônica, sem “subsist in” dos infernos, sem “por todos” na consagração’, invalidando-a, sem assinatura conjunta com luteranos em documento relacionado a fé e a obras (!!!!!!), sem beijos no alcorão, sem encontros de Assis onde Buda é colocado sobre o sacrário, sem árvores para Lutero, sem papas eméritos…
Termino com a grande frase de R. M. Garrigou-Lagrange:
“(…) A Igreja é intolerante nos princípios porque crê; mas é tolerante na prática porque ama. Os inimigos da Igreja são tolerantes nos princípios porque não creem; mas são intolerantes na prática porque não amam”.
Este ensinamento diz mais do que tudo neste momento calamitoso em que papas eméritos são nomeados como “círculos quadrados”.
Abraços,
Sandro de Pontes
Se Bento XVI não pode ser chamado de Emérito, por causar alguma confusão, então nenhum Pontífice sequer deveria ser chamado de Papa, pois foi o próprio Jesus quem proibiu que chamássemos alguém na terra de pai (papa). E isso causa maior confusão ainda. Não se pode considerar o termo num sentido específico apenas (jurídico). Com efeito, Papa Emérito Bento XVI tem o mesmo sentido de Papa São Pio V. Ambos personagens não são mais papas, um é emérito e o outro é santo, mas ambos continuam com o título, que adquire um novo sentido, diferente do sentido jurídico que tem o sumo pontífice.
Papa so a 1,isso foi so um esquema para que ele escapar ao que é acusado…
Bento XVI Poderá Ser Preso Por Crimes Contra a Humanidade e Conspiração Criminosa
A verdadeira razão pela qual Joseph Ratzinger renunciou ao cargo de Papa cada vez tem mais desdobramentos. Dessa vez é um comunicado do Tribunal Internacional Para Crimes da Igreja e do Estado (ITCCS) que revelou que a isntituição ordenou a prisão de Bento XVI poucos dias antes de sua renúncia.
Em nota, o ITCCS declarou:
“Perante a súbita renúncia do Papa Bento XVI, o Escritório Central do ITCCS em Bruxelas se vê obrigado a expor os seguintes detalhes:
1. Na sexta-feira, 1º de fevereiro de 2013, com base nas evidências fornecidas por nossa afiliada Corte Comum de Lei e Justiça, nosso escritório concluiu um acordo com representantes de uma nação européia e suas cortes para emitir um mandado de prisão contra Joseph Rarzinger – Papa Bento XVI – por crimes contra a humanidade e por ordenar uma conspiração criminosa.
2. Este mandado seria entregue ao escritório da Santa Sé em Roma na sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013. Ele permitiria à nação em questão deter Ratzinger como suspeito em um crime se ele entrasse em seu território soberano.
3. Uma nota diplomática foi enviada por tal nação ao Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, na segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013, informando-o do mandado e de que seu escritório deveria aquiescer. Nenhuma nota em resposta foi enviada pelo Cardeal Bertone ou seu escritório; no entanto, seis dias depois o Papa Bento renunciou.
4. O acordo entre nosso Tribunal e tal nação incluía uma segunda provisão para implantar um embargo comercial através das cortes daquela nação contra a propriedade e riqueza da Igreja Católica Romana que começaria no Domingo de Páscoa, 31 de março de 2013. O embargo seria acompanhado de uma “Campanha de Reclamação Pascal” pública e global por meio do qual a propriedade da Igreja Católica seria ocupada e reivindicada pelos cidadãos como bens públicos confiscados sob lei internacional e o Estatuto da Corte Criminal Internacional de Roma.
5. A decisão de nosso Tribunal e da dada nação é a de proceder com o mandado de prisão de Joseph Ratzinger mesmo depois de sua renúncia ao cargo de Pontífice de Roma sob acusação de crimes contra a humanidade e conspiração criminosa.
6. Também decidimos proceder com o indiciamento e prisão do sucessor de Joseph Ratzinger como Papa pelos mesmos crimes e reforçar o embargo comercial e “Campanha de Reclamação Pascal” contra a Igreja Católica Romana como planejado.
Para terminar, nosso Tribunal reconhece que a cumplicidade do Papa Bento nas atividades criminosas do Banco do Vaticano (IOR) foi decisiva para que os mais altos cargos do Vaticano pedissem sua renúncia. Mas de acordo com nossas fontes, o Secretário de Estado Tarcisio Bertone forçou Ratzinger a renunciar imediatamente em resposta direta à nota diplomática sobre a existência do mandato de prisão que foi entregue a ele pelo governo da dita nação em 4 de fevereiro de 2013.
Emitido em 13 de fevereiro de 2013
00:00 GMT
pelo Escritório Central de Bruxelas”
FONTE: ITCCS
A procura no google seu pilantra
Bruna, é mais fácil pensarmos ser pilantra quem vai buscar no Google significados para qualquer coisa por pura preguiça de pensar, já que a incapacidade nem o Dr. Google dá jeito…
Bênção Apostólica “Urbi et Orbi”, 13 de Março de 2013.