As últimas 24 horas bombardearam-nos com uma enxurrada de opiniões (muitas vezes bem pouco caridosas) sobre o recém-eleito Papa Francisco. Em infelizmente não poucos casos – católicos! – a reverência devida ao Santo Padre passou longe, o que é muitíssimo de se lamentar. A Igreja atravessa uma crise gravíssima, e estou pessoalmente convencido de que isso é em grande medida um castigo de Deus. Por conta do abandono da Fé, sim, mas também por conta do orgulho luciferino alimentado por muitos dos que conservam o tesouro da Fé da Igreja.
Muitas pessoas me perguntaram o que eu achei dessa eleição, e eu sinceramente não sei o que lhes responder. Conheço bem pouco o cardeal de Buenos Aires; na verdade, embora a Argentina fique aqui do lado, eu não sabia praticamente nada sobre ele até 24 horas atrás. Só posso repetir o que já afirmei ontem e dizer que o resultado do conclave foi inesperado. Do ponto de vista meramente humano não me parece fazer nenhum sentido: a Argentina não é a nata do catolicismo no Novo Mundo, o Cardeal de Buenos Aires não é nenhuma sumidade intelectual, os Jesuítas modernos não são a ordem religiosa de escol, etc. Do ponto de vista meramente humano, aliás, é simplesmente incompreensível que após um Papa renunciar por problemas de vigor físico os cardeais tenham eleito para o sólio pontifício um arcebispo já emérito [p.s.: embora já tivesse 76 anos, Bento XVI ainda não aceitara a sua renúncia e, portanto, ele ainda era o arcebispo de Buenos Aires quando foi eleito Papa] que desde a juventude vive com um pulmão a menos. Acontece que o ponto de vista meramente humano importa muito pouco na história da Igreja Católica, e nós – que temos dois mil anos de idade – já deveríamos ter aprendido essa lição.
Certo tradicionalismo de internet atira sobre nós previsões apocalípticas a respeito do futuro da Igreja: o cardeal Bergoglio seria um inimigo da tradição, perseguidor da Missa Tridentina, hipócrita sedento por poder, maçom, mafioso, filo-esquerdista, relativista, et cetera, et cetera. Não vou me dar ao trabalho de me debruçar sobre cada uma da miríade de acusações: vou conceder – para argumentar – que fossem todas verdadeiras. Vou conceder – para argumentar – que o Papa Francisco fosse o pior dos Papas possíveis. Em que isso implicaria? Em rigorosamente nada. Nenhum homem, por pior que seja, é capaz de fazer frente à força daquelas palavras de Cristo de que as portas do Inferno não prevaleceriam sobre a Igreja d’Ele, e se nós sobrevivemos a alguns dos Papas do Renascimento somos capazes – com a graça de Deus – de sobreviver a qualquer tentação que o Senhor permita a Sua Igreja sofrer. Penso, aliás, que se depois de Bento XVI um péssimo Papa assomasse ao Trono de Pedro, ser-nos-ia possível tirar daí uma belíssima lição de como Deus é Senhor da História: o melhor dos Papas não fora capaz de salvar a Igreja, e o pior dos Papas não conseguiria lançá-La por terra. Se a presunção é pecado, o desespero também é. É Deus Quem salva a Sua Igreja. É Ele Quem salva inclusive os Papas, Seus vigários. É pecado confiar no homem e é pecado igualmente desesperar por conta dele. Se nós não aprendemos até agora esta lição, talvez tenhamos que aprendê-la ainda n’algum futuro sombrio, da pior maneira possível. Que o bom Deus nos livre disso.
Não obstante, eu não considero que o rasgar de vestes dos rad-trads mereça crédito. E daí que o Boff e o Küng gostaram da eleição do cardeal Bergoglio? Nós nunca demos ouvidos a esta caterva quando ela falava sobre Bento XVI; por qual razão deveríamos agora dar-lhe crédito sobre o Papa Francisco? O que inimigos declarados da Igreja falam não deveria nos incomodar! Às vezes penso que precisamos rezar e rezar muito ainda, pois é verdadeiramente incrível como qualquer murmúrio de internet consegue nos perturbar mais do que nos confortam as promessas de Cristo sobre estar conosco todos os dias, até o fim do mundo!
Murmurações à parte, contudo, é preciso deixar desde logo algumas coisas claras com relação ao Papa Francisco, para que não percamos tempo nos escandalizando e decepcionando depois. Certas características de Bento XVI nos farão falta; isto é óbvio e não poderia ser diferente. Os Papas são homens e os homens não são iguais entre si, e é até injusto fazer certas comparações. Ratzinger era um acadêmico, Prefeito do mais importante Dicastério Romano, uma das mentes mais brilhantes que já sentou na cátedra de Pedro; Bergoglio é um simples arcebispo emérito que, em questões intelectuais, não me consta que tenha jamais se levantado muito acima da média dos seus irmãos cardeais do Novo Mundo. A produção intelectual de ambos não será igual, e faríamos um bem enorme a todos nós se, desde agora, abstivéssemo-nos de fazer comparações descabidas.
Igualmente, Ratzinger tinha a promoção da Liturgia como um apostolado pessoal e era conhecido pelo seu zelo impecável em tudo o que concerne ao culto divino. Bergoglio, até onde me conste, embora celebre dignamente, não parece ter preocupações especiais com a “Reforma da Reforma” e penso que não podemos ter quanto a ele grandes expectativas nessa seara. Agora há pouco, na sua primeira Missa como Papa, Francisco colocou uma mesa na Capela Sistina para celebrar versus populum. O Mons. Marini ainda está ao lado dele, mas penso que isso também é temporário; provavelmente o Cerimoniário Pontifício será substituído. Precisamos rezar. Acho pouco provável que voltemos aos piores pesadelos litúrgicos da época de João Paulo II, mas infelizmente penso que tampouco iremos nos embevecer com a sacralidade do ethos de Bento XVI. De novo, faríamos um bem enorme às nossas almas e à nossa sanidade mental se, desde já, depuséssemos as nossas expectativas de grandiosidade nas liturgias pontifícias, pela qual – ao que parece – o Papa Francisco tem pouco interesse. Esse defeito ele tem; suportemo-lo, que não é heresia nem apostasia nem cisma e, portanto, o Papa não é menos Papa por conta da ênfase que dá ou deixa de dar ao tema da Liturgia no seu pontificado. Suportemo-lo e rezemos pelo Papa.
Não obstante, penso que é possível ser bem otimista a respeito do Papa Francisco, por algumas razões.
Primeiro, porque penso que ele vai receber mais orações do que Bento XVI, e o valor deste auxílio sobrenatural não pode ser menosprezado. Faço um mea culpa: Bento XVI era um gigante, um herói, alguém que transmitia confiança plena, e isso pode nos ter feito relapsos. O Prefeito do Santo Ofício era o Guardião da Fé Católica; a força do Panzerkardinal nos transmitia segurança e nos deixava relaxados. Francisco, ao contrário, parece muito mais frágil, e isso nos insta a rezar por ele com mais fervor e dedicação.
Segundo, por conta da vida sóbria e simples (beirando o extravagante) que ele leva: após se despedir ontem da multidão reunida na Praça de São Pedro, ele dispensou o automóvel pontifício e voltou para as instalações cardinalícias na Casa Santa Marta de ônibus (!). Ainda: hoje voltou ao hotel onde estava hospedado antes do conclave para pegar as suas malas e pagar a conta. É óbvio que essa austeridade de vida é meritória, e nós esperamos que ela possa alcançar de Deus muitas graças para o Papa Francisco. Ainda, o estilo de vida que ele leva é de tal sorte que o mundo de hoje ainda é capaz de admirar, o que lhe reveste com uma aura de autoridade espiritual que predispõe as pessoas a ouvi-lo e, ao mesmo tempo, faz com que os seus detratores não tenham envergadura moral para o enfrentar.
Terceiro, por conta do nome escolhido. Francisco! É um dos maiores santos da Igreja, a despeito de ter sido seqüestrado pelo bom-mocismo moderno para se transformar aos olhos de muitos num espécie de hippie militante do Greenpeace. Como sabemos, o verdadeiro poverello d’Assisi é bem diferente desta sua versão açucarada que circula por aí, e já está mais do que na hora de resgatar-lhe a memória. Ainda, a figura de um Francisco pobre e humilde no coração de Roma lembra bastante a história do Santo de Assis, e a terrível crise da Igreja que o primeiro Francesco enfrentou guarda um notável paralelo com esta que a Barca de Pedro hoje atravessa. São Francisco de Assis é um santo tão grande que nenhum Papa teve jamais a pachorra de tomar para si o seu nome! A crise moderna é tão grave que precisava de um novo Francisco, e dentre todos os cardeais que estavam na Capela Sistina só mesmo um argentino ousaria vincular o seu papado à figura do verdadeiro Reformador da Igreja do século XIII. Se o nome que um Papa escolhe dá o tom do seu pontificado, Francisco é verdadeiramente profético. Se este Papado estiver à altura do nome que o Papa adotou para si, nós presenciaremos verdadeiros milagres. Rezemos para que isso se concretize.
Quarto, por algumas características suas que ouvi aqui e acolá. Como disse um amigo, ele é um homem de idéias claras e insubornável, que foi eleito para brigar; e um estranho nos Palazzi Apostolici (Francisco nem é europeu nem trabalhou jamais no Vaticano) com pulso firme e um projeto santo a cumprir pode ser exatamente aquilo de que a Cúria Romana necessita neste momento.
Quinto, e não menos importante, porque ele é o Papa! É ele quem tem graças de estado para governar a Igreja, é ele quem a Providência permitiu que subisse ao Trono de Pedro, é a ele, concretamente, que o Altíssimo pede a nossa submissão filial como condição para que sejamos salvos. Não compete a nenhum de nós ditar os rumos do governo da Igreja, pois a nenhum de nós Deus fez Papa, e colocarmo-nos no nosso próprio lugar é já um excelente passo no caminho da nossa salvação e, por conseguinte, um profundo favor prestado à Igreja de Cristo: graças ao mistério da comunhão dos santos, uma alma que se eleva, eleva também o mundo inteiro. O bem que fazemos à nossa alma é um bem realizado a toda a Igreja: não nos esqueçamos dessa importante verdade.
Que Deus abençoe o Papa Francisco! Que o conserve e vivifique, que o faça feliz na terra e não o entregue nas mãos dos seus inimigos. Que os católicos do mundo inteiro possamos rezar pelo nosso pastor e, em uníssono, possamos cantar: salve, Santo Padre! Vivas tanto ou mais que Pedro! Vossa Santidade é o Doce Cristo na Terra, o Bispo de Roma, o Vigário de Jesus Cristo. Aos pés de Vossa Santidade queremos depositar o nosso serviço e as nossas orações. Sob o báculo de Vossa Santidade nós temos consciência de formar a verdadeira Igreja de Cristo.
O novo papa escolheu o nome de Francisco. Todos pensam no santo mais famoso com este nome. O de Assis. Mas como ele é Jesuíta creio que lembrou primeiramente do grande missionário, São Francisco Xavier.
Que no mesmo espírito deste grande missionário, o novo papa leve os pagãos e infiéis à seguirem a vedadeira fé em Cristo, na Santa Igreja, promovendo o unico e verdadeiro ecumenismo. O de conversão e não o do sincretismo.
Vamos ver, vamos ver. Espero que ele honre o nome que escolheu. Pois como foi dito no texto “São Francisco de Assis é um santo tão grande que nenhum Papa teve jamais a pachorra de tomar para si o seu nome! ” Viva o Papa Francisco que seja uma árvore frutífera para os Católicos espalhados no mundo.
Obrigado Jorge, muito sincero e ponderado.
Ótimo artigo.
Sinceramente, lendo hoje alguns artigos e comentários do Fratres in Unum senti-me decepcionado com o meio tradicionalista… Tendo a oportunidade de ler um texto tão lúcido e equilibrado dei-me conta de que estava me esquecendo da citação mais importante neste momento: ” as portas do inferno não prevaleceração sobre a minha Igreja”…
Muito bom este post. Devo confessar que estou me sentindo um pouco desesperada com tudo o que tenho lido, porém seu texto me trouxe esperança. Quanto ao Papa Emérito Bento XVI, você falou exatamente o que o Padre Paulo Ricardo escreveu: que nós não rezamos o suficiente pelo Santo Padre. Sim, foi isso mesmo, e por este motivo me sinto culpada. Agora, preciso me redimir e orar muito pelo Papa Francisco!
Brilhante. Tenho visto muita besteira, inclusive de pseudo-católicos se dizendo lutar pela tradição mas descendo o lenho no Santo Padre. Gostei muito da sua ponderação, parabéns.
Prezado Jorge, excelente texto! Parabéns! Palavras e ponderações necessárias nestes primeiros instantes do pontificado do papa Francisco. Rezemos por ele e por seu ministério petrino.
Viva o Papa!
“”” Não compete a nenhum de nós ditar os rumos do governo da Igreja, pois a nenhum de nós Deus fez Papa””” Concordo…mas….compete a nós, enquanto batizados, isso nos ensina a igreja, zelar pela integridade da fé. Zelar pela eucaristia, guardar o que recebemos da Igreja a 2000 anos. Devemos sim rezar pelo papa mas também temos, SEMPRE , que estar preparados caso este ou qualquer outro papa queiram ser maiores que a Igreja. Confio plenamente na providência divina e também crio na capacidade do homem de estragar, ao menso temporariamente, as coisas de Deus. Isso já aconteceu algumas vezes na história da Igreja. Vamos rezar pelo papa e esperar para ver o que acontece mas posso garantir que EM CASO DE DÚVIDA, eu ficarei com a Igreja e com os papas que vieram antes deste, ficarei com a tradição.
Grande Jorge!
Amigo, que texto incrível. Vou moderar a minha língua melhor daqui para a frente e louvo à Deus pela sua postura equilibrada.Saudades de você e de sua esposa!
Heitor e Flávia – Nova friburgo-RJ
Caro Jorge,antes do anúncio do nome do eleito,eu estava ansioso e alegre.
Após o anúncio fiquei triste e angustiado.Senti um grande desalento.Quase não acreditando no que estava acontecendo.
Mas lendo seu texto fui me tranquilizando e percebendo o quanto deixei de ser católico naquele momento.
Voce foi muito lúcido e equilibrado no que escreveu.
Vamos rezar cada vez mais pelo nosso Pontífice.O nosso “Doce Cristo na Terra.”
Viva o Papa!Viva tanto ou mais que Pedro!
Mas não posso deixar de dizer:Que saudade de Bento XVI.
É uma pena que o neoconservadorismo enxerga toda a realidade eclesial praticamente somente pelo angulo da moral natural. Um papa que defenda esta, já é, para o grupo neoconservador, um papa ortodoxo.
Apontar o fato de que Bergoglio se ajoelhou para receber a bênção de um protestante é coisa de rad-trad, que elenca estes FATOS para defender uma fé ultrapassada. Se ele comemora o hanukkah junto com os judeus, novamente o melhor é fazer vista grossa, afinal ele cita Jesus e Maria em seus sermões. O resto é exigência de rad-trad que não tem mais o que fazer. Inclusive, se Francisco é contra a pena de morte, algo ensinado pela moral católica, novamente deixemos de lado estes fatos, afinal ele reza diante do sacrário. O mais importante é dizer que se ama o Papa e que se finja concordar com ele, mesmo que não se vá fazer o que ele faz, como a prática do ecumenismo e que se defenda um zelo litúrgico que ele não tem.
Agora recortar a realidade, escrevendo um texto com o que se quer ouvir e não como as coisas são, é sinônimo de fazer um texto equilibrado. Meu Deus…
Rezar pela conversão de Francisco, sim; negar a realidade, não!
O que diria São Bruno de Segni, Guido de Vienne (futuro Calixto II), São Ivo de Chartres, Santo Hugo de Grenoble São Godofredo de Amiens, Santos estes que fizeram o Papa Pascoal II voltar atrás em suas decisões sob risco de declará-lo herege, vendo esta frieza em relação a Fé Católica?
Jorge,
Excelente texto! Confesso que ontem ainda estava indiferente. Não porque rejeitei o nosso Papa Francisco, mas porque era um total desconhecido por mim. E por outro lado tinha um Papa doce e que inspirava segurança por si só. É preciso um certo tempo para conhecê-lo. Aos poucos começo a amá-lo da mesma forma que a Bento XVI. Claro que por caracterpisticas diferentes, por personalidade diferente. De fato, sua humildade é cativante. Suas palavras na homilia de hoje me fizeram entender porque ele. A evangelização sem a cruz e o sangue de Cristo será sempre infrutífera e enganosa. Hoje, começo a entender que Deus nos mandou o Papa que precisamos. Seja bem-vindo, Papa Francisco!!!
Poli Pacheco.
Parabéns! O melhor texto que li a respeito da escolha do novo Papa!
Bastante esclarecedor, lúcido, equilibrado, merecedor de toda divulgação.
Parabéns, Jorge Ferraz! Texto maravilhoso que já incorpora a humildade de Sua Santidade, o Papa Francisco. Fiquei encantado e até senti orgulho.
Também foi bom para esclarecer que afinal é mesmo São Francisco de Assis quem inspira o Papa Francisco. Eu, como muitos, achava que era Francisco Xavier.
Eu ficaria feliz com quem quer que fosse o escolhido porque afinal, não vejo como o Colégio de Cardeais poderia escolher um que não fosse o Papa.
Muito obrigado por seu lindo texto.
Estou para escrever isto há uns dias mas não tem havido tempo. Prometo ser breve.
Quando o Papa foi conhecido, fiquei assustado. mandei mensagens a alguns amigos, sempre com reverência, mas admito, com alguma surpresa e medo. Afinal apesar da confiança total em Deus, fui fazendo algumas imagens do futuro Papa na minha cabeça. Deus surpreende-nos. Já nos surpreendeu, a mim muitas vezes, e desta feita mais uma. Presenteou-me com alguém que eu não esperava mas a verdade é simples. Agora estou tão contente com o nosso Francisco. É diferente dos antecessores, terá coisas mais ao meu estilo e outras menos.
As virtudes teologais são: Fé,Esperança e caridade. Não são liturgia e Bento XVI. Para mim, um apaixonado pela liturgia, seria uma enorme graça que este Homem seguisse as pisadas de Bento XVI, e até lograr de maior audácia. Mas isso, apesar de muito bom e muito importante é, na minha opinião, secundário. Gostaria que este papa fizesse de mim e da minha família um santo. Tem tudo para isso pois, a começar por ser Jesuíta reunirá consenso dentro de alguns lado da Igreja que se têm tornado mais liberais e claro pela sua primeira missa não terá medo de assuntos mais fracturastes. Defende a recta doutrina é isso que buscamos. Não podemos nós, os tidos como ortodoxos, começar a criticar o Santo Padre. Não é nada santo isto.
Não atiremos pedras ao Doce Cristo na Terra. Se ele falhar, nomeadamente liturgicamente, vamos em seu auxilio. Como seria bonito, e demonstraria humildade, ver o Santo Padre melhorar liturgicamente. Para isto não vamos criticar mas mostrar-lhe o nosso amor.
O Santo Padre, poderá ter na sua vida enquanto cardeal ter cometido alguns erros (eu não aprofundei este tema) mas agora Bergoglio é Francisco, conta com a nossa oração diária e com muito mais Graça do Senhor. Rezemos para que ele seja Santo e não para que tropece no primeiro erro litúrgico. Isso não será redutor?
Quanto a mim, aprendo agora a amar um papa diferente do que eu imaginava. Mas o Senhor dá-nos o melhor e não o que queremos. É difícil perceber-mos isto? Na minha vida familiar, e profissional tenho visto isto. Vamos passando por dificuldades grandes cá em casa mas a verdade é que quem vai no leme é o Senhor. As surpresas tem sido incríveis. tudo concorre para o bem. Eu já mais entregaria a minha esposa ao demónio. Deus faria isso com a sua? Jamais. Se o papa é ao não ao estilo que idealizei é absolutamente um capricho. Importa é que comande esta Barca a Igreja de Deus.
Gostaria de abordar o tema do Santo Padre ser da S.J. Afinal isso é bom ou mau? Na minha perspectiva óptimo. Excelente. Sabemos que em muitos países alguns sacerdotes jesuítas têm cometido graves erros doutrinais. Eu diria mesmo gravíssimos danos à vinha do Senhor. Mas tenho esperança que com isto Deus, e como já vimos, logo num primeiro momento papal nossa Mãe, irão colocar a sua bendita mão para reunir as suas ovelhas no mesmo rebanho. Tenho esperança nisto.
Se é importante que Francisco celebre a missa de forma piedosa, demonstrando o seu amor a jesus, também o é que seja recto em termos de doutrina. Este homem tem sido imparável. Na argentina toda a igreja sabe que o seu líder é contra casamentos entre pessoas de sexos iguais, contra a matança de crianças inocentes e por aí adiante. Isto sim é importantíssimo manter.
Amo-te Francisco, e quero Amar-te mais meu Santo Padre. Servir-te-ei!
Espero que o Papa Francisco seja corajoso e finalmente excomungue os membros da Fraternidade Pio XII e todos os lefrevistas! Na Igreja não pode haver espaço para quem espalha a discórdia! Basta de quem semeia a cizânia!
Até agora, o melhor texto sobre o novo Papa, parabéns!
Confesso o medo das possíveis extravagâncias do ex-Cardeal misturado com a esperança de atitudes corajosas e virtuosas por parte do novo Papa. Espero que prevaleçam as virtudes. Deus o conduza!
Gostei do seu comentário, ainda que breve sobre “também por conta do orgulho luciferino alimentado por muitos dos que conservam o tesouro da Fé da Igreja”.
Isso me incomoda muito nesse meio “conservador”: orgulho, arrogância, grosseria, sectarismo, agressividade. Nada de espiritualidade, oração meditativa, discernimento, direção espiritual, práticas de virtudes (principalmente da caridade). Um péssimo marketing para o movimento tradicionalista (leigos, religiosos e clero). Alguns casos parecem psiquiátricos. Outros, de completa imbecilidade. O orgulho cega e imbeciliza as pessoas, e as leva ao abismo. E tudo isso justifica as críticas dos adversários.
O clero embarca no mesmo barco – seja tradicionalista ou não. A mediocridade reina nesse meio. Uma pena!
Sou tradicional (não gosto do nome “tradicionalista”), mas não vejo perspectiva de crescimento desse movimento, tão carente de obras de caridade, penitência e de oração, e tão abundante em especulação e discussões bizantinas – uma competição para exibir quem sabe mais sobre escolástica (filosófica e teológica) e quem consegue descobrir mais heresias do clero, além dos últimos capítulos da novela interminável da FSSPX versus Roma.
Gostaria que você marretasse mais os empedernidos para que eles “se toquem” e melhorem.
Penitência, penitência, penitência!
Ah, gostaria de fazer parte duma Ordem de Cavalaria (ou divulgá-la) cujos membros dizem dignare me laudare te, Virgo sacrata – da mihi virtutem contra hostes tuos? Veja:
http://confrariadesaojoaobatista.blogspot.com.br/2012/04/militia-sanctae-mariae-observantia-ss.html
Obrigada Jorge por nos dar a visão sobrenatural que tanta falta faz nesta hora.
isso Jorge! concordo em tudo. Quando BXVI renunciou eu pensei cá comigo:ai meu Deus,só pode ser por causa dos nossos pecados!!! Mas agora estou mais tranquila. Vamos nos preparar, acho que novidades nos esperam- ele é o 1o Francisco, 1o latino americano, 1o jesuíta….Mas é nosso pastor!! Sou confiante de que não chegarão novidades necessariamente ruins. Estou muito triste com o desrespeito e até desamor mesmo de alguns mais tradicionais em relação ao nosso Papa!
“Eu jamais entregaria a minha esposa ao demônio.
Deus faria isso com a sua? Jamais.”
Todo o texto do caro “Homens do mar” foi muito bom.
Mas essa reflexão singela foi brilhante!
Me emocionou.
Parabens Jorge!!! Que maravilha vc Jorge!!! Vc e grande Jorge!!!! Ufa!! Que ” chatice ein Jorge?! Ficou dificil de respirar com tanto confetti no ar!!! Mas vamos ao que interessa: Na minha opiniao, liturgia e importante sim e a sacralidade que sempre norteou as celebracoes da Igreja Catolica Apostolica Romana e o que a diferencia das outras denominacoes religiosas. Esvazia-la destes conteudos a deixaria muito parecida com o culto evangelico. Rezo pelo atual papa para que seja guiado pela luzes do Espirito Santo e seja um fiel representante de Cristo na terra.
Cegos guiando cegos…
O Cardeal Hummes será aparentemente um dos conselheiros mais próximos do Papa Francisco. Aconselho (se o Jorge não censurar esta mensagem) a todos que ainda têm ao menos um olho a ler a entrevista abaixo na FSP.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1247417-a-igreja-nao-funciona-mais-afirma-d-claudio-hummes.shtml
Caro Jorge sempre admiro seus comentários equilibrados, este representa o ponto de equilíbrio entre a desconfiança e o excessivo entusiasmo que vejo nesses dias. Temos que crer na providência do Espírito Santo quanto a sua Igreja, assim estaremos perdidos. As comparações são inevitáveis quando o extraordinário Bento XVI foi eleito, também pairou desconfianças de parte de rebanho, que foi dissipada ao longo de seu pontificado, pela consistencia de seus ensinamentos, como brilhante teólogo, agora a igreja terá a oportunidade de contemplar uma face que estava oculta para todos, inclusive dos críticos e inimigos da igreja, mas que nunca deixou de existir, a simplicidade e a humildade de Francisco, Madre Teresa de Calcutá e tantos que construiram a Hostória da nossa Santa Igreja. Vamos nos voltar a oração pelo Santo Padre, nossa modesta oração, e assim estaremos contribuindo positivamente para que ele vença as tormentas e coduza a nossa querida barca para águas mais tranquilas.