A motivação deste post me vem de duas fontes distintas. Uma diz que o Papa “confundiu” pro multis e pro omnibus; a outra, que o Papa afirmou a heresia da salvação universal. Aos que tenham se sentido confusos com estes artigos (ou outros análogos), oferecemos este contraponto, esperando que possa ser útil.
Quanto ao primeiro texto, a resposta é imediata: uma coisa é a redenção objetiva e, outra, a redenção subjetiva. Aquela diz que o Santíssimo Sangue de Nosso Senhor derramado na Cruz do Calvário é suficiente para a salvação de todos os homens; esta, que – não obstante – os méritos de Cristo são eficazes apenas para os que aceitam voluntariamente o Sacrifício Vicário de Cristo, por meio da Fé e dos Sacramentos. A primeira é o pro omnibus e, a segunda, o pro multis. Afirmar a precisão histórica desta no contexto das palavras da Consagração que Cristo ensinou aos Seus apóstolos na Última Ceia não é (nem de longe!) a mesma coisa que sustentar ser aquela herética em qualquer contexto em que seja empregada. Aliás, é o próprio Bento XVI quem o afirma, em carta enviada há pouco mais de um ano à Conferência Episcopal Alemã (grifos meus):
Isto põe em evidência um elemento muito importante: a tradução «por todos» de «pro multis» não era, de facto, simples tradução, mas uma interpretação. Esta tinha seguramente fundamento, e continua a tê-lo; contudo é mais do que uma tradução, é já interpretação.
[…]
Porventura o Senhor não morreu por todos? O facto de Jesus Cristo, enquanto Filho de Deus feito homem, ser o homem para todos os homens, ser o novo Adão faz parte das certezas fundamentais da nossa fé. Sobre este ponto, queria apenas recordar três textos da Escritura. Deus entregou seu Filho «por todos»: afirma Paulo na Carta aos Romanos (Rm 8, 32). «Um só morreu por todos»: diz-se na Segunda Carta aos Coríntios, ao falar da morte de Jesus (2 Cor 5, 14). Jesus «entregou-Se a Si mesmo como resgate por todos»: está escrito na Primeira Carta a Timóteo (1 Tm 2, 6). Mas então devemos, ainda com maior razão, pôr-nos a questão: Se isto é assim claro, porque é que na Anáfora Eucarística está escrito «por muitos»? O motivo é que a Igreja tomou esta formulação das narrações da Instituição no Novo Testamento. Ela diz assim por respeito à palavra de Jesus, para se Lhe manter fiel até mesmo nas palavras. O respeito reverencial pela própria palavra de Jesus é a razão de ser da formulação da Anáfora Eucarística.
Portanto, não há absolutamente nenhum problema em afirmar que Cristo morreu «por todos» nós. Aliás, o próprio texto da Montfort indicado no Blog do Angueth explica a diferença entre redenção objetiva e redenção subjetiva, donde se vê que a estranheza do professor manifestada em seu artigo, data venia, é incompreensível.
Quanto ao segundo texto, digo o seguinte:
Primeiro, que não há problema algum em afirmar que Nosso Senhor “ampliou os horizontes” dos discípulos. É aliás óbvio que Ele fez isso, posto que a alternativa é pretender que os Apóstolos sempre souberam tudo e Nosso Senhor nada teve a lhes ensinar! Claro que Cristo corrigiu muitas das idéias erradas dos discípulos e mesmo dos Apóstolos, os Evangelhos estão cheios de exemplos disso. Absurdo (e aliás herético) seria afirmar que Nosso Senhor incutiu idéias erradas nos Apóstolos, e não que Ele corrigiu os pensamentos errados que os Apóstolos tinham.
Segundo, que os católicos jamais mataram em nome de Deus, pelo menos não nos eventos históricos que costumam ser evocados como exemplo disso (v.g. Inquisição e Cruzadas). Aliás, parece-me claro que o Papa não está pensando na história da Igreja ao fazer esta crítica, porque ele vai mais fundo e diz que isso «é simplesmente uma blasfêmia». Ora, como o Antigo Testamento está repleto das guerras de Israel e das prescrições divinas para a morte dos corruptores da religião judaica, é claro que o Papa Francisco não pode estar chamando de «matar em nome de Deus» coisas como a Guerra Justa ou a pena de morte legitimamente aplicada aos falsificadores da Religião Verdadeira. A alternativa – outra vez absurda – é sustentar que o Papa estaria dizendo que o Antigo Testamento é «simplesmente uma blasfêmia», e a hipótese de que o líder máximo da Igreja Católica possa ter em tão repugnante conta [mais da] metade do livro sagrado da sua religião simplesmente não faz sentido para ninguém que pretenda manter intacto seu senso de realidade.
Ao invés, existe uma certa religião que – aí sim – é conhecida por “matar em nome de Deus”: trata-se do Islã, cuja Jihad faz até hoje tantas vítimas entre aqueles que não aceitam prostrar-se diante de Allah e seu profeta, e portanto é muito mais razoável supôr que foi a esta que o Papa Francisco dirigiu as suas imprecações. Considerando isso, e dado que hoje em dia não existe nenhum indivíduo ou grupo católico que pretenda (mesmo em teoria!) matar não-católicos em nome de Deus (*), a hipótese de que o Papa esteja se referindo a um comportamento inexistente nos dias de hoje unicamente para desmoralizar a Igreja Católica (!) carece de verossimilhança.
[(*) O IRA, que é o exemplo que poderia ser citado para negar a minha afirmação, não se encaixa aqui pois i) não conta com o apoio da Igreja; ii) usa o elemento religioso – isso quando o usa… – unicamente como pretexto para disfarçar conflitos políticos; e iii) não faz parte do contexto próximo ou remoto da homilia pontifícia. No entanto, mesmo admitindo que o Papa pudesse estar pensando no Exército Republicano Irlandês quando condenou o «matar em nome de Deus», ainda assim as suas colocações seriam legítimas e pertinentes e a) nem autorizariam “retroagir” sua condenação para abarcar também eventos católicos do passado e b) nem deixariam de valer como crítica às outras religiões que ainda hoje fazem guerra «em nome de Deus».]
Terceiro, que Deus morreu por todos os homens sim, como foi explicado acima, e que o Sangue d’Ele é suficiente para redimir o mundo inteiro sim, embora isso naturalmente não signifique que todas as pessoas vão inexoravelmente se salvar sem fazer nada para isso.
Quarto, que a filiação de Deus é dupla: por um lado recebemos a filiação divina pelo Batismo sim e não sem ele, mas por outro todos os seres humanos – mesmo os ateus – somos filhos de Deus por conta da nossa inteligência e nossa vontade, que são a imagem de Deus em nós. Assim nos ensina São Pio X no Terceiro Catecismo da Doutrina Cristã (negritos meus):
285) Por que podemos nós dizer que somos filhos de Deus?
Somos filhos de Deus:
1º porque Ele nos criou à sua imagem e nos conserva e governa com a sua providência;
2º porque, por especial benevolência, Ele nos adotou no Batismo como irmãos de Jesus Cristo e co-herdeiros, juntamente com Ele, da eterna glória.
Portanto, mesmo os ateus são filhos de Deus, porque Ele os criou à Sua imagem e os conserva e governa com Sua providência. Destarte, o Papa não disse nenhuma novidade – apenas repetiu um ensinamento tradicional da Igreja – quando lembrou que, em certo sentido, mesmo os que não crêem são filhos de Deus.
Por fim, quinto, que é verdadeiramente espantoso não se ter percebido o mais importante desta homilia, que é o seguinte: quando o Papa diz que «todos nós temos o dever de fazer o bem» e que isso «não é uma questão de fé, mas um dever», ele está lançando um duro ataque contra a ditadura do relativismo e explicando que não é porque fulano ou sicrano crê ou deixa de acreditar que ele pode se considerar eximido de seguir os ditames morais que valem para todos! Ora, num mundo em que os hipócritas clamam o direito de casar homem com homem porque não são católicos e em que dizem à Igreja para que Ela não imponha a Sua proibição ao aborto àqueles que não comungam da Fé Católica, afirmar que até os ateus têm o dever moral de fazer o bem é um duro golpe no ateísmo mesmo e o sepultamento definitivo do relativismo moral que grassa nos dias de hoje.
Este ensinamento não é só verdadeiro: é tremendamente oportuno. Se não percebem isso aqueles que por um lado louvam o Papa por ter alegadamente aberto o Céu aos ateus e por outro aqueles que o criticam por supostamente ter negado a Igreja fundada por Cristo, é porque estão mais preocupados com os seus pré-julgamentos do que com a compreensão serena e desapaixonada daquilo que o Vigário de Cristo tem para nos dizer.
É dose pra leão ter que ficar tentando salvar cada frase do bom Papa. Pois para mim já podemos começar a discutir seriamente a doutrina da Igreja sobre a hipótese do Papa herege. Isto sim seria proveitoso. Bento XVI tinha o benefício da dúvida. João Paulo II eu não acompanhei de perto, era muito criança ainda. Mas o Papa Francisco realmente vai levar a crise ao extremo, se vai.
Enfim, alguém antes perguntou se um Papa pode cair em heresia. Mas eu gostaria de um arrazoado sobre o seguinte: ele perde a jurisdição? Parece que o estudo feito pelo Dr. Arnaldo Xavier da Silveira da década de 70 continua atual. O Papa perde efetivamente o pontificado: a) quando peca [por heresia] interiormente? b) quando manifesta exteriormente? c) quando a heresia é pública? d) quando a Igreja inteira, do mais erudito ao mais rude, reconhece a heresia? e) quando a Igreja inteira se escandaliza e grita “Fora o Papa”? f) quando outro Papa, eleito licitamente, julga o anterior? (e o joga no Tibre…sic!)
Parece, segundo entendi, que ele é da opinião que a letra f) é a correta. Mas para mim, eu acho que deve ser a letra b) ou c).
O Papa Francisco já demonstrou o suficiente que tudo o que diz e faz tem sabor de heresia. A Igreja inteira deveria pelo menos exigir dele uma confissão católica ou uma confissão pública de heresia.
Assim como o Alexandre disse em certo momento que está aqui para explicar sua intenção sobre certa coisa que disse, o Papa Francisco está passado da hora de ser chamado a atenção pela Igreja inteira. Que confesse a Fé católica, doa a que ateu ou protestante ou judeu doer. Ou então que saia de lá.
Flávia, salve Maria.
O papa herege manifesto perde IMEDIATAMENTE a jurisdição. Isso significa que a heresia manifesta é uma renúncia tácita do papado. Por exemplo, Bento XVI realizou um ato de renúncia explícita ao papado da igreja conciliar, já a heresia é um ato de renúncia tática.
Este é o ensinamento de todos os papas que trataram a questão, de todos os santos doutores e de 99% dos teólogos. Apenas uma meia dúzia em dois mil anos de história da Igreja discordou deste ensinamento fundado no direito divino.
Logo, se vê que os sedevacantistas estão em excelente companhia no que se refere ao tema, pois estamos com a doutrina mais comum da Igreja. Com relação a questão dos ensinamentos magisteriais e da sua infalibilidade, estamos com os conservadores, que mantêm a doutrina católica, e rejeitamos veementemente os tradicionalistas, que deliram quando tratam da questão. Porém, estes tem o mérito que rejeitar a anti-igreja que está sendo-lhes imposta pelos papas conciliares, enquanto que os conservadores tem o demérito de colaborar com a destruição da Igreja ao aceitarem os desvarios destes mesmos desviados.
Falta a ambas as posições a postura católica verdadeira diante dos desviados. Falta a eles aplicar na vida o que ensinou Padre Fabber e um sem número de santos. Veja como um católico se porta diante da heresia:
http://www.montfort.org.br/old/index.php?secao=veritas&subsecao=religiao&artigo=odio-heresia&lang=bra
Fiz deste texto que é bem curto a alma que move meus atos nesta crise sem precedentes. Ele é o meu escudo, a minha fortaleza e a minha norma de agir e de viver.
Espero que você faça o mesmo, e também o Alexandre, e o Jorge.
Cordialmente,
Sandro de Pontes
Fonte: Missa do Pontífice em Santa Marta – O escândalo da encarnação. L’Osservatore Romano. 2013-06-02.
Prezado Alexandre, salve Maria.
Francisco crê na divindade de Cristo e consequentemente na Santíssima Trindade. Ou seja, desta heresia (de não crer na divindade de Cristo) ele não pode ser acusado.
Cordialmente,
Sandro de Pontes
Obs.: Professor Orlando dizia que o bom dentista olha os dentes careados e os trata, e não os dentes saudáveis, que não precisam de atenção. Assim, de que adianta olhar para quando Francisco acerta e fingir não ver os seus erros? Desta forma, você livra até a cara de Lutero, que cria, como Francisco, na divindade de Cristo e na Igreja, embora “Igreja” para estes dois sejam tudo, menos aquilo que o catolicismo prega.
Sandro, Francisco não quer que os discípulos de Cristo pretendam “fazer coisas boas sem o escândalo do Verbo encarnado, sem o escândalo da cruz”. E certamente ele deseja que todos os homens se tornem discípulos de Cristo.
Salve Maria, Sandro!
Não conheço. Quando Papa, é certo que não o mencionou ainda. O tema não está também, que me recorde, em nenhuma encíclica pontifícia desde que existem encíclicas. O que por si só já demonstra o que esta “omissão” significa: rigorosamente nada.
Mas é claro que o Batismo pode ser (e é) suficiente, na impossibilidade material de se acorrer aos demais sacramentos. O Papa está falando dos Kakure Kirishitans! Atestar o dado factual de sete gerações de cristãos japoneses terem sobrevivido sob violenta perseguição sem sacerdotes não é a mesma coisa que afirmar serem supérfluos os sacerdotes.
Abraços,
Jorge
Flávio, as suas colocações são tão fora da realidade que não sei nem o que comentar.
Primeiro, que somente uma minoria ínfima de católicos enxergam “sabor de heresia” em outra minoria ínfima de pronunciamentos do Santo Padre. A virtual totalidade dos católicos o reconhece como Papa, e mesmo os que o questionam não vêm problemas em «tudo o que diz e faz» (nem mesmo na maior parte das coisas que ele diz e faz!), e sim apenas em um ou outro ponto.
Aliás, de todos os seus pronunciamentos enquanto Romano Pontífice, creio que somente dois levantaram alguma confusão: este presente e outro em que ele falou sobre uma Igreja pobre. Em contrapartida, ele já disse
– que «Cristo é o único Salvador do homem todo e de todos os homens»;
– que a Igreja não era uma ONG e, portanto, só pode ser entendida sob a ótica da Fé;
– que a Ressurreição de Cristo é um fato histórico;
– que «tudo o que se refere à interpretação da Sagrada Escritura está submetido, em última instância, à Igreja, que tem o mandato e o ministério divino de conservar e de interpretar a palavra de Deus»;
– que «[a] fé não se negocia», sob pena de cairmos em apostasia;
– que «[e]ncontrar Jesus fora da Igreja não é possível»;
– que «[h]á talvez caminhos mais fáceis, mas são enganosos, não são verdadeiros: são falsos», e que «[s]omente Jesus é o Caminho»;
– que existe uma «pobreza como ideologia», e quem a abraça «não sabe o que é o amor, porque não sabe doar-se».
E isto só do que eu registrei aqui no Deus lo Vult!.
Depois, a idéia da Igreja Docente exigir do Papa «uma confissão católica ou uma confissão pública de heresia» só pode ser fruto de uma mentalidade revolucionária. Os católicos, por definição, não estão em condições de exigir nada do Doce Cristo na Terra! Imaginar que mesmo um Concílio Ecumênico tivesse poder de constranger o Papa a fazer algo contra a sua vontade é heresia já condenada.
Por fim, não existe uma mísera linha no Denzinger que fale inequivocamente sobre um Papa herege e dirima esta questão – não está pacificado nem mesmo se isto é possível. Que me conste, nenhum dos Santos Padres tratou diretamente do assunto. O Aquinate parece também não dedicar nenhum artigo da sua vasta obra à questão. A posição mais aceita parece ser a de São Roberto Belarmino, mas a Igreja não tem uma posição definitiva sobre o assunto. Sobre o sedevacantismo, leia este «pequeno Catecismo» do “Apologética Católica”.
Abraços,
Jorge
Prezados Jorge e Flávio, salve Maria.
Flávio, em primeiro lugar você tem razão em exigir uma profissão de fé católica por parte de Francisco. Quando o papa Pascoal deu a impressão de se afastar da fé os católicos da época ameaçaram retirar-lhe o governo da Igreja, justamente porque um herege decai de seu cargo a partir do cometimento de delito, desde que pertinaz. E o Papa Pascoal voltou atrás de sua decisão que causou tanto rebuliço.
Daí se ver o tipo de católicos existentes na idade média…a heresia para eles, ou o cheiro dela, já causava reações violentamente católicas. Hoje, Francisco escreve hereticamente que todos são filhos de Deus pelo fato de Cristo ter derramado o Seu sangue na cruz e os católicos que tem inteligência e graça divinas para não aceitar um ensinamento espúrio destes acabam por justificá-lo inacreditavelmente!
Jorge, nenhum dos santos padres tratou diretamente do assunto relacionado ao papa herege? Principalmente Inocêncio III dedicou sermões inteiros ao tema, mas além dele temos São Símaco e outros, além da bula de Paulo IV, que reza que o papa herege pode ser acusado. Claro que acusado de heresia!
Logo trago estas citações.
Cordialmente,
Sandro de Pontes
Sandro, Inocêncio III não é um Padre da Igreja, e foi a estes que me referi.
A citação de São Símaco eu gostaria de ver, embora intue que ela só fale generalidades.
A Cum ex apostolatus em momento algum dirime a questão, pois nem confere ao laicato a jurisdição para depôr o Papa (como aliás é óbvio), nem estabelece mecanismos para perda automática de pontificado por razão alguma e nem muito menos (o que seria a coisa mais próxima da situação atual na visão sedevacantista) sequer insinua o que se deva fazer na eventualidade de um Papa ser herege e mesmo assim continuar sendo reconhecido como Papa pela virtual totalidade da Igreja.
Abraços,
Jorge
Prezado Jorge, salve Maria
Concordo contigo que a Bula de Paulo IV não trata “ex professo” sobre como seria a deposição do papa herege, a norma, o procedimento, mas se limita a ensinar, o que para mim já está bom demais, que o papa desviado pode ser acusado.
Ora, acusar é uma ação que somente se toma após a pessoa realizar um julgamento prévio, ainda que pessoal. Assim, o promotor acusa o réu, mas quem o julga propriamente é o poder judiciário, é o juiz. No caso do papa desviado, quem o julga é Cristo, e isso Ele pode fazer por meio de Sua Igreja (é o que ensinam todos os santos doutores que trataram a questão, é o que ensina o Papa Inocêncio III também).
Assim, por exemplo, Bento XVI nega que a missa tenha caráter propiciatório. Isso é heresia. Eu o acuso de herege e de antipapa. Que Deus o julgue naquele dia, e também a mim, porque quem acusa mal comete pecado contra a caridade. “Ai de quem tocar nos meus ungidos”, diz o Senhor dos Exércitos!
Que Cristo me puna duramente caso eu negligentemente esteja errado em meu julgamento sobre este senhor, sobre todos os papas conciliares e agora sobre Francisco.
Sempre cordialmente, sem nunca faltar com a firmeza que a fé exige,
Sandro de Pontes
Sandro, Salve Maria!
Já que você mencionou o «ai de quem tocar nos Meus ungidos!», eu aproveitaria para lhe sugerir, se tiver oportunidade, a (re)leitura d’O Diálogo de Sta. Catarina de Sena, mormente a parte onde Deus fala dos que julgam os Seus sacerdotes. Há uma transcrição de um capítulo aqui mesmo no blog, pequena, que não substitui a minha sugestão original, mas pode servir para atiçar a vontade de acatá-la:
https://www.deuslovult.org//2008/11/21/respeito-devido-aos-sacerdotes-sta-catarina-de-sena/
Abraços, em Cristo,
Jorge Ferraz
Prezado, salve Maria.
Este texto na verdade serve para ser lido e refletido por aqueles que creem que os papas conciliares sejam verdadeiros papas e não lhes dão a devida reverência. É isso que a santa condena, e tal condenação não se aplica aos sedevacantistas, que não creem que estes senhores sejam sequer católicos e muito menos “cristos” na Terra.
Aliás, sabe bem você que defendemos a mesma doutrina católica neste ponto, a doutrina de sempre, que diz que o papa é rei, iluminado pelo Espírito Santo em seus atos de governo e que ele não pode promulgar magisterialmente coisas más, ainda quando não se pronuncie infalivelmente.
Negar isso é negar a essência do catolicismo e as promessas de Cristo para a Igreja.
Neste belo trecho que me sugere, a santa fala dos clérigos desviados, mas verdadeiros clérigos, mas não aborda o caso do papa herege. Com relação ao Papa herege e aos bispos hereges existe vasta obra que ela não poderia, em poucas linhas, discordar e nem condenar.
Aliás, a bula de Paulo IV manda desobedecer e tratar até como desviados os que pela heresia decaem de seus cargos.
Históricamente, os fieis se revoltaram “a maneira” sedevacantista contra o Papa Pascoal, contra o Papa Honório, contra o Papa Libério, etc…isso demonstra que os sedevacantistas atuais não apenas estão bem amparados teoricamente, doutrinariamente, mas também na prática dos santos da nossa Igreja.
Abraços,
Sandro de Pontes
Papa Libério – Patrick Madrid. Publicado por Jorge Ferraz em 16/02/2009.
Este comentário escrevo estimulado por 03/06/2013 at 15:41, de Jorge.
Durante essa semana eu quis ler as duas homilias sequenciais nas quais o Papa Francisco, segundo a impressa, falara sobre “corruptos vs. pecadores”. E não pude achá-las no site do Vaticano até agora. Mas acabo de redescobrir as iniciativas Canção Nova de tradução de homilias papais:
http://papa.cancaonova.com/category/francisco/
http://papa.cancaonova.com/category/francisco/rss/
Mesmo ali ainda não estão aquelas homilias específicas que procuro. Pelo menos eu já pude ler sobre ecologia. O Papa relembrou a ecologia humana, que já havia sido abordada por seu predecessor, e deu um “espaço concreto” à ecologia ambiental, em sua reflexão.
Acabo de fazer pipe filtrando as traduções da Canção Nova em um feed:
http://pipes.yahoo.com/pipes/pipe.run?_id=892416c85f829d3a91bfc28581461fb0&_render=rss
Isso dispensa de qualquer dos dois links destacados em 07/06/2013 at 04:41, se não se quer as notícias daquele site mas apenas as traduções.
A salvação depende da fé no sacrifício vicário de Cristo e nos “sacramentos”??? De onde esses caóticos romanos tiram isso? Da Bíblia é que não é… Vade retro!!!
Humberto,
a Igreja Católica foi fundada por Cristo e fora dela ninguém se salva!!!
Se você discorda é porque a sua ignorância o impede de enxergar tal verdade.
Filho de Lutero, sai das trevas, e venha para a luz: venha para a Igreja que Cristo fundou, e abandone a igreja “humbertiana”.
Sim, prezado, igreja “humbertiana”, porque cada protestante é ele sozinho a sua própria seita, onde ele mesmo é o papa, interpretando as sagradas letras e definindo para si e para o restante do mundo o que é bom e o que é mau.
E maldito o homem que confia no homem. Maldito o Humberto, que quando lê a bíblia acha que entende o que lê, e como um pavão enfeitado destila seus anátemas pelo mundo, como se Cristo precisasse do Humberto para interpretar as escrituras.
Estude e seja católico, porque senão não se salvará. Quem avisa amigo é.
Sandro de Pontes
Sandro, o protestante Julio Severo faz uma aplicação diferente dessa passagem. A interpretação dele faz mais sentido do que a sua. Porém, ambas são problemáticas, já que Jesus foi homem, confiou em si mesmo, e os cristãos confiam nele. Mais tarde eu vou ler Jeremias com mais atenção, buscando analisar melhor o contexto.