Um leitor do Deus lo Vult! entrou em contato com alguns deputados a respeito do PDC 234/2011, e recebeu a resposta abaixo da assessoria de comunicação do dep. Chico Alencar (PSOL/RJ). Não se trata de nenhuma novidade, uma vez que o senhor deputado é conhecido freqüentador de seminários LGBT e, junto com o Jean Wyllys e outros, anunciou com histrionismo a sua saída da CDHM após o dep. Pastor Marco Feliciano ser apontado para a presidência da comissão.
Publico a resposta para registro, a fim de que saibamos quem está do lado do povo e quem, ao contrário, serve a interesses escusos e prejudiciais à sociedade brasileira. Ainda mais porque o sr. Chico Alencar, dito «um pensador católico para quem a política é o amor em sua dimensão social», elegeu-se com uma quantidade expressiva de votos de católicos iludidos pelo prestígio do qual o então candidato gozava nos ambientes católicos cariocas. A expressividade dos votos de Chico Alencar, aliás, brindou-nos também com uma das maiores desgraças do Congresso brasileiro: o ex-BBB Jean Wyllys, detentor do desonroso título de deputado eleito menos votado em 2010, alçado à Câmara pelos mais de 200.000 votos do seu colega mais famoso do PSOL. Dados importantes a serem guardados para o ano que vem.
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Em consideração à sua mensagem, esclareço que nosso mandato não aprova o PDC 234/2011, da chamada “cura gay”, por considerar que:
1- De acordo com o Conselho Federal de Psicologia e a comunidade científica mundial, a homossexualidade não constitui distúrbio, perversão ou doença. Portanto, não demanda tratamento psíquico ou médico. A Psicologia pode e deve contribuir com seu conhecimento para o esclarecimento sobre as questões da rica sexualidade humana, permitindo a superação de preconceitos e discriminações.
2- O projeto viola os princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988 (art. 1º, proteção da dignidade da pessoa humana; art. 3º promoção do bem de todos sem discriminação ou preconceito; art. 196º, direito à saúde).
3- Sustar exatamente estes artigos de uma Resolução do CFP não é simples exercício de atribuição do Poder Legislativo: é posicionamento quanto a diretrizes profissionais que não lhe dizem respeito, e abertura a que todas as distorções retrógradas, medievais mesmo, possam se manifestar, em nome de um falso ‘atendimento a angústias’.
“O Amor é essencial, o sexo é acidente: pode ser igual, pode ser diferente” (Fernando Pessoa)
Na esperança de sua reflexão sobre essas ponderações,
Chico Alencar
Obrigado, Mônica, seus ‘elogios’ me levam as lágrimas. kkkkkk
Infelizmente ainda existem “católicos” reacionários que fazem oposição a vida de Cristo. A palavra ‘liberdade’ no título do texto não faz sentido algum: simplesmente o autor não compreende o significado dessa palavra. Chico Alencar é Católico mas, o autor desse texto é que é um “católico”. O catolicismo não precisa de pessoas como você.
Jackson,
O “catolicismo” de Chico Alencar, pelo que se vê de sua vida pública, não tem absolutamente nada a ver com o Catolicismo da Igreja Católica. Em todas as questões políticas que opõem o mundo à Igreja Católica, o deputado toma o partido do mundo contra o que ensina a Igreja.
A vida de Cristo é a vida que traz a libertação dos vícios e dos pecados. Que alguém queira impedir uma pessoa com tendências homossexuais de viver uma vida de pureza e castidade — a vida que Cristo o chama a viver, portanto — é um escândalo; que (ainda por cima!) apareça alguém para defender semelhante comportamento, aí já parece deboche.
Agora, de fato, em uma coisa ao menos o senhor tem bastante razão. O catolicismo, é verdade, não precisa de pessoas como eu. É o contrário. Sou eu que preciso do catolicismo.
Abraços,
Jorge
Com relação ao tema: Liberdade dos homossexuais procurarem “ajuda”? Homossexualidade não é doença. E os psicólogos não podem de maneira alguma tentar “converter” os homossexuais. Sei que aparecem pacientes com a suposta intenção de mudar seu comportamento mas, essa intenção não vem por vontade própria ou, como você chamou, “liberdade” e sim, devido ao preconceito e/ou discriminação por parte da sociedade que o vê como anormal, à não aceitação por parte da família, e a possível exclusão do seu ambiente de amigos. Acaba sendo uma decisão que parte de causas externas ao sujeito. Nenhum profissional ético faria tal “procedimento”. Se até mesmo Deus, que tudo pode, nos deu livre arbítrio, que homem teria autoridade para fazer tamanha violação? O ser humano se descobre e se orienta por meio de sua própria razão e experiência.
Jackson, não acho que o senhor tenha procuração para falar por todos os homossexuais do mundo. Deixe cada um cuidar da própria vida! Se o sujeito se sente mal praticando atos contrários à natureza e quer buscar ajuda para se controlar, quem é o senhor para julgar?
Ajuda? não estamos falando de nenhum distúrbio ou doença. E repito, o profissional não deve tentar mudar a orientação sexual do sujeito. O sujeito tem sua orientação e ninguém exterior a ele pode tentar arrancar essa orientação e colocar outra. E não estou julgando as opções do sujeito(as opções são dele), estou dizendo que o profissional não pode fazer este procedimento mesmo que o sujeito peça. Ainda seria uma violação. Sobre o que o senhor disse, eu não estou falando por todos os homossexuais do mundo e nem tenho tal interesse. Estou falando de direitos humanos que precisam ser respeitados. Também estou falando da perversidade e “picaretagem” da corja de deputados que apoiou esse projeto apelidado de “cura gay”. Políticos como João Campos(PSDB), autor do projeto, e Marco Feliciano (PSC), pastor e também imbecil nas horas vagas, são o lixo da política brasileira, assim como a bancada evangélica que os apoia. O que salva naquela câmara são os poucos deputados honestos e de bom senso, como o Chico Alencar.
Senhor Jackson,
Vamos imaginar por um instante, ad argumentandum tantum, que o homossexualismo não seja “nenhum distúrbio ou doença”. Vamos imaginar que seja uma coisa como a timidez ou a tagarelice, ou a gula ou o fastio, ou, sei lá, a vontade de assistir filmes na Netflix.
Você não acha que uma pessoa pode querer — somente querer — ter mais desenvoltura em público, ou comer mais, ou assistir menos filmes na Netflix? Imagine um homem “galinha”, que toda sexta-feira vai para a festa pra pegar uma menina. Você não acha que esse homem pode querer deixar de fazer sexo casual toda sexta-feira à noite?
Se qualquer pessoa pode querer mudar o seu comportamento, seja pra falar com mais desenvoltura em público, seja para falar menos, seja para comer mais, seja para comer menos, seja para assistir menos filmes na Netflix ou para fazer menos sexo casual (ou para fazer mais sexo casual — pense, aqui, no tímido ao qual nos referimos em primeiro lugar), enfim, se o comportamento do indivíduo diz respeito a ele somente e a mais ninguém, por que cargas d’água o homossexual seria, de todos os homens no mundo, o único que não teria o direito de tentar mudar o próprio comportamento, de tomar atitudes diferentes, de deixar de fazer alguma coisa que ele faz habitualmente ou passar a fazer alguma outra com a qual não está acostumado?
Continuo discordando: NÃO é distúrbio ou doença e não se pode tratar como se o fosse. E as coisas que o senhor citou como exemplo não são de mesmo tipo e nem de mesma profundidade. Não estou dizendo que o indivíduo não possa querer/tentar mudar seu comportamento, todos tem esse direito. Estou dizendo que o psicólogo não pode tentar fazer esse procedimento de “mudança de comportamento”. É simplesmente isso. E volto a repetir: não é doença, não é algo que já nasceu com o indivíduo, nem mesmo é uma opção(como alguns dizem), é uma ORIENTAÇÃO sexual. Deixe-os em paz, não se refira à homossexualidade como uma doença, nem deseje uma cura ou “conversão” apenas pelo fato de você ser contra.
Ou seja, os psicólogos podem ajudar as pessoas a TUDO nesse mundo, a serem mais desenvoltas ou mais recatadas, a estudarem mais ou a trabalharem menos, a serem menos fanáticas ou mais engajadas socialmente; a única coisa que os psicólogos não podem, e devem ser proibidos por lei de fazer, é ajudar as pessoas a fazerem menos sexo com pessoas do mesmo sexo!
Aí fica difícil. Deixe aqueles insatisfeitos com a sua “orientação” sexual em paz, sr. Jackson. Você quer obrigar todo mundo a aceitar aquilo que o incomoda e a continuar fazendo aquilo que não quer fazer, e o senhor não tem direito nenhum de fazer isso. Se o senhor quer namorar homens, senhor Jackson, namore, nenhum psicólogo vai entrar na sua casa para lhe obrigar à castidade. Agora não queira obrigar todo mundo que tem tendências a se deitar com pessoas do mesmo sexo. Deixe-os em paz, senhor Jackson.
Não quero namorar homens, senhor Jorge, kkkk sou hétero. E eu não incomodo nenhum homossexual para me pedir para deixá-los em paz, o senhor é que os incomoda com seu preconceito. Está bem claro aqui que temos uma visão de mundo bem diferente e o senhor parece que não vai mudar mesmo. É triste isso. Essa discussão infelizmente está sendo inútil.
A ignorância a respeito do que seja psicoterapia é o único motor dessa polemica medíocre, o Conselho de Psicologia postula em seu código de ética que não pode haver promessas específicas propostas como resultado de tratamento. Quem conhece ao menos superficialmente sobre os fundamentos das abordagens psicológicas já pode se convencer que tratar a mente com suas inclinações pessoais e insatisfações é muito diferente de tratar um coração, um osso ou uma gagueira.