As dimensões da JMJ

“Eu nunca vi tanto gringo no Rio de Janeiro”, dizia-me um amigo já na semana anterior à Jornada Mundial da Juventude. E a mesma coisa me foi confirmada ao longo dos dias seguintes por uma infinidade de pessoas, com uma reconfortante regularidade: taxistas, motoristas de ônibus, comerciantes, moradores da cidade que encontrávamos nas ruas, todos nos diziam o mesmo: nunca se vira tanta gente no Rio de Janeiro, nem mesmo no badalado Reveillon de Copacabana. Fomos melhores do que o «melhor do mundo».

Quando voltei pra Recife, soube que um certo pastor protestante desdenhara no Twitter dos números da JMJ. Era ridículo, dizia ele, perguntar o número de participantes para os organizadores do evento, que sempre os superestimavam. Ora, os números que divulgamos não vieram dos organizadores da JMJ, e sim da prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, em parceria com outros órgãos públicos. Estes números não são nossos, e sim do Governo:

  • «Mais de três milhões de pessoas participaram da Jornada».
  • «Dados do Ministério do Turismo revelam que dois milhões de turistas estiveram no Rio durante a JMJ».
  • «Vindos de 170 países, 93% dos turistas pretendem voltar para conhecer melhor o Rio».
  • «A Comlurb removeu 345 toneladas de resíduos orgânicos e 45 toneladas de materiais recicláveis durante a Jornada Mundial da Juventude».
  • «Visitantes desembolsaram R$ 1,2 bilhão».

Os nossos números são um pouco mais generosos. D. Orani divulgou uma estimativa de 3,7 milhões para o número de participantes da Jornada, e se divulgou que o impacto econômico foi de 1,8 bilhão. Em comparação com o evento como um todo, no entanto, debater isso é discutir sobre centavos.

Ainda considerando “somente” as três milhões de pessoas estimadas pela prefeitura do Rio, ainda assim já é de longe o maior evento da história do Brasil. Nunca antes na história deste país uma cidade recebeu um evento de proporções tão gigantescas e, citando a notícia (acima mencionada) do site da Prefeitura do RJ, trata-se de «um recorde de visitação no país, considerando que todos estavam em uma mesma cidade e em um mesmo período».

Ainda considerando que os turistas tenham desembolsado “somente” 1,2 bilhão de reais durante os dias do evento, ainda assim já é um número quatro vezes maior do que os tão tagarelados “custos” (entre públicos e privados) da Jornada Mundial da Juventude. Se formos considerar somente os recursos públicos “gastos” na Jornada (R$ 118 mi), a mais baixa estimativa de retorno financeiro já é dez vezes maior do que os custos do evento. Um retorno de 1000%. Até mesmo em finanças públicas, a Igreja Católica continua sendo a única que faz milagres.

Apesar de toda a implicância ideológica dos inimigos da religião, o evento aconteceu: e foi um sucesso tão estrondoso que, por si só, cala todos os seus detratores. Querem falar de gastos públicos com um evento religioso? Vejam se conseguem seduzir com este discurso furado os comerciantes do Rio de Janeiro, que só em Copacabana dobraram o seu faturamento durante os dias da JMJ. Querem discutir talvez os tumultos característicos das grandes multidões reunidas? O que ouvíamos da polícia e do exército lá no Rio de Janeiro era que eles nunca haviam visto tanta gente para lhes dar tão pouco trabalho – coisa bem diferente dos protestos que tocaram fogo no Leblon apenas uma semana antes. Que tal alardear sobre a Igreja decrépita cujos dias estão contados, a instituição falida que não tem mais a menor importância no mundo moderno? Digam isso para os mais de três milhões de pessoas (em sua maioria jovens) que acompanharam a Missa de Encerramento no dia 28! O fato é que não há para onde correr. Sob qualquer aspecto que se lhe considere, a JMJ deu um show e reduziu ao silêncio aqueles que a criticavam. Orgulhamo-nos de ter realizado o maior e melhor evento público do qual o Brasil já foi palco. Tem coisas que só a Igreja Católica é capaz de fazer.

Os números do Datafolha são um caso à parte, porque o revisionismo numérico do instituto de pesquisa do Grupo Folha já é bem conhecido. O Datafolha usa uma unidade de medida diferente dos outros estimadores de multidões, se melhor ou pior não nos interessa analisar agora. O fato – inconteste – é que é diferente. Então, quando o Datafolha diz que em Copacabana havia no máximo 1,2 milhão de pessoas, isso não significa que havia menos gente do que no show dos Stones que reuniu lá na praia um milhão e meio de pessoas, simplesmente porque este 1,5 milhão não está em “unidades Datafolha de medida de multidões”. É bastante fácil perceber que muito mais gente foi ver o Papa Francisco do que o grupo de rock inglês: basta comparar as duas fotos.

Rolling Stones em Copacabana
Rolling Stones em Copacabana
Missa de Encerramento da JMJ em Copacabana
Missa de Encerramento da JMJ em Copacabana

Quando o Datafolha diz que havia no máximo 1,2 milhão em Copacabana, isso tem que ser comparado com outras medidas do próprio Datafolha. Ou seja, isto significa que havia seis vezes mais católicos em Copacabana do que protestantes na Marcha pra Jesus, e quase seis vezes mais católicos na Missa de Encerramento da JMJ do que manifestantes pró-sodomia na maior Parada Gay do mundo. É isto que estes números significam, e é isso que deve ser divulgado: somos muito mais do que os hereges protestantes e os militantes gayzistas juntos. Os católicos são em número muito maior do que os inimigos da Fé, e portanto não temos razão para temer. Não há por que aceitar o absurdo de que esta multidão tenha menos voz do que outras multidões incontestavelmente (muito) menores do que ela. Que não tenha espaço na vida pública a Igreja que enche as ruas é um absurdo sem tamanhos que não precisamos aceitar de graça.

Mas estas estatísticas frias e estas imagens inertes não são capazes de transmitir a exata dimensão do que foram aqueles dias. Somente quem lá esteve pode fazer deles um juízo mais acurado; a experiência daqueles dias não cabe em números e fotos. A exata dimensão da JMJ estava no sorriso de cada peregrino com o qual cruzamos pelas ruas do Rio de Janeiro; nas amizades firmadas durante as intermináveis esperas que são próprias das Jornadas; nas explosões de cânticos que surgiam espontaneamente em cada esquina; nas ruas sempre apinhadas de bandeiras e mochilas coloridas; no brilho dos olhos dos cariocas, que testemunhavam em uníssono jamais terem visto algo parecido. Estes são os registros que queremos que fiquem da JMJ! Que as pessoas possam conhecê-la e, conhecendo-a, possam se deixar seduzir por aqueles jovens que, no final de julho, maravilharam a Cidade Maravilhosa.

Sim, senhoras e senhores, a Igreja está viva. Que as águas de Copacabana testemunhem a Sua vitalidade. Que a experiência vivida naqueles dias pelos cariocas – e por todos os brasileiros! – venha em favor d’Ela. Que o brado dessas multidões – num mundo que não entende senão a linguagem das massas – possa sensibilizar os que se fazem de surdos às coisas do Alto.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

34 comentários em “As dimensões da JMJ”

  1. Ressalte-se que o evento transcorreu com tranquilidade, ainda que uma aparente “força misteriosa” buscasse agir em sentido contrário. Fico pensando o que seria do metrô do Rio, por exemplo, se uma paralisação de todo o sistema ocorresse na ida ao Reveillon ou na chegada a um clássico no Maracanã. Os peregrinos sequer reclamaram com a companhia. Só queriam chegar. Muitos, como eu, pagaram a passagem e sequer foram ressarcidos pela empresa. Simplesmente saíram das estações e pegaram um ônibus como se fosse a coisa mais natural do mundo. Tenho a impressão que o “keep calm non prevalebunt” peregrino contagiou até mesmo os próprios cariocas, trabalhadores, que nada tinham a ver com o evento e que acabaram presos nos vagões a caminhos de suas casas, pois não era feriado no Rio naquele dia. O metrô que transporta 600 mil pessoas normalmente parou e foi como se isso passasse em branco; um eco de um grande grito de “não vos inquieteis”

  2. Gostei desta parte que o Papa disse:

    “- Convencer os outros para que se tornem católicos? Não, não e não. Vá encontrá-los, eles são seus irmãos. Isso basta. E vá ajudá-los, o resto fica por conta de Jesus e do Espírito Santo – disse.”

    Consta que Madre Teresa de Calcutá não procurava converter ninguém mas agia por puro amor a seus semelhantes que nem católicos eram, e muitos se convertiam simplesmente vendo as boas ações daquela mulher, não devemos fazer proselitismo a lá protestantismo, devemos dar testemunho de nossa fé por meio das obras como disse Jesus: “Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus.” (São Mateus 5, 16), é por esta linha que o Papa Francisco segue, pois não adianta chegar a alguém que passa fome, esta doente, tem privações e falar em Jesus, Igreja, Dogmas, temos que primeiro cuidar das necessidade de quem quer que seja, e depois, se a pessoa se interessar, ( e aí que entra Jesus e o Espirito Santo, como bem disse o Papa Francisco) demonstrar quem foi Jesus Cristo, o que Ele fez por nós e a Igreja que é seu corpo e sua esposa amada, e que é sua continuação aqui na terra, portanto, para bom entendedor meias palavras bastam para saber o que realmente o Papa Francisco colocou nesta sua frase.

  3. Para lembrar: não é a primeira vez que este grupelho tem acesso no ambiente Católico. Na campanha da fraternidade de 2008, a do tema “fraternidade e defesa da vida”, elas tiveram a liberdade, concedida pela cnbb para postar uma declaração da líder delas no folheto oficial da campanha.

  4. Sim, se Francisco disser que Cristo não está na eucaristia você achará uma maneira de conciliar isso com a fé católica…

  5. Com certeza, Sandro. Basta um pouco de boa vontade.

    Olha só isso:

    «Luego de ningún modo el cuerpo de Cristo está en el sacramento [da Eucaristía] localmente».

    Escandalosamente herético e blasfemo? Ofensivo aos ouvidos pios, digno de um réprobo? Com um fortíssimo sabor de heresia, ao menos? Absurdo um católico se expressar dessa maneira tão irresponsável?

    Pois é. Sabe quem disse isso?

    Sem olhar no Google :)

    Vou colocar mais uma vez: «de ningún modo el cuerpo de Cristo está en el sacramento da Eucaristía localmente».

    Grifo eu: DE NENHUM MODO! Absurdo, não? Anátema!!!

    Quer heresia mais clara e descarada?

    Quer impiedade maior?

    Pronto, sabe de quem é esta frase?

    É do Aquinate, na Summa, Tertia Pars, Q. 79, A.5, resp.. Aqui em espanhol e aqui em latim, que fica ainda mais forte: nullo modo corpus Christi est in hoc sacramento localiter.

    Agora que a frase é do maior Doutor da Igreja já dá vontade de olhar a Summa com mais calma e entender o que ele está dizendo, né?

    Agora imagine que O Globo existisse na época e fosse noticiar uma edição da Terceira Parte da Suma.

    A manchete seria: «“De nenhum modo Cristo está na Eucaristia”, diz eminente teólogo dominicano em sua obra-prima». O subtítulo poderia ser: «Corpo de Cristo está no Céu e não pode ser limitado por um pedaço de pão, afirma o religioso».

    Graças a Deus, naquela época não havia esta imprensa. E, graças a Deus, hoje é cada vez maior o número de pessoas que percebem não poderem acreditar em tudo o que sai em letras garrafais nos nossos periódicos.

    Abraços,
    Jorge Ferraz

  6. Prezado Jorge, salve Maria.

    O exemplo que você deu, de São Tomás, não é condizente com aquilo que vemos em Francisco. A forma de São Tomás escrever, e esta é uma das características do tomismo, era colocando os argumentos em contrário para depois concluir com a doutrina correta. Ele propõe uma série de afirmações feitas em contrário para depois explicar o correto.

    Assim, é comum os desfamiliarizados entenderem que São Tomás afirma aquilo que na verdade ele está refutando. Mas aqueles que conhecem esta forma de escrever sabem que é preciso ler tudo, para compreende-lo bem.

    Já Francisco não entra nesse seu exemplo de jeito nenhum. O que a Igreja condena não é só a heresia manifesta, mas qualquer doutrina que relativize a sã doutrina, que deve ser professada integralmente, sem diminuições.

    Estes dias Francisco disse que não importa quem educa as crianças, pode ser judeu, protestante, macumbeiro, etc, o que importa é que elas sejam “educadas”. Ele defende a fé católica de acordo com o modernismo amplamente condenado pela Igreja. Aliás, a característica do modernista é mudar a doutrina da Igreja sem negá-la, daí os papas dizerem que o modernismo é a pior das heresias e o católico modernista o pior dos católicos, porque tanto um como outro escondem a heresia manifesta que causaria horror aos ouvidos pios, ao mesmo tempo em que semeiam esta mesma heresia (não expressada com palavras), e o fazem sorrateiramente.

    Francisco foi aplaudido por maçons, protestantes, gays e pela sociedade brasileira apóstata, e isso é um sinal EVIDENTE do anti-cristo. Um papa verdadeiro, no contexto atual, ser aplaudido em pé pelos maiores inimigos da Igreja, é algo não apenas impensável, mas impossível, de acordo com Pio XII, que disse:

    “…uma Igreja que se CALASSE QUANDO TEM O DEVER DE FALAR; uma Igreja que edulcorasse a lei de Deus, adaptando-a ao gosto das vontades humanas, quando ela é obrigada a altissonantemente proclamá-la e defendê-la; uma Igreja que se destacasse do fundamento inabalável sobre o qual a edificou Cristo, para instalar-se comodamente sobre a areia movediça das opiniões do dia ou para abandonar-se à corrente que passa… Diletos filhos e filhas! Herdeiros espirituais de uma legião incontável de confessores e de mártires! Seria essa a Igreja que venerais e amais? Vós reconheceríeis numa tal Igreja os traços do rosto de vossa Mãe? PODERÍEIS IMAGINAR UM SUCESSOR DO PRIMEIRO PEDRO que se dobrasse a semelhantes exigências?” (PIO XII, Discurso ao povo de Roma, de 20 de fevereiro de 1949, Acta Apostolicæ Sedis, n.º 41, 1949, p. 74).

    Francisco disse que não quis falar no Brasil aquilo que os católicos queriam ouvir, e que o faria sair daqui embaixo de pedras e paus, atiradas pelos inimigos. Saiu aplaudido, que o braço de Deus caia sobre ele.

    Abraços, Jorge. Pode não seu hoje, mas será em breve.

    Você irá enxergar!

    Sandro de Pontes

  7. Jorge,

    Dado o inexistente conhecimento de filosofia clássica dos jornalistas de O Globo, diria que a manchete mais provável seria:

    “DE MODO NENHUM CRISTO ESTÁ NA EUCARISTIA” :))

  8. Prezado Lampedusa,

    está com saudades de mim? Pode ser sincero.

    Abração,

    Sandro de Pontes

  9. Sandro,

    Não é o caso. O texto da Summa que eu citei não está nas objeções, e sim no sed contra e no respondo. Santo Tomás está justamente dando a sua solução aos argumentos em contrário expostos anteriormente. O problema com a fictícia matéria jornalística – como neste caso d’O Globo – é de contexto e de ênfase.

    E os aplausos dos «maçons, protestantes, gays e pela sociedade brasileira apóstata» são totalmente seletivos e hipócritas. Aplaudem quando querem e o que querem; às outras coisas, fazem-se de surdos.

    Ou então atacam furiosamente o Papa. Não viu o Leonardo Boff soltando os cachorros por causa da Lumen Fidei? Ou as CDDs reclamando dele e exigindo uma nova Igreja? Ou o espetáculo deplorável da Gebara de mimimi? Não existe, absolutamente, este contentamento generalizado dos inimigos da Igreja com o Papa Francisco que os teus comentários insinuam.

    Abraços,
    Jorge

  10. “Estes dias Francisco disse que não importa quem educa as crianças, pode ser judeu, protestante, macumbeiro, etc, o que importa é que elas sejam “educadas”.

    Se um judeu vier me ensinar matemática, eu não poderei ter aulas com ele porque é judeu, se um protestantes vier me ensinar geográfica não poderei ter aula com ele porque ele é protestantes, se um espirita vier me ensinar religião, aí sim, não poderei ter aula com ele, porque se quero aprender religião, vou aprender com católicos, e não com membro de outras dominações religiosas.

  11. Sidnei, a educação que Francisco se refere é a religiosa. Compreende agora?

  12. Prezados amigos e irmãos Jorge, Lampedusa, Renato, Thiago, Luiz e Sidnei, salve Maria.

    «Ir para convencer outro que se torne católico? NÃO, NÃO, NÃO! Vai ao seu encontro, ele é teu irmão! E ISSO É SUFICIENTE. E tu vais ajudá-los. O resto é feito por Jesus, o Espírito Santo faz» – Papa Francisco

    http://www.vatican.va/holy_father/francesco/messages/pont-messages/2013/documents/papa-francesco_20130807_videomessaggio-san-cayetano_it.html

    Porém, São Paulo nos diz:”como eles crerão se não houver quem anuncie”?

    Chiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii…………………….

  13. Sandro, é a exata mesma coisa que estávamos já discutindo aqui. Em quê tirar “O Globo” do meio de campo e fazer exatamente o que ele fez muda o status quaestionis? :)

  14. Prezado Jorge, salve Maria

    Coloquei a citação porque você havia dito que não era para confiarmos em jornais seculares, e desta forma eu apenas indiquei que as palavras de Bergoglio estavam no site do Vaticano.

    Depois, com calma, falamos mais sobre o seu exemplo, que apenas demonstra que uma frase fora do contexto pode gerar más interpretações, o que não implica de jeito nenhum que isso possa se aplicar a Francisco, que participa ativamente de cultos judeus e que somente por este fato, de acordo com a doutrina da nossa Igreja, deve ser considerado suspeito de heresia. Ou nossa doutrina não ensina isso?

    Finalizando, agora que vamos dormir com os anjos, coloco citação do glorioso Papa Pio IX, que ensinou o seguinte em 1863:

    “Longe esteja de todos os filhos da Igreja hostilizar a quem não for ligado conosco pelos laços de fé e da caridade. Com caridade de cristãos socorram os acatólicos em sua pobreza, em suas doenças e necessidades. Mas, ANTES DE TUDO, façam o possível para arrancá-los de seus erros, e reconduzi-los à verdade católica e à carinhosa Madre Igreja” (Denzinger, 1678) apud Pe. Johannes Peter Junglas, A Igreja, Vozes, 1934, p.48

    Ainda precisa comentar?

    Sempre cordialmente,

    Sandro de Pontes

    Obs.: O Lampedusa está bravo mesmo, acho que perdi meu “inimigo mais querido”…

  15. “Sidnei, a educação que Francisco se refere é a religiosa. Compreende agora?”

    Só se você compreendeu assim, eu compreendi a educação não religiosa, só porque foi dita pelo Papa ou só porque você é religioso, você leva tudo para o campo da religiosidade, lamento, estas a beira de um fanatismo que cega o que realmente é e enxergas somente aquilo que você quer enxergar.

  16. Porém, São Paulo nos diz:”como eles crerão se não houver quem anuncie”?

    Chiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii…………………….

    Anunciar Jesus para quem esta bem de saúde, bem financeiramente, de bem com a vida, é uma coisa, tente anunciar Jesus a quem esta acamado, que esta passando por dificuldades financeiras, por quem passa fome, o exemplo nestes casos atrai mais as pessoas a Jesus que muitos sermões e catequeses juntos, Madre Tereza de Calcutá e tantos outros Santos e Santas que o digam.

  17. Trecho da entrevista do Papa sobre a educação:

    “Se há uma criança que tem fome, que não tem educação, o que deve nos mobilizar é que deixe de ter fome e que tenha educação. Se essa educação virá dos católicos, dos protestantes, dos ortodoxos ou dos judeus não importa. O que me importa é que o eduquem e saciem sua fome. Temos que chegar a um acordo quanto a isso. Hoje a urgência é de tal ordem que não podemos brigar entre nós, à custa do sofrimento alheio. Primeiro trabalhar pelo próximo, depois conversar entre nós, com muita grandeza, levando em conta a fé de cada um, buscando nos entender. Mas, sobretudo hoje em dia, urge a proximidade. Sair de si mesmo para solucionar os tremendo problemas mundiais que existem.”

    Bem, cada um interpreta este trecho da maneira que quiser, porém, não vejo que aqui o Papa esteja falando de educação religiosa, se a fome que o Papa fala neste trecho é de fome material, que deve ser aliviada por alimentos, ou por educação, que deve ser aliviada por pessoas que levem o conhecimento as pessoas que não tem, aí acredito que todos devem estar imbuídos nesta questão, sem divisões de religião, nacionalidade, raças ou sexo, porém, se for de fome espiritual, o que não acredito que entre aqui, aí é cada macaco no seu galho, cada um no seu quadrado, fome espiritual se sou católico irei saciar na Igreja Católica, porém, repito, que neste trecho, o Papa não estava falando de fome espiritual, mas de fome material e do saber, porém, como tem pessoas que veem religião em tudo, aí, paciência.

  18. Sidnei, salve Maria.

    Realmente me expressei mal: o que eu quis dizer é que a educação de que fala Francisco é também a religiosa, mas realmente você tem razão que não apenas ela, mas a educação total.

    Ora, no que isso alivia mesmo o ensinamento dele? Para ele, não importa quem eduque, e para você também não.

    O exemplo que você deu a respeito de ser indiferente a confissão religiosa de um professor demonstra que você não entende o porquê da Igreja ter sempre incentivado a construção de escolas católicas e ter praticamente proibido os pais de colocarem seus filhos em escolas acatólicas (a menos que não aja outra opção).

    O seu problema é não entender que está tudo interligado, educação secular está atrelada a educação espiritual, assim como o Estado está atrelado a Igreja.

    Estude a encíclica “DIVINI ILLIUS MAGISTRI”, do glorioso Pio XI, e constate aquilo que a Igreja verdadeiramente ensina sobre educação, comparada com este ensinamento modernista de Francisco. Apenas lhe adianto o seguinte trecho:

    “(…) a escola chamada neutra ou laica, donde é excluída a religião, é CONTRÁRIA AOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA EDUCAÇÃO. De resto uma tal escola é praticamente impossível, porque de fato torna-se irreligiosa. Não ocorre repetir aqui quanto acerca deste assunto disseram os Nossos Predecessores, nomeadamente Pio IX e Leão XIII, em cujos tempos começou particularmente a dominar o laicismo na escola pública. Nós renovamos e confirmamos as suas declarações, (48) e juntamente as prescrições dos Sagrados Cânones pelas quais é PROIBIDA AOS JOVENS CATÓLICOS A FREQUENCIA DE ESCOLAS ACATÓLICAS, neutras ou mistas, isto é, daquelas que são abertas indiferentemente para católicos e não católicos, sem distinção, e só pode tolerar-se tal freqüência unicamente em determinadas circunstâncias de lugar e de tempo, e sob especiais cautelas de que é juiz o Ordinário”.

    Chiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii…………………………

    Portanto, além do ensinamento de Pio IX colocado acima agora você tem este de Pio XI para comparar com as palavras de Francisco, cujo ensinamento não é nada católico. Imagina, dizer que não se importa com quem vai educar, se é judeu ou protestante….

    Abração,

    Sandro de Pontes

  19. « Quando a educação literária, social, domestica, religiosa, se não harmonizam mutuamente, o homem é infeliz, impotente » (47).

    Encíclica “DIVINI ILLIUS MAGISTRI”, Pio XI

  20. Quanto ao ensino religioso nas escolas laica, acredito que poderá existir perfeitamente, embora tenha que se respeitar a religiosidade dos demais, não obrigando, por exemplo, um judeu a ter aulas da religião católica, de resto, repito novamente, tirando o caráter religioso, não vejo problema algum ter aulas de matemática com um judeu, ou de geográfica com um protestante, e além do mais, estamos em uma sociedade multi religiosa, não temos mais como formar guetos só de católicos, e termos um colégio só de católicos, e ainda, colégios públicos, e assim por diante, ou nos acostumamos com esta realidade, sem perder nossa fé, ou teremos que se isolar de todo mundo, ou que será pior?, isolarmos de todo mundo, sem darmos um verdadeiro testemunho de amor a Cristo e a sua Igreja e com isto atrair a todos com nossos exemplos para Ele, ou ficarmos isolado, sem ser um referencial para levarmos alguém a um encontro com Cristo?.

    « Quando a educação literária, social, domestica, religiosa, se não harmonizam mutuamente, o homem é infeliz, impotente » (47).

    Exato, mas pra eu saber confortar aquilo em que acredito com as coisas do mundo, eu também terei que saber o que o mundo apresenta, um exemplo, como poderei combater o comunismo se eu não souber nada do comunismo ou nuca ter lido o livro de Marx?, de qualquer maneira, eu terei que ter algum contato com estas realidades para confrontar com o que acredito, se não, eu vou combater algo que nem sei, a educação literária, social, domestica, religiosa podem ser que não se harmonizam, mas quem disse que sou obrigado a seguir um educação que não se harmoniza?, se tenho um professor de matemática judeu, que me vem ensinar somente matemática, e nunca falou nada a respeito de sua fé judaica, mesmo assim não vou aceitar ele só por ele ser judeu, isto é anti-semetismo, agora, se tenho um professor católico de história e agredi constantemente a Igreja por causa de sua história mau contada eu seguirei este professor?, de jeito nenhum, ele pode ser católico mas nunca vou dar ouvidos a alguém que se diz “católico”, mas fala horrores da Igreja Católica, do Papa, etc, só vou com os outros se eu me deixar ser levado pelos outros, na minha consciência manda eu e ninguém mais.

  21. Prezado Sidnei, salve Maria.

    Você escreve:

    “(…) não vejo problema algum ter aulas de matemática com um judeu, ou de geográfica com um protestante”.

    Você não vê problemas nisso, mas o magistério da Igreja vê. Ainda bem que nós temos o magistério da Igreja, não é mesmo? Aliás, você sabia que no Estado Católico um judeu ou protestante não podem ser professores, nem exercer cargos no governo?

    Os papas pós revolução francesa frisaram isso muito bem. Esta aí mais um desvio seu, oriundo do Vaticano II e dos papas conciliares.

    Portanto, as escolas católicas existentes no mundo inteiro, as universidades, a creches, os orfanatos devem empregar somente professores e assistentes católicos, de acordo com a sã doutrina. Se você discorda disso, discorda do magistério da Igreja, discorda de uma encíclica de Pio XI, portanto, discorda da Igreja Católica Apostólica Romana.

    O pior é você dizer que “não temos mais como formar guetos (sic) só de católicos, e termos um colégio só de católicos (sic)”.

    Rapaz, claro que os colégios públicos tem que ser estudados a parte, mas os estabelecimentos de ensino católicos não: para eles existe a doutrina, que eles estão obrigados a seguir, e se não o fazem provocam a ira dos céus contra si.

    Mas como você pensa como um liberal, pensamento este que vem desde o Vaticano II, fica difícil entender e aceitar a doutrina católica.

    Abraços,

    Sandro

  22. Sandro, vai se isolar do resto do mundo e deixa nós em paz, para você então eu não posso nem dar um bom dia ao meu vizinho que é espirita nem visitar a tia de meu pai que é evangélica, em fim, para você tudo deve só girar em torno de nós e mais nada, meu amigo, acorda, o mundo não é 100% católico, em outras épocas era possível acreditar nisto que você acredita, mas nos dias de hoje não, e depois nem havia comentado em colégios católicos e públicos, não havia feito esta distinção, se você tivesse feito esta distinção desde o começo, ok, mas não tinhas feito e agora entra com esta distinção no meio do debate, como disse, vivemos em um mundo multi religioso, se em um colégio católico não houver um professor de matemática católico, e nem em uma cidade ou região, mas ai na esquina tem um professor de matemática judeu, então vamos deixar nossos alunos sem professor de matemática, sendo que temos um disponível aí na esquina, mas, não empregaremos por ser judeu, aí não dá, estabelecer dialogo com pessoas como você é pura perda de tempo.

  23. ” e depois nem havia comentado em colégios católicos e públicos, não havia feito esta distinção, se você tivesse feito esta distinção desde o começo, ok, mas não tinhas feito e agora entra com esta distinção no meio do debate,”

    OK, relendo os comentários do Sandro, verifiquei que ele realmente tinha citado sobre escolas católicas, porém, se a Igreja suprisse a educação em todo território nacional e em todo o mundo, se todos os colégios fosse católico, muito bem, porém sabemos que nos dias de hoje a educação esta nas mãos do estado, a maioria do povo não tem como mandar seus filhos para um colégio particular católico em que se tem que pagar uma mensalidade as vezes muito alto, então, vamos fazer o que?, deixar todos na ignorância, sem educação, sem estudo sem nada. Respeito todos os Papas, eu entendi o que o Papa Pui XI disse que não se pode matricular nossos jovens católicos em colégios não católicos e até mistos ou neutras, mas se a Igreja Católica não supri toda a educação das crianças e jovens católicos e por isto temos que nos dirigir a colégios estatais como eu que estudei até minha 8º série do ginasial em um colégio público, então o que se deve fazer?, deixamos todos sem estudo e na maior ignorância?.

  24. Prezado Sidnei, salve Maria.

    Calma, você está nervoso a toa, porque trata a Igreja como madrasta, e não como mãe bondosa, compassiva e tolerante que ela é.

    Pio XI explica que, quando não for possível estudar em colégios católicos, os filhos da nossa Igreja devem estudar orientados pelos padres, que são os zeladores das nossas almas.

    Porém, onde não houver colégios católicos deve-se trabalhar para erguê-los, e não se conformar a situação adversa. E estes, uma vez erguidos, devem ser regidos pelas leis eclesiásticas, e não pelo liberalismo do Vaticano II. Por isso aqui em minha cidade eu e alguns amigos temos objetivo de construir uma escola, e Deus irá providenciar para que tal aconteça. Contate seus amigos na sua cidade, e trace este mesmo objetivo, e em breve teremos uma escola católica em cada cidade brasileira.

    Realmente, você parece não compreender o que a Igreja ensina. Por favor, continue se relacionando com os acatólicos, porque para parar de se relacionar com eles, você teria que sair do mundo.

    Porém, um acatólico jamais poderia ministrar aulas para os seus filhos em um colégio católico, com exceções, e estas exceções teriam que ser aprovadas pelo pároco local.

    Porém, isso que lhe digo, que é a mais pura doutrina católica, que antevê os malefícios de um contato prolongado de crianças católicas com acatólicos, você entende como um tipo de fundamentalismo islâmico, mas é o que a Igreja propõe para salvar as almas.

    Em tempo: os manuais de teologia dizem que quanto maior a adversidade, quanto maior a apostasia, quanto maios o número de almas que se perdem, maior deve ser nossa paciência para com os acatólicos. Seja amável com eles, mas não caia nunca no respeito humano que o mundo prega, porque este vem de Satanás. Depois lhe envio Pio IX falando que ele amava toda a humanidade, mas com o amor de Cristo, não do mundo.

    Se possível, não deixe de comentar o trecho dele acima, onde ele fala que antes de tudo se deve pregar aos famintos. Acho que as coisas se dão simultaneamente, como ensina Dom Bosco. de qualquer maneira, penso que é mais fácil falar de Cristo e da Igreja aos mortos de fome do que aos ricos, mas você afirmou o contrário. Desculpe minha franqueza, mas você está totalmente errado: vai de regra, os ricos não ouvem, os pobres sim.

    Sandro de Pontes

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