Papa Francisco põe a imprensa a serviço de Cristo

A carta que o Papa Francisco enviou recentemente ao Eugenio Scalfari já começa a dar frutos. Foi publicada na edição de hoje do La Repubblica (original aqui, em inglês aqui; em português só encontrei esta tradução do Fratres in Unum) uma entrevista «exclusiva» que o fundador do jornal realizou com o Vigário de Cristo.

Foi o próprio Papa quem o convidou: «mercoledì non posso, lunedì neppure, le andrebbe bene martedì?» “Sim”, respondeu o ateu, «va benissimo». E lá se foram os dois veneráveis anciãos conversar sobre a Fé e sobre os problemas do mundo atual.

Problemas cuja expressão máxima o Papa identifica, logo de saída, com a falta de transcendência do mundo moderno: «si può vivere schiacciati sul presente?» “É possível viver esmagado pelo presente”, sem passado e sem futuro? Aqui o «desemprego» da juventude é mais acídia do que questão trabalhista e, a «solidão» da velhice, mais desespero do que carência emocional. Uma vez que se elimina Deus do mundo, uma vez que o materialismo é erigido como norte da vida humana, os velhos estão encurralados diante de um abismo que conduz ao nada e os jovens não se sentem motivados a trilhar o caminho que conduz a este crepúsculo inglório que eles já hoje enxergam nos seus pais e avós. Os dois extremos são, assim, parte de um só e mesmo problema: se a vida caminha inexoravelmente para a velhice e esta não tem sentido, então o próprio «caminho» não tem sentido. A vida se transforma numa estrada estúpida que conduz a lugar nenhum: é natural que muitos não tenham portanto sequer vontade de a trilhar. Não têm as coisas que dão sentido à vida, «e il guaio è che non li cercano più». “E o problema é que sequer as procuram mais”, como disse o Papa Francisco.

Ele não quer fazer proselitismo: «[o] mundo é cruzado por vias que se aproximam e se separam, mas o importante é que elas levem ao Bem». Grifo: levem, verbo conjugado no subjuntivo, que expressa desejo, dever, e não levam, no presente do indicativo, como se se tratasse já de um fato consumado. No original italiano, «portino», para não deixar dúvidas. É óbvio que as vias não necessariamente conduzem, assim em ato, ao Bem; mas é importante que elas conduzam para Ele. A história de nossas vidas não necessariamente nos há de levar para Deus. Mas, se existe algum Fim Último na História, o que importa é que as nossas histórias concretas conduzam a Ele. É esta a missão da Igreja. É esta a contribuição concreta que Ela pode dar à triste situação poucas linhas atrás delineada.

Para explicá-lo melhor, o Papa parafraseia Sto. Tomás: “Cada um de nós tem uma visão do bem e do mal. Temos que encorajar as pessoas a caminhar em direção ao que elas consideram ser o Bem”. No original italiano: «Noi dobbiamo incitarlo a procedere verso quello che lui pensa sia il Bene». É o mesmíssimo ensinamento que o Aquinate expõe de maneira lapidar na Summa: «hay que decir sin reservas que toda voluntad que está en desacuerdo con la razón, sea ésta recta o errónea, siempre es mala» (I-IIae, q. 19, a. 5, resp.). E se é evidente que Santo Tomás não é um relativista, tampouco o é o Papa Francisco. Ele sabe muito bem que, embora nem sempre desculpe (cf. id. ibid., a.6), a consciência – mesmo errônea – sempre obriga; e portanto é mister incentivar a segui-la. Simplesmente não há outro caminho.

Porque o papel da Igreja obviamente não é obrigar as pessoas a agirem contra a própria consciência, e sim levá-las a uma verdadeira conversão, uma metanóia, uma “mudança de mente”, de consciência, a fim de que façam o que é certo não como uma imposição exterior, mas em harmoniosa obediência ao mais íntimo do seu ser. Para isso precisam encarar a Fé Católica não como um conjunto desconexo de normas e proibições, mas como um encontro com uma Pessoa: Jesus Cristo. E para isso é preciso à Igreja “ir ao encontro” delas, usando uma expressão cara ao Papa Francisco, a fim de que possa mostrar-lhes o Bem a que elas almejam. Para isso é preciso «conhecer um ao outro, ouvir um ao outro e melhorar o nosso conhecimento do mundo ao nosso redor», como ele falou ao Scalfari nesta entrevista, e como já o repetiu tantas outras vezes de outras formas ao longo do seu pontificado.

E a conversa prossegue: Igreja, santos, mística, graça. Alfineta o Sumo Pontífice: «Mesmo o senhor, sem o saber, poderia ser tocado pela graça». O ateu diz que não acredita em alma. «[M]as você tem uma», riposta com maestria o Vigário de Cristo. O ateu sente o chão faltar-lhe aos pés e corta a conversa: «Santidade, o senhor disse que não tem a intenção de tentar me converter e não acho que o senhor conseguiria». E o Papa: «Questo non si sa», “isto não se sabe”, não dá para saber.

O Papa Francisco então pergunta no que crê o velho ateu. Ele responde: «Acredito no Ser, que está no tecido do qual surgem as formas e o corpos». Insiste o Vigário de Cristo: «Mas você pode definir o que você chama de Ser?». E a resposta do Scalfari é digna de ser reproduzida na íntegra, em português e no original italiano, para que se tenha uma noção do quão confusa é a única cosmogonia a que foi capaz de chegar um intelectual ateu após longos 89 anos de vida:

Ser é uma fábrica de energia. Energia caótica, mas indestrutível e caos eterno. As formas emergem da energia quando ela atinge o ponto de explosão. As formas têm as suas próprias leis, os seus campos de magnetismo, os seus elementos químicos, que combinam aleatoriamente, evoluem e eventualmente são extintos, mas a sua energia não é destruída. O homem é provavelmente o único animal dotado de pensamento, ao menos, no nosso planeta e no sistema solar. Disse que ele é guiado por instintos e desejos, mas eu acrescentaria que ele também contém dentro de si uma ressonância, um eco, uma vocação de caos.

[L’Essere è un tessuto di energia. Energia caotica ma indistruttibile e in eterna caoticità. Da quell’energia emergono le forme quando l’energia arriva al punto di esplodere. Le forme hanno le loro leggi, i loro campi magnetici, i loro elementi chimici, che si combinano casualmente, evolvono, infine si spengono ma la loro energia non si distrugge. L’uomo è probabilmente il solo animale dotato di pensiero, almeno in questo nostro pianeta e sistema so-lare. Ho detto è animato da istinti e desideri ma aggiungo che contiene anche dentro di sé una risonanza, un’eco, una vocazione di caos.]

Aqui a entrevista praticamente termina. Diz o Papa, em tom condescendente: «Está certo. Não quero que você me faça um resumo de sua filosofia e o que você me disse é o suficiente». Um pouco antes das afabilidades finais, uma última coisa disse o Papa Francisco:

Demos um passo à frente em nosso diálogo. Observamos que na sociedade e no mundo em que vivemos o egoísmo tem aumentado mais do que o amor pelos outros, e que os homens de boa vontade precisarão trabalhar, cada qual com os seus pontos fortes e experiência, para garantir que o amor aos outros aumente até que seja igual e possivelmente exceda o amor por si mesmo.

Na redação que lhe conferiu o fundador do La Repubblica, este é o clímax da entrevista, o ponto de chegada ao qual ela conduz. E um jornal secular estampando na primeira capa uma reportagem onde se fala de deveres morais, de santos, de mística, de graça, e que termina conclamando as pessoas a se esforçarem por amar mais ao próximo do que a si próprias é uma vitória e tanto do Sumo Pontífice. Pela primeira vez em muito tempo, talvez a primeira vez desde que eu me entendo por gente, um Papa pautou o tom das reportagens sobre ele ao invés de ser pautado por elas. Bravo, bravissimo! Que Deus abençoe o Papa neste terreno pantanoso em que ele se move com tão assombrosa desenvoltura. Que os inimigos dele sejam confundidos e dispersados diante desta Rocha imponente contra a qual não prevalecerão as portas do Inferno. Que, olhando para ele, o mundo creia e se coloque aos pés do Crucificado. A fim de que (re)encontre o caminho. A fim de que seja salvo.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

55 comentários em “Papa Francisco põe a imprensa a serviço de Cristo”

  1. Prezado Jorge, salve Maria.

    Você escreve:

    “(…) embora nem sempre desculpe (cf. id. ibid., a.6), a consciência – mesmo errônea – sempre obriga; e portanto É MISTER INCENTIVAR A SEGUI-LA. Simplesmente não há outro caminho”.

    Quer dizer que um homem cuja consciência absurdamente errônea adere ao espiritismo, ao ateísmo, ao protestantismo, etc, deve ser incentivado a seguir a sua consciência absurdamente errônea?

    É isso mesmo que você defende ou eu o compreendi mal? Mais: é isso que você diz que São Tomás de Aquino defende?

    Eu só posso tê-lo compreendido mal.

    Abraços,

    Sandro

  2. Sandro,

    Um homem cuja consciência errônea adere ao espiritismo está obrigado em consciência, sob pena de pecado, a seguir o espiritismo. É exatamente isso.

    Naturalmente a Igreja não pode incentivar ninguém a contrariar a própria consciência, o que é sempre pecado segundo Santo Tomás. O que Ela pode e deve fazer é anunciar Cristo a todos, a fim de provocar nos que A ouvem uma mudança de consciência, uma metanoia, a fim de que adiram ao que é certo e não ao que é errôneo. O processo é interior e não extrínseco. Precisa se dar na consciência individual, ou não existe.

    Abraços,
    Jorge

  3. Jorge,

    Você escreve:

    “(…) Um homem cuja consciência errônea adere ao espiritismo está obrigado em consciência, sob pena de pecado, a seguir o espiritismo. É exatamente isso”.

    Ora, mas não foi isso que eu lhe perguntei: o que eu lhe perguntei é se se deve incentivar este infeliz a seguir a sua consciência errônea, como você afirmou em seu texto. E você também escreveu:

    “(…) a Igreja não pode incentivar ninguém a contrariar a própria consciência, o que é sempre pecado segundo Santo Tomás.

    Mas também não foi isso que eu perguntei: eu lhe perguntei se a Igreja pode incentivar o infeliz desviado a seguir a sua consciência errônea, como você afirmou em seu texto. E você também escreveu:

    “(…) (A Igreja) pode e deve fazer é anunciar Cristo a todos, a fim de provocar nos que A ouvem uma mudança de consciência, uma metanoia, a fim de que adiram ao que é certo e não ao que é errôneo”.

    Certo, mas não foi isso que lhe perguntei também, eu lhe perguntei se você realmente defendeu em seu texto que a Igreja deva incentivar os errantes a seguirem as suas consciências errôneas, pois você escreveu:

    “(…) embora nem sempre desculpe (cf. id. ibid., a.6), a consciência – mesmo errônea – sempre obriga; e portanto É MISTER INCENTIVAR A SEGUI-LA. Simplesmente não há outro caminho”.

    Prezado, é claro que não se pode, jamais, incentivar alguém a seguir sua consciência errônea, como você defendeu em seu texto, e que foi exatamente aquilo que Francisco defendeu, a saber: o fulano é protestante? Incentive-o a continuar sendo. É espírita? Incentive-o. E assim sucessivamente.

    Sugiro que apague esta frase que você colocou, extremamente mal construída.

    Atenciosamente,

    Sandro de Pontes

  4. Sandro,

    há uma sutil diferença entre incentivar a seguir a consciência (mesmo errônea) em abstrato e incentivar diretamente a seguir o erro concreto. O Papa está falando do primeiro e não do segundo. É claro que não se pode incentivar diretamente um idólatra a cometer idolatria, mas não é disso que se trata aqui, e sim que a conversão precisa se dar a nível da consciência individual e não a nível de uma norma coercitiva extrínseca ao homem.

    Abraços,
    Jorge

  5. Prezado Jorge, salve Maria

    Não, não, não, perdoe-me, mas você sofisma: não se pode incentivar de jeito nenhum um errante a seguir a sua consciência naquilo que é contrário a lei divina. Não impedi-lo não significa incentivá-lo “em abstrato”. Significa TOLERAR O MAL, e aqui entra, claro, a divina doutrina católica.

    Aliás, o que se deve fazer é justamente o contrário: NÃO INCENTIVAR a pessoa condenando aquilo que a consciência errônea dela adere, e lutar com todas as forças para que renuncie a este mal. Porém, o que disse Francisco? Vejamos:

    “Cada um de nós tem uma visão do bem e do mal. Temos que encorajar (sic) as pessoas a caminhar em direção ao que ELAS CONSIDERAM SER O BEM”.

    Encorajar as pessoas a caminharem em direção ao que elas consideram ser o Bem? Em um exemplo, então devemos encorajar a pessoa a ser espírita, ou protestante, ou budista, desde que ela acredita que estes desvios são bons?

    E os abortistas não consideram, muitos em boa fé, que este crime é justamente um…Bem? Não dizem eles que o aborto é um Bem para a sociedade, para a mulher, para o homem, para a criança que “não vai sofrer”, etc?

    Nada mais falso do que essa afirmação enfadonha de Francisco, prezado Jorge, afirmação esta que é o mais puro relativismo. Imagina, aquilo que eu penso ou que o fulano pensa a respeito do Bem e do mal, como se estas questões não fossem objetivas…porque não importa a visão que cada um de nós tem do Bem e do mal, o que importa é o que é verdadeiramente bom e o que é verdadeiramente mal de acordo com a doutrina da Igreja.

    Abraços,

    Sandro

  6. Jorge, Salve Maria!
    Conheci seu site hj na esperança de que alguém tenha entendido estas declarações que eu não entendi. Mas pelo que vejo das declarações do Papa são apenas o que são, nada mais nada menos.
    Hoje um colega não católico mas jusnaturalista ao tomar conhecimento de tais declarações me disse:
    – Não sei quanto ao que sua igreja ensina, mas estas afirmações desafiam o mínimo do bom sendo do direito natural.
    Respondi apenas que eu não tinha conhecimento suficiente para entender as linhas do Papa.
    No que continuou…
    Bom, foi um massacre! De fato, a posição do Papa transcende a lógica e a hermenêutica que trata do Direito Natural…
    Para o não católico que lhe falei são proposições ridículas…
    Para mim que sou católico, digo que não as compreendo, mas fiquei muito triste com o que vi, não vejo nenhuma razão para comemorações.
    Ora, o Papa está na capa de um jornal – grande vantagem – ele pediu pra ser entrevistado e foi, como foi pela globo e outros jornais, não há mérito algum nisso.

  7. Sandro, salve Maria!

    Veja: a consciência mesmo errônea obriga. Isto é o que disse Sto. Tomás, é o que repetiu o Papa Francisco.

    Nunca estiveram em questão casuísmos específicos sobre o que exatamente fazendo quando um fulano concreto adere em consciência a um erro específico. A única coisa que o Papa fez foi a afirmação genérica do princípio: todo mundo deve seguir a própria consciência. Isto é a mais pura e cristalina doutrina católica.

    [Mas já que você trouxe à baila os casuísmos sobre os quais seria descabido o Romano Pontífice falar numa entrevista com um ateu, respondo: um sujeito cuja consciência errônea adere (p.ex.) ao espiritismo peca sempre e inevitavelmente: peca se rejeita o espiritismo (agindo contra a sua consciência) e peca se o abraça (porque tinha obrigação de conhecer e amar a Deus), caso não esteja em ignorância invencível.

    É por isso que uma mudança de mente lhe é tão urgente e necessária. Note, contudo, que isso é o que se refere à culpabilidade objetiva, assunto que – por razões bem óbvias – não entrou na entrevista com o Scalfari. Lá se falou meramente da obrigação moral de cada um seguir o que acha que é certo, o que é de um rigor escolástico incontestável.]

    Como a consciência sempre obriga, o apostolado da Igreja dá-se não no sentido de coagir fulano a agir contra a própria consciência, e sim de modificá-la; por isso que “conversão” em grego se diz “metanoia”, mudança (meta) de mente (noia). O ponto, assim, não é (e nem pode ser) mudar a disposição da pessoa de seguir o que ela acha que é o Bem, mas sim justamente o de mudar o que ela acredita ser o Bem. Não há interpretação relativista possível aqui, pois o Papa disse, poucas linhas atrás, que na miríade de opiniões vigentes no mundo – nas «vias» pelas quais ele é cruzado – o que importa é que que elas levem para o Bem, e não que seja tudo qualquer coisa igualmente válida.

    Sim, «a visão que cada um de nós tem do Bem e do mal» importa 100%, porque todo mundo está moralmente obrigado a agir em conformidade com esta visão, certa ou errônea. É por isso que o Cristianismo não é e nem pode ser uma imposição de fora, mas uma conversão interior, como o Papa vem insistindo.

    Abraços,
    Jorge

  8. Marcos,

    Não sei exatamente quais são essas “declarações” que você fala ser necessário explicar. Sugiro que leia a entrevista na íntegra. Em particular, não entendo por que o seu amigo possa ter achado que o Papa estava dando uma conferência sobre jusnaturalismo…

    O mérito de usar os jornais para anunciar o Evangelho está na inversão da lógica midiática: se antes a imprensa cuspia o que bem entendesse e à luz disso apresentava uma caricatura da Igreja, hoje o Papa chama um editor de jornal e determina o que vai sair nós periódicos do dia seguinte. Qual foi a última vez em que se falou da Igreja que não fosse para censurar-Lhe as posições contrárias ao aborto, casamento gay et caterva? Ontem o Papa ganhou uma entrevista enorme na primeira capa e ninguém se lembrou de ridicularizar o Seu ensinamento moral!

    Abraços,
    Jorge

  9. Se me permite acrescentar, quando o Papa afirmou que “Deus não é católico”, em seguida dizendo que crê em Deus, somente, que se manifestou pela encarnação de Seu Filho, Jesus, o que Ele quis dizer é que Nosso Deus não limita sua jurisdição ao catolicismo – Reina sobre tudo e sobre todos, independentemente de religião. Não é como um Zeus, um Tupã, com suas limitações regionais. É o Rei do Universo. Suas ordens não são válidas somente para os católicos, mas para TODOS.

    Além disso, Deus não é católico até porque não precisa de salvação. Mas, de qualquer maneira, os católicos são seu povo escolhido.

  10. Jorge,

    Novamente você não respondeu. Não se pode incentivar ou encorajar ninguém a “caminhar em direção ao que ELAS CONSIDERAM SER O BEM”. Este é o xis da questão, não o restante que você aponta.

    Tolerar os errantes é algo completamente diferente de incentivá-los ou encorajá-los, ainda mais a fazerem aquilo que acham certo, e não aquilo que verdadeiramente é certo.

    Abraços,

    Sandro

    Obs.: claro que Deus é católico. Outra declaração apóstata, impossível de ser conciliada com a Tradição.

  11. Sandro, não sei exatamente o que você quer que eu responda. Eu já disse que ninguém pode incentivar diretamente ninguém a fazer o mal objetivo, e que não é sobre este casuísmo que o Papa está falando, e sim sobre o princípio geral de todo mundo estar moralmente obrigado a seguir a própria consciência, o que é quase uma citação literal da Summa.

    Isso aqui é um passo anterior à tolerância dos errantes. Aqui se está falando do critério próximo da moralidade dos atos humanos no âmbito subjetivo. A organização externa e objetiva da sociedade é outra coisa, sobre a qual o Papa fala mais na frente: «[p]recisamos de regras para conduzir e também, se necessário, intervenção direta do estado para corrigir as desigualdades mais intoleráveis». É portanto óbvio que o Papa não está dizendo que cada um pode fazer o que lhe der na telha sem que ninguém possa fazer nada quanto a isso.

    E é claro que Deus não é «católico» no sentido de ser o Deus somente dos católicos, como a Constituição «brasileira» rege somente os brasileiros. Deus é o Único Deus que existe e portanto é Deus de todos, não somente dos católicos, e todos, católicos ou não, estão sujeitos às Suas leis. É bastante óbvio que foi isso o que o Papa disse: nem dá para imaginar que outra coisa ele poderia ter dito!

    Abraços,
    Jorge

  12. Deus comunga? Peca? Precisa de salvação? De sacramentos?

    Não. Então não é católico. É, por definição, autossuficiente. Só que ao povo escolhido se revelou, e esse povo é o povo católico.

  13. Devemos incentivar as pessoas a seguirem suas consciências. Estas pessoas, por sua vez, têm o dever objetivo de buscar o caminho do bem, que é o que é definido por Deus e revelado pela Igreja. É um dever de face dupla que não deve ser negligenciado de forma alguma – Não somente seguir a própria consciência, como formá-la de acordo com os preceitos católicos.

  14. Caro Jorge,

    Tenho a impressão que o pensamento do Papa segue a linha de sua explicação, mas para pessoas incautas ou de má vontade, as palavras utilizadas por ele dão um sentido relativista e distante da doutrina católica. Aquela “católica pelo direito de decidir”, por exemplo, pode tomar esta frase do Papa em benefício próprio e justificar certos abortos por considerá-los um bem para a mulher.

    Ao ler e reler a entrevista, fiquei a refletir, ao ponto de minha esposa me perguntar: “Ygor, você está mais de meia hora aí parado, olhando para a tela, o que houve?” Eu estava com a mesma indagação que o Sandro lhe apresentou.
    Até este momento, vi pessoas de má vontade comemorando, religiosos reclamando, católicos informados tristes e uma única explicação (a sua) para as palavras do Papa. Mas veja que para o público em geral a sua explicação não é facilmente acessível e o que fica é o senso comum acerca do que disse o Papa.

    Penso que a questão polêmica reside nestes encontros ecumênicos, onde o católico não pode dizer toda a verdade e quem o ouve tem pavor em pensar numa possível conversão. Isto podemos perceber na entrevista quando o Papa cita algo sobre a alma e num outro momento quando o ateu o previne do proselitismo e da impossibilidade de sua conversão. Isto não me agrada, mas como católico leigo e de visão limitada, me limito a opinar e respeitar a decisão do vigário de Cristo em participar destes diálogos, afinal, ele é assistido por Deus e talvez num futuro, destes encontros apareçam frutos para a Igreja. É pelo menos o que eu espero. Porém, um resultado imediato deste ecumenismo é que, ao tentar reduzir uma verdade com o intuito de alcançar uma mente fechada, corre-se o risco de (como está ocorrendo) uma má interpretação por arte dos ouvintes ou uma má colocação por parte de quem fala ou as duas coisas.

    Veja que o Sandro afirma que Deus é católico e o Daniel diz o oposto. Tudo porque o Papa, ao tentar não ser proselitista conforme pediu o ateu, acabou por pronunciar algo que tem ao menos duas interpretações distintas. Ora, eu sempre vou olhar com bons olhos as palavras do Papa e procurar a melhor possibilidade de as entender. E neste ponto eu penso que o Papa quis dizer ao ateu que Deus não é só Deus dos católicos, mas de todos. Por outro lado, concordo com o Sandro quando este diz que Deus é católico. Isto porque Cristo está presente em toda e qualquer Missa válida no universo, é o participante principal, fundamental e se sem Ele não há missa, sem Ele não há católico. Assim penso eu que Deus é católico, aliás, o primeiro católico.

  15. A fala sobre seguir a própria cosnciência dá margem a várias interpretações. Como vem acompanhada de outra fala sobre não fazer prosselitismo, e ênfase nos “homens de boa vontade”, a impressão mais forte é a de relativismo.
    Dentro do discurso de seguir a própria consciência – mesmo que isso seja ancorado em São Tomás – sem a devida explicação sobre o que exatamente isso significa e como é feita a relação com a Verdade Revelada, o império da consciência dá margem a qualquer coisa. Inclusive, o discurso das famigeradas “católicas pelo direito de decidir” está baseado nessa premissa.
    A entrevista me deixou estupefato. Confesso que o texto do Jorge foi a primeira tentativa de salvar a entrevista dentro de uma visão católica (o que exclui os TLs e progressistas). Mas mesmo assim não me animou.
    Sobre a mídia, não falando aquilo que eles não querem, o espaço é garantido.

  16. Jorge muito boa a sua colocação neste tema, antes li no “fratresinunum.com” todos os comentários, e não senti lá mais que “desejo de mal”.

    Digo aos meus filhos ” Não quero que façam o Bem que eu considero como certo, quero que façam o Bem que vocês consideram correto, e espero em Deus que tenhamos a mesma visão do Bem”

    Para ser filho de Deus é preciso de forma livre aceitar como sua a mesma visão de Bem que Deus nos propõe.

    O homem que não obedece a sua visão do Bem, sempre erra. Ou a sua visão do Bem é correta e ele faz o mal, portanto erra, ou tem uma visão errada do bem e portanto também erra, mesmo que faça algo de bom.

    Wilson Ramiro

  17. Ora Wilson,

    Como garantir que os comentários que você leu e que te passaram a impressão “desejo de mal” não vieram de pessoas que os fizeram buscando o bem a partir de suas consciências?

  18. Caro André C.A.

    Tenho certeza que as pessoas que as pessoas que fizeram os comentários, agindo de acordo com suas consciências buscaram o Bem, e tenho certeza que estas pessoas acreditam que destruindo a figura do Papa estarão construindo uma Igreja melhor e ainda mais, estas pessoas que acreditam que afirmam isto como uma verdade absoluta estão apenas expressando as convicções próprias. Mesmo que busque justificar cada afirmação que faz, sempre pesará mais, para cada um, os argumentos que sejam coniventes com sua concepção do Bem.

    É preciso que nos desapeguemos de nós mesmos e procurando imitar Cristo, nos perguntemos. Devemos entrar nesta casa e cear com estes pecadores?

    Wilson Ramiro

  19. Prezado Jorge, salve Maria.

    Com Francisco, até eu sinto saudades de João Paulo II….

    “VERITATIS SPLENDOR” João Paulo II – Capitulo 32.

    32. Em algumas correntes do pensamento moderno, chegou-se a exaltar a liberdade até ao ponto de se tornar um absoluto, que seria a fonte dos valores. Nesta direção, movem-se as doutrinas que perderam o sentido da transcendência ou as que são explicitamente ateias.

    Atribuíram-se à consciência individual as prerrogativas de instância suprema do juízo moral, que decide categórica e infalivelmente O BEM E O MAL. À afirmação do dever de seguir a própria consciência foi indevidamente acrescentada aqueloutra de que o juízo moral é verdadeiro PELO PRÓPRIO FATO DE PROVIR DA CONSCIÊNCIA. Deste modo, porém, a imprescindível exigência de verdade DESAPARECEU em prol de um critério de sinceridade, de autenticidade, de «acordo consigo próprio», a ponto de se ter chegado a uma concepção radicalmente SUBJETIVISTA do juízo moral.

    Como facilmente se compreende, não é alheia a esta evolução, a crise em torno da verdade. Perdida a ideia de uma VERDADE UNIVERSAL SOBRE O BEM, cognoscível pela razão humana, mudou também inevitavelmente a concepção da consciência: esta deixa de ser considerada na sua realidade original, ou seja, como um ato da inteligência da pessoa, a quem cabe aplicar o conhecimento universal do bem numa determinada situação e exprimir assim um juízo sobre a conduta justa a eleger, aqui e agora; tende-se a conceder à consciência do indivíduo o privilégio de estabelecer autonomamente OS CRITÉRIOS DO BEMN E DO MALe agir em consequência. Esta visão identifica-se com uma ética individualista, na qual cada um se vê confrontado com A SUA VERDADE, diferente da verdade dos outros. Levado às últimas consequências, o individualismo desemboca na negação da ideia mesma de natureza humana.

  20. Caro Wilson:

    Se as pessoas que criticam o Papa Francisco procuram a Deus e têm boa vontade, quem somos nós para julga-las?

  21. Prezado JB, salve Maria.

    Realmente, este é “o” argumento: pois se, como diz Francisco, deve-se “encorajar as pessoas a caminhar em direção ao que elas consideram ser o Bem”, e se muitos dos católicos consideram um Bem enorme para a Igreja denunciar os desvios deste senhor, então estes que agem como eu devem ser encorajados em sua caminhada!!!

    Prezado Jorge, muito obrigado pelo apoio que me dá!!!! Muito obrigado por me incentivar a continuar combatendo Francisco, e de fazer deste combate um dos motivos da minha existência, porque este combate, em minha consciência, é o melhor Bem que eu posso fazer a Cristo e a Igreja, é absolutamente aquilo que eu considero ser o Bem!!!

    Abraços também ao meu amigo Lampedusa, a quem também agradeço o encorajamento que me presta,

    Sandro de Pontes

  22. Sandro,

    Sim, e o Papa Francisco não diz nada diferente da Veritatis Splendor, pois ele não está jamais atribuindo à consciência «as prerrogativas de instância suprema do juízo moral, que decide categórica e infalivelmente o bem e o mal». Como eu expliquei, uma coisa é o dever de se seguir a consciência (mesmo errônea) e outra coisa é o dever de buscar a Verdade e formar retamente a própria consciência. Sobre estes dois assuntos interconexos tratam os dois artigos da Summa que eu coloquei no corpo deste artigo.

    [É tão evidente que o Papa não pode estar jamais advogando que se incentivem as pessoas a praticarem o mal objetivo que ninguém aventou esta hipótese estapafúrdia, a não ser os costumeiros detratores do Romano Pontífice! Um traficante pode achar que é um bem traficar, um pedófilo, que é um bem estimular a sexualidade nas crianças, um dos adeptos do «estupro corretivo», que é um bem violentar mulheres lésbicas. Não passou pela cabeça de ninguém no mundo que o Papa pudesse estar dizendo que se deva incentivar o tráfico, a bolinação infantil ou o estupro. Só os que vivem de procurar chifre em cabeça de cavalo defendem que o Romano Pontífice agora quer que se incentivem os hereges e pagãos a praticarem a heresia e o paganismo…]

    E, sim, eu sei que você acredita estar fazendo o bem ao achincalhar a hierarquia visível da Igreja, e é verdade: você é moralmente obrigado em consciência a isso! No entanto, como ensina Sto. Tomás, embora a consciência sempre obrigue, ela nem sempre desculpa, e é possível pecar – e mesmo pecar gravemente – ao se seguir a própria consciência, caso ela esteja errônea por negligência. É certamente o meu dever de caridade lembrar-lhe isso e rezar por si; mas se a pessoa é sedevacantista, busca a Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? :)

    Abraços,
    Jorge

  23. O problema do Papa é só uma questão de interpretação, ou seja, quando ele fala só o mundo entende; e os católicos, não acreditando no que ele disse, se esforçam para traduzir o que ele disse numa versão mais “light”. Ele podia ser mais claro e evidente, ou será que somos nós que estamos cegos?

  24. Sandro, na sua evidente arrogância você não percebe (ou percebe, mas como isso atrapalharia sua gana de denegrir o papa Francisco, deixa isso de lado) que João Paulo II, Tomás de Aquino e Francisco estão tratando o tema por ângulos diferentes. Não há contradição entre o que eles dizem.

    O que a Veritatis Splendor diz no trecho citado por você é que a fonte dos valores não é a consciência. Diz que há uma verdade universal sobre o bem. Que a consciência individual não tem a prerrogativa de “instância suprema do juízo moral, que decide categórica e infalivelmente o bem e o mal”. Nisso estamos todos de acordo. Mas não é disso que Francisco e Tomás de Aquino estão falando nos trechos citados. Eles estão falando é da obrigação que cada pessoa tem de seguir a consciência, bem ou mal formada. Isso é diferente de discutir qual a verdadeira fonte dos valores e preceitos morais. Aliás, a Veritatis Splendor também fala disso, nos nn. 57 a 64. Especialmente aqui: “60. Tal como a mesma lei natural e cada conhecimento prático, também o juízo da consciência tem carácter imperativo: o homem deve agir de acordo com ele. Se o homem age contra esse juízo, ou realiza um determinado acto ainda sem a certeza da sua rectidão e bondade, é condenado pela própria consciência, norma próxima da moralidade pessoal.” Em resumo, João Paulo II também diz que a consciência obriga. Qual é a diferença disso para o que o papa Francisco e Tomás de Aquino disseram? O papa Francisco não diz que a consciência é a fonte da moralidade. Ele diz que há pessoas com visões diferentes sobre o que é certo e errado. São coisas diferentes.

    Por último, há a questão da necessidade de reta formação da consciência. Esse é um terceiro ponto, diferente do debate sobre a origem objetiva da verdade moral e sobre a obrigação de agir conforme a consciência. A VS trata disso também. O papa Francisco pode não ter falado da obrigação de bem formar a consciência, mas seria desonestidade supor que a omissão significa que o papa não creia nessa necessidade.

  25. Jorge,

    Se os sedevacantistas combatem o mal, seja lá como for a maneira que eles o concebem, isso é suficiente para trazer o bem a todos nós. Em vez de esbravejar contra o Sandro, você deveria agradecer-lhe por seguir sua própria consciência e contribuir assim para o bem comum. Afinal, como disse o Papa: “Cada um tem sua própria idéia de bem e mal e deve escolher seguir o bem e combater o mal como concebe. Isso bastaria para fazer o mundo um lugar melhor”.

    Acho muito pouco provável que o Sandro esteja pecando gravemente em suas críticas ao Papa. Conforme o Santo Padre disse recentemente “acontece o pecado (…) quando se vai contra a consciência. De facto, ouvir e obedecer a esta significa decidir-se diante do que é percebido como bem ou como mal; e é sobre esta decisão que se joga a bondade ou a maldade das nossas acções”.

    Não creio que o Papa pudesse ser mais claro. Quem segue sua consciência, não peca.

  26. JB,

    Não vejo como eu poderia discordar mais.

    Seguir a consciência é sem dúvidas melhor do que a desobedecer e, portanto, um mundo de espíritas sinceros é melhor do que um de protestantes degenerados. Isso em nada muda a necessidade imperativa destes e daqueles formarem retamente a própria consciência. Contribuir para um mundo melhor não é suficiente para salvar a própria alma: isso seria precisamente aquele pelagianismo que o Papa Francisco tem por tantas vezes criticado.

    Sim, peca-se quando se vai contra a consciência, mas a recíproca não é necessariamente verdadeira. Quem segue a sua consciência pode pecar, se ela é errônea por culpa própria. O Papa insistiu bastante na primeira, mas não endossou jamais (e nem poderia endossar) a segunda.

    Abraços,
    Jorge

  27. Jorge,

    Por favor, não ponha palavras na boca do Papa. Não há nada nas palavras do Papa que endossem sua opinião.

    Mostre-me onde o Papa Francisco disse que é preciso formar retamente a consciência.
    Mostre-me onde o Papa Francisco disse que não basta seguir a consciência.

    O papa foi bastante claro: O pecado acontece quando não se segue a consciência. Todo o resto são ilações.

    Contudo, se quisermos elocubrar, podemos nos reportar ao Cardeal Martini, jesuíta, como o Papa Francisco, e bastante elogiado por Sua Santidade. Ora, a posição do Cardeal Martini sobre a salvação universal é bastante conhecida.

    O pelagianismo denunciado pelo Papa Francisco não é o Pelagianismo do século de Santo Agostinho.

    O Pelagianismo denunciado pelo papa foi uma seita elitista e purista surgida no norte da Itália no século XVIII ou quejandos, em torno da igreja de Santa Pelágia. Os pelagianos construiam suas próprias capelas e recusavam-se a assistir missa com os demais católicos. Isso explica a associação que Francisco faz entre pelagianos e os adeptos da missa antiga.

    Boas obras levam à salvação: Pelo menos é o que se depreende das palavras de Francisco. Segundo o Papa Francisco, até mesmo os ateus que fazem o bem, salvam-se. Assim, não vejo porque um sedevacantista, que segue sua conscência e faz o bem, vá se perder.

  28. JB,

    Que é preciso formar retamente a própria consciência é um dado que faz parte do ensino da Igreja, da qual o Papa Francisco repetidas vezes já se disse filho e cujas posições já declarou explicitamente abraçar. É tolice pretender que ele negue aquilo sobre o que não fala, como se todo mundo estivesse obrigado a recitar o Denzinger de uma ponta a outra sempre que falasse qualquer coisa sobre a Doutrina Católica, sob pena de rejeitar o que momentaneamente silenciou.

    Sobre a salvação, o que se depreende das palavras do Papa Francisco é que fora da Igreja ela não se encontra: «não existe caminho de vida, não existe perdão nem reconciliação fora da mãe Igreja», por exemplo. E ele disse também:

    «C’è solo una porta per entrare nel Regno di Dio. E quella porta è Gesù.»

    http://www.vatican.va/holy_father/francesco/cotidie/2013/it/papa-francesco-cotidie_20130422_cristo-porta_it.html

    E ainda:

    «[N]ão é possível encontrar Jesus fora da Igreja.»

    http://www.vatican.va/holy_father/francesco/homilies/2013/documents/papa-francesco_20130423_omelia-san-giorgio_po.html

    São palavras mais fortes do que as dos seus predecessores sobre o assunto.

    Abraços,
    Jorge

  29. Márcio,

    Na sua evidente humildade você emitiu douto parecer onde é impossível, em absoluto, negar ou refutar vosso pensamento.

    Sandro de Pontes

Os comentários estão fechados.