A “reforma histórica” do Papa Francisco (II) – Os casais divorciados

Dando continuidade ao que já comecei a escrever aqui anteriormente, um outro tema eclesiástico passível de «reforma» com conseqüências que só posso considerar nefastas é a situação dos casais católicos que vivem em «segunda união».

O problema é muito grave; Bento XVI não teve receios de o classificar como «una vera piaga» dos tempos modernos (“uma verdadeira praga do ambiente social contemporâneo”, na tradução controversa que está no site do Vaticano). É uma «praga», sim, mas é também e principalmente uma chaga, uma ferida, que é a tradução mais exata do «piaga» italiano.

Digo que é uma «chaga» porque é uma situação indiscutivelmente dolorosa para os envolvidos, que contam com bem poucas opções: ou esperam a morte do primeiro cônjuge, ou abandonam a sua segunda família (que muitas vezes se trata da família de fato), ou recorrem aos tribunais de nulidade.

Aguardar a morte do cônjuge verdadeiro é uma “solução” que, na prática, não se trata de solução nenhuma. Primeiro porque não há nada que se possa fazer concretamente aqui (assassinar o cônjuge, além de ser um evidente pecado contra o Quinto Mandamento, ainda é, segundo o Direito Canônico, impeditivo para a contração de novas núpcias). Segundo porque condicionar a saúde da própria alma à morte de alguém com quem já se relacionou no passado é no mínimo mesquinho, e não raro monstruoso e doentio. Terceiro porque devem ser bem poucos os casos que são “resolvidos” desta maneira, uma vez que o mais natural é que ambos os cônjuges levem uma vida mais ou menos longa e, portanto, é de se esperar que o bafo frio da Morte só rompa os liames do Sagrado Matrimônio quando constituir uma nova família não tenha mais o vicejo atraente com o qual a idéia se apresentava quando ainda se era relativamente jovem.

Abandonar a/o amante é sem dúvidas a solução mais radicalmente correta: o ímpeto de «mudar de vida» é a conseqüência mais óbvia que se espera de alguém que passe a ter consciência de estar vivendo em pecado grave. Trata-se de uma opção heróica cujo valor não pode ser minimizado: de forma alguma! No entanto, as coisas no mundo real muitas vezes não são assim tão simples. Como falei, por vezes acontece da «segunda união» ser a união de fato: os esposos podem estar já juntos há anos, décadas talvez, podem já ter patrimônio comum e (mais grave) filhos, para os quais a separação dos pais não tem um efeito menos daninho do que um divórcio para os filhos legítimos de um casal regularmente casado

[É preciso registrar aqui uma segunda modalidade de «abandonar a/o amante»: trata-se do que o próprio Bento XVI expôs na seguinte passagem da Sacramentum Caritatis: «Enfim, caso não seja reconhecida a nulidade do vínculo matrimonial e se verifiquem condições objectivas que tornam realmente irreversível a convivência, a Igreja encoraja estes fiéis a esforçarem-se por viver a sua relação segundo as exigências da lei de Deus, como amigos, como irmão e irmã; deste modo poderão novamente abeirar-se da mesa eucarística, com os cuidados previstos por uma comprovada prática eclesial. Para que tal caminho se torne possível e dê frutos, deve ser apoiado pela ajuda dos pastores e por adequadas iniciativas eclesiais, evitando, em todo o caso, de abençoar estas relações para que não surjam entre os fiéis confusões acerca do valor do matrimónio». Trata-se, em suma, de manter em tudo a vida familiar já estabelecida, à exceção das práticas sexuais. Infelizmente, a “invisibilidade” deste sacrifício (uma vez que, de fora, nada muda na vida do casal) e o alto grau de heroísmo que ele exige (mais ainda do que o abandono puro e simples, uma vez que a coabitação, mesmo «como irmão e irmã», comporta uma ocasião de pecado objetiva nada negligenciável) tornam-no tremendamente difícil e impopular para resolver um problema generalizado como este que estamos aqui abordando.]

Sobram os «tribunais de nulidade», sobre os quais Bento XVI falou na exortação pós-sinodal anteriormente citada:

Nos casos em que surjam legitimamente dúvidas sobre a validade do Matrimónio sacramental contraído, deve fazer-se tudo o que for necessário para verificar o fundamento das mesmas. Há que assegurar, pois, no pleno respeito do direito canónico, a presença no território dos tribunais eclesiásticos, o seu carácter pastoral, a sua actividade correcta e pressurosa; é necessário haver, em cada diocese, um número suficiente de pessoas preparadas para o solícito funcionamento dos tribunais eclesiásticos. Recordo que «é uma obrigação grave tornar a actuação institucional da Igreja nos tribunais cada vez mais acessível aos fiéis».

Eu morro de medo de tribunais de nulidade, ou melhor, da popularização dos tribunais de nulidade. E isso porque a (enorme!) distinção entre nulidade e anulação é muito difícil de ser assimilada pelas massas. Exteriormente, visivelmente, para a imensa maioria das pessoas uma declaração de nulidade em nada se distingue de uma certidão de divórcio: trata-se de um documento que permite à pessoa “casar de novo”.

Mais ainda: pela minha experiência, dado o estado de miséria religiosa em que se encontra atualmente a maior parte dos católicos, estou intimamente convencido de que o número de Matrimônios nulos atinge facilmente a casa dos 50%. Ora, se os Tribunais Eclesiásticos dessem uma Certidão de Nulidade para cada Matrimônio que de fato é nulo, isso bastaria para que as taxas de nulidade católica se igualassem às de divórcios nos Cartórios Civis! Que golpe mais duro se poderia dar no Matrimônio que a Igreja prega ser «indissolúvel»?

Em uma das crônicas compendiadas no “Claro Escuro” de Gustavo Corção, ele fala que há casais para os quais seria justificável o divórcio. Não obstante, mesmo a estes casais o divórcio não deveria ser concedido, porque o Matrimônio é uma instituição cuja importância transcende os casais concretos: estes deveriam permanecer casados para dar exemplo e testemunho da indissolubilidade matrimonial aos demais casais do mundo. Mutatis mutandis, penso que o mesmíssimo se aplica aos casos de nulidade matrimonial: nem todos os casamentos nulos deveriam receber uma certidão de nulidade, porque a irrevogabilidade dos juramentos prestados diante do altar de Deus é um bem a ser preservado acima dos interesses dos particulares, por legítimos que estes sejam.

É portanto com temor e apreensão que eu vejo uma certa «popularização» dos tribunais de nulidade como se estes fossem “a Solução” para os casais recasados, quando para mim é óbvio que a verdadeira solução só pode ser impedir que “católicos” irresponsáveis simulem sacramentos na Igreja de Deus. Enquanto não se quiser enfrentar este problema com a seriedade que ele exige, ulteriores tentativas de consertar erros passados só vão aumentar ainda mais aquela «chaga» que Bento XVI deplorava na Sacramentum Caritatis.

Como vimos, Bento XVI já clamava por «tornar a actuação institucional da Igreja nos tribunais [de nulidade] cada vez mais acessível aos fiéis», e isso já me dava um frio na espinha. O Papa Francisco parece determinado a pôr isso em prática. Na entrevista realizada no vôo de volta a Roma após a JMJ, ao ser perguntado sobre este assunto, o Sumo Pontífice deu a seguinte resposta:

Este é um tema que sempre pedem. A misericórdia é maior do que aquele caso que o senhor põe. Eu creio que este seja o tempo da misericórdia. (…) Mas os próprios ortodoxos – e aqui abro um parêntese – têm uma prática diferente. Eles seguem a teologia da economia, como eles dizem, e dão uma segunda possibilidade, permitem-no. Mas eu acho que este problema – e fecho o parêntese – deve ser estudado no quadro da pastoral do matrimônio. E, para isso, temos duas coisas: primeira, um dos temas a consultar a estes oito cardeais do Conselho dos Cardeais, com quem nos reuniremos nos dias 1, 2 e 3 de outubro, é como avançar na pastoral do matrimônio, e este problema será lançado lá. E uma segunda coisa: esteve comigo, quinze dias atrás, o secretário do Sínodo dos Bispos, para ver o tema do próximo Sínodo. O tema seria antropológico, mas olhando-o de um lado e de outro, indo e vindo, encontramos este tema antropológico: a fé como ajuda no planejamento da pessoa, mas na família para se debruçar depois sobre a pastoral do matrimônio. Estamos a caminho de uma pastoral do matrimônio um pouco mais profunda. E este é um problema de todos, porque há muitos, não? Por exemplo – digo apenas um – o cardeal Quarracino, meu predecessor, dizia que para ele metade dos matrimônios são nulos. Mas dizia isso, porquê? Porque casam-se sem maturidade, casam-se sem notarem que é para toda a vida, ou casam-se porque socialmente se devem casar. E com isso tem a ver a própria pastoral do matrimônio. E também o problema judicial da nulidade dos matrimônios: isso deve ser revisto, porque os Tribunais eclesiásticos não são suficientes para isso. É complexo o problema da pastoral do matrimônio. Obrigado!

A referência à epikéia ortodoxa, mesmo feita entre parênteses, é significativa e angustiante. Os cismáticos orientais não acreditam na indissolubilidade matrimonial; permitem segundas (e terceiras… e quartas…) núpcias em alguns casos, ao arrepio da Lei de Deus. Obviamente, eu não penso que o Papa vá introduzir esta praxis herética no Ocidente, mas há uma maneira muito simples de seguir-lhe o espírito mesmo respeitando a Doutrina e o Direito: basta estimular os católicos a pleitearem a nulidade do seu primeiro Matrimônio nos Tribunais Eclesiásticos! Doutrinariamente perfeito, canonicamente impecável, pastoralmente desastroso. Se já é difícil às pessoas acreditarem na santidade do Matrimônio, quando se passarem a realizar na Igreja segundas núpcias à mesma proporção que “recasamentos” civis nos Foros de Justiça aí é que o número de matrimônios inválidos vai aumentar ainda mais!

Quem quer que passe os olhos sobre as notícias atuais percebe que a questão dos divorciados na Igreja está na ordem do dia. Ainda não se sabe exatamente o que o Sumo Pontífice vai dispôr para a Igreja; mas dessa “reforma histórica” pode muito bem vir algo de muito, muito ruim. Rezo para que o Espírito Santo ilumine o Vigário de Cristo e ele me surpreenda positivamente neste assunto: porque, se a Igreja continuar no caminho que vem há anos ensaiando, a terrível chaga do divórcio na sociedade contemporânea só vai se tornar maior, mais purulenta e mais difícil de ser sanada.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

64 comentários em “A “reforma histórica” do Papa Francisco (II) – Os casais divorciados”

  1. Fui casada na igreja (eu não quis casar e só tinha 16 pra 17 anos, mas isso é uma longa história) e sou separada há quase 9 anos. Tenho duas filhas.
    Não há mais chance de reatar. Ele já está casado com outra pessoa há 6 anos.

    Não me uni a outra pessoa ainda, mas pretendo ter uma família sim.

    Minha maior dúvida:
    – Na minha condição (separada, porém não sou AINDA um casal de segunda união), como viver um “namoro” com outra pessoa que agrade a Deus?

    Já que, o fato de começar um namoro, já me priva de confissão e Eucaristia.
    Como deve ser vivida a sexualidade do casal (que será de segunda união, mas ainda não é, ou já é considerado assim?) que namora e que não mora junto?

    Como eles podem participar da igreja, sendo também exemplos de cristãos?

  2. Claudinha,

    Se você «não quis casar» então você provavelmente não casou. Os ritos externos não são capazes de suprir a falta de consentimento dos noivos. Se o consentimento não foi trocado, então pode ter tido uma festa muito bonita, pode ter acontecido um teatrinho muito emocionante, pode ter havido qualquer coisa, menos um casamento.

    A primeira coisa que você tem que fazer é, portanto, procurar o tribunal eclesiástico da sua região para pleitear a nulidade do seu casamento. Vá à Cúria Diocesana e se informe lá.

    Até sair a sentença do tribunal o seu matrimônio é putativo, ou seja, você precisa continuar vivendo como se casada fosse. Isso significa guardar a fidelidade conjugal.

    Uma vez que o processo esteja em andamento você pode namorar, naturalmente deixando clara a sua situação para o rapaz e com o propósito mútuo de fazer a vontade de Deus.

    Quem namora, independente de ser solteiro ou de estar com processo de nulidade matrimonial em andamento, simplesmente não deve viver a sexualidade. Deve aguardar o Matrimônio.

    Que Nossa Senhora ajude sempre você a suportar as cruzes da vida.

    Abraços,
    Jorge

  3. A misericórdia de Deus é infinita, vamos buscar sempre a misericórdia do Senhor.

  4. Fui verificar em minha Paróquia a possibilidade da nulidade de meu casamento, até porque tinha 16 anos na época e foi um casamento para lavar a “honra”. Mas houve um incêndio na casa Paroquial e muitos livros de registro de casamentos, batizados, crisma se perderam no incêndio, o pároco até tentou e ajudar, mas sem a documentação ficou impossível. Pouco tempo depois meu marido me abandonou foi viver a vida boêmia, teve trocentas mulheres. Nos divorciamos legalmente, ele se casou numa igreja evangélica e eu vivo em união estável a 12 anos. Já me confessei com vários sacerdotes, fui absolvida, não tenho mais que confessar o ocorrido, falei de minha segunda união e ambos fomos liberados pelo sacerdote e por um padre redentorista a comungar. Não entendo a resistencia da Igreja, se Deus é amor em sua maneira mais pura, não creio que Ele queira seus filhos vivendo em um canto chorado. Além do que até hoje nenhum sacerdote conseguiu me mostrar na Bíblia Sagrada, livro, capítulo, versículo onde esteja escrito que Jesus veio para os casados, os solteiros, os viúvos e assim por diante, deixando de lado as mães solteiras, os divorciados e que os mesmos estão apartados do Reino de Deus. Minha opinião. Quem já vive um segundo casamento de 12 anos, tem um filho de 9 que foi batizado na Igreja Católica Apostólica Romana e que dentro em breve irá receber o Sacramento da Comunhão, não creio que Deus irá punir de maneira cruel e vingativa e muito menos que Jesus irá nos apartar de sua presença. Isso é mais questão dos homens do que do próprio Cristo.

  5. Adriana,

    Vá diretamente à cúria diocesana e conte essa sua história. Em havendo perda de documentação, é sempre admitida a prova testemunhal para atestar a existência do vínculo. Não existe nenhum óbice à instauração de um processo de nulidade pelo simples fato de um incêndio haver destruído os livros de matrimônio da paróquia.

    Com a devida vênia, os sacerdotes não podem “liberar” ninguém a comungar, sendo a declaração da nulidade do matrimônio competência dos tribunais eclesiásticos. Até a sentença sair, o Matrimônio goza do favor do Direito e, portanto, é putativo, de modo que qualquer atentado contra ele configura adultério, i.e., pecado grave, o que por si só exclui a comunhão eucarística.

    [O confessor até pode dar a absolvição e permitir a comunhão no caso em que o fiel arrependa-se e se abstenha das relações sexuais ilegítimas, vivendo com o atual companheiro “como irmãos” – mas mesmo neste caso é mister evitar o escândalo, o que consiste exatamente em não sair dizendo na internet que é recasada e o padre autorizou a comungar; portanto imagino que não seja esse o seu caso.]

    O versículo onde Nosso Senhor diz que quem casa com uma mulher separada é adúltero é este aqui:

    Eu, porém, vos digo: todo aquele que rejeita sua mulher, a faz tornar-se adúltera, a não ser que se trate de matrimônio falso; e todo aquele que desposa uma mulher rejeitada comete um adultério. (São Mateus 5, 32)

    Sinceramente, espanta-me que você esteja há tanto tempo na Igreja e desconheça essa passagem.

    Se me permite um conselho, procure a Cúria Diocesana para tentar regularizar a sua situação.

    Abraços,
    Jorge

  6. O Papa Francisco realmente segue o Evangelho e tem coragem. A sua bondade é imensa. Que Deus de força para nosso querido Papa para fazer as reformas necessárias para a nossa querida igreja.

  7. Muito esclarecedor os diversos depoimentos encontrados aqui.
    A minha situação não é diferente das situações que li aqui.
    Vivo uma união estável a aproximadamente 23 anos, tenho 3 filhos desta união, sei das minhas restrições e conheço a angústia de muitos.
    Sou solteira, porém o meu companheiro é divorciado, sempre tive vontade e muito desejo de comungar, mas a nossa situação não permite, sei de casos em que o Padre permitiu ao casal a se comungarem, mas creio que se o fizer vou estar infringindo a lei da igreja.Vivo sei em pecado perante a igreja, mas procuro sempre viver os mandamentos da igreja,criar meus filhos na fé, frequentando as missas e os ministérios: batizado, comunhão e crisma. Os sacerdotes da minha paróquia sabem da minha situação, quando ajudo na igreja,sempre procuro saber se posso e até quando posso.Faço parte da equipe de Liturgia, mas é constrangedor pra mim na hora da Eucaristia ter que sentar, sou motivo de comentários e apontamentos, mas pela fé e amor a Deus eu resisto. É muito triste pra mim, poder educar meus filhos na lei cristã, exigir certos comportamentos se eu sou privada de tê-los.Creio que a mudança se houver tem que ser avaliada caso a caso, para não se tornar banalizada e perder a finalidade de que é promover a família. Se houver essa “reforma” da igreja eu e muitos casais teremos a esperança de fazer parte dela, e mostrar ao mundo que a segunda união não é uma forma de destruir a família e sim de promover e viver em família.

  8. Já a algum tempo não há novos comentários neste post, e sinceramente pensei se deveria comentar ou não, no meu caso vivo atualmente uma segunda união, que conheci em um grupo de oração da Igreja Católica, e brevemente darei entrada com meu pedido de nulidade, porém analisei bem os comentários postados acima e emito uma opinião para ambos os lados, primeiro para as pessoas que vivem uma situação como a minha, as leis são bem claras e realmente a nossa situação cria uma condição impeditiva para os sacramentos da reconciliação, nos casos das pessoas que tem uma vida conjugal com seus novos cônjuges, e da eucaristia física no mesmo caso descrito anteriormente, porém devido a grande misericórdia de Deus nós não somos excluídos de um dos aspectos da comunhão que é a comunhão espiritual, que em alguns casos pode até ser mais profunda que a de muitos que comungam, uma vez que nós temos plena consciência do que não podemos ter.
    Agora falo também aos que julgam, e recomendo que muitos que postaram aqui leiam atentamente suas palavras, devemos ter muito cuidado e ponderar bem nossas opiniões pois o julgamento dos filhos de Deus cabe somente a ele, citando as escrituras, não julgues pois com o mesmo rigor que julgares também sereis vós julgados, ou seja rogo a Deus para que não aconteça mas se acontecer com algum de vocês o mesmo que conosco que Nosso Senhor tenha piedade.
    Em alguns post acima foi dito que cada caso é um caso, concordo e a competência para julgar esses casos é do tribunal especifico nomeado pela Igreja, se um tribunal é mais ou menos rigoroso, não cabe a nós julgar, caso o Papa amanhã ou depois decida simplificar o processo é uma decisão dele , segundo a fé que professamos o Papa é escolhido pelo colégio de cardeais através da unção do Espirito Santo, e quem somos nós para discutir com tal autoridade, mas também caso não o faça cabe a nós respeitar mais uma vez quem somos nós para discutir com tal autoridade.
    A verdade meus irmãos é que os casais de segunda união independente do que os tribunais ou a sociedade diga, devem ser acolhidos no seio da igreja e não discriminados ou julgados e nos como Cristãos temos o dever de faze-lo através do exemplo de amor dado por Nosso Senhor Jesus Cristo e também pela sua infinita Compaixão.

    Me despeço desejando a todos Paz e Bem

  9. Fui Casado e já dei entrada no processo de nulidade do meu matrimônio, o meu caso foi “encaixado” em 2 códigos canônicos e está andando perfeitamente….

    Dei entrada nesse processo de nulidade pq comecei a namorar, um certo dia ao conversarmos eu contei que fui casado na igreja católica etc… Ela resolveu acabar nosso namoro pelo menos enquanto até o processo de nulidade termine..

    Enfim, Nossas Dúvidas São.:: Nós podemos Continuar nosso namoro (Reatar) Enquanto o Processo de Nulidade Não Termina, Tipo, poderíamos Seguir normalmente na Eucaristia e no Sacramento da Igreja.?

    Seria Pecado (Perante as Leis De Deus) estarmos namorando enquanto isso.? (Deixando Claro Que Meu Processo Já Está Bem Caminhado). ??

    Obrigado Pelas Respostas.!!!
    Grato.!!

  10. Dafnis,

    Todo namoro deve ser uma preparação para um matrimônio futuro. Se tu tens razões fundadas para acreditar que o teu primeiro matrimônio foi inválido e que como tal ele será canonicamente reconhecido dentro de um intervalo razoável de tempo, inclino-me a pensar que tu podes, sim, reatar o namoro, contanto, é lógico, que a outra parte saiba da situação e saiba do risco (embora pequeno) que corre de ter os seus planos quanto ao futuro frustrados por uma eventual sentença de validade das tuas primeiras núpcias. Recomendo, contudo, que recorras a um diretor espiritual.

    De qualquer modo, para ti vale o mesmo do que para qualquer outro casal católico que esteja namorando: é tempo de conhecer a outra pessoa e se preparar para viver em definitivo com ela no futuro, estando as relações sexuais reservadas para somente depois do Matrimônio.

    Abraços,
    Jorge

  11. Dafnis Lyra, que vá tudo bem com vocês!

    Não deixe de ter em conta que “[ter] razões fundadas para acreditar que o teu primeiro matrimônio foi inválido e que como tal ele será canonicamente reconhecido dentro de um intervalo razoável de tempo” é diferente de “ter auto-engano suficiente”.

    Observe que o tempo para o reconhecimento da nulidade importa muito. Porque num namoro sadio as partes atraem-se cada vez mais, e então moderar os gestos pode tornar-se complicado e complicador, “dessincronizando relógio e corações”.

  12. Na verdade de tudo que li so vejo uma situação .A palavra deixada para nos por nosso.Salvador JESUS, esta sendo modificada para podermos solucionar os nossos desejos carnal, sei que é muito viver em santidade e cumprir as Ordens de JESUS, o Evangelo de Mateus capiulo 5 ao 7 nos da todo entedimento do proposito de DEUS para FAMILIA. E nao uma lei Canonica que vai derrubar a PALAVRA VIVA – BIBLIA- E ai daquele que acrescentar uma so virgula no que JESUS nos deixou como o nosso manual para alcancar a nossa SALVAÇÃO. E que o ESPIRITO SANTO mostre o caminho a servir

  13. Gostaria de expressar minha opinião a respeito do tema, peço aos irmãos que me perdoem se minhas palavras parecerem duras.

    Leiamos João 4, 10
    “Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.”

    Jesus promete a salvação a uma mulher que teve cinco maridos e agora vivia com um outro que não era o dela. Ele indica que nosso arrependimento e desejo é fundamental para o seu perdão. Pela análise da palavra vê-se que Jesus não exige sacrifício extra.

    Sempre foi assim, vejamos em Lucas 22, 47-49: “Ao verem o que ia acontecer, os que estavam com Jesus lhe disseram: “Senhor, atacaremos com espadas? ” E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha direita. Jesus, porém, respondeu: “Basta! ” E tocando na orelha do homem, ele o curou.”

    Em outra passagem os discípulos tentam “proteger” Jesus do assédio das crianças: (Marcos 9, 13-14) “13 Certa vez, quando lhe traziam meninos para que os abençoasse, os discípulos repeliam-nas, dizendo que não o incomodassem. 14 Mas, ao ver isto, Jesus ficou muito descontente: “Deixem as crianças virem a mim, porque o reino de Deus pertence a quem é como elas. Não as mandem embora!”

    Jesus acolhe a todos indistintamente, desde uma criança pura até um pecador inveterado. Não lhe exclui da sua convivência. Exige que ele se arrependa, mas a partir do perdão não peque mais. Ele não exigiu da samaritana que separasse do seu sexto marido, ele não exigiu do filho pródigo que devolvesse o dinheiro, ele não exigiu do ladrão ao seu lado na cruz que fizesse nenhum ato de contrição, mas apenas e unicamente perdoou quem o procurou com o real interesse de mudar de vida.

    Sem dúvida a separação é um mal, é uma chaga da sociedade atual. Mas, há casos e casos. Os que se separam por modismo ou status, casam novamente, e não procuram a igreja para refletir sua situação devem ser alertados para o fazerem, para receberem aprofundada orientação cristã. Aqueles que se separaram, casam novamente, mas procuraram a casa de Deus, estão à porta da casa do Pai devem ser acolhidos e incluídos.

    Violência gera violência. Afastar ou punir os casais em segunda união sob o pretexto de não incentivar outros divórcios é uma interpretação humana, maquiavélica equivocada da palavra de Deus.

    Se fosse assim, Jesus teria determinado o apedrejamento da mulher adúltera, teria condenado a samaritana à beira do poço de Jacó, jamais prometeria paraíso a um ladrão que fizera tanto mal e agora estava ao seu lado na cruz, teria negado receber o filho pródigo que gastou toda a sua herança com álcool e prostituição.

    Deixar o Espírito Santo agir é não interferirmos na sua decisão. Perdoar quem se casou pela segunda vez é antes de incentivar o divórcio demonstrar que a Igreja obedece o exemplo de Jesus. O divórcio sempre existiu (veja a permissão de moisés) e sempre vai existir. O que realmente precisa ser feito para reduzir o número de divórcios é os grupos de religiosos saírem do seu conforto de punir os maus exemplos e passarem a catequizar de verdade o seu povo, desde a infância até a velhice. É deixar a hipocrisia de puritano e assumir sua condição de humano, mortal e pecador, exatamente igual à do irmão que bate à porta.

    Se a Igreja moderar o tom de seu discurso contra os casais em segunda união não estará fazendo nada mais que seu dever de instrumento de conversão e preparação para a vida eterna. Só a Deus pertence a honra, a glória e o poder! Só Ele poderá dizer se uma pessoa entra ou está condenada. O ser humano é totalmente insignificante perto da glória de Deus.

    Aos que estão em pecado, Ânimo. Peça o perdão, procure andar no caminho do Senhor e confie na sua infinita misericórdia!

  14. Caro Francisco Lázaro Gomes de Sousa

    Entendo o teu desejo de usar a igreja católica como ferramenta de bondade irresponsável, mas leia a bíblia para a verdade, e não para argumentos bobos.

    A mulher suplicou: Senhor, dá-me desta água, para eu já não ter sede nem vir aqui tirá-la!
    Disse-lhe Jesus: Vai, chama teu marido e volta cá.
    A mulher respondeu: Não tenho marido. Disse Jesus: Tens razão em dizer que não tens marido.
    Tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu. Nisto disseste a verdade.

    E Jesus deixou claro para ela, o porquê de ela não receber a “água desejada”.
    João 4, 15-18

  15. Caro Wilson Ramiro, não quero criar nenhum clima de discussão, mas de esclarecimento. Por isto insisto que Jesus disse à mulher “Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva”. Ou seja, para que aquela mulher obtivesse o perdão de Jesus bastava que ela o pedisse. Logicamente, ela não o reconheceu de início talvez por isso não tenha conseguido a graça do perdão. Naquela época também tinham os doutores da lei que sabiam tudo de Jesus, talvez até mais que o próprio Jesus. Você não acha que nossa natureza humana é pequena para entendermos a grandeza da glória e bondade de Deus? Paz e bem pra você meu irmão.

  16. Caro Francisco

    Ele indica que nosso arrependimento e desejo é fundamental para o seu perdão. Pela análise da palavra vê-se que Jesus não exige sacrifício extra.
    Você acha que o arrependimento verdadeiro é pouca coisa?
    Com o arrependimento verdadeiro vem a conversão de vida, e a volta a estar em comunhão com Cristo.

    para que aquela mulher obtivesse o perdão de Jesus bastava que ela o pedisse
    Pedir perdão pelo qual erro? Pedir perdão e se manter no erro? Pedir perdão e achar que, tudo bem, não é erro?
    Pedir perdão e rejeitar todo o passado de erro, saber que Não é aceitável por Cristo ter tido mais de um homem, a Igreja assim seguindo Cristo está correta. Arrependa-se, abandone a vida de erro e volte para a comunhão.

    Outro dia, ouvi a resposta que um padre deu a uma católica recasada, que desejava voltar a comungar. Ele disse que os Sacramentos são presença de Deus em nossa vida, tanto a comunhão quanto o casamento são sinais de Deus e ele disse para ela que não entendia toda a importância que ela demonstrava pela comunhão junto com tanto desprezo pelo Sacramento do matrimônio.

    Existem pessoas a quem a vida pode ter sido carrasca e não lhes deixou saída, a estes se forem fiéis a Deus terão uma recompensa ainda maior por suportarem a injustiça sofrida. Se não acreditarem na recompensa prometida por Cristo, porque perturbam a fé de outros?

  17. Excelente seu comentário. Concordo plenamente. “Com o arrependimento vem a mudança e o abandono à vida de pecado”. É exatamente este o ponto. A mudança de vida de qualquer pessoa é um processo pessoal que começa pelo arrependimento. Nosso papel, como seres humanos, é amar o próximo. Você imagina a profundidade da palavra – amor (quem tem família sabe). O papel da Palavra é edificar e o do Espírito Santo é transformar. E o julgamento pertence unica e exclusivamente ao Pai. Paz e Bem!

  18. Fui Casado e já dei entrada no processo de nulidade do meu matrimônio, o meu caso foi “encaixado” em 2 códigos canônicos e está andando perfeitamente….

    Dei entrada nesse processo de nulidade pq comecei a namorar, um certo dia ao conversarmos eu contei que fui casado na igreja católica etc… Ela resolveu acabar nosso namoro pelo menos enquanto até o processo de nulidade termine..

    Enfim, Nossas Dúvidas São.:: Nós podemos Continuar nosso namoro (Reatar) Enquanto o Processo de Nulidade Não Termina, Tipo, poderíamos Seguir normalmente na Eucaristia e no Sacramento da Igreja.?

    Seria Pecado (Perante as Leis De Deus) estarmos namorando enquanto isso.? (Deixando Claro Que Meu Processo Já Está Bem Caminhado). ??

    Resumindo, Pode-se namorar enquanto o meu casamento não se torna Nulo.?

    Obrigado Pelas Respostas.!!!
    Grato.

  19. eu sei Jorge, mas em meio a esses comentários recentes que foram feitos fico sem saber o correto a ser feito (Se posso continuar Namorando ou Não).
    por isso fiz a mesma pergunta direcionando-a as pessoas que comentaram recentemente.
    Enfim…

    mesmo assim Obrigado.

  20. Dafnis,

    Se já existe a separação de fato e há razões fundadas para esperar a nulidade de direito, você pode namorar como qualquer pessoa católica. Isso significa namorar

    i) tendo em vista um futuro matrimônio;
    ii) em espírito de sinceridade para com o seu futuro cônjuge (i.e., sem lhe esconder a sua condição canônica atual); e
    iii) em castidade (i.e., abstendo-se dos atos próprios dos cônjuges e dos que lhes preparam necessariamente).

    Dada a sua condição particular, seria mais do que recomendável o acompanhamento por um sábio diretor espiritual, que certamente poderá lhe dar respostas mais específicas do que as que eu, do outro lado do computador, posso lhe oferecer. Não deixe de procurar um na sua cidade. Qualquer dificuldade, escreva.

    Abraços,
    Jorge

  21. Dafnis, se você já tiver identificado uma resposta, não fique buscando ouvir algo diferente. Para ouvir algo diferente, você pode ir para o centro da cidade e começar a fazer a pergunta a qualquer um. Mas isso é ardil de seus inimigos: você mesma e o diabo.

    Agora, se você não encontrou uma resposta, talvez seja melhor mudar a pergunta. Ela pode não estar adequada ao que realmente você quer saber.

    Com isso eu não estou a dizer que respostas de Jorge, minhas, ou de qualquer outro frequentador da área de comentários deste site, sejam corretas ou suficientes. Mas afinal, por aqui você pode encontrar pessoas com níveis bem diferentes de conhecimento, amizade com Deus, serenidade, boa vontade, etc. É uma loteria sair atrás de “alguém que tenha a resposta”. Penso que seja melhor estudar sinceramente a doutrina da Igreja, e ouvir a própria consciência. Ou, se a sua personalidade assim permite, entregue-se totalmente ao aconselhamento de um único diretor espiritual.

  22. OLÁ BOA NOITE,SOU CATÓLICA E ESTOU DIVORCIADA AGORA ESTOU NAMORANDO UMA PESSOA Q É EVANGÉLICA E TBM DIVORCIADO MAS NUNCA FOI CASADO NA IGREJA COMO SOMOS DE RELIGIÕES DIFERENTE ME SINTO PERDIDA POIS NOS AMAMOS MUITO E NÃO SEI O Q FAZER.

  23. Olá Marcia!

    A primeira coisa que vocês têm que fazer, sem dúvidas, é rezar sinceramente a Deus, pedindo que se faça a vontade d’Ele.
    Depois, procure um sacerdote sábio e piedoso na sua diocese, a fim de que ele lhe aconselhe com maior propriedade, conhecendo o caso.

    Abraços,
    Jorge

  24. Marcia, juntamente com o que Jorge lhe disse, você deve procurar saber se seu casamento não pode ser declarado nulo na Igreja Católica, e se o casamento dele é ou não reconhecido pela Igreja Católica. Também é muito importante considerar as dependências que você e ele criaram em seus respectivos casamentos, tais como deveres para com a prole e deveres de cuidados justos para com os próprios cônjuges.

  25. Namoro uma pessoa que já foi casada e tem um filho, ele já entrou no processo de nulidade, mas pelo que já li até hoje, acho que ele não conseguirá. Não sei o que fazer, porque gosto muito dele e também tenho grande vontade de me casar na igreja, eu e minha família somos muito católicos. Estou me sentindo de pés e mãos atadas…..

  26. Andreia, se você é “muito católica” haverá de saber dar valor ao Sacramento do Matrimônio, sinal de união de Cristo e da Igreja, indissolúvel por qualquer poder aqui na terra — e haverá de saber ordenar para esta verdade de Fé qualquer amor que tenha para com uma pessoa casada. Certamente você, muito católica, não quererá arrastar para o horrível pecado do adultério uma pessoa de quem diz gostar…!

    Reze, que a Virgem Desatadora dos Nós há-de mostrar uma solução.

  27. Boa noite,

    O meu caso difere um pouco dos demais aqui explanados, eu me casei em uma Igreja Ortodoxa Siríaca, em Belo Horizonte. Sou divorciada e hoje quero me casar de fato na Igreja Católica Apostólica Romana, a dúvida está se poderia celebrar na Igreja Católica essa união.
    Grata

    Souza

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