Confesso que me deixou desconcertado a notícia – estampada nos meios de comunicação seculares – de que o Papa Francisco «destitui[u] [um] bispo do Paraguai por acobertar casos de pedofilia». Trata-se do bispo de Ciudad del Este, no Paraguai, Dom Rogelio Livieres, cuja diocese passou recentemente por uma intervenção pontifícia; há não muito, comentei o assunto aqui.
Comentei no Facebook que o exercício do poder soberano e ilimitado do Sucessor de São Pedro era terrível e assustava. E isso por pelo menos três razões. Primeiro, não recordo a última vez em que uma determinação pontifícia foi executada assim, de maneira tão unilateral e implacável; dir-se-ia quase draconiana. Segundo, parece haver uma certa desproporcionalidade entre o delito e a pena; afinal de contas, o pe. Urrutigoity (em que pese a por mim já deplorada imprudência de ter sido ele recentemente alçado a cargos de confiança e destaque na Diocese) estava no Paraguai há quase dez anos, ao longo dos quais (até onde me conste) não houve quaisquer acusações contra a sua conduta. Em terceiro, por fim, há uma certa desarmonia entre o que está sendo divulgado pela mídia laica e pelos órgãos oficiais da Santa Sé.
Quanto à primeira, registre-se que o Papa é monarca plenipotenciário por direito divino, autoridade soberaníssima acima da qual não se encontra senão o próprio Deus. Ele é completamente livre para, a seu dispôr, criar e destruir dioceses; distribuir excomunhões, interditos e intervenções; sagrar, nomear e exonerar Bispos. Tal poder ilimitadíssimo, contudo, caíra em um certo desuso com o passar do tempo: não me recordo, como falei, da última vez em que um bispo foi assim sumariamente destituído.
Impossível não enxergar o aspecto positivo dessa atitude. Significa que o Bispo de Roma conhece e reconhece as suas próprias prerrogativas de Vigário de Cristo, e não hesita em empregá-las para aquilo que considera o bem da Igreja. O Pontífice que abriu mão dos sapatos vermelhos e da mozzetta papal – ditos símbolos de um poder anacrônico e que não encontrava mais lugar no mundo moderno – não se despiu, contudo, da sua autoridade soberana, e soube invocar o peso do supremo munus regendi da Igreja para governar, com mão férrea, a Barca de Pedro. Abdicando dos símbolos mas empregando sem pejo o poder neles simbolizados, o Papa Francisco, por incrível que pareça, termina por fortalecer o papado e empoderar aos olhos do mundo a figura do humilde bispo de Roma – que recusa as benesses materiais mas não abre mão das prerrogativas que o seu alto cargo lhe proporciona. É somente quando ouvimos o som tonitruante dos trovões que nos lembramos de que, afinal de contas, o Céu é capaz de trovejar. Roma ruge; o Papa é monarca.
Quanto à segunda, encontra-se aqui a parte mais dolorosa que essa situação enseja. Não parece que esteja muito bem um bom bispo ser, assim, laconicamente destituído da sua Diocese; um bispo que, ao que consta, jamais resistiu a nenhuma das disposições da Santa Sé, sempre colaborou com tanto quanto a Igreja de Roma lhe determinara, que nunca se envolveu em escândalos e cuja atuação pastoral nesses anos à frente de Ciudad del Este tem se mostrado, até onde se pode averiguar, profícua. Parece haver algo de exagerado na pena, o que desconcerta e provoca perplexidade.
No entanto, o Papa é o Papa é o Papa. Ele é o Monarca absoluto, a quem compete a guarda da Igreja Santa de Deus; em princípio, o Sumo Pontífice tem todo o direito de impôr o degredo a Santo Atanásio ou o trancafiamento a S. Pio de Pietrelcina. E às ordens legítimas dos superiores cumpre obedecer, ainda que nos pareçam injustas. É o conselho unânime dos mestres de formação espiritual; para ficar num só exemplo, medite-se neste primeiro ponto do décimo terceiro capítulo d’A Imitação de Cristo:
Aquele que não se sujeita pronta e de boa mente a seu superior, mostra que sua carne não lhe obedece ainda prontamente, mas muitas vezes se revolta e resmunga. Aprende, pois, a sujeitar-te prontamente a teu superior, se queres subjugar a própria carne, porque facilmente se vence o inimigo exterior quando o homem interior não está assolado. Pior inimigo e mais perigoso não tem a alma, que tu mesmo, quando não obedeces ao espírito. Se queres vencer a carne e o sangue, deves compenetrar-te do sincero e absoluto desprezo de ti mesmo. Mas porque ainda te amas desordenadamente, por isso te repugna sujeitar-te de todo à vontade dos outros.
Alguém comentava no Facebook que as pessoas confundiam a legitimidade da ordem com a sua justiça e, do fato de ser ordem legítima, concluíam erroneamente que era também necessariamente boa, santa e justa. De fato, essa confusão existe e cumpre ser sanada. Mas existe uma outra confusão que é muito mais daninha: trata-se do raciocínio inverso, i.e., o de quem, por não considerar a ordem justa, santa ou boa, conclui que por causa disso ela é ilegítima. E este caso é muito pior do que o primeiro, porque aquele conduz no máximo a um erro de valoração a respeito de uma situação de fato e, este, desloca todo o eixo da relação do fiel católico com a hierarquia eclesiástica para o subjetivismo individualista por cujo crivo tudo precisa passar. Não se discutem ordens: obedece-se-lhes. Se todo mundo estivesse autorizado a ponderar as determinações dos superiores para só aquiescer àquelas que lhe parecessem razoáveis, acabar-se-ia com a própria razão de ser da autoridade hierárquica.
Sim, certas ordens vaticanas podem nos parecer injustas e dolorosas, e talvez até o sejam de verdade; contudo, mesmo quanto a essas importa seguir o sábio exemplo do ex-bispo de Ciudad del Este (esta carta merece a leitura na íntegra):
Como filho obediente da Igreja, aceito, contudo, esta decisão, por mais que a considere infundada e arbitrária, pela qual o Papa terá que prestar contas a Deus e não a mim.
Gravem-se estas palavras em pedra, estampem-se-lhes nos frontispícios de nossos templos religiosos – é assim que se reconhece o valor de um Sucessor dos Apóstolos.
Por fim, quanto à terceira, diferentemente do que saiu nos meios de comunicação seculares (e do que eu próprio comentei aqui, da outra vez), a questão das acusações de pedofilia contra o padre Urrutigoity parece que não foi aludida nas informações oficiais que nos chegaram. A nota da Sala de Imprensa da Santa Sé diz simplesmente que «[a] árdua decisão da Santa Sé, determinada por sérias razões pastorais, obedece ao bem maior da unidade da Igreja de Ciudad del Este e da comunhão episcopal no Paraguai». O comunicado de imprensa da Diocese de Ciudad del Este fala em «falta de unidade na comunhão com os outros bispos do Paraguai». Na já citada carta de D. Livieres, o prelado fala abertamente em «oposição e perseguição ideológica». Parece que o problema não é o que parece, e isso – mais uma vez – nos choca e atordoa.
No entanto, repita-se quantas vezes forem necessárias, estamos diante do Papa, e do Papa empregando a sua autoridade pontifícia de um modo muito mais duro do que tem sido o habitual nos tempos que correm…! Não é possível tergiversar. Aquele adágio sobre Roma locuta, causa finita tem um significado maior do que a mera afirmação da infalibilidade da Prima Sedes em questões doutrinárias: denota também a necessidade de uma comunhão efetiva mesmo naquelas decisões de governo sobre as quais não cabe falar em infalibilidade. Papas houve que mudaram a sede do Papado para a França, que negociaram o ultrajante armistício cristero, que dissolveram a ordem dos jesuítas, que permitiram a César executar os cavaleiros da Ordem do Templo; a Igreja, ainda assim, permanece sem mácula e ruga, indefectível esposa de Cristo – e quem não consegue entender isso é porque não entendeu ainda o que significa a indefectibilidade católica. Rezemos pelo Papa, rezemos por D. Rogelio, rezemos pela Igreja Santa de Deus. Afinal de contas, tudo coopera para o bem dos que O amam; passarão pela História Bispos e Papas, e essas palavras não hão de passar.
Jorge,
Parabéns e obrigado por esse texto. É um bálsamo para a alma!
Selecionei alguns comentários sobre o assunto feitos pelo Padre Rodrigo Maria, fundador da Arca de Maria, e que reside em Ciudad del Este. O padre fez os mesmos no Facebook- grupo “escolástica da depressão”.
Jean Rogers Rodrigo Sousa(Padre Rodrigo Maria): Caríssimos irmãos, parece que há uma confusão muito grande entre ter que respeitar, ter que obedecer e ter que concordar com as coisas que diz ou faz uma autoridade da Igreja , incluindo o Santo Padre. A Igreja já teve 266 Papas, a maior parte foram pessoas santas, sendo que mais de 80 são canonizados, mas houveram também maus Papas, inclusive alguns que deram escândalos graves…houveram aqueles que, mesmo sendo pessoas boas, cometeram muitos erros grosseiros. O Papa é infalível quando faz um pronunciamento ex-cátedra sobre assuntos de fé ou moral, sempre em consonância com toda a doutrinal anterior e com a bimilenar tradição da Santa Igreja…vejo uma atitude muito equivocada da parte de muitos pensar que pelo fato de Francisco ser o Papa todas as suas palavras , ações e decisões são incriticáveis, sob pena de quem o faz ser considerado orgulhoso, rebelde e até sedevacantista. Francisco é o Papa legítimo, a quem devemos amor, respeito e obediência, mas pode cometer erros e dizer coisas dúbias ou equivocadas, passiveis de críticas. Sim, o papa é passível de erros e de críticas, especialmente em assuntos de governo. E aqui o não concordar jamais deve ser encarado como falta de respeito ou obediência, mas expressão legítima de um consciência livre e que ao menos se esforça para ser coerente. As vezes se precisa de mais humildade e honestidade para se discordar do que para concordar com tudo que diz uma autoridade. Continuemos amando, respeitando e obedecendo, mas sejamos sóbrios.
Cara Mayara Affonso, sem ironia , sua intenção é boa, mas você não sabe o que está dizendo…a Evelyn Valcarenghi vive naquela diocese (assim como eu) e o que ela está dizendo é muito sério. Talvez você e outros não tenham percebido que essa decisão tomada em desfavor do bispo de Ciudad del Este é parte de algo muito mais amplo que está acontecendo a nível de Igreja universal, e que trará consequências muito funestas a todos. Se você soubesse o que era Ciudad del Este 10 anos atrás quando Dom Rogélio chegou, e se visse agora a potência espiritual na qual se transformou, então você entenderia o que ela está falando. Talvez todo barulho que se vai produzir em torno disso ajude os homens da Igreja a pensarem bem em suas decisões e nas consequências das mesmas. Para saber bem o que aconteceu aconselho todos a visitarem a página Web da Diocese de Ciudad del Este e ler as palavras do próprio Dom Rogélio dirigidas ao Prefeito da Congregação dos bispos(não ponho o link porque eu não sei fazer isso). que Deus abençoe a todos….e rezem muito por esse santo bispo e pelos diocesanos de CDE.
Cara Mayara, não vi todas as publicações, mas posso lhe assegurar que o povo em Ciudad del Este tem um profundo sentido de Igreja e com muita certeza irá acolher bem o Pastor que for enviado pelo Papa, mas é preciso reconhecer que é legítimo todo o povo dessa diocese manifestar seu pesar e sua solidariedade ao um bispo que trabalhou incansavelmente junto com seu clero para levar esse mesmo povo a Deus. Ademais é muito evidente a injustiça que se está fazendo querendo justificar essa decisão com a desculpa de que o bispo estava acobertando padres acusados de pedofilia…todos nós sabemos que isso é mentira…o problema , como disse Dom Rogélio, é realmente ideológico, ou seja Dom Rogélio não quis ler na cartilha da Teologia da Libertação que orienta a cabeça de quase todo episcopado e clero paraguaio. Assim é justo que o povo manisfeste seu repúdio à difamação daquele que foi seu zeloso pastor. O verdadeiro amor se indigna com a injustiça.
Cara Mayara, realmente você não compreendeu…uma coisa não impede a outra…se soubessem que todos aqui já estão ha vários dias se revezando em várias vigílias diante do Santíssimo não diria o que disse…o povo aqui aprendeu a rezar e a confiar em Deus, mas também aprendeu a doutrina católica. Os meios de comunicação servem para comunicar e defender ideias e aquilo no que se acredita, portanto é preciso encarar a coisa com mais maturidade e aceitar o fato que as autoridades têm seus limites e são sujeitas a erros, o que evidentemente não tira de nós a obrigação de respeitá-las e obedecê-las. Quanto ao nome do bispo é um fato que está sendo muito difamado, e você e os demais, deveriam ver com dever de justiça, ao menos no ambiente onde surgir o assunto, dizer a verdade e lutar contra essa injustiça ao contrário de ficar criticando quem manifesta sua indignação diante de tudo isso. Se você ler um pouco dos Padres da Igreja e de muitos santos Apologistas entenderia que nós estamos sendo extremamente suaves e educados diante de tudo. Já imaginou se Santo Atanásio, São Jerônimo, Santo Agostinho, São João Crisóstomo, Santa Catarina de Senna, Santa Rosa de Viterbo e tantíssimos outros diante dos problemas internos internos da Igreja se limitassem apenas a rezar?…com certeza teriam pecado por omissão…mas ao contrário eles bradaram, pois viam nisso um dever de justiça… e olha que o estilo de muitos deles, mesmo com as autoridades era bem mais forte…porque amavam…e o amor ama a verdade e não se rejubila com a injustiça…quem tem boca, se é para edificar, que fale…
Eu estou muito chateado com a destituição de Dom Livieres. Hoje cedo, quando vi a notícia, senti o baque.
Mas, somos filhos da Igreja. Primeiro a obediência. Obedeçamos ao Papa, ainda mais quando o Papa usa dos poderes que só a ele Deus delegou. Não nos esqueçamos nunca que o ouro se prova pelo fogo. Muitos santos já passaram por isso, por que seria diferente agora? Os Franciscanos da Imaculada e o Cardeal Burke também estão sendo provados no fogo.
Mas, também, não nos esqueçamos da fala de Dom Livieres: o Papa prestará contas a Deus.
Fique feliz de ver que o Papa é um homem de coragem,e com fé no que prega.Passou da hora de limpar a igreja deste lamaçal.que a seculos incomoda o povo católico.somos chamados de Babilônia.Os católicos se sente realmente representados, por este Papa.
Papa não é deputado, não é representante de nenhum “eleitor” humano. Ele é Chefe, Pastor, por direito divino. Tem o poder legítimo de fazer besteiras políticas e administrativas, e deve ser obedecido. Quanto aos motivos de seus atos, se pode analisar, concordar ou discordar. Para quem conhece o assunto, a destituição do Prelado não teve nada a ver com nenhuma ” lama” de homossexualismo com menores( pois o que se chama, hoje em dia, de pedofilia, nos meios eclesiásticos, é puro e simples homossexualismo, praticado por clérigos adultos com seres humanos, do mesmo sexo, menores de idade.Hipocritamente, e por razões políticas, fica-se, implicitamente, distinguindo entre pedofilia, execrável, e homossexualismo, algo complexo, que merece respeito , acolhimento, inclusão…), mas com heréticas e anti humanas razões políticas, que se inspiram numa visão horizontal, economicista, redutora, do que é a natureza humana.O prelado destituído é um mártir atual, que dará muitos frutos a favor da causa que representa, assim como o sangue vertido na Cruz deu abundantes frutos. É esperar e ver.
Encher a boca de elogios ao papa quando se vê nitidamente um erro que ele, para a perplexidade da Igreja, comente publicamente, acaba por não ajudar em nada, antes dificulta ainda mais a situação.
O que fez Francisco, movido desde os tempos em que ele ainda não era papa, não é louvável, embora também não seja, de modo algum, motivo de rebelião contra sua autoridade. O fato de ele saber perfeitamente o poder que tem, se portar como se não o possuísse em casos que não lhe convém e abusar dele, como agora, só aumenta gravidade do que ele deverá prestar diante de Deus pela missão que recebeu. Não alertá-lo, podendo, deixá-lo errar em matéria tão grave quanto a cura de almas e enganar os mais simples com anacronismos, não acredito ser cristão.
Que haja algum Bispo, sucessor legítimo dos Apóstolos, que como o Apóstolo São Paulo, ajude Pedro a ver seu erro e voltar atrás, porque a fé de muitos está em jogo, é o que eu peço a Deus e a Nossa Senhora! Não é revolta contra a autoridade do Pontífice, mas contra seus juízos temerários que se afastam da verdade do Evangelho, que pode além de o pôr em perigo, colocar também muitos outros.
Se ele se comporta como irmãozinho, igualzinho diante de uns (errados), como pode se portar como Papa, fazendo uso de poderes há tanto tempo não usados, diante de outros (inocentes)? Sem querer pegar para mim a autoridade de um Apóstolo, faço analogia com o relatado por São Paulo: “Quando vi que o seu procedimento não era segundo a verdade do Evangelho, disse a Cefas, em presença de todos: Se tu, que és judeu, vives como os gentios, e não como os judeus, com que direito obrigas os pagãos convertidos a viver como os judeus?” (Gálatas 2, 14)
À primeira vista, parece desrespeito para com o Soberano Pontífice na percepção dos neoconservadores, mas segundo a Tradição e autêntica interpretação da Igreja, é pura fidelidade, fraternidade e humildade do Apóstolo. Que haja, pois, algum que siga um outro ensinamento de Paulo: Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo!
Se em presença dos errados, dos que mereciam repreensão ou punição, Francisco acaricia, beija a mão, defende, retira condenações dadas pelos antecessores sem arrependimento ou emenda dos condenados por desobedecerem leis de direito divino, como o matrimônio indissolúvel entre um homem e uma mulher, com que direito obriga que os fiéis ao que é de direito divino vivam como hereges, mesmo sem serem hereges?
Que Deus me perdoe e tenha misericórdia de mim se eu erro em meu julgamento, mas que posso eu fazer, se o papa hoje promove o que até pouco tempo era condenado e perturba a minha alma e a de muitos? Louvá-lo, por abusar do seu poder, condenando inocentes e livrando culpados, por ideologias contrárias à Fé Católica como a de bispos da América Latina? Creio que não.
Concordo que a decisão do papa é legítima, devendo ser obedecida, mas não é indene a críticas. O pastoreio de d. Oliviers em CDE estava dando frutos maravilhosos e elogiar sua defenestração é uma temeridade, senão una insanidade que revela uma total falta de caridade. Tais tentativas de justificar o injustificável já eram previsíveis por parte dos neocons mas não se esperava algo tão mirabolante como a chamada da matéria, caro Jorge… Perdoe minha sinceridade, caro Jorge…
O Papa age como Papa, Dionísio…! Não reclamávamos de que ele se despia exageradamente dos símbolos de poder do Vigário de Cristo? Não questionávamos que ele se considerava somente um bispo junto aos demais? Eis o Sumo Pontífice lançando raios do Olimpo com toda a propriedade do rei dos deuses! Tremem as sete montanhas de Roma: o Papa-Rei voltou.
Sim, considero uma coisa boa que a espada da disciplina volte a ser manejada, ainda que ela caia sobre a minha cabeça. Sofrer uma injusta aplicação da lei é preferível a viver em uma terra sem lei. Um monarca agindo com arbitrariedade ao menos lembra ao mundo que é monarca; muito pior é a coroa inerte e apática, paulatinamente transformada em reles figura decorativa. Esse simbolismo é eloquente demais para que o deixemos passar em branco sob a revolta excessivamente materialista com o mérito da decisão.
[Ou queríamos, porventura, imunidade diplomática ao furor pontifício? Ou o Papa tem o dever de agir como Papa mesmo, contanto que nos subtraia ao exercício do seu poder?]
Quanto às injustiças, sofrê-las resignadamente redunda em vultoso bem para toda a Igreja: eis uma verdade de Fé da qual dois mil anos de Cristianismo dão ininterrupto e eloqüente testemunho. É preciso repetir aqui o sermão da Montanha…? Não já o conhecemos? Por que tanta falta de visão sobrenatural? Acaso aquele negócio de “esperar contra toda a esperança” tem alguma cláusula de exceção?
Façamos como o bispo de Ciudad del Este: a nós, o Vigário de Cristo não deve prestar nenhumas contas. Deus vê, Deus é bom, e Deus é Senhor da História.
Possivelmente esta é a pior postagem já feita pelo Deus lo Vult.
Se amanhã o papa acabar com o motu proprio Summorum Pontificum, o que é possível e legal, veremos o Jorge Ferraz aplaudir a demonstração de força do papado sobre o que ainda resta da Tradição.
Só mais um ponto.
Defender a Igreja é uma coisa; defender toda e qualquer ação do Santo Padre é outra coisa completamente diferente.
Quem acha que defender o Papa e defender a Igreja é a mesma coisa que procure saber as razões que levaram Sua Santidade Júlio III a elevar Inocêncio del Monte à dignidade de cardeal.
Na província argentina de Santiago del Estero, um sacerdote “casou” um casal homossexual transgênero, sob a mirada complacente do bispo local, que depois do fato lançou um tíbio comunicado dizendo que o matrimônio é entre homem e mulher assim concebidos desde o ventre materno, mas não sancionou de nenhuma maneira o sacerdote. O papa fará algo em relação a isso? Esse é o tipo de coisas que fazem os tradicionalistas suspeitar que o papa está usando seu poder contra a ortodoxia, e a verdade é que pelo que estou vendo lhes dou a razão.
‘Possivelmente esta é a pior postagem já feita pelo Deus lo Vult.
Se amanhã o papa acabar com o motu proprio Summorum Pontificum, o que é possível e legal, veremos o Jorge Ferraz aplaudir a demonstração de força do papado sobre o que ainda resta da Tradição.”
(2)
Analfabetismo funcional é um problema sério mesmo. Difícil é fazer alguém entender uma coisa que já está tão clara.
«Defender a Igreja é uma coisa; defender toda e qualquer ação do Santo Padre é outra coisa completamente diferente.»
Quando em 1773 S.S. Clemente XIV suprimiu a gloriosa Companhia de Jesus, você, caso estivesse vivo na época, aplaudiria essa demonstração de força petrina? Ou você lamentaria que o papa tenha se curvado aos monarcas europeus?
Caso houvesse pessoas se utilizando da «demonstração de força petrina» para incitar cismas e insubordinações, eu certamente me colocaria contra elas e as chamaria ao dever de obedecer ao Papa ainda quando se julga injusta a sua disposição em matéria não-irreformável; você não?
Um pai tem o direito de castigar seu filho e é bom que o faça sempre que necessário. Ninguém o nega. Mas se o castigo é injusto, se a punição é excessiva, ainda que seja legítima, um erro e um pecado foi cometido pelo pai.
Como é possível que alguém se alegre ao ver seu pai cometer um pecado?
Devemos nos alegrar por D. Livieres ser um filho obediente, mas devemos lamentar e rezar pela alma de nosso Santo Padre, cuja salvação é altamente duvidosa.
Deduzo então que você teria aplaudido a supressão da Companhia de Jesus assim como irá aplaudir a provável revogação do Summorum Pontificum…
Se o objetivo de sua postagem era ressaltar o dever de obediência ao papa, coisa boa e nobre, você errou o alvo, a começar pelo título da postagem, claramente laudatório.
Você deveria ter utilizado outra linha argumentativa em vez de louvar uma flagrante injustiça.
Bom, parece que eu não sou o único que vejo as coisas dessa maneira:
http://rorate-caeli.blogspot.com/2014/09/ciudad-del-este-opus-dei-bishop.html
E, sim, devemos rezar pelas almas de nossos superiores e pelas nossas próprias, cuja salvação é particularmente difícil nesses tempos terríveis que correm.
Você agora fez um recuo estratégico e assim ficou até mais fácil mostrar o erro na sua argumentação.
1) O comentário do Rorate Caeli foi publicado ANTES do comunicado do Pe. Frederico Lombardi.
2) De acordo com o Pe. Lombardi, o caso do Pe.Urrutigoity NÃO foi determinante na demissão de D. Livieres.
3) Na sua argumentação, você NÃO atribui a demissão de D. Livieres ao caso do Pe. Urrutigoity.
4) Se você realmente acredita que o caso do Pe. Urrutigoity foi o principal fator dessa demissão, você deveria ter dito isso claramente em sua postagem.
O que é incoerente e absurdo é você aceitar a explicação do Pe. Lombardi mas logo em seguida dizer que a demissão de D. Livieres foi apesar disso positiva porque deu ao Papa oportunidade de manifestar sua força.
Um ato injusto nunca é uma manifestação de força. Pelo contrário, é uma manifestação de fraqueza já que o homem injusto se mostra incapaz de discernir o certo do errado, e o bem do mal.
Minha sugestão é que você reescreva o artigo enfatizando a luta de Francisco contra a pedofilia na Igreja. O problema dessa argumentação, claro, é a declaração do Pe. Lombardi…
JB, o meu ponto é exatamente que, independente de qual seja a real motivação da demissão de D. Livieres, i) nem há o menor cabimento em se ficar lamuriando internet afora, instigando as almas a uma atitude de desconfiança para com o Doce Cristo na Terra; e ii) nem é mais possível negar que o Papa Francisco tem total consciência do poder do papado e não hesita em usá-lo quando julga conveniente.
Uma coisa é demonstrar empenho pessoal no combate à pedofilia. Este era o sentido do primeiro texto que escrevi sobre o caso Ciudad del Este (que cito duas vezes neste texto, aliás). Ainda nesse sentido, o valor do combate é uma nota profundamente pessoal; trata-se de uma característica do indivíduo que a emprega.
Uma outra coisa diferente é demonstrar a força de um cargo. Este é o sentido que sobressai agora, com o Papa agindo de maneira soberana, independente, unilateral e sem responder a ninguém. A força, aqui, não é a do Bispo de Roma, mas a do Papado. Roma já teve e terá muitos bispos; o Papado é um só desde Cristo e até a consumação dos séculos.
Qualquer um pode combater a pedofilia. Qualquer um pode se indignar com um suposto encobrimento de pedófilos. Fazer cair da Cidade Eterna um decreto de demissão sobre uma Igreja Particular do fim do mundo, contudo, é prerrogativa privativa do Vigário de Cristo. Não diziam que Bergoglio não tinha fé no Papado? Não diziam que ele se considerava somente mais um bispo, junto com todos os outros seus irmãos no episcopado? Ei-lo agora impondo-se Pontifex Maximus. E, sim, prefiro a controvérsia sobre o conteúdo material de uma prerrogativa papal à negação (tácita ou às vezes até manifesta) de que essa prerrogativa exista ou seja ainda reconhecida. A forma mais garantida de nunca tomar uma decisão errada é, simplesmente, jamais decidir nada. E, sim, prefiro um Papa que erre em algumas demissões do que um que se recuse a demitir quem quer que seja por medo de cometer injustiças. Este tabu acabou de ser quebrado, com os cumprimentos – quem diria! – do Papa Francisco…
JB,
O Rorate Coeli emitiu um “Update note” após as declarações do pe. Lombardi em que reconhece que o motivo central da demissão não foi o tal padre acusado de homofobia e mesmo assim mantém seu apoio à atitude de Francisco:
“September 26 Update Note: some have wanted us to comment the affirmation by Fr. Lombardi today that Livieres’ “conflict with other bishops” was what was “central” to his dismissal, not Urrutigoity, saying we are mistaken.
It is true, Livieres’ conflictive relationship with other bishops in his country was the last piece of the puzzle. But let us get real, we have been following this closely and discreetly for years, since the first astounding news of Urrutigoity’s naming as Vicar-General became public, and we didn’t quite know what to make of it: Urrutigoity was the essential cause of his conflict with other bishops — regarding the seminary and other diocesan institutions founded by Urrutigoity (which had good things, but several unclear aspects), regarding unclear financial issues, regarding (as said above) the bizarre and public accusations of homosexuality against other bishops when Urrutigoity’s past was brought up. Urrutigoity was not himself the central issue — the bishop was the central issue — but he was clearly the first cause and center of origin of all the maze of troubles which ended up suffocating the bishop, even if his past in America was not the cause of all the trouble, but the catalyst of its unraveling.
It is not even the first time such a maze happened in this priest’s career. It is certainly not the first time a priest with his kind of “issues” (you know what issues these are) causes that in an ecclesiastical structure! The situation is tragic, most of those who will suffer are completely innocent good Catholics. But it is embarrassing to see the level of denial some tradition-friendly individuals have reached regarding this issue, a kind of denial that they would never entertain were this a liberal bishop. Let us consider things objectively, reject all knee-jerk reactions, and let us thank God that liberal hierarchs hold conservatives to higher standards. Liberal hierarchs want pretexts? Then conservatives must not give them any pretexts.
For how can conservatives claim to help purify the Church when they don’t purify themselves first?”
Senhor Jorge, desculpe me intrometer na sua discussão com o JB, mas o senhor não refutou em nenhum momento o que comentou o amigo JB sobre o artigo.
O senhor louva o papa Francisco por ele usar seu poder somente contra quem ele, em seu juízo privado e não como doutor da Igreja, louva por ele praticar uma temeridade grave e pôr almas em perigo. Se o papa faz um erro tão claro, usando sua máxima força contra um homem bom, humilhando quem era inocente, para favorecer e atender os interesses de bispos de ideologias condenadas pela Igreja, e recusando-se a usar seu poder legítimo contra quem merece punição, está cometendo um erro tão claro quanto grave.
É também claro que o senhor não é ninguém para repreender eficazmente um Pontífice Romano, pois nenhum leigo é, muitos não têm a autoridade ou não podem ter a graça de São Paulo para fazer Pedro voltar atrás em seu erro, e igualmente ninguém tem razão para incentivar dúvidas sobre a soberania do Papa. Mas estaria ao seu alcance informar que o papa pode errar em seus atos de governo, pode cometer pecados mesmo mortais em julgamentos em que falta senão amor pelo próximo, pelo bom julgamento e justiça, e que é necessário não confundir a infalibilidade e o respeito ao Papa com seus atos enquanto pessoa privada e não só falível como pecável. Por isso, não vejo como não concordar com os comentários de JB.
O senhor não presta favor algum ao Santo Padre se alegrando e mandando indiretamente as pessoas se alegrarem com a visão de Francisco temerariamente demitir um Bispo bom e que nunca questionou a autoridade do Papa ou a também temeridade que praticam os que a desprezam ou negam. Presta, sim, um desfavor à figura do que é o Doce Cristo na terra, e não qualquer tirano que persegue injustamente seus desafetos quando chega ao poder, em grande humilhação para seu posto.
Seria o correto, pelo menos, o senhor esclarecer que não era sua intenção exaltar uma arbitrariedade evidentemente errada do papa, que ninguém pode duvidar de seu poder ainda que possa discordar, caridosamente, de seus julgamentos de forma nenhuma infalíveis, que por amor ao Pontífice não devemos desprezá-lo nem quando ele procede tão imprudentemente. No entanto, o senhor dá a impressão que se alegra com o papa Francisco ter usado seu poder para punir os corretos, tendo plena consciência do que fazia, enquanto o mesmo Francisco não faz nada com os hereges, mas antes os felicita ou os chama de irmãos, se negando a usar retamente seu poder, escandalizando os pequenos que deveriam ser protegidos.
A quem muito foi dado, muito será cobrado. Ele tem o poder supremo sobre a Igreja, e o usa sem sequer ouvir a defesa de um Bispo que tantos serviços deu à Igreja, ao mesmo tempo em que se nega a usá-lo para repreender os que descaradamente desobedecem leis divinas, que permitem e por vezes cometem sacrilégios em suas dioceses? Louvar essa demonstração de poder sem caridade, é no mínimo confuso, dá ocasião de também os outros julgarem temerariamente.
Deveríamos rezar mais pelo papa Francisco, para que se arrependa do que faz de errado e não leve ninguém a ele sujeito se perder, e não se alegrar com injustiças.
A ruptura da comunhaõ com os irmaõs no episcopado,é falta grave; muitos naõ entenderam isso.Está correta a santa Sé e o Papa Francisco.
Lampedusa,
Pelo contrário. A nota do Rorate Caeli diz que o caso Urrutigoity é a causa essencial e centro de origem de toda a confusão e, justamente por isso, apoia a decisão de Francisco.
É muito diferente da argumentação do Jorge, para quem “independente de qual seja a real motivação da demissão de D. Livieres”, a ação do Papa merece ser louvada, o que é um absurdo já que a motivação é um dos componentes da moralidade de um ato.
JB
Minha leitura do texto do Rorate (não que eu dê grande importância ao que dizem) é que foi o tal padre argentino a origem das causas que levaram à deposição do bispo. Isto é, foi esse sacerdote defendido por D. Livieres a causa dos desacordos do bispo de CDL com o restante do episcopado paraguaio, a causa dos arranjos financeiros suspeitos, etc
JB,
Apenas para esclarecer, mas minha interpretação do texto do Rorate é que se o padre em questão não tivesse levado D. Livieres a se indispor com o episcopado paraguaio e nem provocado suspeitas de armações financeiras, etc, D. Livieres ainda seria o bispo de CDL.
Algumas trechos de D Rogelio Livieres do termo de “renuncia” que deveriam ser contestadas pelos inquisidores.
1 – Eu tive a graça de que, no meu caso, os Papas São João Paulo II e Bento XVI apoiaram-me a seguir adiante. Eu entendo agora que o Papa Francisco decidiu retirar esse apoio.
2 – Apesar de muita conversa sobre diálogo, compaixão, abertura, descentralização e respeito pela autoridade das Igrejas locais, eu sequer tive a chance de falar com o Papa Francisco, mesmo para esclarecer quaisquer dúvidas ou preocupações.
3 – Como filho obediente da Igreja, eu aceito, no entanto, esta decisão, por mais que a considere infundada e arbitrária e pela qual o Papa vai dar contas a Deus e não a mim.
4 – … certamente é outro indicador de que alguns altos funcionários do Vaticano, o Núncio Apostólico e alguns bispos do país estavam manobrando de forma orquestrada com vazamentos irresponsáveis para orientar o curso de ação e da opinião pública. [aqui se subtenderia suposta cilada da TL contra D Rogelio, relembrando os fariseus desejosos de apanhar a Jesus nalguma pretensa falta para O acusar…]
5 – … eu digo novamente para quem quiser ouvir que o mérito da causa nada mais foi do que uma oposição e perseguição ideológica.
6 – A verdadeira unidade da Igreja é a que é construída a partir da Eucaristia e do respeito, da observância e da obediência à fé da Igreja, ensinada normativamente pelo Magistério, articulada na disciplina da Igreja e vivida na liturgia. Agora, no entanto, visa-se impor uma unidade baseada não na lei divina, mas em acordos humanos e na manutenção do status quo.
7 – O verdadeiro problema da Igreja no Paraguai é a crise de fé e de vida moral que a má formação do clero foi perpetuando, juntamente com a negligência dos pastores. Lugo é apenas um sinal dos tempos desta problemática redução da vida de fé às ideologias da moda e ao relaxamento cúmplice da vida e da disciplina do clero.[Isso foi e é uma das metas da maçonaria: corromper o clero; o vermelho TL ex bispo Lugo leva jeito de ser um infiltrado e artífice dessa conspiração anti Livieres]
As respostas dos interpeladores de D Rogelio e artífices do porque de ser demitido será o silencio, já que contestar o acima seria difícil.
O grande bispo conhecido como o Atanasio brasileiro, D Manuel Pestana, dizia no prefacio do livro do famoso exorcista Pe Gabrielle Amorth: “Hoje, não é só a fumaça de Satanás penetrando por uma fenda oculta, mas o diabo, de corpo inteiro, que irrompe triunfalmente pelas portas centrais, lembrando que o Vaticano está infiltrado de maçons, comunistas e protestantes!
Consta no Fratres:
Informação de “frei” Beto:
Líderes de movimentos populares de vários países terão encontro com o papa Francisco nos próximos dias 27, 28 e 29 de outubro, em Roma. Do Brasil estarão presentes João Pedro Stédile, pelo MST e Via Campesina, e representantes da Central de Movimentos Populares, Levante Popular da Juventude, Coordenação Nacional de Entidades Negras, Central Única dos Trabalhadores, Movimento de Mulheres Camponesas e um indígena do povo Terena.
No face da missa tradicional em Salvador, meu amigo Leonardo Brum discorda frontalmente do artigo acima e faz a seguinte citação:
“Cuando decimos que el magisterio conciliar no tiene intención de imponer sus novedades con autoridad, nos referimos a la autoridad doctrinal que posee en razón de la «potestas docendi»; porque por otra parte, ha hecho uso y abuso de la autoridad disciplinar que tiene por la «potestas regendi» para obligar a fieles, sacerdotes y obispos a plegarse a sus reformas.” (Pe. Calderón, A Candeia Debaixo do Alqueire)
A meu ver, o problema é este colocado pelo Dionísio Lisboa. Os últimos papas jamais deixaram de usar dos poderes de um monarca, que efetivamente são. Acontece que eles usam esses poderes quase que exclusivamente em matéria disciplinar, e nunca ou quase nunca em matéria doutrinária. João Paulo II excomungou D. Lefebvre por ter sagrado bispos sem autorização, não por heresia. E a Igreja está cheia de hereges que não são excomungados e nem sequer incomodados pela Santa Sé.
Realmente, louvar um ato que traz em si toda a aparência de injustiça e perseguição, só porque este ato faz lembrar e realçar a potestade, não me parece nem um pouco razoável.