Um leitor desafia-me aqui no blog: «quero ver agora qual será a desculpa para defender Karol Wojtyła». Ora, mas defender do quê?
A despeito da péssima qualidade da mídia laica e anticlerical — somente na qual, ao que parece, os detratores da Igreja vão buscar as suas informações… –, nem mesmo nela é possível encontrar o «escândalo sobre a vida intima (sic) de Karol Wojtyła» que o meu contendedor alardeia. O Jornal Nacional fala em «amizade intensa» do Papa polonês com uma filósofa americana; El País, em «íntima amizade». A BBC fala em «relação ‘intensa’», e o máximo que encontrei foi «amizade “corajosa”» na Gazeta do Povo. Onde está o escândalo?
Responda-se: o “escândalo” está na ilação maliciosa — que nem os órgãos de mídia ousarem fazer diretamente! — de que haveria, para usar o termo corrente, “segundas intenções” por detrás da correspondência que o Papa João Paulo II trocou durante longos anos com Anna-Teresa Tymieniecka. Veja-se bem o que estamos tratando aqui: nem mesmo a mídia anticlerical ousou acusar diretamente São João Paulo II de ter mantido um caso com a americana, e o comentarista autoproclamado católico sequer pensa duas vezes em tomar a insinuação maliciosa como um fato incontestável! E, pior, quer — exige até! — que todo mundo acredite no mesmo que ele!
Não satisfeitos em deixar o fundo do poço ao jornalismo medíocre que alardeia fatos públicos como se fossem descobertas bombásticas a respeito da vida privada dos santos da Igreja, os comentaristas do Deus lo Vult! que parecem dedicar as suas vidas à difamação da Igreja foram mais ousados: chafurdando ainda um pouco mais na lama para não perder em abjeção à imprensa anticatólica, complementam-lhe o serviço e vêm alardear, com ares de autoridade, aquilo que a mesma imprensa teve ao menos o decoro de deixar encoberto. É impressionante.
O que interessa dizer sobre o mérito da acusação? Primeiro, que trocar cartas não é crime nem é pecado. O clero católico faz voto de celibato (e não “de castidade” (sic), como saiu na mídia), não de silêncio ou de isolamento social. A correspondência pessoal do Romano Pontífice não é em si mesma uma violação de nenhum dos seus deveres de estado.
Segundo, que a incapacidade de enxergar amizade desinteressada nas conversas alheias — como se um homem só conversasse com uma mulher se tivesse interesses sexuais nela — é um defeito de quem julga deste modo, e não se pode admitir que semelhante reducionismo seja transposto da imaturidade dos que o alimentam para a personalidade das grandes almas do planeta. Em uma palavra: não é porque alguns retardados acham que só escreve “aquele tipo de carta” quem está sexualmente interessado em alguém que todo mundo — o Papa inclusive — fica obrigado a só escrever para quem quiser “pegar”. Isto é ridículo até mesmo no mundo secular; na Igreja, é patético a ponto de não merecer dois segundos de atenção.
Terceiro, que se fosse verdade «que Anna-Teresa Tymieniecka poderia estar apaixonada pelo então cardeal Karol Wojtyla», como está na Gazeta do Povo, isso em nada desabonaria a figura de S. João Paulo II. As pessoas devem ser avaliadas moralmente por suas ações, e não pelas que terceiros têm para com elas; um possível (e olhe o que digo, possível, porque tudo não passa de especulação) amor platônico entre a americana casada e o cardeal europeu pode no máximo ser censurável a ela, não a ele — ao menos não sem acrescentar uma série de outras variáveis desabonadoras (e.g. que o Papa alimentasse deliberadamente a paixão da filósofa pelo simples prazer de se sentir desejado) que de nenhuma maneira se pode inferir dos documentos existentes.
Quarto, por fim, que o assunto não é sequer novidade; como disse um amigo jornalista no Facebook, o fato já fora publicado na biografia do Papa escrita há vinte anos por Carl Bernstein e Marco Politi. Além disso, não se trata de um caso isolado: a correspondência trocada entre Sua Santidade e a médica polonesa Wanda Półtawska ao longo de mais de 50 anos, por exemplo, é um livro que tem inclusive uma edição brasileira desde 2011.
Qual o sentido da “polêmica” agora levantada? Ela não diz nada a respeito da figura do Papa que não fosse já de conhecimento público; mas diz, sim, um bocado!, sobre as pessoas que, lendo a reportagem, ensaiaram um sorriso lascivo ou fizeram algum comentário malicioso sobre o assunto (preenchendo as lacunas que os jornais intencionalmente deixaram abertas, ‘pegando’ as insinuações deliberadamente deixadas no ar e achando que, com isso, faziam algum exercício particularmente notável de perspicácia). Ela revela, na verdade, a própria pequenez desses leitores, incapazes de manter um relacionamento interpessoal desinteressado e reduzindo a diferença entre os sexos ao seu mero aspecto venéreo. O que projetam no Papa é somente o seu próprio reflexo. E essa história, portanto, pode até não dizer nada sobre São João Paulo II; mas diz muito, sim, sobre o homem contemporâneo — e o que diz é deprimente.
Os conservadores continuam a induzir os católicos que a mídia distorce tudo o que sai do Vaticano; que a mídia está inventando, etc etc. Um dos problemas é que essa mídia é quem adora Berglogio e o mesmo ama dar entrevistas para essa mídia.
O problema é gravíssimo, pois as cartas tem conteúdo bastante comprometedor; eu acredito que virão mais escândalos gravíssimos da vida de Karol Wojtyła que nenhum conservadorzinho irá conseguir salvar.
O que muitos católicos malucos não vão querer dizer é que não é preciso ter consumado a relação para ser um adúltero. Basta ter desejo. Uma relação platônica é adultério aos olhos da fé cristã.
Eles tinham mais que uma amizade, e fica claro pelas fotos, pelas cartas, etc. Há partes dizendo “eu te pertenço”, “vamos nos encontrar às sós para conversarmos”, “não posso escrever aqui, porque a correspondência é monitorada”,,,, e assim vai.
E você acha que todo esse cuidado era só para eles discutirem filosofia?!
Os Concílios antigos, proíbe o clero de se reunir com mulheres à sós, e proibindo toda sorte de situações, mesmo as mais inocentes, que pudessem ser consideradas escandalosas, não valem absolutamente nada.
Bom texto Jorge.
Alguns que se julgam trigo, mas são apenas joio, espalham cizânia.
Não há ideia nem fato que não possam ser vulgarizados e apresentados a uma luz ridícula. [ Fedor Dostoievski ]
Caro Cleaner,
Enquanto você está aí às voltas com mais uma peripécia de um papa conciliar, e neste caso um santo (santo?! Hahaha!!! Faz-me rir! A santidade deste papa vale tanto quanto um dia valeu a excomunhão (depois protocolarmente levantada) de Santo Atanásio. Valor zero! Se quiser entender o porquê da nulidade dessa e outras canonizações, leia o que segue neste link http://www.fsspx.com.br/sobre-o-anuncio-da-canonizacao-de-joao-paulo-ii-e-joao-xxiii/), eu lhe peço que, a bem da verdade, o nobre editor limpe a barra (se for possível) de mais uma lambança do antipapa, vulgo, Francisco. O caso é este aqui http://fratresinunum.com/2016/02/17/carta-aberta-ao-papa-francisco-de-um-judeu-convertido/
Talvez, quem sabe, com um tanto do seu já proverbial contorcionismo teológico-semântico, que exerce com destreza admirável, você consiga livrar o sr. Bergoglio de mais essa enrascada.
PS1: Estou preparando as respostas (que serão enviadas no momento oportuno) para as réplicas que ofereceu aos meus últimos comentários. Como é atemporal o que lá segue, não me impus tanta pressa. Mas, pode aguardar; virão.
PS2: Renato, o seu comentário, logo acima, é preciso e pertinente. O que eu lamento é que a turrice e a miopía crônicas do nosso querido editor-cleaner não o deixará enxergar, pela enésima vez, o óbvio que você acabou de apontar e que, por caridade, sempre insistimos em apresentar-lhe.
É inútil esperar grandeza de pessoas medíocres.
Leonardo Oliveira, o pior é que desconfio que mais escândalos da vida de Karol Wojtyła estão para aparecer. Fotos, mais cartas,…coisas “cabeludas” como dizemos no popular.
Às vezes acho que a mídia já sabendo da vida estranha de Karol Wojtyła esperou todo esse tempo pela tal “canonização” para mostrar tudo isso.
Eu mesmo já havia comentado isso aqui antes, ainda na época que Karol Wojtyła só havia sido “beatificado”.
Disse na época que a mídia só estava esperando a tal “canonização” para começar a revelar quem realmente era Karol Wojtyła.
Renato,
Esse trecho de seu primeiro comentário:
“Eles tinham mais que uma amizade, e fica claro pelas fotos, pelas cartas, etc. Há partes dizendo “eu te pertenço”, “vamos nos encontrar às sós para conversarmos”, “não posso escrever aqui, porque a correspondência é monitorada”
Você poderia me confirmar e indicar onde posso comprovar estes escritos de JPII?
Se for mesmo nestes termos, mais que defender, fica difícil até ignorar.
Renato, é bastante plausível que o que você descreveu seja verdade. No caso, a mídia ter esperado, sim, a “canonização” de João Paulo II, para depois trazer à tona o material explosivo com o único intento de causar escândalo no meio católico, em razão não da vida privada em si do papa (não nos esqueçamos que tivemos um Borgia na Igreja), mas pelo fato do mesmo, a despeito do seu comportamento, ter sido “canonizado”. E, como você disse, este material pode ser ainda pior. E pode mesmo, não duvido.
Uma coisa é certa. Esta falsa igreja, a igreja conciliar, vai cair. Ninguém sabe quando. Existe uma expectativa de que alguma coisa (não tenho a menor idéia do que) possa acontecer em 2017, ano do centenário das Aparições de Fátima. É aguardar, e rezar, para ver.
Que nossa Mãe Santíssima nos proteja e nos auxilie na travessia desta terrível tempestade.
Não consigo ver lógica em alguém dizer que estar apaixonado por alguém seja pecado. Ou o que é pior: ter um amor abnegado por alguém. A paixão, como a tristeza, a angústia, a euforia, pode levar ao pecado, se não estiver sob o controle da razão. Agora, o amor abnegado, aquele desprendido de interesses, mesmo entre um homem e uma mulher, não é pecado. É descabido alguém pensar que, por trás de todo amor pelo sexo oposto, estivesse o interesse sexual ou o desejo de satisfação sexual.
Bem pensado, Rui Ribeiro Machado. Poxa! Não havia passado pela minha cabeça esta concepção de amor. Acho até que o antipapa Francisco poderia liberar o casamento para os religiosos e as religiosas consagrados, contanto que eles se comprometam a não manter relação sexual com o seu parceiro. Seria um grande avanço para a Cristandade, não acha?
Só fiquei triste mesmo pelo fato do papa João Paulo II privilegiar este “amor abnegado” a uma só pessoa. Ele deveria ter estendido este seu sentimento tão, tão, como diria Jorge Bergoglio, humano, a todos os seus filhos espirituais, não acha? Sinto-me rejeitado, ignorado, desprezado, preciso ser indenizado moral e espiritualmente! O que você acha? Vou buscar os meus direitos! É isso!
No fratres, nos comentarios, alguém disse que pesquisou: que essa carta seria falsa e que o endereço nem existe, número muito alto para o endereço.
Confiram.
É preciso muito cuidado com acusações, pois a KGB durante muitos anos fez o mundo acreditar que o santo padre Pio XII era o papa de Hitler!
Depois descobriram a verdade: que farsa bem montada que foi e funcionou, enganou milhões!
A midia globalista é maliciosa e sabe subverter; e em materia de forja de documentos são experts, sem concorrencia!
Senhor Jorge Ferraz,
Desculpe-me, pois não sabia como enviar o minha dúvida por completo, mas agora segue.
Devido as minhas limitações naturais de inteligencia e uma formação deficitária. Peço, caso queira, fazer-me outro esclarecimento. De outro tema. Tratá-se da entrevista do Papa Francisco no voo de volta do México. Assim, um parágrafo – coloco abaixo – da referida entrevista me deixou bastante confuso. Particularmente no que se refere absoluto entre outra coisas da doutrina católica.
O abaixo:
Papa Francisco: O aborto não é um “mal menor”. É um crime. É descartar um para salvar o outro. É aquilo que a máfia faz, eh? É um crime. É um mal absoluto. Sobre “mal menor”: mas, evitar a gravidez é – falemos em termos de conflito entre o quinto e o sexto Mandamento. Paulo VI, o Grande!, em uma situação difícil, na África, permitiu às religiosas de usar anticoncepcionais par aos casos de violência. Não confundir o mal de evitar a gravidez, sozinho, com o aborto. O aborto não é um problema teológico: é um problema humano, é um problema médico. Mata-se uma pessoa para salvar uma outra – nos melhores dos casos. Ou por conforto, não? Vai contra o Juramento de Hipócrates que os médicos devem fazer. É um mal em si mesmo, mas não é um mal religioso, ao início: não, é um mal humano. Além disso, evidentemente, já que é um mal humano – como todos assassinatos – é condenado. Ao invés, evitar a gravidez não é um mal absoluto: e, em certos casos, como neste, como naquele que mencionei do Beato Paulo VI, era claro. Ainda, eu exortaria os médicos para que façam tudo para encontrar as vacinas contra estes dois mosquitos que trazem este mal: sobre isto se deve trabalhar. Obrigado.”
(http://pt.radiovaticana.va/news/2016/02/19/antes_de_chegar_a_roma,_papa_falou_com_jornalistas_no_avi%C3%A3o/1209767)
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Quinto mandamento: Não matarás.
Sexto mandamento: Não pecar contra a castidade.
Ora, ambos são pecados e pecado é um mal “absoluto” = que tornou merecedor das penas eternas do inferno, pois ofendeu a Deus( mal absoluto? Alguém que seja capaz de dizer no rigor do valor dos termos, poderia me explicar se o pecado é um mal absoluto?).
A diferença que um pecado mereça uma pena menor e outra maior. Ou seja, vai danar no inferno em grau menor ou maior eternamente – caso não se arrependa sinceramente e confesse a um sacerdote e, ainda assim, paga as penas devidas aqui ou no purgatório. Certo?(se alguém quiser, por caridade, me corrija).
Então, para o pecado contra o sexto mandamento, papa Francisco está dizendo que lícito usar contraceptivo – abortar?
E se alguém comete: “o aborto não é um mal menor, é um crime, é eliminar para salvar, e é o que faz a máfia: é um crime, é um mal absoluto.”
Pois se a pessoa que cometeu pecado contra a castidade é licito usar contraceptivo, então comete um crime absoluto? É isso?
Alguém entendeu para que, por caridade, me explique?
E o que seria “Não confundir o mal de evitar a gravidez, sozinho,…”?
Sozinho? Estava se referindo ao pecado de masturbação?
A primeira coisa que pergunto é o que é ser um Santo Homem?
É´alguém que nunca pecou por atos ou pensamentos durante toda sua vida ou durante sua vida religiosa? È uma divindade que estava ao lado de Deus , desceu à terra e ao lado de Deus retornou?
Acho que a idéia de um Homem Santo é um ser, humano. que teve uma história de vida, dedicada aos seus semelhantes, religioso, guerreiro, como no caso de nosso Papa João Paulo II, que enfrentou o comunismo, que semeou a paz entre os homens mas que pode ter tido seus erros e seus pecados também.
Vamos acabar com a hipocrisia de exigir de uma pessoa que pelo fato de ser o representante máximo de uma Igreja que erra mas que mais acerta, que esta pessoa não tenha falhas.
Felizes de nós se tivéssemos mais Joões como o nosso querido João Paulo segundo.
Esses “tradicionalistas” (nós sabemos que “tradição” eles seguem…) que detestam S. João Paulo II ou Bento XVI, e os apresentam como “heréticos” ou -endossando a mídia anticatólica- “imorais”, ou são estultos (apesar de “tomistas” de manual…) ou mal-intencionados… Parabéns pelo texto claro e objetivo, caro Jorge.
Leonardo Oliveira,
Nem mesmo Deus ama todo mundo por igual (S. Theol., I, q.20, a.3). Por que o Papa deveria amá-lo?
Caro sr. Rui Ribeiro Machado, que feio, hein? O sr. está aprendendo a arte de sofismar com quem? Responda-me?
Desde que quando isso é sofisma? Desde quando alguém nutrir um amor por alguém em especial quer necessariamente fornicar com essa pessoa?
Rui,
Não perca seu tempo tentando debater com mal intencionados…
Com a recente divulgação da relação de amizade do então cardeal- arcebispo de Cracóvia, karol wojtyla com uma mulher casada.
Veja, olhando a minha juventude, quando eu era um membro morto da Igreja – agora, pela graça de Deus, há pelo menos vinte anos, fiz minha primeira comunhão -, não posso nem imaginar que naquela época( de membro morto da Igreja) eu estivesse em um acampamento de bermuda e camiseta acompanhado por mulheres entre amigos ou não. Vendo um cardeal, que deveria manter o decoro para não dar escândalos aos mais elevados homens católicos, desnecessário dizer incautos, por que neste caso envolve pessoas bastantes maduras na fé e não católicos.
A luz do que expõe o Catecismo Maior de São Pio X sobre os pecados do quinto e sexto mandamento:
414) No quinto Mandamento proíbe também Deus fazer mal à vida espiritual do próximo?
Sim, Deus no quinto Mandamento proíbe também fazer mal à vida espiritual do próximo com o escândalo.
415) Que é o escândalo?
O escândalo é toda palavra, ação ou omissão, que é ocasião para os outros de cometerem pecados.
Nessa matéria, incorre muitos entre os tais padres cantores, que dizem não ter desejos impuros, mas não pensam nas mulheres que os tenham. E quem sabe muitas fantasias com eles. É contra a caridade. E pecado contra o quinto mandamento: não matarás.
E pecado contra o sexto mandamento também:
423) Que nos proíbe o sexto Mandamento: não pecar contra a castidade?
O sexto Mandamento: não pecar contra a castidade, proíbe qualquer ação, palavra ou olhar contrários à santa pureza, e a infidelidade no matrimônio.
428) Que nos ordenam o sexto e o nono Mandamentos?
O sexto Mandamento ordena-nos que sejamos castos e modestos nas ações, nos olhares, no porte e nas palavras. O nono Mandamento ordena-nos que sejamos castos e puros, ainda mesmo no nosso íntimo, isto é, na alma e no coração.
43O) Que devemos evitar para nos conservarmos castos?
Para nos conservarmos castos, devemos evitar a ociosidade, os maus companheiros, as más leituras, a intemperança, o olhar para figuras indecentes, os espetáculos licenciosos, os bailes, as conversas e diversões perigosas, bem como todas as demais ocasiões de pecado.
416) É pecado grave o escândalo?
O escândalo é um pecado grave, porque tende a destruir a maior obra de Deus, que é a redenção, com a perda das almas: pois que ele dá ao próximo a morte da alma tirando-lhe a vida da graça, que é mais preciosa que a vida do corpo;e porque é causa de uma multidão de pecados. Por isso, Deus ameaça os escândalos os com os mais severos castigos.
Ou seja, no mínimo nestas exposições o então Arcebispo de Cracóvia pecou. Seja ele hoje declarado santo.
Ver a imagem no pelo link:
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160215_cartas_papa_tg
Não me parece que o simples fato de o cardeal apresentar-se de bermuda (em um acampamento onde, suponho, o código de vestimenta preveja as bermudas) seja pecado mortal ex genere suo.
Sem saber nada a respeito do acampamento, não dá também para dizer que “este caso envolve pessoas bastantes maduras na fé e não católicos”.
“Escândalo” é pegar elementos da vida privada de um santo da Igreja e alardeá-los, maliciosamente, como se fossem provas desabonadoras do seu caráter.
S. João Paulo II é um papa da estatura de S. Pedro, S. Leão Magno, S. Gregório Magno, S. Gregório VII, S. Pio V, B. Pio IX e S. Pio X. Não reconhecê-lo é, evidentemente, um caso de cegueira espiritual.
Os que fazem análises biográfico-teológicas tortuosas, maliciosas, são pessoas que não têm a menor ideia do que é a santidade, de que ela é alcançada num determinado contexto histórico e teológico. Mesmo, por exemplo, que certas posições teológicas do cardeal Wojtyla por vezes resvalassem na ideia de gratificação universal (cf. As Fontes da Revelação e até, de maneira bastante atenuada, na primeira encíclica, Redemptor Hominis), mesmo que ele tenha feito o equivocado Encontro de Assis (cf. a explicação de Ratzinger em Fé, Verdade, Tolerância), é evidente seu amor apaixonado (aí sim) por Cristo, pela Igreja e pelos homens (em Deus), a interpretação ortodoxa (junto a Ratzinger) que ele fez diante das ambiguidades do Concílio Vaticano II -os “tradicionalistas” que julgam que cancelar o Concílio fosse a melhor opção não têm a virtude da prudência-, a luta pela correção litúrgica (e, provavelmente, Wojtyla aplainou conscientemente o caminho para Ratzinger liberar o Missal tradicional), a luta pelo fim do comunismo, a identificação a Cristo Crucificado através de uma vida de intensos sofrimentos entregues a Deus… A qualquer um que tenha o Espírito, é mais do que evidente que João Paulo II morreu perfeitamente conformado a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Reclamar de amizade com mulher, de uso de bermuda, etc., é, com o perdão da palavra, babaquice.
Desculpe-me a intromissão, Jorge, mas eu não vejo sentido em você dar voz a determinadas pessoas no seu blog. São pessoas que certamente não têm a menor vida espiritual e querem apenas trazer confusão (e às quais, desde logo, aviso que não perderei meu tempo respondendo a qualquer fanfarronice, mas apenas rezando pelas suas almas).
Caríssimo Joathas,
A razão pela qual mesmo os comentários estéreis e contraproducentes são permitidos aqui no Deus lo Vult! é, precisamente, para que eles possam ensejar uma resposta edificante como esta tua.
Há aqueles que não deixam de murmurar em público; é melhor, então, que o façam aqui, onde há quem lhes ofereça resposta.
Abraços,
Jorge
Deixo aqui os meus parabéns para o leitor AURO JOSÉ DE SOUZA, perfeita colocação.
Opa opa opa!!!!! Errei ao citar o AURO JOSÉ DE SOUZA. Quero retificar em tempo, os meus parabéns são destinados ao Renato, pelo seu comentário postado no dia 17.02.2016.
Eu fico imaginando as pedradas que Cristo levaria de algumas pessoas que se apressam em apontar o pecado dos outros…
Todos devemos fugir das “ocasiões de pecado”, lembrando que a maledicência também é um deles.
Prezado “amigo”,
Tens razão. O erro foi meu.
Renato,
Porque é que não responde à pergunta que o Ygor lhe fez?
Obrigado.