Cleaner, cleaner… você continua o mesmo, hein? Essa sua igreja conciliar não consegue mudar essa sua índole de jeito nenhum, hein?
Observando, através dos comentários, que a sua audiência anda bem fraquinha, minguando, tentarei lhe ajudar um pouquinho com isto.
Ehh… vejo que continua, como dantes, se esquivando dos temas mais importantes da Cristandade, porque escandalosos demais para abordá-los sem comprometer as suas frágeis convicções, né? Sem rodeios, indo direto ao ponto, a questão é: o antipapa continua aprontando das suas, hein, cleaner? Diz aí?
Eu lhe avisei que escândalos cada vez maiores viriam, devido à atuação obscena do antipapa, não avisei? E olha que ainda nem chegamos no ápice da degradação. Estamos até um pouco distante. A coisa se tornará tão insustentável, tão indefensável, tão intolerável, que talvez até você, como grande cleaner contorcionista, não consiga sair em socorro ao antipapa.
A última dele, você sabe, não é? Trata-se de um documento abjeto, asqueroso, blasfemo sobre o tal Sínodo contra a família.
Os frutos desse texto diabólico, começaram rapidamente a aparecer. Trago aqui, talvez em primeira mão para você, para que aprecie – você, que é grande admirador do antipapa – um desses frutos bizarros, dos quais veremos, cada vez mais, espoucar frequentemente pelo mundo afora. Este, cujo link segue ao final, ocorreu (ou está ocorrendo) nas Filipinas – um dos países com maior população católica do mundo, você deve saber. Ah, detalhe: a ignomínia veio pelas mãos de ninguém menos que o presidente da Conferência Episcopal das Filipinas. Realmente, a obra do antipapa, é algo abissal. Quero dizer, é coisa lá das profundezas, sabe? E irá piorar. O homem veio, mesmo, para trazer o caos e a destruição.
Até quando você irá aguentar isso, hein, cleaner? Até quando?
Que Deus lhe ilumine para que possa sair da escuridão do engano em que se encontra.
Muito prezado sr. Leonardo, salve Maria!
Antes de qualquer outra coisa, gostaria de dizer que muito me honra esta sua audiência. É realmente impressionante: você, ao que parece, não concorda com absolutamente nada do que eu escrevo, mas mesmo assim não deixa de me ler jamais. E ainda: não perde uma oportunidade, uma única sequer!, de demonstrar, gritar, alardear aos quatro ventos, internet afora, a sua discordância. Esta necessidade quase obsessiva de me fazer saber que discorda de mim… chega a ser tocante. Não me recordo de ter recebido tamanha devoção e entusiasmo dos meus admiradores mais confessos. Agradeço-lhe por isso.
Ontem mesmo eu ouvia um professor, em sala de aula, falar de S. Thomas More. O senhor decerto conhece a história. O rei de Inglaterra emitira alguns decretos tratando sobre a anulação do seu casamento, que não lograra obter junto ao Romano Pontífice. Toda a sua corte, naturalmente, bateu palmas entusiasmadas diante da régia atividade legiferante. Só Thomas More, amigo do rei, insistia em manter-se calado. Toda a corte britânica saía em público dando vivas à decisão tomada por Henrique VIII: apenas o chanceler, sozinho, não fazia coro ao burburinho dos aduladores do velho monarca. E o silêncio de Thomas falava mais alto aos ouvidos do rei do que toda a algaravia realizada pelos seus bajuladores.
Pois sabia que o senhor, com sua missiva eletrônica, termina por me comparar — decerto muito indevidamente — a S. Thomas Morus? Que necessidade é essa, sr. Leonardo, da minha aprovação ao que se anda falando e fazendo nas cortes virtuais? Henrique VIII não tinha já o apoio de praticamente toda a alta sociedade inglesa? A sua visão negativa e denegatória a respeito da autoridade do bispo de Roma já não era hegemônica em toda a ilha? Por que ele fazia questão, também, da explícita submissão do chanceler?
Hoje em dia, todo mundo sabe o que se anda falando a respeito do atual bispo de Roma. A impressão que dele se tem nas altas cortes virtuais é pública, notória e praticamente hegemônica. O velho Pontífice já foi julgado e condenado, e já se o trata como a um herege ou um pagão, como a um inimigo notório da Igreja e da Cristandade, um blasfemador a quem os Apóstolos e Santos mandam calar a boca. Já é assim, sr. Leonardo, que se faz! Que necessidade doentia é essa de que também eu, um pobre blogueiro, sozinho, de audiência a cada dia mais fraca e minguante, una-me ao coro dos acusadores?
Era por conta da elevada autoridade intelectual e moral de Thomas More que Henrique VIII fazia tanta questão da sua aquiescência. Mas eu, sr. Leonardo!, eu não chego à metade do início de um só chanceler britânico. Esta sua necessidade de que eu concorde com a opinião contemporânea comum é totalmente desproporcionada e não tem nenhuma razão de ser. Muito me honra, como eu disse, ser tratado como o velho monarca inglês tratou o seu chanceler — pelo que agradeço ao senhor, lisonjeado. Mas é um exagero que eu estou muito longe de merecer.
Não tenho a coragem de S. Thomas Morus, nem a sua fibra, nem a sua importância política, nem a sua envergadura intelectual ou moral. Não tenho nada disso, sr. Leonardo! Mas uma coisa, sim, eu faço questão de compartilhar com o velho mártir britânico, e esta, ao menos esta!, eu peço a Deus que me não deixe faltar: é a tenacidade de manter a posição que considero correta, mesmo contra tudo e contra todos, mesmo que o sr., meu caro Leonardo, escreva-me todos os dias tentando me dissuadir, mesmo que a totalidade da blogosfera católica deponha as armas e passe a ecoar a atual opinião cortesã a respeito do Vigário de Cristo. Os senhores já não conquistaram o mundo inteiro para si? Por que precisam tanto assim, tão desesperadamente, também da minha pobre e humilde opinião favorável?
Era a voz da consciência de Henrique VIII que o inquietava e o fazia ter aquela necessidade de a todos convencer: arrastando os outros ao seu próprio arrazoado, era a ele próprio que intencionava tranquilizar. Será esta a sua situação também…? Mas, ai de mim!, que se Thomas More, amigo do rei e um espírito notável, não conseguiu dissuadir o velho monarca da sua visão a respeito do Papa… poderei eu, pecador miserável e ilustre desconhecido, lograr melhor êxito junto ao senhor? É impossível, sr. Leonardo, não espere tanto assim de mim. Não estou a tal altura. É muita generosidade me ter em tão alta conta, mas não se engane. Grandes espíritos às vezes falam coisas assim por modéstia; mas às vezes são só espíritos medianos mesmo procurando passar uma noção mais acertada da própria estatura.
O senhor vem me transmitir, com ares de bom mensageiro, o que se anda dizendo — nas cortes virtuais… — a respeito da última Exortação Apostólica de Sua Santidade. Ora, sr. Leonardo, eu ouço o que estão dizendo, eu não sou surdo. Se não concordo com a moda contemporânea de tratar o Vigário de Cristo como se fosse um cão sarnento, isso não quer dizer que eu não ouça o clamor popular — ou melhor, o clamor aristocrático — para que se lhe joguem pedras, enxovalhe-se-lhe, dirijam-se impropérios à sua imagem e se franza o cenho ameaçadoramente à sua voz. Eu vejo tudo isso, senhor Leonardo — como não ver? Apenas não considero tal proceder correto. Apenas o acho indigno de católicos. É só.
Mas voltemos à Amoris Laetitia. Eu ainda não li o documento na íntegra — coisa que espero fazer em breve. Mas li algumas coisas, bem poucas, é verdade!, no entanto o suficientes para perceber a injustiça da acusação que o senhor traz.
Pois veja só: o senhor traz, exultante de alegria, uma notícia tristíssima segundo a qual a Conferência Episcopal Filipina ordenou que se conferisse sacrilegamente a Sagrada Comunhão a toda sorte de adúlteros.
Antes de tudo, trata-se de uma ordem claramente iníqua. Antes de qualquer outra coisa, cumpre dizer que se trata de um sacrilégio contra o qual todo católico, leigo, padre ou bispo, filipino ou brasileiro, tem o dever de resistir e protestar. Isso está fora de qualquer consideração.
Mas de onde veio semelhante diretriz?
O senhor, com a sanha de “joga pedra no Papa!” que lhe é peculiar, não hesita um segundo sequer em atribuir esta ignomínia ao recente documento pontifício — chamando-a de “fruto” e “obra” do trabalho do Papa Francisco.
Será verdade?
Mais até: será possível?
Veja o que disse o presidente da Conferência Episcopal das Filipinas:
Os bispos e padres devem receber com os braços abertos todos aqueles que permaneciam fora da Igreja por um sentimento de culpa e vergonha. Os leigos devem fazer o mesmo. Quando os nossos irmãos e irmãs, por causa de relacionamentos rompidos, famílias destruídas e vidas partidas, permanecem timidamente no umbral de nossas igrejas e nossas vidas, sem saber se eles serão recebidos ou não, nós devemos ir ao encontro deles, como o Papa nos pede que façamos, e assegurarmo-lhes de que há sempre um lugar na mesa dos pecadores, na qual o próprio Senhor se oferece como alimento para o miserável.
O senhor entendeu? O Mons. Socrates Villegas mandou que todos fossem recebidos na mesa dos pecadores. Ou seja, que fosse concedida a Comunhão Eucarística a todos os divorciados recasados — os que até agora estavam “timidamente no umbral de nossas igrejas”.
Não foi isso que ele disse?
Ora, o senhor porventura sabe o que o Papa Francisco disse na Amoris Laetitia?
Provavelmente não. Porque provavelmente o senhor não sente necessidade de ler os documentos pontifícios, bastando repetir a opinião cortesã a respeito do Romano Pontífice.
Eu, como disse, ainda estou lendo o documento. Mas por sorte a seguinte parte eu já li. Veja só o que determinou o Vigário de Cristo:
É verdade que as normas gerais apresentam um bem que nunca se deve ignorar nem transcurar, mas, na sua formulação, não podem abarcar absolutamente todas as situações particulares. Ao mesmo tempo é preciso afirmar que, precisamente por esta razão, aquilo que faz parte dum discernimento prático duma situação particular não pode ser elevado à categoria de norma. (AL 304, grifos meus)
O senhor entendeu, sr. Leonardo?
O Papa está dizendo, com todas as letras, que o discernimento prático das situações individuais não pode ser elevado à categoria de norma geral!
Ora, como o senhor chamaria uma determinação que manda acolher “todos aqueles que permaneciam fora da Igreja (…) na mesa dos pecadores”? Isso não parece, sr. Leonardo, ao senhor uma norma geral? Exatamente uma daquelas normas gerais que o Vigário de Cristo disse que não se poderiam aplicar ao caso dos divorciados recasados?
Como é possível, então, que possa ser “fruto” de um documento pontifício uma determinação que este documento explicitamente condena? Qual lógica autoriza semelhante operação dedutiva?
Não lhe parece, sr. Leonardo, que se o Papa diz que certas situações devem ser avaliadas em particular, isso significa precisamente que não se lhes pode dar nenhuma determinação genérica?
E não é só nisso que a orientação da Conferência Filipina contraria a Exortação Apostólica.
Pois veja só: o senhor não acha que essa determinação de Mons. Villegas seja escandalosa?
A mim parece que sim. De fato, ao colocar em um mesmo patamar os casais fiéis, os divorciados castos e os adúlteros públicos, o presidente da Conferência Episcopal das Filipinas me parece ter provocado um verdadeiro escândalo entre os católicos.
Pois o senhor sabia que o documento pontifício manda, também, que, no tratamento aos divorciados recasados, tudo seja feito “evitando toda a ocasião de escândalo” (AL 299)?
O senhor sabia? Não?
Não leu o documento né?
Preferiu ouvir as cortes…
Sr. Leonardo, se o documento manda evitar toda ocasião de escândalo, não se pode honestamente dizer que uma determinação escandalosa esteja sendo feita em decorrência deste documento. E, mais uma vez, se o documento dispõe que as situações dos divorciados recasados não pode ser tratada mediante normas gerais, então uma norma que mande receber generalissimamente a todos eles não se pode pretender decorrente do documento — ao contrário, ela o contraria frontalmente.
Tudo isso é claro como a luz do dia.
Mas a luz, “amável aos olhos límpidos”, é no entanto “odiosa aos olhos doentes” (Sto. Agostinho, Confissões, livro VII, 16).
Enfim… obrigado, sr. Leonardo, mais uma vez, por sua mensagem.
Agradeço pela grande consideração que me fez, ao suplicar por minha concordância. Coisa que, graças a Deus, não lhe posso dar neste momento. Como disse, prefiro defender sozinho o que acredito certo a aquiescer gregariamente à moda das cortes virtuais católicas. Obrigado pela oportunidade de o dizer.
Obrigado, também, pela chance de protestar, com veemência, quer contra a absurda decisão de uma Conferência Episcopal de conceder universalmente a Comunhão Eucarística para toda sorte de adúlteros, quer contra a tentativa de embasar esta decisão em um documento pontifício que manda fazer exatamente o oposto. Não acho que isso houvesse sido já aventado na blogosfera católica.
E obrigado, por fim, pela sempre fiel audiência. Deus lhe recompense.
Abraços,
em Cristo,
Jorge Ferraz
Karlos,
Julguei ter respondido.
“1) você obriga o simples leigo a ser um conhecer da doutrina;”
Teologia é uma ciência que exige estudo e treinamento. Todo texto pressupõe o conhecimento de certos conceitos anteriores, cuja definição é dada pela Tradição. Se você não entende o que é Graça, Pecado, Sacramento, etc. você não vai entender porque pessoas que estão em situação objetiva de pecado mortal não podem comungar. Sem entender o porquê, você talvez ache que essa proibição é um juízo prudencial que pode ser revogado ao talante do pontífice reinante.
“2) Torna o ato magisterial desnecessário, pois que se já há algo da Tradição (ou Magistério anterior).”
“Interpretar à luz da Tradição” significa que os conceitos e ensinamentos ali presentes pressupõem e estão de acordo com conceitos e ensinamentos anteriores. Desenvolvimentos doutrinais e aplicações a problemas concretos não são impedidos. Os problemas que uma geração enfrenta não são exatamente os mesmos que a geração anterior enfrentou e espero ainda estar vivo para ver um pontífice definir dogmaticamente Nossa Senhora como co-redentora.
“Para entender a FC não é necessário mais nada a não ser sua leitura. O mesmo que para entender a Constituição Dei Filius do CVI.”
Uma pessoa que saiba apenas ler não entenderá nem sequer o Credo quanto mais a FC, pois esses textos envolvem conceitos que estão além do significado coloquial das palavras.
Jorge,
A FC84 é clara. Divorciados e recasados, qualquer que seja sua situação subjetiva, não podem comungar por estarem em condição objetiva de pecado mortal.
“A Igreja, contudo, reafirma a sua práxis, fundada na Sagrada Escritura, de não admitir à comunhão eucarística os divorciados que contraíram nova união. Não podem ser admitidos, do momento em que o seu estado e condições de vida contradizem objectivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja, significada e actuada na Eucaristia.”
Conforme já lhe foi dito e redito, é irrelevante se o recasado está ou não em estado de graça, já que é a situação objetiva e não a subjetiva que lhe impede o acesso à comunhão.
Essa é a interpretação unânime da FC84, corroborada posteriormente por Bento XVI (SC29) e acho que até o dia 8 do mês passado era essa também a sua interpretação.
Caso você tenha alguma citação de um teólogo de autoridade que concorde com sua interpretação, eu gostaria de lê-la.
Para quem lê inglês:
O Arcebispo Bruno “Forte claimed that the pope told him: “If we speak explicitly about communion for the divorced and remarried, you do not know what a terrible mess we will make. So we won’t speak plainly, do it in a way that the premises are there, then I will draw out the conclusions.” “Typical of a Jesuit,” Abp Forte reportedly joked.”
https://www.lifesitenews.com/news/italian-archbishop-claims-pope-didnt-want-to-address-communion-question-pla
A hermenêutica da continuidade pode até “ortodoxizar” a Amoris Laetitia, mas a realidade dos fatos é implacável. As coisas são o que são e não há hermenêutica que mude isso.
Leu isso? https://fratresinunum.com/2016/05/18/dom-bruno-forte-citando-francisco-faca-de-um-modo-que-fiquem-as-premissas-porque-as-conclusoes-serei-eu-a-tira-las/
Claro que logo logo o Papa vai emitir uma nota à imprensa (por meio de seu porta-voz Jorge Ferraz) desautorizando Bruno Forte, né? E negando expressamente a informação dada pelo arcebispo.
formatando…
Estava lendo um texto de 2013: Entrevista ao Papa Francisco
Pe. Antonio Spadaro
Casa Santa Marta, segunda-feira, 19 de Agosto de 2013, 9h50
“«Os ensinamentos, tanto dogmáticos como morais, não são todos equivalentes. Uma pastoral missionária não está obcecada pela transmissão desarticulada de uma multiplicidade de doutrinas a impor insistentemente. O anúncio de carácter missionário concentra-se no essencial, no necessário, que é também aquilo que mais apaixona e atrai, aquilo que faz arder o coração, como aos discípulos de Emaús. Devemos, pois, encontrar um novo equilíbrio; de outro modo, mesmo o edifício moral da Igreja corre o risco de cair como um castelo de cartas, de perder a frescura e o perfume do Evangelho. A proposta evangélica deve ser mais simples, profunda, irradiante. É desta proposta que vêm depois as consequências morais».”
O nosso Papa Francisco ama a Igreja somente porque a Igreja ama os homens, toda a regra moral, rituais e doutrina da igreja foram concebidos para conduzir o homem para Deus é preciso que Deus seja mostrado aos homens como algo absolutamente desejável e indispensável, DEPOIS com a catequese a percepção da necessária moral para se viver plenamente o Deus já tão desejado.
Modernista
Caro Wilson Ramiro,
Isso vem sendo tentado desde os anos 60. Quaisquer que sejam os méritos teóricos desse approach, infelizmente, os resultados deixam muito a desejar. Há poucas ovelhas perdidas pelo mundo entrando no redil da Igreja e há muitas ovelhas no redil da Igreja perdendo-se pelo mundo.
Ao que parece, a inspiração próxima do Cap. VIII da Amoris Laetitia são os escritos deste Víctor Manuel Fernández. No meio deles é possível encontrar essa referência notável:
A declaração encontra-se no site da Santa Sé:
http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/intrptxt/documents/rc_pc_intrptxt_doc_20000706_declaration_po.html
A seguinte passagem é particularmente digna de atenção:
Dela, é possível extrair duas coisas:
1. que existe «imputabilidade subjectiva» potencialmente distinta da gravidade objetiva do adultério; e
2. que — até então — o juízo sobre a culpa era indiferente à questão.
Caro Jorge
Posso estar muito errado, mas o documento coloca o estado de viver uma segunda união publicamente como: “o pecado grave, entendido objetivamente”, porque a imputabilidade subjetiva, seria decorrente de um pecado grave que o católico confesse, mas do qual não tenha se arrependido ou outro caso que se aplique. Uma questão subjetiva por si só não seria causa de escândalo exatamente por que sendo subjetiva não seria pública e recorrente. O “recasamento não seria causa de imputabilidade subjetiva e sim extremanente objetiva.”
Com efeito, receber o Corpo de Cristo sendo publicamente indigno constitui um dano objetivo para a comunhão eclesial;
No caso concreto da admissão dos fiéis divorciados novamente casados à Sagrada Comunhão, o escândalo, concebido qual acção que move os outros para o mal, diz respeito simultaneamente ao sacramento da Eucaristia e à indissolubilidade do matrimônio.
(http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/intrptxt/documents/rc_pc_intrptxt_doc_20000706_declaration_po.html )
Na mensagem acima do Jorge, onde está “até então” leia-se “desde a fundação da Igreja até o dia 8 de abril de 2016”.
Muito mais do que mudar uma regrinha de acesso à comunhão, o Papa Francisco tornou os conceitos de “pecado objetivo” e “ato intrinsecamente mau” obsoletos, meramente perfunctórios.