Houve outrora um Homem que subiu aos Céus. Mas houve também uma Mulher que sobre as nuvens foi elevada; e se a Ascensão de Cristo revela o Poder de Deus, a Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria escancara a Misericórdia do Onipotente. Cristo subiu aos Céus e não teria como ser de outro modo; Maria foi assunta em meio aos Anjos e teria, sim, como ser diferente, e aliás o que qualquer pessoa sensata poderia esperar era que fosse diferente. Mas, podendo ser de outro modo, foi assim. E isso é de pasmar.
A festa de hoje, digamo-lo às claras, é a exaltação suprema da criatura humana — não a desordenada pelo pecado, mas a querida e estabelecida por Deus. Por conta dela os hereges acusam-nos de idólatras; ora, venerar a Assunção de Maria Virgem é, ao contrário, a máxima anti-idolatria. Os ídolos são obra humana; a Virgem Santíssima é obra de Deus. Os privilégios d’Ela são muito maiores do que os pagãos jamais ousaram conferir aos seus falsos deuses. São tão imensos que seriam humanamente inimagináveis; só os conhecemos porque eles aconteceram. Só os sabemos porque o próprio Deus os realizou. Ninguém mais os poderia sequer imaginar.