Quando a espada precisa vacilar

Alguém me perguntou se eu não iria divulgar aqui os vídeos que o Bernardo Küster vem publicando no Facebook contra a CNBB. Confesso que tenho sentimentos conflitantes diante desta situação. Se por um lado este blog, creio eu, não pode ser jamais acusado de conivência para com as estripulias anti-católicas feitas em nome da Conferência dos Bispos, por outro lado eu não estou certo de que a forma de combate escolhida (e, aqui, não me refiro somente aos vídeos, mas a tudo que se vem fazendo nas redes sociais sob esta bandeira) esteja, por assim dizer, em plena conformidade com os ditames do jus in bello laical.

Veja-se bem: no mérito não cabe senão endossar as críticas, que são substancialmente pertinentes. É coisa grave que estruturas eclesiais sejam cooptadas por um partido político; é coisa grave, muito grave!, que recursos católicos sejam destinados para um fim estranho àquele para o qual Nosso Senhor instituiu a Sua Igreja. São sabidos — há muito tempo — os absurdos em matéria teológica, doutrinária, litúrgica que grassam sob os olhares complacentes de muitos dos nossos pastores. Isso tudo está fora de discussão.

Mas há alguns pontos que merecem discussão — pontos que, se negligenciados, podem contaminar qualquer apostolado. Há, antes de mais nada, uma questão canônica. As Conferências Episcopais, goste-se ou não delas, são uma instituição eclesiástica prevista pelo Direito (CIC, Livro II — “Do povo de Deus”, Parte II — “Da constituição hierárquica da Igreja”, Seção II — “Das Igrejas particulares e dos seus agrupamentos”, Título II, Capítulo IV), gozando assim de algumas prerrogativas que não podem ser atropeladas. Sim, eu sei que elas não são uma “hierarquia intermediária” entre o bispo diocesano e a Sé Apostólica; mas o fato de não pertencerem à constituição sacramental da Igreja não as iguala a um agrupamento privado qualquer — digamos, a um clube de leitura de aposentados. As Conferências são meramente uma instituição de direito eclesiástico, é claro, e nisso estão em um patamar diferente da hierarquia da Igreja instituída por direito divino; mas ser “de direito eclesiástico” (ainda que “meramente”) confere obviamente um status superior do que ser estranha ao direito (i.e., do que não ser de direito at all).

Há, além disso, uma questão, digamos, de comunicação social. Goste-se ou não, a maior parte das pessoas ainda associa a CNBB à Igreja Católica no Brasil; tal associação, via de regra incorreta, não deixa de ter um fundamento de realidade (uma vez que a Conferência foi canonicamente erigida e compreende os bispos do Brasil). Assim, o ataque direto à CNBB provoca por vezes reações passionais, fazendo com que as pessoas se coloquem irrefletidamente contra aquele que — na percepção delas — está “atacando a Igreja Católica”.

O resultado disso é que muitos, no afã (instintivo) de defender uma instituição pela qual nutrem admiração e respeito, terminam sendo encurralados a defender barbaridades. O dinheiro das coletas da Campanha da Fraternidade passou por uma Organização Não-Governamental que defende o aborto! Um grupo católico teve que celebrar Missa em um anfiteatro porque, na ocasião, havia um ídolo pagão sobre o altar da capela de um seminário! Tudo isso é absurdo e escandaloso, é um ultraje a Nosso Senhor e um nódoa na face da Igreja. Isso clama aos Céus vingança e não existe uma única pessoa de boa-fé que pudesse em consciência defender semelhantes barbaridades; no entanto, como é para “defender a Igreja” contra os ataques do Facebook, muitas pessoas terminam tomando o lado “da CNBB” e indiretamente legitimando (ou “tirando por menos”) esses escândalos.

Essas coisas não deveriam, absolutamente, ser apresentadas como sendo “da CNBB”. Primeiro porque a rigor elas não são mesmo (nos termos do CIC, Cân. 454, §4º, in finis: «nem a Conferência nem o seu presidente podem agir em nome de todos os Bispos a não ser que todos e cada um hajam dado o consentimento»), segundo e mais importante porque associar-lhes à Igreja lhes confere uma legitimação a que não fazem jus. Por exemplo, um grupo de seminaristas pode consumir drogas nos seus aposentos, ou um pároco pode desviar um pedaço do dízimo para seu uso particular: nestes casos, é uma impropriedade contraproducente falar em “festinha do seminário” ou “corrupção paroquial”.

Da mesma forma que o uso de drogas por seminaristas não é uma prática “do seminário”, um encontro político-partidário com discursos de bispos não é um evento “da Conferência Episcopal”. É, aliás, muito melhor que uma e outra prática sejam designadas como as perversões de grupelhos que são, e não como se fossem (ou pudessem ser) uma espécie de orientação institucional do seminário ou da Conferência.

E há por fim uma outra questão. É que não se ataca o clero da mesma forma que se ataca um leigo. Há uma diferença essencial, ontológica, entre a Igreja docente e a Igreja discente, e ainda que os pastores não estejam conduzindo as almas (ou, pior, ainda que as estejam dispersando), eles não perdem a condição de pastores — exatamente porque o sacerdócio ministerial é uma elevação da natureza e não uma função, é uma coisa que se é e não algo que se faz. O melhor dos leigos está ainda hierarquicamente abaixo do pior dos clérigos, e isso não se pode esquecer jamais. É necessário um cuidado redobrado, tresdobrado, ao se criticar o clero; é exigida uma moderação, uma diplomacia muito difíceis de serem adequadamente sustentadas no calor da contenda.

Isso não é respeito humano; é aliás o contrário de respeito humano, é respeito divino. É a Fé na realidade dos Sacramentos que nos obriga a tratar mesmo os sucessores de Judas como se fossem o próprio Cristo. O olhar humano pode até nos mostrar um homem em muitos aspectos pior do que nós; o olhar espiritual nos revela Cristo-Sacerdote, e esse dado da Fé não pode deixar de ser levado em consideração por mais justas que sejam as nossas batalhas. No ardor da refrega, ao vislumbrar um báculo ou uma estola a mão do cruzado precisa vacilar; é aliás precisamente isso o que o torna um cruzado e não um mercenário. O combate ao erro precisa conviver com o respeito devido ao clero. Isso precisa estar enraizado no mais profundo de nossas almas; sem isso, as batalhas que ganharmos não ajudarão a Igreja a vencer a guerra.

Publicado por

Jorge Ferraz (admin)

Católico Apostólico Romano, por graça de Deus e clemência da Virgem Santíssima; pecador miserável, a despeito dos muitos favores recebidos do Alto; filho de Deus e da Santa Madre Igreja, com desejo sincero de consumir a vida para a maior glória de Deus.

32 comentários em “Quando a espada precisa vacilar”

  1. *Por exemplo, um grupo de seminaristas pode consumir drogas nos seus aposentos, ou um pároco pode desviar um pedaço do dízimo para seu uso particular: nestes casos, é uma impropriedade contraproducente falar em “festinha do seminário” ou “corrupção paroquial”.*

    Quando o ato de que se fala, “consumir drogas” ou “desviar dízimo”, não se torna apenas recorrente, mas notório e impune, do que fica “improducente falar’?

    ” O melhor dos leigos está ainda hierarquicamente abaixo do pior dos clérigos, e isso não se pode esquecer jamais. É necessário um cuidado redobrado, tresdobrado, ao se criticar o clero;”*

    Vamos falar de uma forma melhor: O pior dos clérigos TEM que estar acima do melhor dos leigos, ” A quem muito foi dado, muito será cobrado”, já que: *”no mérito não cabe senão endossar as críticas”.* Não podemos deixar a candeia debaixo da CNBB.

    *” mas o fato de não pertencerem à constituição sacramental da Igreja não as iguala a um agrupamento privado qualquer — digamos, a um clube de leitura de aposentados. “*

    Quem iria ser tão enfático com um clube de leitura de aposentados, mesmo que a prática denunciada fosse queimar o acervo em praça pública. Dizer que a CNBB não pode ser atacada porque muita gente a confunde com a Igreja é bobinho, diria que a CNBB tem que ser atacada justamente porque muita gente ainda a confunde com a Igreja.

    *Tudo isso é absurdo e escandaloso, é um ultraje a Nosso Senhor e um nódoa na face da Igreja. Isso clama aos Céus vingança e não existe uma única pessoa de boa-fé que pudesse em consciência defender semelhantes barbaridades;*

    Titubiar e vacilar serão nossas armas!
    O respeito devido aos sacerdotes é sem dúvida indiscútivel, entretanto não há a intencão de condenar o sacerdote por matar criancinhas ou atropelar velhinhas no meio da rua, nem mesmo os condenamos por colocar fogo no templo, na verdade a admoestação com veemência de forma dura e pública vem já tardiamente quando estes sacerdotes estão desmenbrando o “Corpo de Cristo” para dar segurança ao mundo e justificar aquilo a que deveriam eles mesmos condenar, não poderia ser chamado de respeito divino assistir calado o desmantelar do sagrado.

    Quase fim

    *Essas coisas não deveriam, absolutamente, ser apresentadas como sendo “da CNBB”. Primeiro porque a rigor elas não são mesmo (nos termos do CIC, Cân. 454, §4º, in finis: «nem a Conferência nem o seu presidente podem agir em nome de todos os Bispos a não ser que todos e cada um hajam dado o consentimento»),*

    Concordo em grau, número e até em gênero. Se os atos anticatólicos estão acontecendo com chancela da CNBB, podemos então inferir que está havendo uma conivência criminosa de quem sabendo que seu nome está sendo usado para uma unanimidade inexistente ainda assim cala-se. Não existem bispos santos e bons que assistem aos atos praticados em seus nomes e não concordando silenciam, ou são demonios travestidos ou são covardes sem fé.
    A unanimidade necessária para um ato ser dito; ato da CNBB, não é algo que poderia ser usado para culpar outras pessoas que não bispos responsáveis pela necessária unanimidade, isto seria culpar o rabo pelo cachorro.

    Então.

    Não basta dizer que os métodos de correção estão errados e podem ser mais nocivos que o mal praticado, é preciso indicar novos ou velhos métodos com eficácia que ao menos possam nos fazer dormir, também nós que somos inúteis, despreparados e pecadores.

  2. Meu caro, há muito deixei de ler seus artigos meio-inssossos. Mas essa agora pulou o corguim-de-ré. É justamente por causa do aspecto público da profissão do clérigo que o pecado de UM se torna causa de “ESCÂNDALO”. Não é UM, são – quantos? – 60 bispos naquele encontro do Paraná?

    Existe alguma dúvida que não é uma maça podre, é o cesto? Que se salve a metade, mas a metade podre é um CESTO PODRE e não um cesto de distinções rigorosissimamente justas para com todas as maças.

    O caso é de heresia manifesta e ações equivalente a apostasia. Existe previsão inclusive canônica para isto (salvo engano Can. 188), não é preciso esperar um parecer e um processo para que os fiés se desobriguem de qualquer jurisdição do herege.

    É claro que isto que aí está não é a Igreja Católica. No entanto, para dizer de maneira ambígua, isto que aí está SUBSIST IN IGREJA CATÓLICA.

  3. Realmente durante cinquenta anos a espada continua vacilando e se não tiver alguém para agir como exemplo no evangelho de ontem o Templo continuaria sendo um balcão de negócios da salvação ou perdição das almas .

  4. FM, o problema é que

    i) o Brasil deve ter uns 300 bispos, sendo portanto de uma injustiça manifesta com os outros 80% imputar-lhes os erros de 20% (isso considerando que houvesse tantos bispos assim no tal encontro do Paraná); e

    ii) mesmo o bispo concreto que erra, o indivíduo, AINDA ASSIM, esse deve ser tratado com todo o respeito e veneração devidos aos Sacramento da Ordem. Gentileza ler o texto de Sta. Catarina de Siena que linkei aí em cima.

  5. Wilson,

    É contraproducente falar em “corrupção da paróquia” porque isso normaliza e institucionaliza uma coisa que não pode ser normal (afinal, o erro é sempre anormal por mais que esteja generalizado) nem muito menos institucional (porque uma paróquia não existe para satisfazer os desejos do seu administrador). É evidente que quem é corrupto é o pároco, e não a paróquia.

    O pior dos clérigos tem que estar acima do melhor dos leigos em zelo doutrinário e retidão moral, mas — e este é o ponto — independente disso ele JÁ ESTÁ acima, sempre e necessariamente, por conta do caráter sacerdotal. Que ele não corresponda à sua vocação é lá outro problema a respeito do qual ele vai se haver com Deus. Dois erros não fazem um acerto e não é porque determinado clérigo está errado em apoiar o comunismo (e está) que passa a ser certo leigos católicos xingando sacerdotes nas redes sociais.

    A CNBB não pode ser atacada pelos leigos porque a CNBB, como eu disse e como consta do Direito Canônico, «é o agrupamento dos Bispos de uma nação ou determinado território» (CIC, Cân. 447) e os leigos não podem fazer rebelião sozinhos contra os seus superiores eclesiásticos legítimos. Afinal de contas nós somos católicos, e não burgueses revolucionários. Uma coisa é ninguém precisar seguir uma ordem injusta; outra coisa, completamente diferente, é incentivar a contumélia pública contra Sucessores dos Apóstolos que não foram desautorizados pelo Romano Pontífice.

    Não basta dizer que os métodos de correção estão errados e podem ser mais nocivos que o mal praticado, é preciso indicar novos ou velhos métodos com eficácia que ao menos possam nos fazer dormir, também nós que somos inúteis, despreparados e pecadores.

    Mas os velhos métodos estão ainda desde sempre: é preciso ensinar o que é certo e combater o que é errado. Só que isso de modo algum se confunde com fazer abaixo-assinado contra bispo ou fazer postagem em rede social desfiando um rosário de impropérios contra membros do clero.

  6. Parabéns pelo texto! Excelente! Como é bom ver um comentário sereno e profundo, em tempos de ideologias violentas! Deus te abençoe!

  7. “superiores eclesiásticos legítimos”

    “incentivar a contumélia pública contra Sucessores dos Apóstolos que não foram desautorizados pelo Romano Pontífice”.

    Tais sucessores dos Apóstolos precisam ser DESAUTORIZADOS PELO POVO, para só então Deus, e quiçá por meio de um pontífice reinante católico, ouvirá o clamor desse povo.

    Esses inimigos infiltrados de batina e seus 240 companheiros silenciosos…
    … bom, poupo seus leitores de mais impropérios

  8. Caríssimo Jorge, obrigado pelo texto! Pergunto somente sua opinião com relação a posição dos leigos e a contribuição com a Campanha da Fraternidade. Contribuir ou não? Como não temos poder com relação a CNBB, não seria melhor contribuir com Associações vg contra aborto do que com ONGs que sabidamente nada contribuem para o bem do próximo ou que agem em prol do mal?

  9. Eduardo,

    Penso que é perfeitamente legítimo não contribuir com a coleta da Campanha da Fraternidade e, ao contrário, destinar o dinheiro para alguma associação católica séria. Penso, aliás, que se pode fazer saber a quem de direito (e.g. à Mitra) que a contribuição não está sendo feita porque não há confiança na destinação do dinheiro arrecadado.

  10. Algumas ponderações são necessárias:
    1. não houve ataque à CNBB, muito menos à Igreja; mas o questionamento é legítimo, uma vez que os fiéis são chamados a contribuir com “as obras de caridade da CNBB”. Isso é o que se escuta a cada ano nas paróquias, quando se pede a contribuição;
    2. a CNBB organiza a CF todos os anos e com a anuência dos bispos. Exceção feita, na década de 1980, a Dom Eugênio Sales, que fez uma CF própria na Arquidiocese do Rio quando não concordou com a forma como a CNBB definiu e abordou a questão do racismo no Brasil;
    3. é fácil dizer que se deve usar os canais competentes. Pergunto: quais? Desde quando os leigos são ouvidos em suas legítimas aspirações? Sem querer generalizar, mas os escândalos são recorrentes e nada acontece;
    4. certamente há bons e santos bispos. Mas onde estão, que nada fazem? Fácil dizer que a comissão tal ou qual não representa os bispos do Brasil. Mas quando os eventos escandalosos são organizados, essas comissões usam o nome da CNBB. Isso implica os bispos em geral. Por que não fazem nada?
    5. as redes sociais fazem parte da vida em sociedade, hoje, e os leigos as estão usando. Penso que cabe ao clero brasileiro uma reflexão. Se os leigos tivessem acesso aos seus bispos e pudessem manifestar suas legítimas necessidades com a esperança de serem paternalmente ouvidos, certamente não precisariam recorrer às redes sociais.

  11. “É contraproducente falar em “corrupção da paróquia” porque isso normaliza e institucionaliza uma coisa que não pode ser normal”

    Denunciar a corrupção normaliza e institucionaliza a corrupção?

    Isto tem um viés ptista quando afirmam que a lava jato atrapalha o país por prender pessoas.

    Não entendi.

  12. Daniela Gonzalez Macedo, a internet faz mais hoje pela defesa da fé católica do que os bispos omissos, e é triste por chegarmos nesse ponto.

    Enquanto tivermos católicos jujubinhas como o Jorge Ferraz, a tendência é piorar. Por isso, por mais doloroso que sejam as minhas palavras, ignorem o que o Jorge Ferraz fala sobre esse assunto.

  13. Wilson,

    A PARÓQUIA não é corrupta. Corrupto é O PÁROCO. A paróquia pode ter, por exemplo, um vigário paroquial que nada tem a ver com os desmandos do outro sacerdote.

    O pároco corrupto deve ser denunciado às autoridades, deve-se juntar provas contra ele, testemunhar contra ele perante o bispo diocesano, tudo.

    Agora não se deve fazer fofoca na paróquia dizendo que o padre desvia dinheiro, e nem muito menos publicar artigos dos jornais dizendo que a paróquia X é corrupta. Não é assim que se resolvem os problemas da Igreja.

  14. Gosto do seus textos, mas neste você errou muito. Em nenhum momento o Bernardo desrespeitou os bispos, apenas fez a parte dele como leigo, ou seja, cobrar explicações, explicações que são cobradas a décadas por meio privado e são solenemente ignoradas.

  15. “esse deve ser tratado com todo o respeito e veneração devidos aos Sacramento da Ordem. esse deve ser tratado com todo o respeito e veneração devidos aos Sacramento da Ordem. ”

    Se o você apontar onde o Bernardo faltou ao respeito ao Sacramento da Ordem e aos Bispos, eu volto aos vídeos e dou deslike em todos, e não vejo mais nenhum. Entretanto, não vi desrespeito nenhum. Cobrar explicações sobre atos, falas e omissões não é desrespeito.

  16. Meu irmão, acho vc brilhante! Ha anos aprendo muito contigo! Deus te abençoe e guarde sempre!

  17. Creio que o Bernardo fez um bem gigantesco à Igreja, pois, para vencermos essa luta, temos que conhecer e trazer à luz o inimgo infiltrado. Denunciar a Tl é importantissimo para combate-la. Estou absolutamente cansado de cantos comunistas nas missas, de homilias defendento o pt e bispos e padres vestineo camisas do MST. Alguem tem que expor essa situaçao e fazer esses hereges se envergonhharem.

  18. Parece-me ser de bom senso não ofender os sacerdotes e procurar agir com a cautela e a paciência ensinadas no texto, mas, quando a situação é tão horrível, e o mal tão terrível que está causando a morte e a destruição de muitos (ainda que a morte espiritual), o único respeito que se tem que ter contra o mau bispo (e até o mau Papa) é NÃO PROCURAR DEPÔ-LO.

    Rui

  19. A legítima defesa se faz sempre com moderação e é sempre proporcional ao tamanho da agressão. Vitória e Suárez tratando da resistência ao Papa, por exemplo:

    Vitória:

    “Caietano, na mesma obra em que defende a superioridade do Papa sobre o Concílio, diz no cap. 27: “Logo, deve-se resistir em face ao Papa que publicamente destrói a Igreja, por exemplo, não querendo dar benefícios eclesiásticos senão por dinheiro ou em troca de serviços; e se há de negar, com toda a obediência e respeito, a posse de tais benefícios àqueles que os compraram”
    “E Silvestre (Prierias), na palavra Papa, §4, pergunta: “Que se há de fazer quando o Papa, por seus maus costumes, destrói a Igreja?” E no §15: “Que fazer se o Papa quisesse, sem razão, ab-rogar o Direito positivo?” A isso responde: “Pecaria certamente; não se deveria permitir-lhe agir assim, nem se deveria obedecer-lhe no que fosse mau; mas dever-se-ia resistir-lhe por uma repreensão cortês”.
    “Em conseqüência, se desejasse entregar todo o tesouro da Igreja ou o patrimônio de São Pedro a seus parentes, se desejasse destruir a Igreja, ou outras coisas semelhantes, não se lhe deveria permitir que agisse de tal forma, mas ter-se-ia a obrigação de opor-lhe resistência. A razão disso está em que ele não tem poder para destruir; logo, constando que o faz, é lícito resistir-lhe.
    “De tudo isto resulta que, se o Papa, com suas ordens e atos, destrói a Igreja, pode-se resistir-lhe e impedir a execução de seus mandatos […]
    “Segunda prova da tese. Por direito natural é lícito repelir a violência pela violência. Ora, com tais ordens e dispensas, o Papa exerce violência, porque age contra o Direito, conforme ficou acima provado. Logo, é lícito resistir-lhe. Com observa Caietano, não afirmamos tudo isto no sentido de que a alguém caiba ser juiz do Papa ou ter autoridade sobre ele, mas no sentido de que é lícito defender-se. A qualquer um, com efeito, assiste o direito de resistir a um ato injusto, de procurar impedi-lo e de defender-se”

    Suarez:

    “Se (o Papa) baixar uma ordem contrária aos bons costumes, não se há de obedecer-lhe; se tentar fazer algo manifestamente oposto à justiça e ao bem comum, será lícito resistir-lhe; se atacar pela força, pela força poderá ser repelido, com a moderação própria à defesa justa (cum moderamine inculpatae tutelae)”

    Fonte: http://permanencia.org.br/drupal/node/994

  20. A verdade nos salvará, não implica em dizer que a verdade, em si, seja agradável. (Apud PPR)

    A igreja católica está entupida de abusos doutrinários e litúrgicos,(meio exagerado? Talvez) esta igreja que é cuidada pelos bispos, seus pastores diretos, também atura invencionices litúrgicas e muito pior, aberrações doutrinárias, Aberrações doutrinárias é heresia ou apostasia? Esta agudeza na denúncia não partiu o Bernardo P Küster e é claro nem eu teria tamanha insolência em minha insignificância.
    Quando a conferência episcopal tem um nome denegrido e precisa ser corrigido desde dentro, a que demônio foi entregue a casa?
    Se devemos seguir a verdade, mesmo que para isso voltemos a ser apenas 12 e se temos quase trezentos bispos e ainda sobram apenas onze vagas… sei não.
    obs “voltemos me inclui”

    Está na hora de recuperarmos o bom nome da nossa Conferência Episcopal. Não podemos tolerar pacificamente tantos abusos doutrinários e litúrgicos que vemos por aí, em nossas Igrejas, e que fazem tanto sofrer nossos fiéis. Será que eles não estão explodindo de tanto aguentar certas invencionices litúrgicas e aberrações doutrinárias?
    Dom Fernando Rifan “Em defesa da CNBB”

    http://domfernandorifan.blogspot.com.br/2018/03/em-defesa-da-cnbb.html

  21. Não é só os sacerdotes que merecem nossa moderação e respeito na hora de apontar seus erros. Esses merecem mais do que os outros por serem vigários de Cristo. Mas, para reis, presidentes, professores, pais, também funciona o mesmo critério. Não se deve insultar o presidente nem quando ele é corrupto. Davi, mesmo sofrendo diversas tentativas de assassinato por parte do rei Saul, não ousou fazer qualquer coisa contra ele, porque ele era o “ungido do Senhor” (Cf. 2 Sam 1,14).

    Agora, coisa diferente é a legítima defesa, quando é necessário confrontar de maneira proporcional os ataques de quem quer que seja.

  22. Sobre o trecho «nem a Conferência nem o seu presidente podem agir em nome de todos os Bispos a não ser que todos e cada um hajam dado o consentimento», pergunto: isso acontece na prática? Consultam todos os +-300 e conseguem consentimento de “todos e cada um” em todos os seus documentos?

    Se a resposta for “sim” ou “quase sempre”, os documentos são realmente importantes, mas se for “não” ou “quase nunca”, é sinal de que a CNBB fala muito pouco em nome dos Bispos, e seus documentos não têm muita importância.

    Você tem alguma ideia? Eu sou totalmente ignorante no assunto…

    Obrigado!

  23. Eu creio ter assistido a todos os vídeos do Bernardo Kuster. Também não vi nenhum em que ele se excedia. Mas posso facilmente mudar de opinião se me mostrarem um vídeo ou texto em que ele xinga algum bispo.

  24. A questão do Conde Loppeux está totalmente fora de ponto. É claro que ninguém pode obedecer uma ordem iníqua. Disso não segue, absolutamente!, que se deva ou mesmo se possa atacar publicamente um Sucessor dos Apóstolos.

  25. Considero as Conferencia Episcopais-CEs como um bem valioso à Igreja desde que cumpram a função a elas destinadas – jamais passando uma de representar os bispos – a não ser com aval unânime de todos – porém, mais seria local de encontros desses de um país para entre si discutirem os caminhos mais adequados para a evangelização do povo.
    Assim, nesses coloquios, discutiriam as estrategias enfrentadas como pastores de muitas dezenas de milhões de almas para supervisionarem e lhes serem de luz nos caminhos da vida – particularmente de um mundo da década de sessenta adiante, cada vez mais repelente ao Senhor Deus e à sua Igreja católica, senão mesmo descartá-Lo, como se fosse necessario para a liberdade e felicidade social, como as inúmeras ideologias e falsas religiões liberalistas quando não libertinas assim propagandeando o satanismo por aí.
    Porém, diversas CEs mundo afora em vez de zelosamente propagarem a fé, pregando com coragem a doutrina de Cristo, sendo firmes na defesa da fé, verdade e da moral dela as reuniões frequentemente lidam com questões estranhas à natureza do ofício dos sucessores dos apóstolos, caso da CNBB, varios anos mudou por ex., a Santa Quaresma da inadiável e imprescindível conversão pessoal para cuidar de ideologias, de ações governamentais ou de ONGs, e pior, atendente às pautas dos globalistas vinculados à ONU-NOM.
    Aqui no Brasil sabemos há décadas que a CNBB sempre prestigiaria as esquerdas – cartas de D Manuel Pestana a D Luciano Mendes de Almeida advertindo-o a reagir por o Brasil se tornando antecãmara do comunismo – mas nada mudou até hoje e os apoios aos malfeitores do ParTido das Trevas-PT sempre foi ostensivo, parecendo que se imporia sobre os bispos discordantes dela mas está muito merecidamente desprestigiada no povo, piorou mais desde aquela “Reforma Política” do PT, CUT, MST e mais esquerdistas apoiadores, como o PSOL, PC do B etc. na qual o povo católico lhe deu um merecido voto de desconfiança.
    https://www.youtube.com/watch?v=1kDRQic-Xps&t=71s

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