Interessante este curto vídeo sobre o aborto, produzido após uma mulher indiana ter morrido na Irlanda alegadamente porque os médicos locais se recusaram a fazer-lhe um aborto. A notícia repercutiu mundo afora; curiosamente, as declarações dos bispos irlandeses sobre a licitude do “aborto indireto” ninguém publicou.
Os ativistas pró-aborto foram rápidos em condenar a atitude dos médicos irlandeses:
Halappanavar teve forte dores no dia 21 de Outubro. Ela estava a perder o bebé e, de acordo com o seu marido, pediu várias vezes a interrupção da gravidez após ter sido informada de que o feto não sobreviveria. Mas Halappanavar e o seu marido foram informados de que a Irlanda é um país católico e como o feto ainda tinha batimento cardíaco, o procedimento estava fora de questão. Halappanavar morreu de septicemia; a sua família acredita que este desfecho teria sido evitado se a interrupção da gravidez tivesse sido realizada.
A história está evidentemente mal contada e tudo o que nós sabemos é que uma mulher grávida, infelizmente, morreu de infecção. Que o aborto pudesse salvar-lhe a vida é apenas especulação sem fundamento; aliás, de acordo com o repórter irlandês que cobriu o caso, pode ser que nem tenha havido uma solicitação de aborto – donde não se pode falar, portanto, em “omissão” dos médicos, e tudo o que nós temos aqui é – mais uma vez – o lobby abortista aproveitando-se da tragédia alheia para fazer propaganda da sua agenda ideológica.
Não existe aborto terapêutico. Não há cura que possa advir da morte de alguém. Postular que o sacrifício de um ser humano inocente possa ser exigido para salvar a vida de alguém é superstição pagã, e não ciência médica. Não existe verdadeiro respeito à vida quando se descarta o ser humano que a mulher doente carrega em seu ventre. Nunca é demais deixar claro: o aborto nunca salva a vida de uma mulher. Ele apenas mata um bebê.
Caro Jorge, é a primeira vez que escrevo no seu blog. Tanto como médica como quanto católica, sou totalmente contrária ao aborto, mas não é verdade que não exista o aborto terapêutico. Em alguns raros casos, pode ser necessária interromper a gravidez para salvar a vida da mãe, e me parece que a própria moral católica admite que nesses casos, o aborto passa a ser um “mal menor.”
Não sei se é esse o caso, até porque pouco se sabe do que realmente causou a infecção da gestante, e claro que isso será explorado de forma extremamente negativa pelos abortistas, mas não podemos negar que em algumas doenças, e em número muito menor do que o que os a favor do aborto tentam mostrar, realmente é necessária a retirada do feto antes do período completo de gestação, o que termina levando á sua morte.
Aproveito para dar os parabéns pelo seu blog!
A Igreja aceita que a criança morra como efeito colateral de um tratamento que vise salvar a mãe, nunca que a intervenção vise diretamente o aborto.
Perdão cara Andréa.
Como sabemos que não é necessário que uma criança, para sobreviver e ter uma vida normal, passe o período completo de gestação dentro da mãe, e que este tempo intrauterino pode ser significativamente reduzido, oderia citar algum caso em que o aborto tenha que ser provocado para salvar a vida da mãe, caso em que a gestação realmente não possa ser mantida até que a criança tenha condições de sobreviver em uma encubadora?
Considerando que o aborto espontâneo é uma defesa do organismo, uma arma de auto defesa quase sempre eficaz, não seria conveniente ser mais explicita nesta colocação?
Então, Wilson, um dos raros casos que me lembro é uma infecção chamada corioamnionite, uma infecção das membranas fetais. Também em caso de eclâmpsia, as vezes é necessário antecipar o parto, mesmo que o bebê ainda não esteja “à termo”. Mas como falei no comentário anterior, são casos infrequentes, e como disse o Daniel, não se deseja o aborto como ato primário, mas como um fato secundário à preservação da saúde da mãe.
Não acho que nenhuma atitude onde o aborto seja a causa primeira possa ser justificável.
Um abraço
Andréa e demais,
Como já foi longamente discutido aqui n’outras ocasiões (p.ex. aqui), nunca é lícito matar diretamente o feto.
“Antecipar o parto” é um eufemismo abortista largamente empregado, mas eu entendo o que se está dizendo aqui. Às vezes é necessário fazer um parto prematuro; de fato, é, e isto é permitido, contanto que sejam feitos todos os esforços para salvar a vida da mãe *e* do bebê.
Há também a possibilidade do assim chamado “aborto indireto”, que não é antecipar o parto: é fazer alguma intervenção terapêutica *na mãe* que vai ter como efeito colateral a morte *do feto*. Isto é permitido quando estão presentes as condições da causa com duplo efeito, sobre a qual também já se falou aqui.
Abraços,
Jorge
Existe sim aborto terapêutico. Em casos excepcionais é necessário recorrer à interrupção da gravidez, mas os piedosos “cristãos”, por estupidez, fanatismo e histeria, negam, algo que no fundo sabem serem verdade. Não interessava à mulher indiana (como não interessa à maioria da população) a opinião da igreja católica, pois na Índia o aborto é liberado.
Caro Jorge, a antecipação do parto á qual me referi foi exatamente o parto prematuro, não o aborto travestido de “antecipação terapêutica!
Sim, Andréa, eu havia entendido! Por isso que esclareci.
Abraços,
Jorge
eu nunca fui a favor do aborto e nunca serei. Essas mulheres que cometem um aborto, não há lugar para ela e nem para o médico que se juntem com a finalidade de acabar com a vida de um ser humano, pormais que seja uma sementinha prestes a desenvolver ninguém tem o direito de tirar a vida dessa semente, só Deus. Se não quer uma criança por favor dê um jeito de não engravidar.
Jogo de palavras e concepções conforme a ideologia e crença. Como a própria médica disse “aborto terapêutico” a necessidade da morte do feto para salvar a vida da mãe. E a própria Igreja aprova a técnica porque ele tem acesso a informação e a realidade científica. Eu perdi o meu bebê por uma infecção da placenta (corioamionites) no 5 mês de gravidez. Os médicos os médicos induziram/esperaram a morte do bebê. Durante o doloroso processo, eles seguiram controlando a infecção para não passar para mim. Tive que ter o meu bebê por parto natural, pois uma cesaria aumentaria o risco de morte da infecção. Hoje eu agradeço a decisão dos médicos e serem rápidos na decisão. Meu marido poderia estar sozinho, sem o seu filho e sem a sua mulher. Não acho que eu, meu marido e os médicos devamos morrer no inferno ou sejamos pessoas ingratas. Há realidades da vida que a Igreja não conforta. Somente Deus. A instituição Igreja e suas normas descritas por homes é uma vergonha.