Chove em Recife, mas isso não impede as pessoas de irem à rua. É festa da padroeira, é a solenidade de Nossa Senhora do Carmo; a bonita basílica, no centro da cidade, hoje recebe uma miríade de devotos. A chuva não os afasta e o feriado não os mantém em casa: o centro apinhado de gente, homens e mulheres, jovens, adultos e crianças, todos unidos no mesmo intento de prestar homenagem à Virgem do Carmelo.
Gosto das festas populares e, vendo-as, tenho a reconfortante sensação de que, a despeito de tudo, apesar de toda a tragédia das últimas décadas, o Catolicismo venceu. Não houve ruptura; perfez-se a tradição e, no dia 16 de julho, as velhas senhoras vão à praça do Carmo junto com suas filhas – já mulheres feitas -, e estas com suas filhas adolescentes, e outras, mais jovens ainda, com crianças de colo, reproduzindo e renovando um costume já ancestral. Todas as gerações ainda se fazem presentes na velha Basílica, e há um quê de vitória nisso: a Fé Católica continua existindo mesmo quando todos se empenham por destruí-la.
Infelizmente não pude assistir a toda a Missa celebrada por S. E. R. Dom Antonio Tourinho Neto, bispo auxiliar da Arquidiocese; peguei-lhe, contudo, a chegada, e a procissão de entrada, e praticamente toda a ante-missa – até a homilia inclusive. Belas palavras: duas coisas se celebram hoje, a festa de Nossa Senhora do Carmo e os 500 anos de nascimento de Sta. Teresa de Jesus.
Da primeira não é necessário falar muito, vez que a devoção do povo é, já, por si só, testemunho eloqüente quer do amor que Lhe tem o povo de Recife, quer das graças com as quais Ela culmina os seus devotos. Mas foi enternecedora a menção a Sta. Teresa: ela foi grande justamente porque não é “de qualquer um”, mas sim “de Jesus”, e é isso o que importa para todos nós.
Importa que sejamos de Jesus, pois Jesus quer ser nosso…! Impossível não lembrar da história de Sta. Teresa no claustro e o seu encontro com Nosso Senhor Menino (que a Ir. Kelly Patrícia musicou). Ser de Cristo é fazê-Lo nosso, e a beleza desta verdade por vezes nos escapa. Somos servos do Rei da Glória, dizia D. Antonio, aqui na terra; nas Moradas Celestes, por sua vez, no convívio dos eleitos, seremos servidos por Aquele a quem servimos.
Porque a verdade é que o Senhor não Se deixa vencer em generosidade; e se Lhe devotamos tudo o que temos e tudo o que somos, poderá Ele não nos recompensar com mais, muito mais do que a Ele demos…? E desta verdade a Virgem Santíssima é testemunha fidedigna: por um “sim!”, por um “faça-se!”, foi feita Rainha dos Céus e da terra. Hoje A celebramos Senhora do Carmelo, uma de Suas muitas glórias, um de Seus muitos títulos. E, como Sta. Teresa – os santos, mesmo os maiores dentre eles, não são senão sombras pálidas da Santíssima Virgem -, também a Virgem Maria foi e é de Jesus. Como ninguém. E, por isso, como de ninguém, Nosso Senhor é d’Ela.
Salve a Virgem do Carmo! Que Ela nos conduza a Nosso Senhor, sempre. Que sejamos d’Ela, a fim de que Ela nos faça d’Ele. A fim de que Ele seja nosso. Nesta vida e na futura.
amen
Mais uma vez, parabéns pelo texto! Você escreve assaz bem, deveras.
A devoção ao sagrado escapulário de Nossa Senhora do Carmo é uma singular proteção à alma a quem o porte consigo com fé, desde que não seja como talismã, amuleto da sorte e/ou para livrar dos perigos, destinado a coisas mundanas apenas, como fazem os adeptos de cultos satanistas, como do candomblé e alguns evangélicos pentecostais similares, visando aos portadores algo como: “fechar o corpo, dar sorte” etc.
Incluem-se idem os católicos com meros interesses materiais e, a inadiável conversão que é primordial, fica de lado.
Aliás, N Senhora do Carmo não está nada satisfeita com o mundo atual libertino, pois tem desafiado ostensivamente a seu Filho Jesus, entronizando o caótico novo deus-homem com suas ideologias, como as marxistas, o qual, quando deixado a si mesmo, sem o imprescindível auxilio das graças do Senhor Deus que o torna uma pessoa, animaliza-se, sendo as provas as barbaridades infindas cometidas contra o próximo sem o menor remorso e ainda dissimulando estar o auxiliando.
Então, no quesito modéstia, virtude caríssima a ela a qual a é em si, de forma geral, está demasiada carente, exaltando o corpo como se fora divino e exibindo-o à vista de todos para provocar paixões – em breve será pasto de vermes – é de causar assombro, particularmente as mulheres de modo geral têm extrapolado nesse item – algumas ousadas até nas celebrações – causando infindos escândalos; darão conta dos próprios pecados e nos que foram motivos de atiçarem paixões alheias por imodestia!
Quem se deixa submeter a esses caprichos da carne estaria como que controlado por forças estranhas que o escraviza e o persuade a seguir seus impulsos passionais, tendo como parãmetros os crescentes números de operações plásticas para “rejuvenescer” a aparencia exterior, além dos exibicionismos de corpos “sarados”, estando anos-luz do modelo de Nossa Senhora do Carmo!