Uma das coisas mais tocantes da história do Brasil foi aquela passagem da carta de Pero Vaz de Caminha, quando ele narra a primeira missa no Brasil. Ele conta que os portugueses chegaram, os padres formaram o altar, prepararam o órgão e começou a missa. Os índios foram chegando e começaram a imitar os gestos dos portugueses. Um detalhe interessante é que durante a missa chegou um outro grupo de índios. Um índio do primeiro grupo, que já estava ali, quando certamente interrogado por um índio do segundo grupo sobre o que estava acontecendo, apontou para a missa e apontou para o céu. Para mim este é o melhor comentário sobre a missa. Apontou para a missa e apontou para o céu: quer dizer, está-se passando a comunicação da terra com o céu. Está-se fazendo uma coisa sagrada. Esse caráter sagrado é que a gente não pode deixar perder na liturgia.
O Belo, ao lado do Bom e do Verdadeiro, é transcendente. Verum, Bonum, Pulchrum: o Universo é uma catedral, como disse certa vez Plínio Corrêa de Oliveira. Talvez as pessoas não percebam imediatamente o sentido dessas palavras: a Beleza é absoluta, e não relativa, como também a Verdade é absoluta e a Bondade é absoluta.
Nos dias de hoje onde impera a ditadura do relativismo, talvez o Pulchrum tenha sido o transcendental mais duramente atacado. Frases que caíram no inconsciente popular como, p.ex., “gosto é gosto e cada um tem o seu”, junto com a avalanche de coisas horrorosas que foram empurradas às pessoas sob o singelo nome de “arte moderna”, contribuíram de maneira muito eficaz para isso. O resultado foi a perda do “senso estético” e a dificuldade de se compreender como é possível que a Beleza seja absoluta. Hoje em dia, é politicamente incorreto chamar o que quer que seja de “feio”; o que há são “belezas diferentes”.
Um amigo sacerdote disse-me outro dia, quando lhe perguntei sobre o porquê de serem construídas igrejas tão feias – sim, porque o abandono do Pulchrum atingiu desgraçadamente até mesmo a arquitetura das nossas igrejas -, uma coisa muito interessante. Falou que, para constatar que uma igreja antiga era realmente bela, bastava mostrá-la às pessoas. Todas elas, ainda que simples, iriam contemplá-la embevecidas, mesmo que não soubessem explicar cada um dos detalhes que ela continha, e iriam dizer que ela era bonita. Já uma obra de arte moderna, para poder ser contemplada, é necessário um especialista que explique uma série de coisas sem as quais ninguém consegue encontrar nela nada de aprazível. Esta [bem discutível] “beleza” escondida por detrás de um monte de técnicas modernas e paradigmas estéticos que de modo algum são evidentes é característica da arte moderna. E é o contrário de, por exemplo, uma catedral. Nas igrejas que são belas porque são erigidas em honra d’Aquele que é Belo, a beleza é manifesta – não escondida. É ao alcance de todos, e não somente de um grupo restrito de “iniciados” nos arcanos da estética.
E as igrejas são feias porque abandonaram o Pulchrum, abandonaram o Belo. Poder-se-ia falar em uma apostasia arquitetônica generalizada. Se os templos são feios, como se pode esperar que eles conduzam para o Deus que é Belo…? Subverter a arte e esconder a beleza é uma forma de tirar Deus do alcance das pessoas. Deus é encontrado também na beleza das coisas criadas. Privar as pessoas da Beleza é privá-las de oportunidades de elevar o pensamento, ao Deus que é Belo, por meio das coisas belas.
E o mesmo vale para a Sagrada Liturgia. Se a celebração não for bela – “bela” em relação ao Pulchrum que é transcendental, óbvio, e não de acordo com o [mau] gosto de cada um -, ela não ajuda os fiéis a elevarem-se a Deus e, ao contrário, pode até atrapalhá-los. Sim, qualquer semelhança com a “Escola Litúrgica da CAJU” não é mera coincidência, mas não é somente dela que eu estou falando, e sim da liturgia mal celebrada que encontramos em todos os lugares. A citação de Dom Rifan em epígrafe explica bem isso, e faço questão de trazê-la também no original de Pero Vaz de Caminha:
E hoje que é sexta-feira, primeiro dia de maio, pela manhã, saímos em terra com nossa bandeira; e fomos desembarcar acima do rio, contra o sul onde nos pareceu que seria melhor arvorar a cruz, para melhor ser vista. (…) Ali disse missa o padre frei Henrique, a qual foi cantada e oficiada por esses já ditos. Ali estiveram conosco, a ela, perto de cinqüenta ou sessenta deles [índios], assentados todos de joelho assim como nós. E quando se veio ao Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles se levantaram conosco, e alçaram as mãos, estando assim até se chegar ao fim; e então tornaram-se a assentar, como nós. E quando levantaram a Deus, que nos pusemos de joelhos, eles se puseram assim como nós estávamos, com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados que certifico a Vossa Alteza que nos fez muita devoção.
Estiveram assim conosco até acabada a comunhão; e depois da comunhão, comungaram esses religiosos e sacerdotes; e o Capitão com alguns de nós outros. E alguns deles, por o Sol ser grande, levantaram-se enquanto estávamos comungando, e outros estiveram e ficaram. Um deles, homem de cinqüenta ou cinqüenta e cinco anos, se conservou ali com aqueles que ficaram. Esse, enquanto assim estávamos, juntava aqueles que ali tinham ficado, e ainda chamava outros. E andando assim entre eles, falando-lhes, acenou com o dedo para o altar, e depois mostrou com o dedo para o céu, como se lhes dissesse alguma coisa de bem; e nós assim o tomamos!
Isto é a beleza da Liturgia, expressão do Pulchrum que consegue ser percebida tanto por portugueses quanto por nativos selvagens. Esta é uma experiência que nós, infelizmente, provavelmente não conseguiríamos repetir hoje em dia, se mostrássemos uma missa católica mediana a alguém de cultura diferente da nossa – e tal coisa é uma tristeza, uma desordem que precisa ser sanada. Precisamos recuperar o senso estético dos católicos, resgatar o Belo da Liturgia, o Pulchrum na Igreja do Deus que é Infinita Beleza. Para que assim Ele possa mais facilmente ser encontrado e adorado como convém a Sua Infinita – e Infinitamente Bela! – Majestade.
Que belíssimo texto. Excelente reflexão.
Fiquei até emocionado com a frase:
“”(…)quando interrogado por um índio do segundo grupo sobre o que estava acontecendo, apontou para a missa e apontou para o céu.””
Até um índio foi capaz de comprender o que é a Santa Missa.
«E quando eu for levantado da terra, atrairei todos para mim» (Jo 12, 32).
Hoje, para a nossa tristeza, o cenário é diferente. Se alguém perguntar para um católico o que está acontecendo ele apontaria para a assembleia reunida. Afinal de contas, tem muito sacerdote relacionando a celebração da Missa com acontecimentos políticos ou mundanos. (Missa do motociclista, Missa do Vaqueiro, Missa de candomblé, Missas caipiras e etc).
O Rogério Passos disse tudo.
Fico imaginando se fosse uma Missa Nova… dessas de cura e libertação, celebrada pelos playboyzinhos Padres Marcelo Rossi ou Fábio de Melo. Será que o índio pensaria em apontar para o céu?
Carlos.
Caríssimos!!!
Tenho a grata satisfação de compartilhar com vocês, a alegria de ontem, ter ‘participado’ da Santa Missa dita do rito Tridentino!!!
MAGNÍFICO!!! EXPLENDIDO!!! FANTÁSTICO!!! SUBLIME!!!
Ah!!! Como é edificante,… como é contagiante,… como é estimulante,… COMO É SACRO!!! SAGRADO!!! Verdadeiramente um culto a DEUS!!
Caríssimos!!! É o Verum, o Bonum, o Pulchrum, e… ainda o UNUM!!! Sim, o unum. Onde TODOS nos unimos ao Deus Uno e Trino em comunhão com TODOS os Anjos e Santos da Igreja Celeste!!! É incontestável, é incomparável, é indiscutível, é… é impossível não perceber o bem as almas que nos traz tal celebração.
Perdão, amigos, pelo entusiasmo, mas é o mínimo que poderia fazer para expressar minha alegria.
A pouco mais de 50 km daqui de Goiânia (Anápolis-GO, com o Pe. João Batista que já comentou aqui mesmo no Deus lo Vult!), e tão diferente da já mencionada pelo Jorge pseudo-liturgia da CAJU! (Sic!)
Louvado seja Deus, O VERUM, O BONUM, O PULCHRUM, enfim, o UNUM e único Deus Altíssimo por nos cumular de tão Graça. Que Nossa Senhora de Fátima possa nos ajudar a sempre mais lutar para que o seu Filho-Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, possa ser adorado e cultuado da forma mais sublime possível.
Abraços a todos e até mais ‘ver’.
André Víctor
Encontrei este texto:
Teoria Tomista de Beleza
Pe. Elílio de Faria Matos Júnior
O que pretendemos aqui é estabelecer, em última instância, o que define o belo. Trata-se, pois, de uma elucubração filosófica a respeito do conceito de belo. Assim, nosso objetivo é atingir uma noção que diga respeito ao belo enquanto tal ou que o caracterize a título exclusivo. É um empreendimento que procura atingir a essência do belo, isto é, aquilo pelo qual o belo é belo e não outra coisa. Não se trata, pois, de dizer tudo sobre o belo, mas de identificar o que, segundo nossa posição, o define enquanto tal.
A nosso ver, o que define o belo enquanto tal foi muito bem trabalhado pela tradição clássica. Grande porta-voz dessa tradição é, sem sombra de dúvida, Santo Tomás de Aquino (1225-1274). Tomaremos, pois, de empréstimo, sua definição do belo. Tomaremo-la não porque nos apoiamos em sua autoridade, sem mais, como que invocando a célebre sentença: magister dixit; mas, antes, faremos dela uso por ser firme a nossa convicção de que ela, verdadeiramente, coloca em luz meridiana a essência do belo. A definição de Santo Tomás é breve e simples: pulchrum est id quod visum placet[1] (o belo é aquilo que agrada à visão).
Tal definição, simples como é, exige desdobramento. Podemos dizer que ela implica dois elementos constitutivos que devem ser analisados de per si. São eles: a visão ou conhecimento (visum), de um lado, e, de outro lado, o deleite, gozo ou alegria (placet).
O visum caracteriza o belo como algo que é visto ou conhecido, de tal modo que sem visão não se pode falar de beleza.
Podemos perguntar-nos: como se dá tal visão? A visão simplesmente sensível, animal, seria suficiente no caso? Se assim fosse, os brutos também possuiriam a consciência do belo. Mas tal não se dá[2]. Resulta, pois, que a afirmação do belo implica, imprescindivelmente, referência à inteligência[3]. O Homem, sim, por ser animal racional, possui o senso do belo. A afirmação do belo supõe, ainda que implicitamente, um juízo da consciência. Ora, o juízo só aos seres inteligentes compete. É certo, entretanto, que a beleza é acessível aos sentidos: o ouvido encanta-se por uma bela música e os olhos deleitam-se com uma bela forma. Mas a acessibilidade do belo aos sentidos só é possível porque eles estão penetrados de razão. Santo Tomás diz que os sentidos que percebem o belo são os que mais ligados estão com a potência cognitiva, como é o caso da vista e da audição; ao contrário, com relação aos demais sentidos, não usamos o conceito de belo para caracterizar seus sensíveis, pois não dizemos que os sabores e os odores são belos[4]. Em virtude da unicidade substancial, no Homem, de espírito e matéria, os sentidos são perpassados pelo espírito, e o gozo que o Homem experimenta pelos sentidos não se pode compreender sem referência à inteligência. O senso do belo supõe sempre a consciência, que, por sua vez, é uma categoria do espírito. É pelo espírito, realidade misteriosa, sem a qual, contudo, não compreendemos o Homem como convém, que o homo sapiens sapiens distingue-se dos irracionais, os quais podem até saber, mas certamente não sabem que sabem, isto é, não têm consciência.
A visão, portanto, que constitui elemento essencial para a afirmação do belo é, em última instância, conhecimento, e por isso, referente à potência intelectual. Há, sem dúvida, o conhecimento que o homem assume pelos sentidos (a beleza sensível) e o conhecimento puramente intelectual (que se dá quando o espírito deleita-se com a contemplação da verdade de um ser, e, então, tanto maior será a deleitação quanto mais inteligível for a verdade, isto é, quanto mais clara for). Devido a nossa constituição de espírito encarnado, o nosso conhecimento sempre começa pelos objetos sensíveis, conhecimento este que desperta em nós os primeiros princípios da inteligência, a partir dos quais podemos, pela operação que Santo Tomás denominou separatio[5], alcançar o puro inteligível. Concluamos, pois, que a intuição (o ato de ver, sempre relacionado de um modo ou de outro à inteligência) é condição indispensável para que se fale de beleza.
[1] “Santo Tomás define o belo como sendo o que agrada ver (id quod visum placet) ou o que agrada pelo conhecimento” (Jolivet, Régis. Tratado de filosofia III. Metafísica. Rio de Janeiro: Agir, 1965, p.259).
[2] Verdade é que alguns animais parecem sensíveis à beleza; tal é o caso da serpente encantada pela flauta ou o caso de cavalos excitados pelo clarim. Essas reações não implicam inteligência, mas explicam-se ou pelo instinto ou pelo reflexo condicionado. Isso, contudo, não desvincula o belo de sua relação com a inteligência, mas mostra que a constituição natural do animal foi “pensada” por uma Inteligência.
[3] “A beleza é objeto de inteligência ou de conhecimento intuitivo, enquanto resulta de condições que não são acessíveis senão à inteligência. Essas condições são: a integridade do objeto, a proporção ou unidade na variedade, enfim, a clareza ou resplendor da inteligibilidade” (Jolivet, Régis. Curso de filosofia. 20.ed. Rio de Janeiro: Agir, 1998, p.338).
[4]“Unde et illi sensus praecipue respiciunt pulchrum, qui maxime cognoscitivi sunt, scilicet visus et auditus rationi deservientes; dicimus enim pulchra visibilia et pulchros sonos. In sensibilibus autem aliorum sensuum non utimur nomine pulchritudinis; non enim dicimus pulchros sapores aut odores” (ST, I-II, q. XXVII, a.1).
[5] O termo separatio designa o gesto metafísico da inteligência pela qual é afirmado o que é negativamente imaterial (as noções de ser, de substância, de causa… que, em si, não implicam materialidade, mas podem realizar-se na matéria.) e o que é positivamente imaterial (Ipsum Esse Subsistens, isto é, Deus, cujo ser exclui toda materialidade).
Depois de ler esta magnífica explicação, penso agora na arte moderna.
Ela destruindo toda a beleza vai filosoficamente contra a inteligência, ora
ir contra a inteligência é um absurdo, uma loucura.
Por isso temos que combater esta pseudo arte que joga o homem no mais
profundo abismo existencial.
A arte moderna cuspiu no altar da beleza.
O barroco tem horror ao vácuo. Oscar Niemeyer tem amor ao vácuo. A Igreja de Pampulha é confortável e muito panorâmica. Quant bobagem em achar que só o barroco, o colonial ou o clássico são belos. Quanto preconceito. A catedral do Rio de Janeiro é belíssima, a Antiga Sé é muito carregada. O Mosteiro de São Bento chega a dar fobia de tão escuro e cujas pareces carregadas demais. O barroco é exagerado, prima só o luxo e o altar que é o principal fica esquecido. Como celebrar num altar versus Deus donde um sacrário não aparece e cuja imagem gigantesca do orago fica muta das vezes “esplendidamente” num nicho acima, carrregada de adornos fúteis. Sem contar com aqueles inúmeros altares laterais e toda aquela quinquilharia. O altar de Paulo VI, PURO, nítido aos fiéis donde a Hóstia Branca é centro das atenções durante a consagração, a simples mesa da qual lembra-nos da humildade da última ceia da Feria quinta in coena Domini.
Igrejas barrocas empoeiradas, carregadas de madeiras douradas, castiçais e adornos horrendos, imagens terrivelmente esculpidas em madeira. As igrejas modernas são espaçosas, brancas como a neve e desprovidas do desnecessário para conter dignamente Aquele que o orbe não pode conter!
Beleza é futilidade na casa de Deus. Todo esplendor das mobílias de luxo destoam do carater sagrado da simples mangedoura, das Igrejas medievais de pedra sem luxo algum.
Sou a favor do gregoriano, da Missa tradicional, mas as Igrejas barrocas e góticas são um insulto á Divindade.
Hoje, para a nossa tristeza, o cenário é diferente. Se alguém perguntar para um católico o que está acontecendo ele apontaria para a assembleia reunida. Afinal de contas, tem muito sacerdote relacionando a celebração da Missa com acontecimentos políticos ou mundanos. (Missa do motociclista, Missa do Vaqueiro, Missa de candomblé, Missas caipiras e etc).
Que mentira, são apenas manifestações culturais, a liturgia, particularmente a consagração é o principal. Jesus deixou praticamente as palavras da consagração. A liturgia foi evoluindo pouco a pouco até chegar ao Canon de São Gregório. e no tempo de Pio V, HAVIA UMA GRANDE DIVERSIDADE, tanto que ele permitiu a permanência dos missais com mais de duzentos anos de vigência da publicação do Missal Romano por ele codificado. Os motociclistas, vaqueiros, afro-descendentes são apenas reverenciados por causa da pluralidade cultural primordial nos dias de hoje. Vê que Bento XVI deu continuidade ao ecumenismo de João Paulo II, tanto que a CNBB no Brasil trabalha pela primordialidade desta realidade eclesial latente e benta por Bento. Caso contrário, não haveria tanta manisfestação cultural inserida nas práticas litúrgicas. Um bom exemplo são as mudanças feitas no Missal de São Pio V por Dom Fernando Rifan (expostas no you tube). Antes do Ite Missa Est e da Benção ele dá os avisos pastorais como na Missa nova. Fruto de sua adesão À RENOVAÇÃO PÓS-CONCILIAR. E outras mudanças também, por exemplo, padre Everaldo Bon Robert, interrompe o Canon, no “memento dos vivos” e faz oração expontânea (em voz alta) pelos viventes e prossegue a missa. Padre Helio Rosa, tradicionalista, celebra missa nova atualmente toda em vernáculo. A Igreja muda seu panorama. E A MISSA TRIDENTINA TAMBÉM GANHA ESPAÇO E PLENA LIBERDADE PARA SUA CELEBRAÇÃO em todo orbe.
Não é bom evoluir assim?
“Unde et illi sensus praecipue respiciunt pulchrum, qui maxime cognoscitivi sunt, scilicet visus et auditus rationi deservientes; dicimus enim pulchra visibilia et pulchros sonos. In sensibilibus autem aliorum sensuum non utimur nomine pulchritudinis; non enim dicimus pulchros sapores aut odores” (ST, I-II, q. XXVII, a.1).
pulchros sapores aut odores, dici possunt!
Mas a acessibilidade do belo aos sentidos só é possível porque eles estão penetrados de razão. Santo Tomás diz que os sentidos que percebem o belo são os que mais ligados estão com a potência cognitiva
A beleza está ligada intrinsecamente ao conhecimento, mas tal conhecimento é expresso sob diferentes ângulos, sob várias formas. Certamente Niemeyer tem profundo conhecimento e apreciação pelo clássico para ousar magnificamente na arte moderna para construção dos templos religiosos que preservam a simplicidade e os traços característicos da arte sacra pós-conciliar.
A arte moderna cuspiu no altar da beleza ou a arte antiga cuspiu no altar da simplicidade da feria quinta in coena Domini?
Sra. Ilda, O barroco teve a sua influência que já passou faz séculos, o neoclássico também e a modernidade e não a riquesa ostentada nada tem haver com JESUS, portanto concordo com a senhora. As igrejas do centro do Rio a maioria barroca, realmente dá claustrofobia e com perdão da palavra até um certo arrepio de tão escuro que é. Por isso e outras que eu não concordo com o Bispo da minha cidade, joje está sendo inaugurado o altar da catedral que era belíssimo em estilo moderno, voltou para o barroco, numa construção de estilo neoclássica e com alguns materiais importados, é o fim! imagine que a obra do altar levou dois anos,e o restante. Agora fico na dúvida, será que o povo entraria numa igreja de traços simples?
Eu prefiro sempre a simplicidade do que a ostentação. Abraços.
Prezados,
Niemeyer é um ateu que só consegue fazer obras atéias, que não servem à religião.
A catedral do Rio de Janeiro (estamos falando do balde de lixo de cabeça para baixo?) é simplesmente horrorosa.
Quanto às “Igrejas medievais de pedra sem luxo algum”, aconselho uma visita a Notre Dame de Paris. Por exemplo, aqui:
http://www.fromparis.com/virtual-tour-notre-dame/notre-dame-de-paris-fresco-left.html
Abraços,
Jorge
Realmente o balde é horroroso, os vitrôs estão sempre sujos e até bem pouco tempo, o terreno que ladeava a catedral era estacionamento, piorando ainda mais a imagem da catedral. Conheço igrejas mais novas que são de uma simplicidade pouco vista, limpas e bem frequentada, em relaçao ao barroco é bom porque faz parte da história do Brasil.
Puxa Jorge você falou da Catedral do Rio de Janeiro que ela seria um balde de lixo de cabeça para baixo, pode ser até que não seja uma catedral bonita, ou melhor dizendo, linda como as catedrais medievais da Europa, mas taxar ela de lata de lixo, parece estar indo longe de mais, sempre vi nela um cone de cabeça para baixo, mas nunca vi nela uma lata de lixo, demais, existem igrejas modernas que inspiram beleza, sacralidade e fé outras, infelizmente, nem tanto, assim como existem igrejas antigas que exprimem as mesmas tendências, nunca tive oportunidade de entrar em um igreja de estilo barroco, moro no sul do Brasil e a maioria das igrejas daqui, por receberem influência européia, são de maioria gótica, e não percebe nelas nada de claustrofóbico ou coisa parecida, muito pelo contrário, é um estilo arrojado e ao mesmo tempo simples, mas que elevam a alma a DEUS, sem dúvida nenhuma, porém aqui no sul do Brasil conheço igrejas e catedrais que são modernas e ao mesmo tempo inspiradoras, vou citar duas, a Catedral São Paulo Apóstolo de Blumenau e a Basílica de Santa Madre Paulina em Nova Trento.
Sidnei, o balde de cabeça para baixo é a impressão que fica mas o pior é o que disse acima. Você sabe, claro, porque o Rio de Janeiro existem muitas igrejas barrocas assim como Olinda e Bahia, e elas são mesmo muito escuras, a antiga catedral, a candelária, não é tão escura de estilo neoclássico.
Sidnei,
Mas a nova catedral do Rio é horrorosa, caríssimo. Concordo plenamente que as igrejas não podem parecer baldes de lixo. No entanto, o sujeito que teve a idéia de fazer isso no Rio de Janeiro, infelizmente, não concorda com a gente… :(
Quanto às duas igrejas que tu citas, não as conheço. Tem fotos delas na net?
Abraços,
Jorge
Jorge, pior que o sugeito que fez isto foram os bispos que permitiram isto, e quanto as fotos das igrejas citadas vou dar uma olhada na net para ver se encontro.
Catequese do Papa: arte ajuda na relação com Deus
CASTEL GANDOLFO, quarta-feira, 31 de agosto de 2011 (Zenit.org) – Pertencente ao ciclo da oração, e dirigida aos fiéis reunidos para a audiência geral no Palácio Apostólico de Castel Gandolfo.
“Fórum UNIV convida universitários do mundo todo a viver a Semana Santa em Roma”
“Um congresso promovido pela Opus Dei para se desfrutar da riqueza cultural, histórica e espiritual da Cidade Eterna durante os dias da Semana Santa. O tema deste ano é: “Pulchrum: o poder da beleza”.
Fonte: Rome Reports, 31 de Março de 2012.